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FASE POSTULATÓRIA

Prof.: Felipe M. Montenegro


advmontenegro@hotmail.com
INTRODUÇÃO
 Os procedimentos podem ser comuns ou especiais. O
comum segue sempre o mesmo padrão; os especiais o são
cada um a sua maneira. O CPC, no Livro I, Título I, da Parte
Especial, cuida do procedimento comum. No mesmo livro,
Título III, cuida dos numerosos procedimentos especiais
(art. 569 a 770, CPC), estabelecendo o que cada qual tem
de peculiar.

 Os processos que observarão o procedimento comum


são identificados por exclusão: todos aqueles para os
quais a lei não tenha previsto o especial;

 É esse procedimento, que também é conhecido como


procedimento ordinário que analisaremos no decorrer deste
semestre
INTRODUÇÃO
 A importância de analisarmos o
procedimento comum (ordinário) reside
no fato de que o mesmo tem
aplicabilidade subsidiária, conforme
previsão do art. 318, p.ú do CPC;

 Art. 318, parágrafo único, do CPC: “O


procedimento comum aplica-se
subsidiariamente aos demais
procedimentos especiais e ao
processo de execução”.
INTRODUÇÃO
 O procedimento comum é dividido em quatro
fases:
 a) Fase postulatória, composta da petição
inicial e da contestação;

 b) Fase Ordinatória, em que o juiz saneia o


processo e aprecia os requerimentos de provas;

 c) Fase Instrutória, em que são produzidas as


provas, e;

 d) Fase decisória, composta pelas decisões


ocorridas no processo.
INTRODUÇÃO
 OBS: Isso não significa que, em cada uma das
fases, sejam praticados apenas atos processuais
do tipo que lhes dá o nome. A classificação
leva em conta apenas o tipo de ato
predominante.
 Por exemplo, em qualquer das quatro fases, não
apenas na última, o juiz proferirá decisões
interlocutórias. Há também a possibilidade de
atos instrutórios, como a juntada de documentos
(provas novas), em qualquer fase.
 Vamos analisar cada fase processual, nos slides
seguintes, iniciando pela fase postulatória, em
que será dividida em Petição Inicial e
Contestação, vejamos:
PETIÇÃO INICIAL
 É o ato que dá início ao processo, e
define os contornos subjetivo e
objetivo da lide, dos quais o juiz
não poderá desbordar.
 É por meio dela que será possível
apurar os elementos identificadores
da ação: as partes, o pedido e a
causa de pedir.
REQUISITOS DA PETIÇÃO
INICIAL (Art. 319 a 321)
 Vêm enumerados nos arts. 319 e
320 do CPC.
 O Art. 319 indica quais são os
requisitos intrínsecos da própria
petição inicial;
 O Art. 320 diz respeito a eventuais
documentos que devam
necessariamente acompanhá-la;
 Vamos analisar o art. 319,
vejamos:
REQUISITOS DA PETIÇÃO
INICIAL (Art. 319)
 Conforme dispõe o art. 319, a petição inicial
deverá conter:

 a) Art. 319, I - o juízo a que é dirigida;

 Como ela contém um requerimento dirigido ao


Poder Judiciário, e como este é composto por
inúmeros órgãos, entre os quais é dividida a
competência, o autor deve indicar para quem a
sua petição é dirigida.

 Atenção: Um eventual erro não ensejará o


indeferimento da inicial, mas tão somente a
remessa da inicial ao correto destinatário.
REQUISITOS DA PETIÇÃO
INICIAL (Art.319)
 b) Art. 319, II - os nomes, os
prenomes, o estado civil, a existência
de união estável, a profissão, o
número de inscrição no Cadastro de
Pessoas Físicas ou no Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica, o
endereço eletrônico, o domicílio e a
residência do autor e do réu;
REQUISITOS DA PETIÇÃO
INICIAL (Art.319)
 Por vezes a identificação da parte ré
poderá ser comprometida em razão de
circunstâncias do qual o Autor não tem
controle. Desse modo, a qualificação
incompleta do Réu não impede o
recebimento da Petição Inicial,
devendo em determinados casos ser
realizada a citação por Edital (Art. 256,
I) ou por Oficial de Justiça (Art. 554 –
No caso das ações possessórias).
REQUISITOS DA PETIÇÃO
INICIAL (Art.319)
 c) Art. 319, III - o fato e os fundamentos jurídicos
do pedido;

 Esse é um dos requisitos de maior importância


da petição inicial, sobretudo a descrição dos fatos,
que, constituindo um dos elementos da ação, vincula
o julgamento. A causa de pedir e o pedido
formulados darão os limites objetivos da lide,
dentro dos quais deverá ser dado o provimento
jurisdicional.

 A indicação do direito aplicável não vincula o juiz,


que conhece o direito (jura novit curia) e pode
valer-se de regras diferentes daquelas apontadas na
petição inicial.
REQUISITOS DA PETIÇÃO
INICIAL (Art.319)
 d) Art. 319, IV - o pedido com as suas
especificações;

 É preciso que o autor indique com clareza o


pedido imediato, o tipo de provimento
jurisdicional (condenatório, constitutivo,
declaratório) e o mediato (bem da vida
almejado).

 Ambos vincularão o juiz, já que servem para


identificar a ação. O julgador não poderá
conceder nem um provimento jurisdicional, nem
um bem da vida, distintos daqueles postulados
na inicial.
REQUISITOS DA PETIÇÃO
INICIAL (Art.319)
 e) Art. 319, V - o valor da causa;

 A toda causa será atribuído um valor


certo, ainda que ela não tenha conteúdo
econômico imediatamente aferível (CPC,
art. 291);

 Todas as demandas — o que inclui


reconvenções, oposições e embargos de
devedor — devem indicar o valor da
causa.
REQUISITOS DA PETIÇÃO
INICIAL (Art.319)
 f) Art. 319, VI - as provas com que o
autor pretende demonstrar a verdade dos
fatos alegados;

 Como na petição inicial o autor ainda não


tem condições de saber o que será
controvertido pelo réu, há certa tolerância
quanto a este requisito da inicial.
 Entende-se que a sua omissão não é
razão para indeferi-la, nem impede que
oportunamente sejam requeridas
provas pelo autor.
REQUISITOS DA PETIÇÃO
INICIAL (Art.319)
 g) Art. 319, VII - a opção do autor pela realização
ou não de audiência de conciliação ou de mediação.

 Não se trata, propriamente, de um requisito da inicial,


mas da oportunidade que o autor tem de manifestar
desinteresse na audiência inicial de tentativa de
conciliação, que se realiza no procedimento comum,
antes da contestação do réu;

 A inicial é a oportunidade que o autor tem para


manifestá-lo. Mas ainda que ele o faça, o juiz
deve designá-la, pois somente se o réu também
o fizer, ela será cancelada;
REQUISITOS DA PETIÇÃO
INICIAL (Art. 320)
 h) Art. 320 - A petição inicial será instruída com os
documentos indispensáveis à propositura da ação;

 O art. 320 do CPC estabelece que a petição inicial


será instruída com os documentos indispensáveis à
propositura da ação. Os que não o forem podem ser
juntados a qualquer tempo, na forma do art. 435 do
CPC. Mas os indispensáveis devem ser juntados
desde logo;

 Se o documento não estiver em poder do autor,


caber-lhe-á requerer ao juiz que ordene ao réu
ou ao terceiro a sua exibição (CPC, arts. 396 a
404).
REQUISITOS DA PETIÇÃO
INICIAL (Art. 321)
 - Art. 321 - O juiz, ao verificar que a
petição inicial não preenche os requisitos
dos arts. 319 e 320 ou que apresenta
defeitos e irregularidades capazes de
dificultar o julgamento de mérito,
determinará que o autor, no prazo de
15 (quinze) dias, a emende ou a
complete, indicando com precisão o
que deve ser corrigido ou completado.

 Parágrafo único. Se o autor não cumprir a


diligência, o juiz indeferirá a petição
inicial.
REQUISITOS DA PETIÇÃO
INICIAL (Art. 321)
 OBS1: A doutrina tem admitido, mesmo depois
da contestação, o aditamento da inicial, do
qual não resulte alteração do pedido ou
causa de pedir, mas que sirva apenas para o
esclarecimento de alguma dúvida ou o
afastamento de algum defeito, que dificultava
a sua compreensão.

 OBS2: O prazo para emenda da inicial não é


preclusivo: se o autor a emendar depois dos
quinze dias, o juiz receberá a emenda, salvo
se tiver proferido a sentença de
indeferimento. Se necessário, poderá
determinar outra emenda, até que todos os
esclarecimentos sejam prestados.
REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL –
DO PEDIDO – (ART. 322 a 329, CPC)
 Iremos analisar, de forma específica,
a seção especial dedicada ao pedido
da petição inicial referentes aos arts.
322 a 329.
 Nos itens seguintes, serão
examinadas algumas situações
particulares relacionadas ao
pedido,vejamos:
DO PEDIDO CERTO E
DO PEDIDO GENÉRICO
 O art. 322 e o art. 324 do CPC determinam que o
pedido seja certo e determinado;

 Certo é aquele que permite a identificação


do bem da vida pretendido (an);

 Determinado é aquele que indica a


quantidade postulada (quantum);

 Excepcionalmente, porém, o pedido poderá ser


genérico, isto é, certo, mas não determinado.
O autor indica o bem da vida pretendido, mas
não a quantidade.
DO PEDIDO CERTO E
DO PEDIDO GENÉRICO
 Tem-se admitido a formulação de pedido genérico nas
seguintes hipóteses: (Art. 324, §1º, I, II e III, CPC)

 a) Nas ações universais: Arts. 90 e 91 do Código Civil.


 Ex: Herança e patrimônio - Justifica-se a permissão de pedidos
genéricos nesse caso, porque o autor pode não ter condições de
individuar os bens que integram a universalidade;

 b) Na impossibilidade de determinar as consequencias do


ato ou fato ilícito – Ex: Quando uma pessoa sofre danos
decorrentes de um ato ilícito e não se sabe, no decorrer do tempo,
se ela terá uma incapacidade permanente ou temporária, desse
modo, admite-se que o Autor faça um pedido genérico ao quanto
de ressarcimento será devido pelo causador do dano;

 c) Quando a determinação do valor da condenação


depender de ato que deva ser praticado pelo réu: Ex: Nas
ações de exigir contas, só depois de prestadas as informações pelo
réu é que será verificado de há ou não saldo em favor do autor;
PEDIDOS IMPLÍCITOS
 Os pedidos são, em regra,
interpretados restritivamente; não se
considera incluído aquilo que não tenha
sido expressamente postulado;

 Mas há alguns pedidos que se reputam


implícitos. O art. 322, § 1º, menciona
os juros legais, a correção
monetária e as verbas de
sucumbência, inclusive os
honorários advocatícios;
PEDIDOS IMPLÍCITOS
 OBS: Em relação aos juros e correção
monetária é pacifico que os mesmos são
consagrados como implícitos (Súmula 254,
STF), entretanto, em relação aos
honorários sucumbenciais, mesmo
havendo posicionamento pacificado a
seu respeito (Súmula 256, STF), se
houver TRANSITO EM JULGADO DE
DECISÃO OMISSA A RESPEITOS DOS
HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS, NÃO
SERÁ POSSÍVEL DE EXECUTÁ-LA,
CONFORME PREVISÃO DA SÚMULA 453
DO STJ.
CUMULAÇÃO DE PEDIDOS
 O art. 327, do CPC, autoriza a
cumulação de pedidos, em um
único processo. É a chamada
cumulação objetiva, que se
distingue da subjetiva, em que há
mais de um autor ou de um réu
(litisconsórcio);
 Assim, analisaremos as formas de
cumulação objetiva:
CUMULAÇÃO DE PEDIDOS
 A doutrina costuma fazer a distinção entre
a cumulação em que o autor pretende
do juiz que acolha todos os pedidos; e
em que, conquanto o autor formule
várias pretensões, pretende que acolha
apenas uma.

 A primeira espécie é denominada


cumulação própria, que pode ser de dois
tipos: simples ou sucessiva;

 A segunda é a imprópria, que pode ser


alternativa ou subsidiária (eventual);
CUMULAÇÃO DE PEDIDOS
 a) Cumulação própria na forma simples: É aquela em
que o autor formula vários pedidos, postulando que todos
sejam acolhidos pelo juiz. (Art. 327, caput);

 b) Cumulação própria na forma sucessiva: É aquela em


que o autor formula dois ou mais pedidos em relação ao
mesmo réu, buscando êxito em todos. No entanto, o
acolhimento de uns depende do acolhimento de
outros, já que as pretensões guardam entre si relação
de prejudicialidade. Ex:Paternidade cumulada com
Alimentos, em que a segunda depende da primeira.

 OBS: O que a distingue a cumulação própria da cumulação


sucessiva é que os pedidos formulados na cumulação
própria não dependem uns dos outros, isto é, não há
relação de prejudicialidade entre uns e outros, sendo
possível que o juiz acolha alguns e não os demais.
CUMULAÇÃO DE PEDIDOS
 c) Cumulação IMPRÓPRIA alternativa: É aquela em que
o autor formula mais de um pedido, mas pede ao juiz o
acolhimento de apenas um, sem manifestar preferência
por este ou aquele (Art. 325, CPC);

 d) Cumulação IMPRÓPRIA subsidária: Assemelha-se à


alternativa porque o autor formula mais de um pedido, com
a pretensão de que só um deles seja acolhido, mas
distingue-se dela porque o autor manifesta a sua
preferência por um, podendo-se dizer que há o pedido
principal e o subsidiário, que só deverá ser examinado se
o primeiro não puder ser acolhido.

 OBS: Se o juiz acolher o principal, o autor não poderá


recorrer; mas se acolher o subsidiário, sim, pois terá
sucumbindo, uma vez que a pretensão preferencial não foi
acolhida.
REQUISITOS LEGAIS PARA A
CUMULAÇÃO (ART. 327, CPC)
 Há requisitos que a lei impõe para alguns tipos de
cumulação. São os mencionados no art. 327, §§ 1º e
2º, do CPC:

 a) Que os pedidos sejam compatíveis entre si: só


é necessário para as cumulações próprias, simples e
sucessivas, em que se pretende que o juiz acolha
todos os pedidos. Mas não na imprópria, em que o
acolhimento de um exclui o dos demais;

 b) Que o mesmo juízo seja competente para


todos os pedidos;

 c) Que seja adequado para todos os pedidos o


tipo de procedimento.
INDEFERIMENTO DA INICIAL
 As hipóteses do art. 330, de indeferimento da inicial, resultam todas
na extinção do processo sem resolução de mérito;
 As hipóteses são as seguintes:

 a) Inépcia: é a inaptidão da inicial para produzir os resultados


almejados, seja por falta de pedidos seja por falta de Fundamentação;
(Art. 330, §1º, CPC);

 b) Quando a parte for manifestamente ilegítima: O


“manifestamente” foi utilizado pelo legislador para expressar que a
ilegitimidade de parte há de ser indubitável, podendo ser detectada
prima facie no exame da inicial; (condição da ação) – (Art. 330, II,
CPC)

 c) Quando ao autor carecer de interesse processual; (Art. 330,


III, CPC)

 d) Quando, postulando em causa própria, o advogado não


cumprir as determinações do art. 106, e quando o autor não
emendar a inicial, na forma do art. 321. (Art. 330, IV, CPC)
DA APELAÇÃO INTERPOSTA DO
INDEFERIMENTO DA INICIAL
 O ato judicial que indefere a petição inicial é a sentença, por
força do que dispõe o art. 485, I, do CPC. Contra ela o recurso
adequado será o de apelação, que se processará na forma
estabelecida no CPC, art. 331: “Indeferida a petição inicial, o autor
poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco) dias,
retratar-se”.

 Importante: No caso do indeferimento da inicial o réu ainda


não foi citado, e precisará sê-lo, para oferecer
contrarrazões e acompanhar o recurso, salvo não seja
reconsiderada a sentença, oportunidade que o réu será citado para
comparecer a audiência de conciliação, e, após isso, (15 dias
úteis) para apresentar a contestação (Art. 335, CPC);

 Efeito da Apelação: Regressivo (devolutivo);

 Caso o recurso de Apelação seja provido, o prazo para


contestação do réu começará a correr da intimação do retorno dos
autos, observado o disposto no art. 334;
DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR
DO PEDIDO (Art. 332, CPC)
 Situação especial em que, recebida a
inicial, o juiz passará de imediato
ao julgamento, sem a citação. O
art. 332, que autoriza o juiz a proferir
sentença de total improcedência.
DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR
DO PEDIDO (Art. 332, CPC)
 Art. 332 Nas causas que dispensem a fase instrutória, o
juiz, independentemente da citação do réu, julgará
liminarmente improcedente o pedido que contrariar:

 I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal


ou do Superior Tribunal de Justiça;

 II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal


ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento
de recursos repetitivos;

 III - entendimento firmado em incidente de resolução


de demandas repetitivas ou de assunção de
competência;

 IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre


direito local.
DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR
DO PEDIDO (Art. 332, CPC)
 Art. 332. omissis
 (...)
 § 1º O juiz também poderá julgar liminarmente
improcedente o pedido se verificar, desde logo, a
ocorrência de decadência ou de prescrição.
 § 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado
do trânsito em julgado da sentença, nos termos do
art. 241 .
 § 3º Interposta a apelação, o juiz poderá
retratar-se em 5 (cinco) dias.
 § 4º Se houver retratação, o juiz determinará o
prosseguimento do processo, com a citação do réu, e,
se não houver retratação, determinará a citação do
réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15
(quinze) dias.
DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR
DO PEDIDO (Art. 332, CPC)
 O art. 356 do CPC permite o julgamento
antecipado parcial do mérito se um dos pedidos
ou parte deles mostrar-se incontroverso ou
estiver em condições de imediato julgamento;

 Diante disso, não haverá óbice a que o juiz se


valha da mesma regra para prolatar a
improcedência liminar parcial do pedido, desde
que, havendo cumulação de pedidos na inicial, em
relação a alguns deles, estejam presentes as
hipóteses do art. 332;

 OBS: Nesse caso havendo decisão parcial do mérito,


estaremos diante de uma decisão interlocutória de
improcedência liminar, contra a qual caberá agravo de
instrumento.
DA AUDIÊNCIA DE TENTATIVA
DE CONCILIAÇÃO
 É fase indispensável nos processos de procedimento
comum. A sua designação no começo funda-se na
ideia de que, após o oferecimento da resposta, o
conflito poderá recrudescer, tornando mais difícil a
conciliação das partes;

 A busca pela solução consensual dos conflitos vem


prevista como norma fundamental do processo civil,
no art. 3º, §§ 2º e 3º, do CPC;

 Ela será realizada nos centros judiciários de


solução consensual de conflitos (CEJUSC),
previstos no art. 165, caput, e será designada com
antecedência mínima de trinta dias. O réu deverá
ser citado com pelo menos 20 dias de
antecedência;
DA AUDIÊNCIA DE TENTATIVA
DE CONCILIAÇÃO
 O juiz só a dispensará em duas hipóteses: quando não for
possível a autocomposição ou quando ambas as partes
manifestarem, expressamente, o seu desinteresse na
composição;

 Enunciado 61 da ENFAM: “Somente a recusa expressa de


ambas as partes impedirá a realização da audiência de
conciliação ou mediação prevista no art. 334 do
CPC/2015, não sendo a manifestação de desinteresse
externada por uma das partes justificativa para afastar a
multa de que trata o art. 334, par. 8º”;

 Designada a data, o comparecimento das partes é


obrigatório. A ausência delas implicará ato atentatório à
dignidade da justiça, incorrendo o ausente em multa de até
2% da vantagem econômica pretendida, que reverterá em
favor da União ou do Estado;
DA AUDIÊNCIA DE TENTATIVA
DE CONCILIAÇÃO
 OBS: A parte poderá, se não puder
ou não quiser comparecer, constituir
um representante por meio de
procuração específica, com
poderes para negociar e transigir,
mas que não se confundirá, em
princípio, com o advogado;
RESPOSTA DO RÉU
 A segunda etapa da fase postulatória é
a da apresentação da resposta pelo
réu;

 De acordo com o art. 238 do CPC, o


réu, executado ou interessado é citado
para integrar a relação processual;

 Poderá ser apresentado dois tipos de


resposta: a contestação e a
reconvenção, que analisaremos a
seguir;
CONTESTAÇÃO
 O prazo de contestação no procedimento
comum é de quinze dias, conforme
dispõe o art. 335, do CPC: “O réu poderá
oferecer contestação, por petição, no prazo
de 15 dias (...)”;

 O prazo da reconvenção é o mesmo, já


que ela é apresentada na contestação;

 O prazo corre a partir da audiência de


tentativa de conciliação (EM REGRA);
CONTESTAÇÃO
 EXCEÇÃO 1: Caso ela não se realize por
vontade das partes, corre a partir da
data em que o réu protocola a petição,
manifestando desinteresse;

 EXCEÇÃO 2: Caso não seja designada


audiência, porque o processo não admite
autocomposição, o prazo correrá a partir
da juntada aos autos do aviso de
recebimento, do mandado cumprido,
ou do fim do prazo do edital, isto é, na
forma do art. 231 do CPC.
CONTESTAÇÃO
 No caso de não ser designada
audiência de tentativa de conciliação,
havendo mais de um réu, o prazo
para todos só correrá a partir da
juntada aos autos do último aviso
de recebimento ou mandado
cumprido. (Art.231, § 1º, do CPC)
CONTESTAÇÃO
 O prazo de resposta será duplicado se o
réu for a Fazenda Pública ou o
Ministério Público (arts. 183 e 180); se
houver no polo passivo litisconsortes
com advogados diferentes, de
escritórios distintos, desde que não se
trate de processo eletrônico (art. 229)
ou se o réu for defendido por órgão público
de assistência judiciária, como a Defensoria
Pública ou a Procuradoria do Estado (art.
5º, § 5º, da Lei n. 1.060/50 e art. 186 do
CPC), será também dobrado.
CONTESTAÇÃO
 É, por excelência, a peça de defesa do réu, por meio da
qual ele pode se contrapor ao pedido inicial. Nela,
concentrará todos os argumentos de resistência à pretensão
formulada pelo autor;

 A pretensão contida na contestação é sempre


declaratória negativa, de que o juiz declare que o autor
não tem razão, desacolhendo o pedido;

 A contestação não amplia os limites objetivos da lide,


aquilo que o juiz terá de decidir no dispositivo da sentença;

 Entretanto, a contestação amplia a cognição do juiz,


uma vez que, na sentença, ele terá de examinar não
apenas os fundamentos da pretensão inicial, mas os de
defesa;
CONTESTAÇÃO –
QUANTO AO CONTEÚDO
 O art. 336 do CPC estabelece que
“incumbe ao réu alegar, na contestação,
toda a matéria de defesa, expondo
as razões de fato e de direito, com
que impugna o pedido do autor e
especificando as provas que pretende
produzir”;
 Todas as razões de defesa devem, em
suma, estar concentradas na
contestação, uma vez que o réu não
terá outra oportunidade de alegá-las;
CONTESTAÇÃO –
QUANTO AO CONTEÚDO
 É preciso, porém, lembrar que as
defesas podem ser classificadas em
duas categorias:
 a) as de ordem pública, que poderiam
ser conhecidas de ofício, e que não
precluem, se não alegadas na primeira
oportunidade (objeções);
 b) e as que não são de ordem
pública, e que precluirão, se não
alegadas (exceções).
CONTESTAÇÃO –
PRELIMINARES
 O art. 337, do CPC, enumera as
preliminares, questões que devem ser
apreciadas pelo juiz antes do passar ao
exame do mérito.
 São as defesas de cunho processual, que
podem ser de duas espécies:
 a) as de acolhimento que implique a
extinção do processo; Ex: a inépcia da
petição inicial, a perempção, a
litispendência, a coisa julgada, a convenção
de arbitragem e a carência da ação;
CONTESTAÇÃO –
PRELIMINARES
 b) ou as de acolhimento que resulte
apenas em sua dilação; Ex: a
inexistência ou nulidade de citação (que
não implicará a extinção do processo, mas
a necessidade de fazer ou renovar a
citação), a incompetência absoluta e a
relativa, a conexão, a incorreção do valor
da causa, a incapacidade da parte, o
defeito de representação ou a falta de
autorização (que só causarão a extinção do
processo se não regularizadas no prazo
fixado pelo juiz) e a indevida concessão do
benefício da gratuidade da justiça.
CONTESTAÇÃO –
PRELIMINARES
 IMPORTANTE: O rol do art. 337 não é
taxativo. Há outras defesas processuais
que não foram mencionadas, como a falta
do recolhimento de custas e o
descumprimento do art. 486, § 2º, do
CPC;

 IMPORTANTE: As preliminares, à
exceção da incompetência relativa e do
compromisso arbitral, devem ser
conhecidas pelo juiz de ofício. Por isso,
não precluem, ainda que não alegadas na
contestação.
CONTESTAÇÃO –
PRELIMINARES – ALEGAÇÃO DE
INCOMPETÊNCIA
 Caso o réu alegue, como preliminar, a incompetência do
juízo, seja ela absoluta, seja relativa, ele poderá
apresentar a contestação no foro de seu próprio
domicílio, o que deverá ser comunicado ao juiz da
causa de imediato, se possível por meio eletrônico;

 Se o réu alegar a incompetência, absoluta ou relativa do


juízo onde corre o processo, a audiência de tentativa
de conciliação será suspensa até que a questão seja
definida, após a qual será designada nova data;

 A incompetência absoluta deve ser arguida como


preliminar de contestação, mas, como constitui matéria
de ordem pública, eventual equívoco ou demora das
partes em alegá-la não implicará preclusão;
CONTESTAÇÃO –
PRELIMINARES – ALEGAÇÃO DE
INCOMPETÊNCIA
 Acolhida a alegação de incompetência, as
decisões proferidas pelos juízos
incompetentes conservarão sua eficácia
até que outra seja proferida pelo juízo
competente, se for o caso;

 Caberá, assim, ao juízo competente decidir


se ratifica a decisão anterior ou se
profere outra no lugar;

 Enquanto não for proferida outra, a


decisão anterior permanece eficaz (art.
64, § 4º, do CPC).
CONTESTAÇÃO – PRELIMINARES –
ILEGITIMIDADE DE PARTE E
SUBSTITUIÇÃO DO RÉU

 Os arts. 338 e 339 do CPC trazem importante regra,


que flexibiliza, em parte, o princípio da
estabilidade da demanda;

 O art. 338, permite a substituição do réu, sempre


que ele alegar ser parte ilegítima ou não ser o
responsável pelo dano;

 Nesse caso, o autor será ouvido, podendo requerer,


no prazo de 15 dias, o aditamento da inicial com
a substituição do réu originário pelo indicado na
contestação, pagando ao advogado dele honorários
advocatícios entre 3% e 5% do valor da causa (art.
338 do CPC);
CONTESTAÇÃO – PRELIMINARES –
ILEGITIMIDADE DE PARTE E
SUBSTITUIÇÃO DO RÉU

 Se o autor disser que não concorda, ou


simplesmente silenciar, deixando de aditar
a inicial, o processo prosseguirá contra o réu
originário, e o juiz, no momento oportuno,
terá de apreciar a alegação de ilegitimidade
de parte, extinguindo o processo sem
resolução de mérito, se a acolher;(Despacho
saneador)

 A decisão sobre aditar ou não a inicial é do


autor, que nem precisará fundamentá-la.
Basta que, no prazo de 15 dias, não adite a
inicial, para que a indicação fique sem efeito,
prosseguindo-se contra o réu originário;
CONTESTAÇÃO – PRELIMINARES –
ILEGITIMIDADE DE PARTE E
SUBSTITUIÇÃO DO RÉU

 Para que ocorra a substituição, não há necessidade


de anuência ou concordância do novo réu, que
substituirá o anterior. Se ele entender que não tem a
qualidade que lhe foi atribuída pelo réu originário,
deverá alegá-lo em contestação;

 ATENÇÃO: O art. 339, § 2º, autoriza o autor a


aditar a inicial, no prazo de 15 dias, não para
substituir o réu originário pelo novo, mas para,
mantendo o primeiro, incluir o segundo, como
litisconsorte passivo. Essa solução faz sentido se o
autor tiver dúvida a respeito de quem é o sujeito
passivo da relação jurídica discutida ou se verificar
que ela tem por titulares o réu originário e o
indicado;
CONTESTAÇÃO – DEFESA
SUBSTANCIAL OU DE MÉRITO
 Depois de arguir eventuais preliminares, o réu
apresentará, na mesma peça, a sua defesa de
fundo, de mérito, que pode ser de dois tipos:
direta ou indireta;

 a) A defesa direta é aquela que nega os fatos


que o autor descreve na inicial, ou os efeitos que
deles pretende retirar;

 b) A defesa indireta é aquela em que o réu,


embora não negando os fatos da inicial,
apresenta outros que modifiquem, extingam ou
impeçam os efeitos postulados pelo autor.
CONTESTAÇÃO – DEFESA
SUBSTANCIAL OU DE MÉRITO
 EXEMPLO: em ação de indenização por acidente de
trânsito, haverá defesa direta se o réu negar que
houve o acidente; Haverá defesa indireta se o
réu reconhecer que houve o fato na forma narrada,
mas alegar que já pagou, que houve prescrição da
pretensão indenizatória, ou que as partes já
transigiram sobre a questão;

 OBS: A alegação de prescrição e decadência


constitui defesa substancial indireta, cujo exame
deve preceder ao das demais defesas substanciais,
pois, se acolhida, implicará a extinção do
processo com resolução de mérito, sem
necessidade de apreciação das demais
alegações. Por isso, há quem as denomine
“preliminares de mérito”.
CONTESTAÇÃO – IMPUGNAÇÃO
ESPECÍFICA OU GENÉRICA
 O réu tem o ônus de impugnar
especificamente os fatos narrados na petição
inicial, sob pena de presumirem-se
verdadeiros. Cada fato constitutivo do direito
do autor deve ser impugnado pelo réu. (Ver Art.
341, CPC):

 Entretanto, o parágrafo único do art. 341,


estabelece que tal ônus não se aplica ao
advogado dativo, ao curador especial e ao
defensor público. Estes podem contestar por
negativa geral, sem impugnar especificamente
os fatos, tornando-os ainda assim controvertidos,
sem presunção de veracidade;
CONTESTAÇÃO – PROVAS E
DOCUMENTOS
 O art. 336 determina que compete ao réu não só
alegar todas as matérias de defesa, na
contestação, mas ainda especificar as provas que
pretende produzir, trata-se de ônus equivalente
ao imposto ao autor na petição inicial;

 OBS: Entretanto, tem havido tolerância


quanto ao cumprimento desse requisito,
sobretudo porque, se o réu alega fatos
impeditivos, extintivos ou modificativos do direito
do autor, caberá a este oferecer réplica, e só
então eles se tornarão controvertidos. Por isso,
entende-se que a falta de protesto por
provas não implica a perda de oportunidade
para requerê-las posteriormente.
CONTESTAÇÃO – PROVAS E
DOCUMENTOS
 Assim, o juiz não deixará de receber a
contestação, nem mandará desentranhá-la se já
juntada aos autos, apenas porque desacompanhada
de documentos comprobatórios;

 Ela permanecerá nos autos e os documentos poderão


ser juntados posteriormente, desde que deles se dê
ciência à parte contrária (arts. 435 e 437, § 1º, do
CPC);

 Se não juntados, o juiz apenas considerará não


provados os fatos, que por meio deles seriam
demonstrados.
CONTESTAÇÃO – DEFESAS
APRESENTADAS A POSTERIORI
 O princípio da concentração da defesa
exige do réu que alegue, na
contestação, tudo aquilo que sirva
para resistir à pretensão inicial;
 Mas o art. 342, do CPC, apresenta
algumas alegações que o réu
pode apresentar a posteriori, são
as:
CONTESTAÇÃO – DEFESAS
APRESENTADAS A POSTERIORI
 a) relativas a direito superveniente: essa
hipótese relaciona-se com a do art. 493, que
determina ao juiz que leve em consideração, ao
prolatar a sentença, os fatos e o direito
superveniente;

 b) que competir ao juiz conhecer de ofício:


as objeções processuais, defesas que digam
respeito a matérias de ordem pública. Não se
sujeitam à preclusão, se não alegadas na
primeira oportunidade. Mas há também defesas
substanciais, que podem ser conhecidas de
ofício, como a prescrição e a decadência;
CONTESTAÇÃO – DEFESAS
APRESENTADAS A POSTERIORI
 c) por expressa autorização legal,
puderem ser formuladas em
qualquer tempo ou juízo: essa
hipótese coincide, ao menos em
parte, com a anterior, pois as
matérias que o réu, por autorização
legal, pode apresentar depois são as
de ordem pública, não sujeitas à
preclusão.
RECONVENÇÃO
 Além da contestação, o réu poderá
valer-se da reconvenção, que dela se
distingue por não constituir um
mecanismo de defesa, mas de contra-
ataque;

 Afora as ações dúplices, se o réu quiser


formular pretensões em face do autor,
terá de valer-se da reconvenção;
RECONVENÇÃO
 O que justifica a reconvenção é a economia
e maior eficiência do processo, pois as
pretensões de ambos os litigantes serão
julgadas de uma só vez;

 A reconvenção tem natureza jurídica


de uma nova ação, pois aciona o
judiciário a proferir uma resposta às
pretensões formuladas pelo réu, mas terá
um processamento conjunto com a ação
principal e serão julgadas por uma só
sentença;
RECONVENÇÃO
 OBS: Uma vez que a reconvenção
não cria um novo processo, se o juiz
indeferi-la de plano, não estará
proferindo sentença, pois não porá
fim ao processo ou à fase
condenatória. O ato será decisão
interlocutória, o que repercutirá no
Recurso a ser apresentado – AI (Art.
354, Pár. Ún., CPC);
RECONVENÇÃO
 OBS: O art. 343, § 2º, estabelece que:
“A desistência da ação, ou a ocorrência
de causa extintiva que impeça o exame
de seu mérito não obsta ao
prosseguimento do processo quanto
à reconvenção.”

 OBS: A reconvenção é própria do


processo de conhecimento e não cabe
em processos de execução;
RECONVENÇÃO
 OBS: Não cabe reconvenção nas
ações que corram no Juizado
Especial Cível, uma vez que ela não
se coaduna com a presteza do rito,
mas o art. 31 da Lei n. 9.099/95
admite que o réu formule, em sua
contestação, pedido contraposto ao
do autor;
RECONVENÇÃO
 O prazo para propor a Reconvenção é o
mesmo prazo consignado para a
contestação, o art. 343 é expresso: “Na
contestação, é lícito ao réu propor
reconvenção (...)”;

 É preciso que seja oferecida na


contestação. Portanto, se o réu
contestar sem reconvir, não poderá mais
fazê-lo, porque terá havido preclusão
consumativa.
RECONVENÇÃO
 Se o réu não contestar, mas reconvir, não
será revel, porque terá comparecido ao processo,
e se manifestado. Portanto, deverá ser intimado
de todos os atos processuais subsequentes;

 Mas serão presumidos os fatos narrados na


petição inicial? Depende. Se, ao reconvir, ele
apresentou fundamentos incompatíveis com os
do pedido inicial, estes não se presumirão
verdadeiros. Contudo, naquilo em que não
houver tal incompatibilidade, haverá a
presunção.
RECONVENÇÃO –
REQUISITOS ESPECÍFICOS
 A reconvenção — nova ação que é — exige
o preenchimento das condições comuns a
todas elas;
 Mas há requisitos específicos,
necessários para a sua admissibilidade,
vejamos:
 a) Conexividade: o art. 343, caput, que
“na contestação, é lícito ao réu propor
reconvenção para manifestar pretensão
própria, conexa com a ação principal ou
com o fundamento da defesa”;
RECONVENÇÃO –
REQUISITOS ESPECÍFICOS
 b) Competência: Para que caiba
reconvenção, é preciso que o mesmo
juízo tenha competência para julgar o
pedido principal e o reconvencional;
 Não será admitida se o juízo for
incompetente para o julgamento da
reconvenção, desde que a
incompetência seja absoluta;
RECONVENÇÃO –
REQUISITOS ESPECÍFICOS
 c) Compatibilidade de
procedimentos: Como a ação e a
reconvenção terão um só processo e
serão julgadas conjuntamente, é
preciso que tenham procedimentos
compatíveis. Não cabe
reconvenção em procedimento
especial, a menos que este siga
pelo comum, com a resposta;
RECONVENÇÃO – LIMITES
SUBJETIVOS DA DEMANDA
 Refere-se à possibilidade de incluir na
propositura da Reconvenção pessoa
até então não vinculada
originariamente ao processo, que
poderá ser incluída como
Reconvinda ou que será chamada
para participar da Reconvenção
como reconvinte juntamente ao
Reconvinte originário (Art. 343,
§§3º e 4º, CPC);
RECONVENÇÃO – LIMITES
SUBJETIVOS DA DEMANDA
 Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu
propor reconvenção para manifestar
pretensão própria, conexa com a ação
principal ou com o fundamento da
defesa.
 (...)
 § 3º A reconvenção pode ser proposta
contra o autor e terceiro.
 § 4º A reconvenção pode ser proposta pelo
réu em litisconsórcio com terceiro.
PROCEDIMENTO DA
RECONVENÇÃO
 Ao apresentar a reconvenção, na
contestação, o reconvinte deve cumprir
o disposto no art. 319 do CPC, indicando
as partes, o pedido com suas
especificações, os fatos e fundamentos
jurídicos que o embasam, o valor da
causa e o pedido de intimação do autor,
para que, querendo, conteste a
reconvenção, ou seja, os mesmos
requisitos exigidos na Petição Inicial;
 Prazo para resposta 15 dias;
PROCEDIMENTO DA
RECONVENÇÃO
 O reconvindo, além de contestar a
reconvenção, poderá oferecer nova
reconvenção. Tem-se admitido a
possibilidade de reconvenções
sucessivas;

 Ex: “A” promove ação contra “B” e


este apresenta contestação e
reconvenção, desta reconvenção
apresentada por “B”, “A” apresenta
nova reconvenção.
RECONVENÇÃO E
AÇÕES DÚPLICES
 Algumas ações, por força de lei, têm
natureza dúplice, pois permitem que
o réu formule pretensões novas em
face do autor, sem precisar reconvir.
 São exemplos as possessórias, as
que correm no Juizado Especial
Cível, as de exigir contas e a
renovatória;
RECONVENÇÃO E
AÇÕES DÚPLICES
 Nas ações dúplices, os pedidos
formulados na contestação não
implicam nova ação;

 Haverá uma só e um só processo; porém,


tal como ocorre na reconvenção, os pedidos
contrapostos passam a gozar de
autonomia, assim, havendo desistência ou
extinção, sem resolução de mérito, das
pretensões iniciais, o processo prosseguirá
em relação aos pedidos formulados na
contestação;
REVELIA
 Haverá revelia se o réu, citado, não apresentar
contestação. O revel é aquele que
permaneceu inerte, ou então aquele que
ofereceu contestação, mas fora de prazo;

 Ou, aquele que apresenta contestação, mas


sem impugnar os fatos narrados na petição
inicial pelo autor;

 Também será revel o réu que comparecer


aos autos, constituindo advogado, se este
não apresentar contestação.
REVELIA
 Em contrapartida, não será revel o
réu que, citado, deixa de oferecer
contestação, mas apresenta
reconvenção, cujos fundamentos
não sejam compatíveis com os da
pretensão inicial;
REVELIA E CONTUMÁCIA
 A contumácia é a inércia de
qualquer das partes, que deixa de
praticar um ato processual que era
ônus seu;
 Só o réu pode ser revel; jamais o
autor. Mas contumaz pode ser
qualquer das partes.
 A revelia é uma espécie do gênero
contumácia, específica para a hipótese
de o réu não apresentar defesa.
EFEITOS DA REVELIA
 Dela poder-lhe-ão advir duas
consequências de grande importância:

 a) a presunção de veracidade dos


fatos narrados na petição Inicial,
(Art. 341 e 344 do CPC) e;

 b) a desnecessidade de sua
intimação para os demais atos do
processo (Art. 346, CPC).
EFEITOS DA REVELIA
 a) a presunção de veracidade dos fatos:

 Se o réu é revel, não apresentou contestação


válida, o juiz, em princípio, há de presumir
verdadeiros todos os fatos narrados na
petição inicial, e, se estes forem suficientes
para o acolhimento do pedido, estará autorizado
a julgar de imediato, conforme art. 355, II, do
CPC.
 O art. 344 estabelece que, “se o réu não
contestar a ação, será considerado revel e
presumir-se-ão verdadeiras as alegações de
fato formuladas pelo autor”.
EFEITOS DA REVELIA
 Ela só pode dizer respeito aos fatos,
nunca ao direito: fará o juiz, em princípio,
concluir que eles ocorreram na forma como
o autor os narrou, mas não o obrigará a
extrair as consequências jurídicas
pretendidas por ele (permite-se a
compreensão jurídica diversa da
almejada pelo Autor);
 Disso decorre que a falta de contestação
não levará sempre e automaticamente
à procedência do pedido do autor;
EFEITOS DA REVELIA - NÃO PRODUÇÃO
DE EFEITOS – ART. 345, CPC
 Art. 345. A revelia não produz o efeito
mencionado no art. 344 se:
 I - havendo pluralidade de réus, algum deles
contestar a ação;
 II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
 III - a petição inicial não estiver acompanhada
de instrumento que a lei considere
indispensável à prova do ato;
 IV - as alegações de fato formuladas pelo autor
forem inverossímeis ou estiverem em
contradição com prova constante dos autos.
EFEITOS DA REVELIA
 b) a desnecessidade de intimação para
os demais atos do processo:

 Prevê o art. 346 do CPC que “Os prazos


contra o revel que não tenha patrono nos
autos fluirão da data de publicação do
ato decisório no órgão oficial”;

 O parágrafo único acrescenta que “O revel


poderá intervir no processo em
qualquer fase, recebendo-o no estado
em que se encontrar”;
EFEITOS DA REVELIA
 Se o revel não tem advogado, com a
publicação no órgão oficial só será intimado o
advogado da parte contrária;

 Mesmo assim, o prazo para o revel começa a


correr. Portanto, para ele, os prazos correm
independentemente de intimação;

 No entanto, concluída a fase de


conhecimento e iniciada a de cumprimento de
sentença, o devedor que não tiver advogado
constituído nos autos deverá ser intimado
por carta com aviso de recebimento, nos
termos do art. 513, § 2º, II, do CPC;
EFEITOS DA REVELIA

 O revel poderá a qualquer tempo ingressar no


processo e participar dos atos processuais que se
realizem daí em diante, passando a ser intimado
desde que constitua advogado;

 A dispensa de intimação decorrente da


revelia não é definitiva, podendo o réu, a
qualquer tempo, participar;

 Essa é a razão da Súmula 231 do Supremo


Tribunal Federal: “O revel, em processo cível,
pode produzir provas, desde que compareça em
tempo oportuno”.
REVELIA
PROCESSO DE EXECUÇÃO
TUTELA CAUTELAR ANTECEDENTE

 No processo de execução não se pode


falar em revelia porque o réu não é
citado para apresentar contestação,
controvertendo os fatos narrados na
inicial, mas para pagar, entregar
alguma coisa, fazer ou deixar de fazer
algo;
REVELIA
PROCESSO DE EXECUÇÃO
TUTELA CAUTELAR ANTECEDENTE
 Quando houver requerimento de tutela
provisória cautelar antecedente, o réu
será citado para no prazo de cinco dias
contestar o pedido;
 Se não o fizer, será revel, e disso
advirão as mesmas consequências que
no processo de conhecimento;
 É o que diz o art. 307 do CPC: Não sendo
contestado o pedido, os fatos alegados
pelo autor presumir-se-ão aceitos pelo
réu como ocorridos, caso em que o juiz
decidirá dentro de 5 (cinco dias).
REFERÊNCIAS
 DIDIER JR., Fredie. Curso de direito
processual civil: introdução ao
processo de conhecimento, parte
geral e processo de conhecimento.
20. ed. Salvador: Jus Podivm, 2018.
 NEVES, Daniel Amorim Assumpção.
Manual de Direito Processual Civil,
9. ed. Salvador: Ed. Juspodivm, 2017.
QUESTÕES SOBRE O TEMA
 (CEAF/PGE-RN/2020) No procedimento
comum, a via pela qual o réu pode
manifestar pretensão própria, conexa com
a ação principal ou com o fundamento da
defesa, é:

a) exceção;
b) reconvenção;
c) querela nullitatis;
d) impugnação ao cumprimento de sentença;
QUESTÕES SOBRE O TEMA
- (UNIFIL/SANTO ANTONIO – PR/ADVOGADO/2020) Conforme disposto no Código
de Processo Civil - Da Contestação, assinale a alternativa incorreta.

a)Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação
jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas
processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação.

b)Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a contestação poderá ser


protocolada no foro de domicílio do réu, fato que será imediatamente comunicado ao
juiz da causa, preferencialmente por meio eletrônico.

c)Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações quando ocorrer


incorreção do valor da causa.

d)Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões


de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que
pretende produzir.
QUESTÕES SOBRE O TEMA
 (IBADE/2020/SÃO FELIPE DO OESTE –
RO/ADVOGADO) Em se tratando de
prazo, o réu poderá oferecer
contestação no prazo de:

a) 15 dias.
b) 10 dias.
c) 5 dias.
d) 3 dias.
e) 20 dias.
QUESTÕES SOBRE O TEMA
 (IBADE/SÃO FELIPE DO OESTE – RO/ADVOGADO) Acerca
dos requisitos que a petição inicial deve indicar, segundo o
Novo Código de Processo Civil, assinale a alternativa
correta.

a) A petição inicial dispensa a indicação do valor da causa


b) O pedido não precisa ser determinado
c) A petição inicial deve mencionar, dentre outras
informações, a existência de união estável. Caso o autor
não disponha dessa informação, poderá requerer ao juiz as
diligências necessárias para a sua obtenção
d) Não se admite em nenhuma hipótese pedido genérico
e) Na petição inicial, não é necessário que seja instruída com
os documentos indispensáveis à propositura da ação
QUESTÕES SOBRE O TEMA
 (FCC/TJ-MS/2020/JUIZ) Indeferida a inicial, o autor

a) poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de cinco dias, retratar-se; se não


houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso.

b) poderá apelar, subindo os autos ao Tribunal imediatamente, sem citação do réu


para resposta ao recurso.

c) poderá impetrar mandado de segurança, pelo direito líquido e certo à prestação


jurisdicional.

d) deverá aguardar o trânsito em julgado, se quiser ajuizar nova demanda sobre a


mesma matéria, não sendo possível o juízo de retratação.

e) poderá apelar, com possibilidade de retratação do juiz em cinco dias; não


havendo retratação, os autos subirão imediatamente, não havendo citação do
réu porque não chegou a se constituir a relação jurídico-processual.
QUESTÕES SOBRE O TEMA
 (FCC/TJ-MS/2020/JUIZ) Alberto Roberto tornou-se réu em uma
ação de cobrança de nota promissória. Ficou sabendo por um
escrevente do Cartório, procurou um advogado e, antes mesmo de
ser citado, contestou o feito. Essa contestação

a) será tida por intempestiva, pois o que define a tempestividade é o


início da contagem do prazo, ainda não iniciado.
b) será considerada tempestiva, sem necessidade de reiteração do
ato após a citação de Alberto Roberto.
c) será considerada um ato praticado condicionalmente, pois
dependerá de ratificação por Alberto Roberto, necessariamente
dentro do prazo legal de oferecimento da defesa.
d) é intempestiva, porque praticado o ato fora do prazo, o que se dá
tanto antes quanto depois de finalizada sua contagem; no entanto,
se o autor concordar, será a contestação tida por tempestiva,
caracterizando a anuência um negócio jurídico-processual.
e) será tida por inexistente, devendo ser praticado o ato novamente
no prazo legal da contestação.

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