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TGD
Professora: Simone Oliveira Flores da Silva - Duque de Caxias

DEFINIÇÃO DE DIREITO

Paulo Nader definiu o direito como sendo "um conjunto de normas e


princípios que regulam a conduta humana na sociedade, garantindo a
convivência pacífica entre as pessoas e a proteção dos direitos e interesses
de cada indivíduo". O conceito de direito de Nader enfatiza a sua função
de garantir a paz social e a proteção dos interesses individuais e coletivos.

SISTEMAS DE IDEIAS GERAIS DO DIREITO

Os sistemas de ideias gerais do direito são abordagens teóricas que


buscam compreender a natureza, as fontes e os fins do direito. Eles são
importantes para a Teoria Geral do Direito porque ajudam a entender as
diferentes visões sobre o direito e as influências que elas exercem sobre a
construção do ordenamento jurídico.

A compreensão dos sistemas de ideias gerais do direito é importante


porque influenciam as decisões tomadas pelos legisladores, juízes e
advogados. Por exemplo, se uma sociedade adota uma abordagem
positivista do direito, isso significa que o direito é visto como um conjunto
de normas criadas pelos legisladores, e que a função do juiz é aplicar
essas normas de acordo com seu significado literal. Em contrapartida, se
uma sociedade adota uma abordagem naturalista do direito, isso significa
que o direito é visto como um conjunto de princípios e valores que têm
uma base na natureza humana, e que as normas jurídicas devem ser
interpretadas de acordo com esses princípios e valores.

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É importante ressaltar que não existe uma abordagem correta ou errada


em relação aos sistemas de ideias gerais do direito.

DIREITO x SOCIEDADE

Direito e sociedade são duas áreas que estão profundamente


interconectadas e interdependentes. O direito é uma construção social
que é moldada e influenciada pelas normas, valores e crenças de uma
determinada sociedade. Por sua vez, o direito também pode influenciar e
moldar a sociedade em que ele é aplicado.

O direito é uma maneira de regular e organizar as relações entre as


pessoas e entre as pessoas e o Estado. Ele estabelece as regras que as
pessoas devem seguir e as consequências de suas ações. O direito também
estabelece os direitos e as proteções que as pessoas têm em relação ao
Estado e a outras pessoas.

A sociedade, por sua vez, é o contexto em que o direito é aplicado e


moldado. Ela é composta por pessoas, instituições e organizações que
compartilham valores, normas e crenças comuns. A sociedade é
responsável por criar as demandas e os desafios que o direito deve
enfrentar e resolver.

Assim, o direito e a sociedade estão em constante interação.

ACEPÇÃO DA PALAVRA DIREITO

Direito Norma: Essa abordagem entende o Direito como um conjunto de


normas jurídicas que regulam a conduta das pessoas e das instituições.
Essas normas podem ser escritas ou não escritas, mas o seu objetivo é
estabelecer regras claras e objetivas para o comportamento humano.

O Direito Brasileiro pune roubo.

Direito Faculdade: Essa abordagem compreende o Direito como uma


faculdade ou capacidade que as pessoas têm de agir de acordo com as
normas jurídicas. Nessa perspectiva, o Direito é visto como uma garantia

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de liberdade e autonomia das pessoas para escolherem como agir dentro


dos limites estabelecidos pelas normas.

Tilson emprestou seu carro a sua prima.

Direito Justo: Essa abordagem considera o Direito como uma expressão da


justiça e da equidade. Nessa perspectiva, as normas jurídicas devem
refletir os valores e princípios fundamentais da sociedade, buscando
promover a igualdade e a dignidade das pessoas.

O salário é direito do trabalho.

Direito Ciência: Essa abordagem compreende o Direito como uma ciência


social que estuda as normas jurídicas e o seu impacto na sociedade. Nessa
perspectiva, o Direito é visto como um campo de conhecimento que busca
entender como as normas jurídicas são criadas, interpretadas e aplicadas
pelos órgãos e instituições responsáveis pelo seu cumprimento.

O estudo do Direito tem o método de regulação próprio.

Direito Fato Social: Essa abordagem considera o Direito como um


fenômeno social que surge a partir das relações e interações entre as
pessoas e as instituições. Nessa perspectiva, as normas jurídicas são vistas
como um produto da sociedade e não como algo imposto de fora para
dentro.

Joana se beneficiou da lei Maria da Penha pois estava cansada de


apanhar.

CORRENTE DOGMÁTICA E ZETÉTICA

A corrente dogmática é caracterizada pela análise sistemática e


metodológica do direito, com foco nas normas e regras jurídicas
estabelecidas pelo Estado. Essa abordagem busca aplicar as normas
existentes de forma precisa e rigorosa, sem questionar sua validade ou
justiça. O pensamento dogmático, também conhecido como "positivismo
jurídico", é um pensamento fechado. No pensamento dogmático há ponto

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de partida definido, há premissas estabelecidas, não podem ser


questionadas.

Já a corrente zetética tem uma abordagem mais crítica e reflexiva sobre o


direito. Ela questiona a validade das normas e regras jurídicas existentes,
buscando compreender as suas origens, fundamentos e impactos na
sociedade. A corrente zetética também considera a necessidade de
reformas e mudanças no direito para torná-lo mais justo e eficaz.

Também conhecido como "jusfilosofia crítica", coloca em foco a dúvida. O


pensamento zetético, parte das perguntas, é Investigativo, há perguntas a
serem feitas, um pensamento aberto, exemplos a filosofia.

Enquanto a corrente dogmática é mais tradicional e conservadora, a


corrente zetética é mais moderna e progressista. Ambas têm seu valor e
importância no estudo do direito, e muitas vezes são complementares em
vez de opostas. A corrente dogmática valoriza a aplicação objetiva das
normas jurídicas, a corrente zetética busca compreender o papel do
Direito na sociedade e a relação entre as normas jurídicas e as questões
sociais e políticas.

Exemplos:

Na corrente dogmática, um advogado pode se concentrar em analisar e


aplicar as leis e regulamentos existentes para defender um cliente em um
caso judicial. Ele seguirá estritamente as normas e regras jurídicas
estabelecidas pelo Estado, sem questionar sua validade ou justiça.

Já na corrente zetética, um advogado pode questionar as leis e


regulamentos existentes, buscando entender suas origens, fundamentos e
impactos na sociedade. Ele pode argumentar que algumas leis são
desatualizadas ou discriminatórias, e que precisam ser modificadas para
se tornarem mais justas e eficazes.

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ZETÉTICA EMPÍRICA E ANALÍTICA

A zetética é uma abordagem filosófica que busca solucionar conflitos e


descobrir a verdade. No campo do direito, ela pode ser dividida em
zetética empírica e zetética analítica. Ambas são complementares e
importantes para a solução de conflitos e busca da verdade jurídica.

A Zetética Empírica se concentra na análise empírica dos fatos e das


normas e é importante em casos que envolvem questões de fato.

Já a Zetética Analítica é mais teórica e reflexiva, focando na análise das


normas jurídicas e princípios que orientam o direito, sendo importante
em casos que envolvem questões de interpretação e aplicação do direito.

DIREITO POSITIVO x NATURAL (Jusnat X Juspos)

O Direito Positivo é o conjunto de leis e normas criadas pelo Estado para


regular a conduta humana na sociedade. É uma construção social e
histórica que varia de acordo com as necessidades e interesses do Estado
e da sociedade em determinado momento.

Exemplo:

O direito positivo pode ser exemplificado pelas leis e normas criadas pelo
Estado para regular a vida em sociedade, como o Código Civil, Penal, do
Consumidor, entre outros. Essas leis são criadas pelo poder legislativo e
executadas pelo poder judiciário, e podem variar de acordo com o
contexto histórico, social e político de cada país.

O Direito Natural é uma teoria que defende que o direito tem uma origem
natural e universal, baseado em princípios imutáveis e eternos que
existem independentemente da vontade humana ou do Estado. Esses
princípios são considerados intrínsecos ao ser humano e à natureza, e
devem ser respeitados para garantir a justiça e a harmonia social.

Já o direito natural é representado por princípios éticos e morais


universais que transcendem as leis criadas pelo homem. Por exemplo, o
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à propriedade e à justiça são

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considerados princípios do direito natural, que existem


independentemente das leis criadas pelo Estado. Esses princípios são
considerados intrínsecos ao ser humano e à natureza, e devem ser
respeitados para garantir a harmonia e a justiça na sociedade.

DIREITO OBJETIVO x DIREITO SUBJETIVO

✧ Conceito de Direito Subjetivo

É o conjunto de prerrogativas que os sujeitos têm dentro do ordenamento


jurídico. É a faculdade de que o sujeito tem de invocar a norma a seu
favor.

● Direito Subjetivo - Faculta Agendi

É a faculdade inerente a pessoas podendo exercitá-lo a qualquer tempo


dependendo só da sua vontade.

✧ Conceito de Direito Objetivo

É o complexo de regras imposta a todos por terem sido elaborados


juridicamente como relevantes.

● Norma Agendi

É a norma de agir. É o complexo de regras impostas a todos por terem


sido valoradas juridicamente como relevantes.

● Sanção

É o conjunto de regras e princípios que regem a conduta humana em


sociedade. São preceitos imperativos dirigidos aos membros de
determinada sociedade;

CLASSIFICAÇÃO

Direito Objetivo ( patrimonial/extrapatrimonial)

Direito Subjetivo(absoluto/ relativo)

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SISTEMAS JURÍDICOS

O Civil Law é um sistema jurídico baseado em leis codificadas escritas,


com raízes no direito romano. É usado principalmente em países
europeus e em alguns países da América Latina. Os juízes são obrigados a
seguir essas leis ao tomar suas decisões, e a interpretação das leis é
restrita.

O Common Law é um sistema jurídico baseado na jurisprudência, com


raízes no direito inglês. É usado principalmente nos países de língua
inglesa, como o Reino Unido, os Estados Unidos, Austrália, Canadá e
outros países da Commonwealth. A lei é desenvolvida por meio de
decisões judiciais anteriores, e os tribunais têm uma grande margem de
manobra na interpretação das leis para aplicação a casos específicos,
permitindo uma grande flexibilidade na aplicação da justiça.

Tanto o Civil Law quanto o Common Law são sistemas jurídicos distintos
com diferentes abordagens em relação à legislação, jurisprudência e
interpretação de leis. Embora sejam sistemas diferentes, muitos países
combinam elementos de ambos os sistemas em seu sistema jurídico, ou
adotam um sistema jurídico misto que combina elementos de ambos. Por
exemplo, alguns países que usam o Civil Law incorporam a
jurisprudência em suas decisões judiciais, enquanto outros países que
usam o Common Law codificam suas leis em códigos e estatutos. A relação
entre esses sistemas pode ser complexa, mas ambos têm uma influência
significativa no desenvolvimento do direito em todo o mundo.

DIREITO COMO PROCESSO DE ADAPTAÇÃO SOCIAL

O direito pode ser entendido como um processo de adaptação social,


regulando e organizando a convivência humana de acordo com os valores
e princípios vigentes em uma determinada sociedade. Esse processo se
adapta às mudanças sociais e culturais ao longo do tempo, buscando
garantir justiça e equidade nas relações entre as pessoas, por meio da
criação e aplicação de normas jurídicas criadas de forma democrática e
aplicadas pelos órgãos do sistema judicial. O direito como processo de
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adaptação social garante harmonia e estabilidade nas relações humanas,


protegendo os direitos e interesses de todos os membros da sociedade.

Exemplos:

Mudanças na legislação para garantir os direitos das minorias, como a Lei


Maria da Penha no Brasil, que busca proteger as mulheres vítimas de
violência doméstica;

Criação de leis ambientais para regulamentar a exploração e uso dos


recursos naturais, como a Lei de Proteção da Biodiversidade no Brasil;

Mudanças nas leis trabalhistas para proteger os direitos dos


trabalhadores, como a regulamentação de horas extras, licenças
maternidade e paternidade, e o direito à greve;

A luta pela igualdade de direitos civis, como o direito ao casamento entre


pessoas do mesmo sexo, que foi conquistado em vários países ao longo
dos últimos anos.

TEORIA TRIDIMENSIONAL DE MIGUEL REALE

A Teoria Tridimensional do Direito de Miguel Reale defende que o direito


é composto por três dimensões interdependentes: fato, valor e norma.
Essas três dimensões devem ser compreendidas como uma unidade, pois
o direito é uma realidade complexa e dinâmica que não pode ser reduzida
a apenas uma dimensão. A dimensão fática se refere aos fatos sociais que
motivam a criação do direito, a dimensão valorativa se refere aos valores
que o direito busca promover, como a justiça e a liberdade, e a dimensão
normativa se refere às normas jurídicas que são criadas para regular as
relações sociais.

Fato: Refere-se aos fatos sociais que motivam a criação do direito. São as
circunstâncias sociais, econômicas, políticas e culturais que influenciam a
criação de leis e regulamentos.

Valor: Refere-se aos valores que o direito busca promover. São valores
como justiça, equidade, liberdade, solidariedade, dignidade humana,

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entre outros. Esses valores orientam o sistema jurídico em relação aos


seus objetivos e finalidades.

Norma: Refere-se às normas jurídicas que são criadas para regular as


relações sociais. São as regras que orientam o comportamento humano
em diferentes contextos sociais. As normas jurídicas representam o
produto final do direito e materializam as dimensões fática e valorativa.

Elas são interdependentes e devem ser compreendidas como uma


unidade para que se possa ter uma visão completa e integrada do sistema
jurídico.

FONTES DO DIREITO

CLASSIFICAÇÃO DAS FONTES

São múltiplos os critérios metodológicos para se estabelecer uma


classificação para as fontes do direito, mas de forma geral, pode-se
classificar em fontes materiais e fontes formais.

FONTES MATERIAIS

Tem-se por fontes materiais a própria sociedade. São consideradas fontes


materiais “todas as autoridades, pessoas, grupos e situações que
influenciam a criação do direito em determinada sociedade”, segundo
Dimitri Dimoulis[7]. Corresponde aquilo que está intrínseco na
elaboração de uma lei, ao valor que possui o fato social. Isso se dá de
acordo com a interpretação da sociedade para com o fato, seja ela com o
intuído de obrigar, proibir ou permitir. Da sociedade é que provêm os
elementos históricos, racionais e ideais.

FONTES FORMAIS

As fontes formais do direito são aquelas tidas como primárias, diretas ou


imediatas. Cada ordenamento jurídico possui as suas fontes formais, no
qual se encontra o direito em vigor. Possui esse nome por atribuir forma
ao tratamento dado pela sociedade à determinado valor, em determinada
época. São elas que “formulam” as normas válidas.

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FONTES FORMAIS DIRETAS

Lei------ Kelsen

Características:

Generalidade a norma jurídica dirige-se a todos os cidadãos sem qualquer


distinção tendo eficácia erga omnes (que tem efeito ou vale para todos).

Imperatividade a norma jurídica é um imperativo impondo deveres e


condutas para os membros da coletividade

Permanência a lei perdura até que seja revogada por outra ou perca sua
eficácia

Competência deve emanar de autoridade competente com respeito ao


processo de elaboração.

FONTE FORMAIS INDIRETAS

Art.4º da LINDB

Integração: analogia, costumes e princípios gerais do direito.

ANALOGIA

Temos uma previsão para uma lei porém não temos para uma
semelhante.

03 Requisitos para aplicação da Analogia:

● que a semelhança essencial entre a situação não prevista e aquela


prevista na lei tenha a mesma razão jurídica.
● que o fato em questão não seja regulado de forma específica e
expressa pela lei.
● que a lei regule hipótese similar.

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02 Tipos de Analogia:

● Legis= demonstrada a semelhança entre duas situações deve se


demonstrar que um deles está previsto na legislação e o outro não.
Ex: venda de imóveis entre cônjuges.
● Juris= é a aplicação de um conjunto de normas próximas, visando
extrair elementos que possibilitem a analogia. Ex; Remissão da
posse utiliza a lei de patrimônios.

COSTUME

É a conduta reiterada da falsa impressão de existir norma jurídica a


respeito da matéria.

Contra Legem = parece que é possível, porém a lei não permite.

Secundum Legem = quando a referência expressa dos costumes no


texto da lei. Ex: Contrato de locação Art.569º, inciso II.

Praeter Legem = é um costume que não é previsto em lei mas


também não é proibido.

São enunciações normativas de valor genérico, que condicionam e


orientam a compreensão do ordenamento jurídico em sua aplicação e
integração. Ex: enriquecimento sem causa.

FONTES NÃO FORMAIS

Doutrina entendimento firmado pelos juristas sobre determinado tema.

Jurisprudência o entendimento majoritário daquele tribunal sobre o


tema.

REGRAS DE TRATO SOCIAL

As Regras de Trato Social são padrões de conduta social, elaboradas pela


sociedade e que, não resguardando os interesses de segurança do homem,
visam a tornar o ambiente social mais ameno, sob pressão da própria
sociedade.

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São as regras de cortesia, etiqueta, protocolo, cerimonial, moda,


linguagem, educação, decoro, companheirismo, amizade etc.

CARACTERES DA LEI

Os caracteres da lei são conceitos fundamentais relacionados às leis.

Bilateralidade: Refere-se ao fato de que as leis são aplicáveis a todos os


sujeitos de direito, ou seja, são estabelecidos direitos e deveres para
ambas as partes envolvidas em uma relação jurídica. Isso significa que as
leis não podem impor obrigações apenas a uma das partes, mas devem
estabelecer direitos e deveres para todos os envolvidos.

Generalidade: A generalidade é um princípio fundamental do direito,


que estabelece que as leis devem ser formuladas de maneira ampla e
genérica, aplicáveis a todos os casos sem discriminação ou exceções
arbitrárias. Isso significa que as leis não devem ser feitas para casos
específicos ou pessoas individuais, mas devem ser aplicáveis a todas as
situações similares.

Abstratividade: A abstratividade é um princípio que significa que as leis


são formuladas de forma abstrata, ou seja, são estabelecidas de maneira
geral, sem se referir a casos específicos. As leis não devem se basear em
situações concretas ou particulares, mas sim em princípios e normas
gerais que podem ser aplicados a várias situações.

Imperatividade e coercibilidade: Esses dois conceitos estão


relacionados. A imperatividade significa que as leis estabelecem
comandos ou ordens obrigatórias, que devem ser seguidas por aqueles a
quem se aplicam. A coercibilidade, por sua vez, refere-se ao poder que o
Estado tem para aplicar medidas coercitivas e impor sanções para
garantir o cumprimento da lei. Em outras palavras, as leis não são
meramente sugestões, mas impõem obrigações e podem ser aplicadas
coercitivamente se forem desrespeitadas.

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TEORIA PURA DO DIREITO ⚠️ 


A Teoria Pura reduz a expressão do Direito a um só elemento: norma
jurídica. Separando o mundo do ser e as considerações morais, políticas e
sociológicas, pertinente às ciências naturais, da ordem do dever-ser,
Kelsen situou o Direito nesta última.

Kelsen argumenta que o direito deve ser entendido como um sistema de


normas jurídicas, criadas e aplicadas por autoridades competentes. Ele
defende a ideia de uma hierarquia de normas, em que cada norma é
baseada em uma norma superior e confere validade a normas inferiores.

TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO (FATO, VALOR E NORMA) ⚠️ 


A Teoria Tridimensional do Direito, também conhecida como Teoria
Tridimensional do Direito de Miguel Reale, é uma abordagem filosófica do
Direito que considera três elementos fundamentais: fato, valor e norma
que são interdependentes e inseparáveis. Essa teoria foi desenvolvida
pelo jurista brasileiro Miguel Reale no século XX e busca uma
compreensão mais completa e abrangente do fenômeno jurídico.

Essa teoria representa uma tentativa de superar as abordagens


unidimensionais do Direito, como o positivismo jurídico, que enfatizava
apenas as normas jurídicas, e o jusnaturalismo, que privilegiava os
valores e princípios naturais. A Teoria Tridimensional busca uma
compreensão mais ampla e integrada do fenômeno jurídico, considerando
a complexidade e a diversidade das relações sociais.

Fato: O fato jurídico é a base da ordem jurídica. Refere-se aos


acontecimentos sociais, às relações e aos comportamentos que são
relevantes para o Direito. Esses fatos podem ser individuais ou coletivos,
como contratos, crimes, propriedade, relações familiares, entre outros. A
dimensão fática representa a realidade social em que o Direito se
manifesta.

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Valor: Os valores são os elementos axiológicos presentes no Direito. Eles


representam as ideias, princípios e fins que orientam a criação, a
aplicação e a interpretação das normas jurídicas. Exemplos de valores
jurídicos são justiça, igualdade, liberdade, segurança, solidariedade, entre
outros. A dimensão valorativa busca a compreensão dos ideais e
finalidades do Direito.

Norma: A norma jurídica é a expressão formal do Direito. Ela estabelece


as regras, os direitos e os deveres que regulam as relações sociais e que
devem ser observados pelos indivíduos. As normas jurídicas são criadas
pelos órgãos competentes e possuem um caráter coercitivo, ou seja, sua
violação pode acarretar consequências jurídicas. A dimensão normativa é
responsável por estabelecer a estrutura e a aplicabilidade das regras
jurídicas.

CLASSIFICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DA NORMA JURÍDICA

A classificação e interpretação das normas jurídicas são atividades


essenciais para a compreensão e aplicação do direito. Esses processos
ajudam a determinar a natureza das normas e a extrair seu significado
correto. Vou explicar brevemente cada um desses conceitos.

Classificação das normas jurídicas:

As normas jurídicas podem ser classificadas de diferentes maneiras,


levando em consideração vários critérios. Aqui estão algumas das
principais classificações:

● Quanto à hierarquia: As normas podem ser hierarquicamente


organizadas em uma estrutura piramidal, onde algumas normas
estão subordinadas a outras. Isso é conhecido como sistema de
hierarquia normativa, presente em muitos ordenamentos jurídicos.
Exemplos de hierarquia incluem a Constituição, as leis ordinárias,
os decretos, as resoluções, entre outros.

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● Quanto ao conteúdo: As normas podem ser classificadas de acordo


com o seu conteúdo e área de aplicação. Podem ser normas de
direito civil, penal, administrativo, trabalhista, tributário, entre
outras. Cada área do direito possui suas próprias normas
específicas.
● Quanto à finalidade: As normas podem ser classificadas com base
na finalidade que buscam atingir. Podem ser normas permissivas
(que autorizam determinadas condutas), proibitivas (que vedam
condutas), obrigatórias (que impõem deveres) ou facultativas (que
conferem opções).

Essas são apenas algumas das classificações possíveis, e é importante


ressaltar que a classificação pode variar dependendo do sistema jurídico
em questão.

Interpretação das normas jurídicas:

A interpretação das normas jurídicas é o processo de compreender o seu


sentido e alcance. Ela é fundamental para a aplicação correta do direito. A
interpretação pode ser realizada de diferentes maneiras, e existem várias
teorias interpretativas. Aqui estão algumas das principais:

● Interpretação literal: A interpretação literal consiste em atribuir


às palavras e expressões da norma o seu sentido comum e usual, de
acordo com a gramática e o contexto em que estão inseridas.
Busca-se entender a norma conforme o seu texto escrito.
● Interpretação histórica: A interpretação histórica busca
compreender o sentido da norma à luz do contexto histórico em
que foi elaborada. Examina-se a legislação, os debates legislativos,
as intenções dos legisladores e outros documentos relevantes.
● Interpretação teleológica: A interpretação teleológica se
concentra na finalidade ou objetivo da norma. Busca-se entender
qual o propósito que a norma visa alcançar e interpretá-la de
acordo com esse propósito.

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● Interpretação sistemática: A interpretação sistemática considera


a norma dentro do contexto do ordenamento jurídico como um
todo. Examina-se a relação entre a norma em questão e outras
normas relacionadas, buscando uma interpretação que seja
coerente com o sistema jurídico como um todo.

A interpretação das normas jurídicas é uma tarefa complexa e envolve


uma análise cuidadosa dos elementos linguísticos, históricos, teleológicos
e sistêmicos relacionados à norma em questão.

RELAÇÃO JURÍDICA

Conceito:

A relação jurídica é um conceito fundamental do direito que descreve a


ligação estabelecida entre duas ou mais pessoas em virtude do exercício
de direitos e deveres previstos em normas jurídicas. Ela envolve a
interação entre sujeitos de direito e é caracterizada por ter um objeto que
é protegido ou regulado pelo ordenamento jurídico. A sua compreensão é
elemento-chave para o conhecimento da Teoria Geral do Direito.

Vínculo jurídico

É o elemento que liga os sujeitos e o objeto da relação jurídica. É a base


legal que estabelece os direitos e obrigações das partes envolvidas. Esse
vínculo pode ser estabelecido por meio de um contrato, um ato jurídico
unilateral, uma lei ou outros instrumentos legais.

Sujeitos

São as pessoas físicas ou jurídicas envolvidas na relação jurídica. Podem


ser indivíduos, empresas, instituições, entre outros. Existem dois tipos de
sujeitos: sujeito ativo e sujeito passivo. O sujeito ativo é aquele que detém
um direito e pode exigir o seu cumprimento. O sujeito passivo, por sua
vez, é aquele que possui uma obrigação e deve cumprir o que lhe é
exigido pelo sujeito ativo.

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Objeto

São as pessoas físicas ou jurídicas envolvidas na relação jurídica. Podem


ser indivíduos, empresas, instituições, entre outros. Existem dois tipos de
sujeitos: sujeito ativo e sujeito passivo. O sujeito ativo é aquele que detém
um direito e pode exigir o seu cumprimento. O sujeito passivo, por sua
vez, é aquele que possui uma obrigação e deve cumprir o que lhe é
exigido pelo sujeito ativo.

LINDB

Art 4º, 5º e 6º

Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a
analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.

Art. 5º Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se
dirige e às exigências do bem comum.

Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato


jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.

§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente


ao tempo em que se efetuou.

§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou


alguém por êle, possa exercer, como aquêles cujo comêço do exercício
tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio
de outrem.

§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já


não caiba recurso.

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