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FUNDAMENTOS HISTÓRICOS

E TEÓRICOS DO DIREITO
EMENTA: Noção de Direito: definição e elementos. Análise do conceito
de Direito e sua relação com os âmbitos da moral, da política, da
religião, da justiça, da força e do Estado. Solução de conflitos como
problema central da dogmática jurídica. Teorias sobre o Direito e sua
evolução: do jusnaturalismo ao realismo crítico. Norma e ordenamento
jurídicos. Estrutura da norma jurídica. Validade, vigência, eficácia e
força. As fontes do Direito: lei, costume e jurisprudência. Interpretação
e aplicação do Direito. Métodos de interpretação jurídica. Aplicação e
subsunção. O problema da vontade e da competência na aplicação do
direito. Evolução Histórica do Direito: sistema germânico-romano e
sistema anglo-saxão. Direito no Brasil colonial, imperial e republicano.
Direito, equidade e justiça. Direito objetivo: direito público e direito
privado. Direito subjetivo. Princípios gerais do Direito. Da norma ao
ordenamento jurídico: unidade, coerência e completude do
ordenamento jurídico.
Conteúdo:
• História do Direito
• Teorias de Direito
• Fontes do Direito
• Norma Jurídica
• Fato Jurídico
• Considerações Sobre a Lei No Tempo
• Aplicação, Interpretação e Integração
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
- NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito. [recurso eletrônico]. 43ºed. Rio de Janeiro:
Forense, 2021
- FERRAZ JUNIOR, Tercio Sampaio. Introdução ao estudo do direito: [recurso eletrônico] técnica,
decisão, dominação. 11ºed. São Paulo: Atlas, 2019
- VENOSA, Sílvio de Salvo. Introdução ao estudo do direito. [recurso eletrônico]. 6ª edição. São
Paulo: Atlas, 2019.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
- BITTAR, Eduardo. C. B. Introdução ao estudo do direito: [recurso eletrônico] humanismo,
democracia e justiça. 2ºed. São Paulo: Saraiva Educação, 2019.
- JUSTEN FILHO, Marçal. Introdução ao estudo do direito. [recurso eletrônico]. 2ºed. Rio de Janeiro:
Forense, 2021.
- MASCARO, Alysson Leandro. Introdução ao estudo do direito. [recurso eletrônico]. 7ª edição. São
Paulo: Atlas, 2021.
- RIZZARDO, Arnaldo. Introdução ao direito e parte geral do código civil. [recurso eletrônico]. 8ªed.
Rio de Janeiro: Forense, 2015.
- VESTING, Thomas. Teoria do direito: [recurso eletrônico] uma introdução. São Paulo: Saraiva, 2015
Saiba o que é a Pirâmide da Aprendizagem e como
usá-la em seu favor!

A teoria da Pirâmide de
Aprendizagem foi desenvolvida
por William Glasser (1925-2013
O CONHECIMENTO CIENTÍFICO
Ciência sem consciência não passa de ruína da alma.
François Rabelais
STF invalida uso da tese da legítima defesa
da honra em casos de feminicídio
Definição
Definir o que é direito é uma tarefa árdua, tendo em vista que se trata
de algo intangível, com múltiplos aspectos e qualidades. Em regra, é
possível dizer que o atributo mais relevante e presente em quase todas
as suas explicações é a obrigatoriedade.
Miguel Reale (2017) comenta em Lições Preliminares de Direito:
Aos olhos do homem comum o Direito é a lei e ordem, isto é, um conjunto de
regras obrigatórias que garante a convivência social graças ao
estabelecimento de limites à ação de cada um de seus membros.

Paulo Nader, que diz que Direito é um "conjunto de normas de


conduta social, imposto coercitivamente pelo Estado, para
realização de segurança, segundo critérios de justiça".
Direito, Moral e Ética
Em um primeiro momento é possível dizer que a moral precede o
direito, sendo ela um conjunto de valores sociais e culturais de
determinado povo cuja aplicabilidade sistemática geralmente carece de
estrutura.
A moral é a perspectiva pela qual se busca o que deve e o que não deve
ser; é a lente pela qual o homem vê o mundo e imagina o que precisa
ser mudado. Quando se supõe que a moral é um critério de validade do
direito, refere-se ao conceito de moralismo jurídico.
Ética é um conjunto de regras, princípios ou maneiras que os membros
de uma sociedade adotam para solucionar conflitos internos, ou evita-
los, a partir da divisão do que é correto e incorreto na sua visão
A MORAL PREVÊ CERTO E ERRADO, A ÉTICA PREVÊ O BEM E O MAL
A moral e a ética são conceitos relacionados, mas têm diferenças
distintas. A moral refere-se a um conjunto de princípios e valores que
orientam o comportamento humano. Ela é baseada em normas e
regras estabelecidas pela sociedade, pela cultura ou pela religião. A
moral define o que é certo e errado, bom e mau, permitido e proibido,
e influencia as ações e decisões das pessoas.
Por outro lado, a ética é uma reflexão crítica sobre a moral. Ela busca
analisar e questionar os fundamentos morais, avaliando se são justos,
coerentes e aplicáveis em diferentes contextos. A ética envolve uma
análise filosófica e racional dos princípios morais, buscando
compreender os valores e princípios que estão por trás das regras e
normas morais.
Em resumo, a moral é o conjunto de regras e valores que orientam o
comportamento humano, enquanto a ética é uma reflexão crítica sobre
essas regras e valores.
DIREITO POSITIVO E NATURAL
Direito Público
Externo

Direito Público

Direito
Direito Público
Objetivo
Interno

Direito Privado

Direito
Subjetivo
Direito Positivo

Direito

Direito Direito
Natural Potestativo
Jusnaturalismo ou direito natural é uma teoria de direito que
preceitua que a norma legal é uma ordem que decorre da natureza.
Para essa teoria, assim como o homem estuda o mundo natural para
descobrir como funcionam as ciências exatas, ele estuda o direito.
Pode ser dividido em três correntes: a) ele é teológico quando as
ideias que justificam o direito são de natureza religiosa; b) é
cosmológico quando os argumentos são reputados representantes da
ordem universal das coisas; e c) é considerado racionalista quando o
direito está fundamentado em uma conclusão lógica.

O direito positivo ou juspositivismo é a antítese do direito natural,


ou seja, é um conjunto de normas estabelecidas pelo poder político,
que se impõem e regulam a vida social de um dado povo em
determinada época. É por meio dessas normas que o direito pretende
alcançar o equilíbrio social, impedindo a desordem e os delitos,
resguardando os direitos e a liberdade das pessoas.
Direito objetivo, subjetivo e potestativo
Direito Objetivo consiste nas previsões gerais e generalizadas
presentes no ordenamento jurídico. É todo o conjunto de normas e
regras vigentes em um Estado, que devem ser respeitadas pela
sociedade, sob pena de sanções.
O direito objetivo abrange leis, jurisprudências, costumes e quaisquer
fontes do direito permitidas no ordenamento jurídico. O conceito é
denominado em latim pela expressão norma agendi, que significa
“norma de agir”, pois consiste no conjunto de normas que regem uma
sociedade.
Em resumo, a expressão direito objetivo é utilizada quando a palavra
direito for sinônimo de ordenamento jurídico.
O direito subjetivo consiste nas prerrogativas conferidas pelo
ordenamento jurídico aos indivíduos. Assim, sempre que uma previsão
do direito objetivo ocorre de forma concreta, a norma incide sobre os
indivíduos envolvidos e eles passam a ser titulares de direitos
subjetivos. Portanto, o direito subjetivo é o resultado da incidência de
uma norma jurídica a um fato jurídico.
O direito subjetivo é a faculdade de invocar o ordenamento jurídico
em defesa dos próprios interesses. É tudo que os titulares de direitos
podem fazer sem que violem os direitos de outros. Por esse motivo, a
ideia de direito subjetivo é transmitida em latim pela expressão facultas
agendi, que significa “faculdade de agir”.
Em resumo, a expressão direito subjetivo é utilizada quando a palavra
direito for sinônimo de prerrogativa.
Exemplos: Direito de cobrança de um valor em dívida através de uma ação judicial.
Direito de pedir indenização por um dano causado pela Administração Pública.
Carlos Roberto Gonçalves: Direito objetivo é o conjunto de normas
impostas pelo Estado, de caráter geral, a cuja inobservância os
indivíduos podem ser compelidos mediante coerção. Esse conjunto de
regras jurídicas comportamentais (norma agendi) gera para os
indivíduos a faculdade de satisfazer determinadas pretensões e de
praticar os atos destinados a alcançar tais objetivos (facultas agendi).
Encarado sob esse aspecto, denomina-se direito subjetivo, que nada
mais é do que a faculdade individual de agir de acordo com o direito
objetivo, de invocar a sua proteção.
Direito Potestativo é um direito que não admite contestações, ou seja,
seu uso é de mera liberdade do seu possuidor. É o caso, por exemplo,
do direito assegurado ao empregador de dispensar um empregado (no
contexto do direito do trabalho); cabe a ele apenas aceitar esta
condição; como também num caso de divórcio, uma das partes
aceitando ou não, o divórcio será processado.
DIREITO PÚBLICO E DIREITO
PRIVADO
Direito Público é:“conjunto de normas e princípios que regem a
atividade do Estado, a relação deste com os particulares, assim como o
atuar recíproco dos cidadãos.”
O Direito Público se divide em:
• O Direito Público Interno: O Direito Público Interno rege os interesses estatais e sociais. Suas
normas encontram-se no direito constitucional, administrativo, processual, tributário, penal e
eleitoral, agrário.
• Direito Público Externo: Tem a função de tratar das relações internacionais entre Estados
soberanos, as normas utilizadas para tanto são as de Direito Internacional Público, ou seja,
convenções e tratados que os chefes de estado firmam com organizações internacionais.
O Direito Privado é formado por normas que tem por matéria as
relações existentes entre os particulares relativas à vida privada, e as
relações patrimoniais ou extra patrimoniais. As normas de direito
privado encontram-se no direito civil , direito empresarial, trabalho.
FINALIDADE DO DIREITO

“O Direito está em função da vida social. A sua finalidade é a


desfavorecer o amplo relacionamento entre as pessoas e os grupos
sociais, que é uma das bases do progresso da sociedade” (Paulo
Nader).
• Finalidade básica – COEXISTÊNCIA PACÍFICA
• Máxima em Direito: “NINGUÉM PODE ALEGAR DESCONHECIMENTO
DA LEI” (art.3°, da Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro)
• “O fim atribuído ao Direito não é o de criar uma ordem ideal, mas
uma ordem real de convivência”. Thomas Hobbes
SIMBOLOGIA DO DIREITO

Utilizada desde a Antiguidade, a balança é considerado


por muitos como o símbolo máximo do direito. A
balança é um objeto que representa o equilíbrio, a
equivalência e a equação entre culpa e castigo.
Utilizada desde a Antiguidade, a balança é considerado
por muitos como o símbolo máximo do direito. A
balança é um objeto que representa o equilíbrio, a
equivalência e a equação entre culpa e castigo.
Na mitologia grega, Themis é filha de Urano (Céu) e de Gaia
(Terra) e representa a personificação da justiça. A deusa
exibe uma balança (que simboliza o bom senso e equilíbrio
nos julgamentos) e uma espada (que reflete a força de suas
decisões).
Atividade de Fixação
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
• https://www.tiktok.com/@contosvirtuais/video/7249516459142008069
• https://www.youtube.com/watch?v=q2VcP2yJXFM

1. IA é capaz de promover manipulação social


e política
2. IA tem problemas de privacidade e vazame
nto de dados
3. Inteligência Artificial é enviesada e parcial
4. IA promove desvalorização e roubo de Arte
5. IA é usada para nudez não-consensual e po
rnografia infantil
FONTES DO DIREITO
"Fontes do direito" é uma expressão
utilizada no meio jurídico para se
referir aos componentes utilizados no
processo de composição do direito,
enquanto conjunto sistematizado de
normas, com um sentido e lógica
próprios, disciplinador da realidade
social de um estado. Em outras
palavras, fontes são as origens do
direito, a matéria prima da qual nasce
o direito.
Elas são classificadas da seguinte forma: históricas, materiais
e formais:
F. HISTÓRICAS F. MATERIAIS F. FORMAIS
Remete-se a eventos cujo Trata-se de todas as Refere-se à exteriorização
impacto influenciou a autoridades, pessoas, ou concretização do direito
sistematização do direito grupos e situações que (fontes formais diretas ou
influenciam a criação do indiretas).
direito em determinada
sociedade.
Indicam a gênese das Estado (por meio dos Lei e precedentes
modernas instituições elaboradores do Direito: Doutrina
jurídicas: a época, local, as Poderes legislativo, Analogia
razões que determinaram executivo e Judiciário), Costumes
a sua formação. Fatos sociais, valores de Princípios
cada época (ordem, Equidade
segurança, paz social, Jurisprudência
justiça).
LEI
(FONTE FORMAL DIRETA OU IMEDIATA)
Esta é a principal fonte de direitos no ordenamento jurídico
brasileiro. Ela é considerada uma fonte direta formal porque a
sua invocação é o suficiente para a produção de uma
ordem.Trata-se da principal fundamentação da decisão judicial
.
Se existe lei que trata do assunto, basta. A força da lei também
deriva do ato de Constituição da República Federativa do
Brasil no que diz respeito ao princípio da legalidade, pois
consta no inciso II do seu art. 5º que ninguém será obrigado a
fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de
lei.
PRECEDENTE
(FONTE FORMAL DIRETA OU IMEDIATA)

Quando o Supremo Tribunal Federal (STF) ou o Superior Tribunal de


Justiça (STJ) entendem que determinada matéria tem repercussão
geral, é fixado um tema e levado para julgamento em colegiado. Depois
que o tema é julgado, ele passa a ser um precedente.
Os precedentes são decisões que os tribunais superiores tomam sobre
diversas matérias, nos quais as Cortes superiores fixam um tema,
estabelecem a forma do entendimento sobre aquela matéria e
determinam que aquele assunto deve ser obedecido por todos os
magistrados do país de acordo com o precedente.
JURISPRUDÊNCIA
(FONTE FORMAL INDIRETA OU MEDIATA)
Este é o nome que se dá ao conjunto de decisões expedidas
por um tribunal. A jurisprudência é uma forma de costume
judiciário, na qual os tribunais decidem de forma semelhante
acerca de determinados casos.
A jurisprudência serve o propósito de unificação da postura
deliberativa do judiciário, pois os tribunais que julgam
recursos reformam sentenças judiciais de acordo com o
próprio entendimento jurídico.
DOUTRINA
(FONTE FORMAL INDIRETA OU MEDIATA)
A doutrina é o conjunto de profundos conhecimentos jurídicos
de especialistas sobre variadas matérias de direito. O
doutrinador se difere dos outros profissionais do direito
porque a sua atividade de interpretação é tão essencial à
norma que ela é capaz de produzir
efeitos muito maiores.
A ponto de que o doutrinador é capaz de criar implicações que
resultem em direitos, simplesmente por causa da própria
interpretação.
PRINCÍPIOS
(FONTE FORMAL INDIRETA OU MEDIATA)

São conceitos abstratos sobre direito, estado e justiça, como


no caso do princípio da dignidade da pessoa humana.
Os princípios são normas jurídicas norteadoras que
controlam e limitam os efeitos das regras jurídicas. São
normas que sistematizam o ordenamento jurídico, porque
todos os outros mandamentos legais estão submetidos aos
princípios.
Por exemplo, a dignidade da pessoa humana é um dos
princípios que justifica a proibição de tratamentos cruéis
contra pessoas encarceradas.
ANALOGIA
(FONTE FORMAL INDIRETA OU MEDIATA)

Esta fonte de direito se refere à aplicação de uma lei a um


caso para qual ela não foi inicialmente produzida, mas que a
ele pode ser aplicada porque possui circunstâncias
semelhantes.
Por exemplo, o aborto é permitido quando um profissional da
saúde atesta que a gravidez resulta em risco para a vida de
mãe. Com base nisso foi decidido pela Suprema Corte que o
aborto de fetos anencefálicos é conduta que não pode ser
punida pelo estado.
COSTUMES
(FONTE FORMAL INDIRETA OU MEDIATA)

Esta fonte de direito diz respeito a uma prática reiterada e comum por
determinado povo. É caracterizado pela presença de dois elementos:
Elemento objetivo: corresponde à prática enraizada e universal, de uma
determinada forma de conduta.
Elemento subjetivo: consenso, na convicção da necessidade social
daquela prática.
Obs.: Quando se fala de formas de pagamento, é possível se referir ao cheque, que
a princípio é uma ordem de pagamento à vista. Contudo, se tornou prática comum
no mercado que os pagadores escrevessem uma data no cheque indicando quando
seria possível sacar o pagamento. Isso ganhou popularidade ao ponto de que pode
ser considerado um costume.
EQUIDADE
(FONTE FORMAL INDIRETA OU MEDIATA)
Esta fonte de direito se refere ao princípio de justiça de que
pessoas em condições diferentes devem ser tratadas de
forma diferente. Portanto, pode-se dizer que a equidade
transforma em direito o que se acredita ser necessário à
satisfação da justiça. Usado em caso de lacuna ou contradição.
É faculdade que o magistrado possui de valer-se de seus
próprios critérios de justiça, não estando vinculado a métodos
de concepção e interpretação pré estabelecidos.
BOA NOITE, ALUNOS!
A LEI
É uma norma comum e obrigatória, proveniente do poder
competente e promovida de sanção. Sendo assim, a fonte
primordial do direito.
A lei é um ato do poder legislativo, que estabelece normas de
comportamento social. Para entrar em vigor, deve ser
promulgada e publicada no Diário Oficial. É, portanto, um
conjunto ordenado de regras que se apresenta como um texto
escrito.
1) Principais Características da Lei
• Generalidade: dirige-se a todos os cidadãos, sem qualquer
distinção, tendo efeito erga omnes (para todos).
• Imperatividade: impõe um dever, uma conduta aos
indivíduos. A lei é uma ordem, um comando. Quando exige
uma ação, impõe; quando quer uma abstenção, proíbe.
• Autorizamento: traz a ideia de ser autorizante, pois autoriza
e legitima o uso da faculdade de coagir. Ou seja, a lei autoriza
que lesado exija o cumprimento da violação ou a reparação
pelo mal causado.
• Permanência: a lei não se exaure numa só aplicação, pois
deve perdurar até que seja revogada por outra lei. Algumas
normas, entretanto, são temporárias.

• Competência: para a lei valer contra todos, deve emanar de


autoridade competente. O legislador está encarregado de
editar as leis, mas tem de observar os limites de sua
competência.
2) Efeitos da Lei
• Imperativas: São as leis que exprimem determinadas ordens.
Como por exemplo, o art. 5° da CF/88 - Todos são iguais
perante a lei.
• Proibitivas: São as leis que impedem, censuram, proíbem
algo. Como por exemplo, o art. 426 do CC - Não pode ser
objeto de contrato a herança de pessoa viva.
• Facultativas: São aquelas que se caracterizam por não serem
obrigatórias. Como por exemplo, o direito de adotar.
• Punitivas: São aquelas que se caracterizam por punir,
penalizar. Como por exemplo, o art.942 do CC - Reparação do
dano.
3) Quanto a sua natureza:
• Substantivas: são aquelas que definem direitos e deveres,
estabelecendo os seus requisitos e suas formas de exercício.
Dizem respeito ao direito material.
Exemplo: Direito material Civil, Direito material Penal, etc.

• Adjetivas: são aquelas que traçam os meios de realização


dos direitos. Referem-se ao rito, ao procedimento e ao
processo. Sendo também denominadas processuais ou
formais.
Exemplo: Direito Processual Civil, Direito Processual Penal, etc.
4) Quanto à sua hierarquia:
1. Constituição Federal e Emendas Constitucionais
2. Leis Complementares
3. Leis Ordinárias
4. Leis Delegadas
5. Medidas Provisórias
6. Decretos legislativos
7. Resoluções
8. Normas internas
9. Normas individuais
1) Considerada uma das mais modernas e extensas do mundo, a
Constituição Federal (CF) de 1988 elenca os direitos individuais e
coletivos dos brasileiros.
2) Abaixo da Carta Magna e de suas emendas estão as leis
complementares, que têm como propósito justamente regular pontos
da Constituição que não estejam suficientemente explicitadas. EX: A Lei
Orgânica da Magistratura Nacional, a Lei de Responsabilidade Fiscal .
3) As leis ordinárias são normas de competência exclusiva do Poder
Legislativo. Essas matérias precisam ser discutidas e aprovadas por
deputados ou senadores e, posteriormente, sancionadas pelo chefe do
Poder Executivo, o Presidente da República. Como exemplos de leis
ordinárias, temos os códigos em geral (Civil, Penal) e a lei sobre o
regime jurídico dos Servidores Federais.
4) As leis delegadas são elaboradas pelo chefe do Poder Executivo a
partir de delegação do Congresso Nacional. Entre elas está a Lei
Delegada n. 13, que instituiu as gratificações de atividade para
servidores do Poder Executivo.
5) Anteriormente conhecida como decreto-lei, a medida provisória
(MP) é expedida pelo Presidente da República em caso de relevância
ou urgência, tem força de lei e vigência de 60 dias. Deve,
obrigatoriamente, ser examinada pelo Congresso. Deputados e
senadores podem aprovar ou rejeitar a norma, ou ainda criar nova lei
em sua substituição. Se ultrapassado o prazo e não for aprovada, a MP
perde a validade.
6) Os decretos legislativos são atos normativos de competência do
Congresso Nacional. Cite-se por exemplo a ratificação de tratados
internacionais, autorizar referendos populares e plebiscitos, e conceder
autorização para o funcionamento de emissoras de rádio e de televisão.
7) Já as resoluções, ainda como uma espécie normativa prevista na CF,
são atos editados pelo Congresso Nacional, pelo Senado Federal e pela
Câmara dos Deputados para tratar de assuntos internos. Há, contudo,
outras espécies de resoluções editadas pelos poderes executivo e
judiciário no intuito de regulamentar leis sobre determinados assuntos,
como por exemplo, as resoluções editadas pelo Conselho Nacional de
Justiça.
8) Normas internas: são os estatutos, regimentos, despachos etc.
9) Normas individuais: são os testamentos, contratos, sentenças
judiciais etc.

Para decidir qual lei será aplicada ao caso concreto, o julgador utilizará
três critérios: 1.Hierarquia; 2. Especialidade; e 3. Cronologia.
EXISTE HIERARQUIA ENTRE LEI COMPLEMENTAR E LEI
ORDINÁRIA?

A existência de hierarquia entre a lei complementar e a lei ordinária no


nosso ordenamento jurídico é uma questão controvertida entre os
doutrinadores e a jurisprudência. A doutrina não é pacífica quanto ao
tema, tendo vários defensores da existência ou não da hierarquia.
5) Quanto à sua competência:
• Leis Federais: são de competência da União Federal, votadas pelo
Congresso Nacional, com incidência sobre todo o território brasileiro
ou parte dele. Como por exemplo, Direito Civil, Direito Penal,
Processo Penal.
• Estaduais: são as aprovadas pelas Assembleias Legislativas, com
aplicação restrita à circunscrição territorial do Estado-membro . Nos
Estados, há as Constituições Estaduais, podendo cada Estado elaborar
a sua, bem como as respectivas leis complementares e ordinárias,
sempre dentro das competências que lhes cabem.
• Municipais: são as editadas pelas Câmaras Municipais, com aplicação
circunscrita aos limites territoriais dos respectivos municípios. Cada
Município pode elaborar sua Carta Constitucional, bem como as leis
ordinárias que lhe competem.
EXISTE HIERARQUIA ENTRE AS LEIS
FEDERAIS, ESTADUAIS, MUNICIPAIS OU
DISTRITAIS?
Não existe hierarquia entre as leis federais, estaduais,
municipais ou distritais. Na verdade, o que pode
acontecer é um conflito de competências e não um
conflito de hierarquia.
6) Quanto ao alcance:

• Leis Gerais: são as que se aplicam a um número


indeterminado de pessoas e atingem uma gama de
situações genéricas. O Código Civil brasileiro é
exemplo de lei geral.
• Leis Especiais: são as que regulam matérias com
critérios particulares, diversos das leis gerais. A lei
ambiental, a lei de defesa do consumidor, e a lei de
locação são exemplos de leis especiais.
7) Quanto a duração:
• Leis Temporárias: é uma exceção no ordenamento jurídico,
pois, já nascem com um tempo determinado de vigência.
Normalmente, surgem para atender a uma situação
circunstancial ou de emergência. Exemplo: Leis
orçamentárias.

• Leis Permanentes: são editadas para vigorar por tempo


indeterminado, deixando de ter vigência apenas mediante
outro ato legislativo que as revogue.
Exemplo: Código Civil, Código Penal.
VALIDADE X VIGÊNCIA X VIGOR

• Validade: se a norma foi produzida por autoridade


competente e se seu conteúdo é válido -> aspectos formais
e materiais na produção.
• Vigência: é o período de que a norma produzirá efeitos -
> tempo.
• Vigor: força vinculante da lei -> força.
VALIDADE
Para Hans Kelsen, uma norma jurídica é válida quando foi produzida
por autoridade competente em conformidade com outra norma
jurídica de caráter superior. Inclusive, para ele não existe distinção
entre a validade e a vigência de uma norma, pois toda norma jurídica
que passa pelo processo anteriormente descrito é considerada válida.
Para Miguel Reale, a validade da norma jurídica se divide nos três
aspectos do direito: a validade formal (norma), que diz respeito à
adequação do direito ao ordenamento jurídico; a validade social (fato),
que diz respeito à aceitação social ou eficácia do direito; e a validade
ética (valor), que diz respeito à justiça.
Lei de Introdução às normas do Direito
Brasileiro.
DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942

Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país


quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.
Vacatio Legis é esse lapso temporal, necessário para que as pessoas
tomem conhecimento do conteúdo da novel legislação.
Ver exemplo o Código Civil ( Lei 10. 406/2002)

§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira,


quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente
publicada.
Importante para concurso
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que
outra a modifique ou revogue.
A revogação acontece por intermédio de uma norma jurídica com redação
expressa ou tácita, que retira total ou parcialmente outra norma jurídica do
ordenamento jurídico.
A revogação expressa acontece quando uma norma contém em sua redação a
disposição de que outra norma deixa de existir com a vigência da primeira. Já a
revogação tácita acontece quando uma lei nova regula os mesmos assuntos que
eram regulados pela lei antiga.
A revogação total, ou ab-rogação, acontece quando uma norma retira
completamente a outra do ordenamento jurídico, e a revogação parcial, ou
derrogação, quando somente parte de uma norma antiga é suprimida por uma
norma nova.
A repristinação é permitida quando se diz respeito à declaração de
inconstitucionalidade. Ou seja, se o Supremo Tribunal Federal declarar a
inconstitucionalidade da lei “B”, a lei “A” voltaria a viger automaticamente caso ela
seja compatível com a Constituição.
Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a
conhece.
Significa dizer que, ao transgredir a lei, ninguém pode se justificar afirmando que o
praticou porque não sabia que era ilegal. Isso porque, em nosso ordenamento
Jurídico, o conhecimento da lei decorre de sua publicação, que é o marco para que
se repute conhecida por todos. No entanto, existem casos que embora a conduta
vá de encontro com a lei, o agente é isento de culpa.
- ESTADO DE NECESSIDADE: situação de perigo atual de interesses protegidos pelo
Direito, em que o agente, para salvar um bem próprio ou de terceiro.
- LEGÍTIMA DEFESA: ocorre quando o agente se defende de agressão injusta
utilizando-se de meios compatíveis com os do agressor.
- ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL: Em razão de cumprir o agente uma
obrigação imposta por lei. Exemplo: o bombeiro que dirige a viatura em excesso
de velocidade para salvar uma pessoa queimada em incêndio.
- EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO: Ocorre quando o agente pratica um ato que lhe
é garantido por direito. Ex:direito de correção do pai em relação ao filho.
Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a
analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
Uso das outras fontes do direito
Art. 6º. A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato
jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
A lei após entrar em vigor terá efeito imediato e geral, respeitando
esses três dispositivos conforme ordena a CF1988. Valendo então
durante a sua vigência, para futuras situações.
§ 1º. Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei
vigente ao tempo que se efetuou.
O ato jurídico perfeito é o já consumado que pela legislação anterior foi
regido e que por este motivo (sendo ele já concluído), não será objeto
de nenhuma lei nova.
§ 2º. Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou
alguém por ele, possa exercer como aqueles cujo começo do exercício
tenha termo pré-fixo, ou condição preestabelecida inalterável, a
arbítrio de outrem.
Direito adquirido é quando o seu titular já teve o direito reconhecido
por uma lei antiga, mesmo que venha a lei nova, esta não poderá
atingi-lo. Podemos citar como exemplo uma pessoa que necessite de 35
anos de serviço para se aposentar, mas por escolha não se aposentou
mesmo com 37 anos de serviço comprovados. Se na época que entrar
em vigor uma nova lei nova exigindo 40 anos de serviços, esta lei não o
atinge, pois quando ela entrou em vigor, ele já preenchia os requisitos
da lei antiga.
§ 3º. Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que
já não caiba recurso.
FATOS JURÍDICOS

O direito também tem o seu ciclo vital: nasce,


desenvolve -se e extingue -se. Essas fases ou
momentos decorrem de fatos, denominados fatos
jurídicos, exatamente por produzirem efeitos
jurídicos.
Nem todo acontecimento constitui fato jurídico.
Alguns são simplesmente fatos, irrelevantes para o
direito.
Somente o acontecimento da vida relevante para
o direito, mesmo que seja fato ilícito, pode ser
considerado fato jurídico.
Caio Mário: “a chuva que cai é um fato, que ocorre e continua a correr,
dentro da normal indiferença da vida jurídica, o que não quer dizer que,
algumas vezes, este mesmo fato não repercuta no campo do direito,
para estabelecer ou alterar situações jurídicas”.

Verifica -se, assim, que todo fato, para ser considerado jurídico, deve
passar por um juízo de valoração.
Fato jurídico em sentido amplo é, portanto, todo acontecimento da
vida que o ordenamento jurídico considera relevante no campo do
direito.
Os fatos jurídicos em sentido amplo podem ser classificados em:

■ fatos naturais ou fatos jurídicos stricto sensu, que dividem -se em:
ordinários, como o nascimento e a morte, que constituem respectivamente o
termo inicial e final da personalidade, bem como a maioridade, o decurso do
tempo, todos de grande importância, e outros;
extraordinários, que se enquadram, em geral, na categoria do fortuito e da força
maior: terremoto, raio, tempestade etc.

■ fatos humanos ou atos jurídicos lato sensu. Os primeiros decorrem de simples


manifestação da natureza e os segundos da atividade humana.
lícitos: Praticados em conformidade com o ordenamento jurídico.
ilícitos: por serem praticados em desacordo com o prescrito no ordenamento
jurídico.
ORDINÁRIOS (nascer, morrer , maioridade)

Fatos naturais
EXTRAORDINÁRIOS (terremoto, enchente, raio)

Fatos jurídicos em
sentido amplo
LÍCITOS
1) Ato jurídico em sentido estrito (intenção da lei):
notificação para desocupação, reconhecimento do filho)
Fatos humanos
2) Negócio Jurídico (vontade qualificada : compra e venda
(atos jurídicos 3) Ato-fato jurídico (independe da vontade ou intenção):
em sentido achado tesouro
amplo)

ILÍCITOS
(É praticado com infração a um dever de
conduta, por meio de ações ou omissões
culposas ou dolosas do agente)
Relação Jurídica
A relação jurídica nasce de um fato jurídico – um fato que modifica, amplia ou
extingue direitos. Essa conexão é regulada pelo direito e impõe direitos e
obrigações às partes envolvidas.
Essa conexão é regulada pelo direito e impõe direitos e obrigações às partes
envolvidas. As relações jurídicas são fundamentais para o funcionamento da
sociedade e são a base para a aplicação e cumprimento das leis.
• Relações Jurídicas de Família: Incluem casamento, divórcio, adoção, guarda de menores e outros assuntos
relacionados à estrutura e às relações familiares.
• Relações Jurídicas de Trabalho: Envolvem empregadores e empregados, regulando questões como contratos
de trabalho, salários, condições de trabalho e direitos trabalhistas.
• Relações Jurídicas Contratuais: Essas são relações baseadas em contratos, onde as partes envolvidas
estabelecem acordos e obrigações mútuas. Os contratos definem os direitos e deveres das partes e são
protegidos pelo direito contratual.
• Relações Jurídicas de Responsabilidade Civil: Essas relações envolvem situações em que uma parte pode ser
responsabilizada por danos causados a outra parte, geralmente por atos negligentes ou ilícitos. O direito de
responsabilidade civil estabelece as regras para compensação por danos.
Ato Antijurídico e Sanção
Um ato antijurídico, também conhecido como ato ilícito, refere-se a qualquer
ação ou omissão que seja contrária à lei ou ao direito em vigor. Em outras
palavras, é um comportamento que viola as normas jurídicas estabelecidas em
uma determinada jurisdição. Um ato antijurídico pode ser intencional ou
negligente, e é caracterizado por não estar de acordo com as leis ou regulamentos
em vigor. A consequência de um ato antijurídico é que ele pode levar a sanções
legais, como multas, prisão, indenizações, ou outras medidas corretivas,
dependendo da gravidade e natureza do ato.

Uma sanção, no contexto jurídico, refere-se às consequências ou punições


aplicadas a indivíduos ou entidades que cometeram atos antijurídicos ou violaram
as leis. As sanções podem variar em natureza e severidade, dependendo do
sistema jurídico e da gravidade do ato em questão. Elas podem incluir multas,
prisão, medidas restritivas, perda de direitos, indenizações, e outras penalidades
destinadas a dissuadir comportamentos ilegais e a promover o cumprimento da
lei.
Obrigação e Responsabilidade
Uma obrigação é um dever jurídico que impõe a uma pessoa a
obrigação de fazer, não fazer ou dar algo a outra pessoa. Em outras
palavras, é o compromisso de cumprir uma determinada tarefa,
cumprir uma promessa, ou respeitar um dever legal. As obrigações
podem surgir de diversas maneiras, como contratos, leis, regulamentos
ou acordos informais.
As obrigações podem ser classificadas como obrigações naturais,
obrigações civis e obrigações morais. Obrigações naturais não são
legalmente exigíveis, mas ainda representam um compromisso moral.
Obrigações civis são aquelas que podem ser exigidas perante um
tribunal. O descumprimento de uma obrigação civil pode levar a ações
legais e sanções.
A responsabilidade refere-se à obrigação de uma pessoa ou entidade
de arcar com as consequências de suas ações ou omissões,
especialmente quando essas ações ou omissões causam danos a
terceiros. A responsabilidade pode ser civil, penal ou administrativa,
dependendo do contexto e da natureza do ato.
Questão de fato e de direito
Questões de fato são aquelas que dizem respeito a eventos,
circunstâncias ou situações concretas relacionadas a um caso. Elas
geralmente envolvem questões de natureza factual, como quem fez o
quê, quando, onde e como. Questões de fato requerem a determinação
dos fatos relevantes do caso. Necessita provar .

Questões de direito são aquelas que dizem respeito à interpretação e


aplicação da lei. Elas envolvem o entendimento das regras legais,
estatutos, regulamentos e precedentes judiciais relevantes para o caso.
As questões de direito são decididas pelo juiz. Necessita apresentar
documentação.

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