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PETIÇÃO INICIAL

Profa. Rochele Firmeza


• FASE POSTULATÓRIA
• Nascimento do processo: propositura da demanda
• É o espaço procedimental entre o ajuizamento da petição inicial e a
apresentação da resposta do réu
• Conteúdo postulatório
• O autor – direito de ação (art. 5º, XXXV, CF) – manifesta a sua
pretensão perante o Judiciário: pedido de tutela jurisdicional . Petição
Inicial (arts. 318 e ss, CPC)
• Juiz – desenvolve a cognição acerca dos institutos fundamentais que
integram o processo (jurisdição, ação e processo)
• Citação. Resposta pelo réu
• 1 – CONCEITO
• Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso
oficial, salvo as exceções previstas em lei.
• É a forma legal de provocar a jurisdição
• instrumento da demanda, dessa forma, tem que haver nela menção às partes,
ao pedido e a causa de pedir.
• - é o veículo de manifestação formal da demanda – revela ao juiz a lide e
contém o pedido da providência jurisdicional, frente ao réu.
• - é a peça que fixa limites do processo, tanto os objetivos como subjetivos,
determinando quem pede, em face de quem se pede, o que se pede e a causa
de pedir.
• Princípio da congruência
• - é pressuposto de constituição do processo
• 
• Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, todavia,
a propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240
depois que for validamente citado.
• Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da
petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito
ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a
competência absoluta.

• Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado
conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.
• Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como
condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi
demandado.
• Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional.


• 2 – REQUISITOS
• Art. 319.  A petição inicial indicará:
• I ­ o juízo a que é dirigida;
• II ­ os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profiss
ão, o número de
inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurí
dica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;
• III ­ o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
• IV ­ o pedido com as suas especificações;
• V ­ o valor da causa;
• VI ­ as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegado

• VII ­ a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de m
ediação.
• 2.1. Forma
• 2.2. Assinatura de quem tenha capacidade postulatória
• Ações que dispensam a capacidade postulatória

• 2.3. Direcionamento/Endereçamento – inciso I:


I ­ o juízo a que é dirigida;
• - juízo
• competência, seja em razão da matéria (Vara Cível, Criminal...),
distribuição (várias varas cíveis) ou competência originária (do
Tribunal de Justiça, por exemplo).
• Comarca: unidade territorial da justiça nos Estados
• AO JUÍZO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE .....
• 2.4. Qualificação e informações das partes – inciso II: II - os nomes, os
prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o
número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a
residência do autor e do réu;

• § 1o Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o au
tor, na petição inicial, requerer
ao juiz diligências necessárias a sua obtenção.
• § 2o A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informa
ções a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu.
• § 3o A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto
no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar
impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça.
• 2.5. Causa de pedir – inciso III: III - o fato e os fundamentos jurídicos do
pedido;
• - o fato (causa de pedir remota/mediata) e os fundamentos jurídicos
do pedido (causa de pedir próxima/imediata)
• - direito subjetivo → fato, que deve coincidir com aquele que foi
previsto, abstrativamente, pela lei como idôneo a gerar a faculdade de
que o agente se mostra titular, atribuindo um nexo jurídico capaz de
justificar o pedido constante na inicial
• - ao postular um provimento jurisdicional, o autor tem que demonstrar
o direito subjetivo a que pretende exercitar contra o réu e apontar o
fato de onde provém
• partes, causa de pedir e pedido . QUEM, POR QUE E O QUE SE PEDE.
• Teoria da substanciação (CPC) x teoria da individuação
• 2.6. Pedido – inciso IV: IV - o pedido com as suas especificações;
• É a providência que se espera alcançar com o Judiciário. É a pretensão
material deduzida em juízo
• É a revelação do objeto da ação – ou seja, da pretensão que o autor
espera que seja acolhida
• pedido imediato (pretensão a uma sentença – é a providência
jurisdicional) e mediato (tutela específica ao seu bem jurídico que
considera violado).
• - implicações: delimita a lide (ou seja, o objeto litigioso) e fixa os limites
da sentença
• É o próprio bem jurídico que o autor procura proteger (direito subjetivo face
ao réu) com a sentença – tem-se aqui uma condenação do réu (sentença
condenatória), uma declaração (sentença declaratória) ou constituição
(sentença constitutiva) de estado ou de relação jurídica)
• Declaratório: é o pedido que se limita a resolver situação de incerteza a respeito da
existência, inexistência ou modo de ser de alguma relação jurídica ou da
autenticidade ou falsidade de documento (art. 19).
• Constitutivo: direitos potestativos, busca criar, modificar ou extinguir
determinada relação jurídica, como ocorre no divórcio, por exemplo, em que se
pretende pôr fim ao vínculo matrimonial.
• Condenatório: direitos a uma prestação, busca impor ao réu alguma conduta e
cujo cumprimento forçado ensejará a deflagração da fase denominada cumprimento
de sentença (art. 513 e ss.), como acontece com relação às indenizações por danos
materiais e morais.
• 2.6.2. requisitos do pedido: são eles:
• 1 – certeza:
• a) no pedido tem que constar expressamente na PI, ou seja, deve ser certo –
art. 322
• b) porém, mesmo com a definição da certeza do caput, admite-se pedido
implícito:
• b.1. §1º, art. 322: consistem em efeitos anexos das decisões judiciais. São
eles: juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência, inclusive
os honorários advocatícios (estes se reputam incluídos no pedido).
• b.2. art. 323: trata-se de cumulação de pedidos relativos a obrigações
sucessivas. Todas as prestações a elas relativas consideram-se incluídas no
pedido.
• c) interpretação do pedido: o pedido deve ser interpretado levando-se em
consideração o conjunto da postulação e o princípio da boa-fé. §2º, art. 322
• Art. 322. O pedido deve ser certo.
• § 1º Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária
e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios.
• § 2º A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e
observará o princípio da boa-fé.
• Art. 323. Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em
prestações sucessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido,
independentemente de declaração expressa do autor, e serão incluídas
na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do
processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las.
• 2 – determinado:
• a) delimitado em relação ao “que” e ao “quanto” (é a regra).
• b) Há casos, excepcionais, em que se admite pedido genérico, são eles:
§ 1o do artigo 324
• b.1. nas ações universais (são aquelas que tem por objeto uma universalidade
– ex.: biblioteca, rebanho. Quando o autor ao puder, na inicial, individualizar os
bens demandados);
• b.2. ações indenizatórias quando não se puder, de logo, fixar o valor da
indenização (quando não se sabe ainda a dimensão do problema. Dano
recorrente – o dano se prolonga no tempo);
• b.3. quando o valor do pedido depender de um comportamento do réu (é o
que acontece na prestação de contas). Quando o pedido é genérico, o valor é
arbitrado pelo autor.
• c) aplicação à reconvenção (art. 343)
• Art. 324. O pedido deve ser determinado.
• § 1º É lícito, porém, formular pedido genérico:
• I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados;
• II - quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do
fato;
• III - quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato
que deva ser praticado pelo réu.
• § 2º O disposto neste artigo aplica-se à reconvenção.

• 3 – concludente/coerente:
• 4 – claro 
• 2.6.4. Pedido alternativo: art. 325. É pedido relativo a obrigação
alternativa
• Art. 325. O pedido será alternativo quando, pela natureza da
obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um
modo.
• Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber
ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de
um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido
alternativo.
• 2.6.5. Cumulação de pedidos: há cumulação de pedidos sempre que houver mais
de um pedido a ser examinado no processo.
• a) Pode ser inicial ou ulterior. Será inicial quando o processo já nasce em cumulação.
Será ulterior quando o pedido for agregado a um processo que já existe 
• b) cumulação homogênea e heterogênea:
• c) cumulação própria e imprópria:
• o que rege a cumulação própria é a partícula “e” – se formulam vários pedidos para
que todos eles sejam acolhidos simultaneamente . Na cum. própria, os pedidos são
compatíveis.
• A cumulação própria se divide em:
• c.1. cum. própria simples: quando não há vínculo de dependência entre os pedidos
– o acolhimento de um pedido não depende do acolhimento do outro; os pedidos
são analisados autonomamente.
• c.2. cum. própria sucessiva: o acolhimento de um pedido depende do acolhimento
do outro; são condicionantes
• A cumulação imprópria é regida pela partícula “ou”. A cumulação imprópria se divide
em:
• 1. cum. imprópria eventual (ou subsidiária): pedido subsidiário. art. 326. Estabelece-se
uma ordem de preferência entre os pedidos O segundo pedido é um pedido eventual.
Só tem o segundo pedido se não tiver o primeiro (pedido principal).

• Art. 326.  É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz
conheça do posterior, quando não acolher o anterior.
• Parágrafo único.  É lícito formular mais de um pedido, alternativamente, para que o juiz
acolha um deles.
• 
• 2. cum. imprópria alternativa: é aquela em que não há uma ordem entre os pedidos.
Vários pedidos, mas só um será acolhido
• d) possibilidade de cumulação: art. 327, caput
• 
• e) requisitos para cumulação: § 1º, art. 327
• e.1. compatibilidade dos pedidos

• e.2. competência do juízo para todos eles;



• e.3. identidade de procedimento

• Art. 327.  É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão.
• § 1o São requisitos de admissibilidade da cumulação que:
• I ­ os pedidos sejam compatíveis entre si;
• II ­ seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;
• III ­ seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento.
• § 2o Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação se o autor empregar o
procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas
previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem
incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum.
• § 3o O inciso I do § 1o não se aplica às cumulações de pedidos de que trata o art. 326.

• Súmula 387 do STJ: “É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral”.
• 
• 2.7. Valor da causa – inciso V
• - corresponde ao resultado econômico do processo – o que o autor pretende obter com a resposta jurisdicional
• a) Efeitos:
• 1 - serve como base de cálculo de tributo;
• 2 - serve para fixar competência;
• 3 - serve para a escolha do procedimento;
• 4 - serve como base para multas processuais (litigância de ma-fé);
• 5 - serve como base para honorários advocatícios.
• 6 – serve como base para custas processuais
• 
• b) Espécies:
• 1 - valor da causa legal: a lei fixa o valor da causa – art. 292, CPC.
• 2 - por arbitramento do autor: se a causa não se encaixar em nenhuma dessas hipóteses do art. 292, CPC, cabe
ao autor fixar o valor da causa. Ex.: guarda de filhos
• 
• TÍTULO V DO VALOR DA CAUSA
• Art.  291.    A  toda  causa  será  atribuído  valor  certo,  ainda  que  não  tenha  conteúdo  econômico
imediatamente aferível.
• Art. 292.  O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será:
• I ­ na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal, dos juros de mora vencidos e de
outras penalidades, se houver, até a data de propositura da ação;
• II ­ na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição ou a
rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte controvertida;
• III ­ na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor;
• IV ­ na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de avaliação da área ou do bem objeto do pedido;
• V ­ na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido;
• VI ­ na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles;
• VII ­ na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor;
• VIII ­ na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal.
• § 1o Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar­se­á o valor de umas e outras.
• § 2o O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo
indeterminado ou por tempo superior a 1 (um) ano, e, se por tempo inferior, será igual à soma das prestações.
• § 3o O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que não corresponde ao 
conteúdo  patrimonial  em  discussão  ou  ao  proveito  econômico  perseguido  pelo  autor,  caso  em  que  se
procederá ao recolhimento das custas correspondentes.

• Art. 293.  O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor atribuído à causa pelo autor, sob pena de
preclusão, e o juiz decidirá a respeito, impondo, se for o caso, a complementação das custas.
• c) como se controla o valor da causa
• - o juiz pode controlar de ofício (o próprio juiz, de oficio, corrige a disparidade) e o réu pode
impugnar o valor da causa. Esta é uma petição avulsa que vai ser autuada separadamente e será
resolvida por decisão interlocutória, impugnável por agravo de instrumento. § 3º, art. 292
• - impugnação ao valor da causa – art. 293, CPC
• 
• 2.8. Provas que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos – inciso VI
• 2.8.1. Documentos indispensáveis à propositura da ação
• a) os docs. que a lei reputa indispensáveis. Ex.: procuração, o título executivo na ação executiva,
a prova escrita na ação monitória.
• 
• b) doc. que se torna indispensável porque o autor se refere a ele na PI. Mas e se o autor fazer
referência a um doc. e não o tem em suas mãos? O autor deve pedir a exibição do doc.
• 
• Art. 320.  A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da açã
o.
• 2.9.
opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação –
inciso VII
• 
• 2.10. Citação do réu
• Art. 247.  A citação será feita pelo correio para qualquer comarca do país, exceto:
• I - nas ações de estado, observado o disposto no art. 695, § 3o;
• II - quando o citando for incapaz;
• III - quando o citando for pessoa de direito público;
• IV - quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de
correspondência;
• V - quando o autor, justificadamente, a requerer de outra forma.

• (nesses casos, a citação será por mandado – oficial de justiça)


• 3 – EMENDA DA PETIÇÃO INICIAL
• - falta de um dos requisitos → o juiz manda que se emende a PI.
• - prazo: 15 dias
• - art. 321, CPC
• 
• Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos
dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de
dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15
(quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve
ser corrigido ou completado.
• Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a
petição inicial.
• 
• 4. Alteração da PI
• - art. 329, CPC
• - alterar qualquer de seus elementos
• Art. 329. O autor poderá:
• I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir,
independentemente de consentimento do réu;
• II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa
de pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório
mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de
15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar.
• Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à
respectiva causa de pedir.

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