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PROCESSO CIVIL IV – Prof.

LUCAS ZANDONA
zandona@hotmail.com

AULA 4 – CUMPRIMENTO DE SENTENÇA


Processo Civil IV – Prof. LUCAS ZANDONA
AULA 4 – CUMPRIMENTO DE SENTENÇA

1. Regras para o cumprimento de sentença que imponha


obrigação de pagar.
Execução (gênero):
- cumprimento de sentença (título executivo judicial –
ART. 515);
- ação de execução (título executivo extrajudicial – ART.
784).
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ATENÇÃO: CUMPRIMENTO ≠ COMPRIMENTO
Cumprimento: Abrange tanto a efetivação das obrigações de fazer, de
não fazer e de entregar coisa, constantes de decisões judiciais, quanto
a execução de obrigação de pagar quantia certa, constante dos títulos
judiciais previstos no art. 515. Cumprimento de sentença é mera fase
do processo de conhecimento.

Cumprimento por quantia certa (obrigação de pagar) = a efetivação


depende de atingir patrimônio do devedor
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Cumprimento de obrigações de fazer, não fazer e de entregar
coisa = não exige alienação do patrimônio do devedor para
saldar o débito, exceto se tais obrigações forem convertidas
em perdas e danos.

OBS: arts. 523 a 527 regem, basicamente, a postulação


(requerimento para o cumprimento) e a defesa (impugnação).
Todas as regras referentes à penhora e à expropriação
encontram-se reguladas no Livro II (arts. 831 e seguintes),
que trata do processo de execução.
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Art. 519. Aplicam-se as disposições relativas ao cumprimento da
sentença, provisório ou definitivo, e à liquidação, no que couber, às
decisões que concederem tutela provisória.
As decisões judiciais que concedem a tutela provisória também
podem ser executadas por meio do procedimento previsto para o
cumprimento de sentença provisório ou definitivo. Será definitivo
quanto a tutela for concedida na sentença e já tiver ocorrido o trânsito
em julgado; será provisório se a decisão que concedeu a tutela for
proferida no curso do processo e contra ela for interposto agravo de
instrumento sem efeito suspensivo (exigindo-se caução – arts. 520, 521
e 522).
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1.2 Competência:
Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
I - os tribunais, nas causas de sua competência originária;
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença
penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou
de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente
poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do
local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do
local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer,
casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo
de origem.
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REGRA GERAL: fixada a competência para o processo de
conhecimento, fica automaticamente determinada a competência de
tal juízo para o cumprimento da sentença, com fundamento no
critério funcional, ressalvada as opções do art. 516, PU.

OBS: possibilidade de protestar a decisão judicial transitada em


julgado perante um cartório de protestos de títulos e documentos –
ART 517 e negativar o nome do devedor – ART. 782, §5º
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1.3 – REQUISITOS:
- Existência do título executivo judicial (líquido e certo)
- Exigibilidade da obrigação (título exigível = inadimplemento do
devedor)
2. A peça inaugural.
O cumprimento definitivo se dará nos autos principais, mediante
requerimento do exequente (art. 523), a quem cabe elaborar
demonstrativo discriminado e atualizado do crédito, com a indicação
de todos os elementos previstos nos incisos II, III, IV, V e VI do art. 524,
bem como requerer a intimação do devedor para efetuar o pagamento
no prazo de quinze dias.
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Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em
liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento
definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o
executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias,
acrescido de custas, se houver.
§ 1o Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será
acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado
de dez por cento. (DEVIDO +20%)
§ 2o Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a multa e os
honorários previstos no § 1o incidirão sobre o restante.
§ 3o Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será expedido,
desde logo, mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de
expropriação.
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Art. 524. O requerimento previsto no art. 523 será instruído com demonstrativo
discriminado e atualizado do crédito, devendo a petição conter:
I - o nome completo, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente e do executado, observado o
disposto no art. 319, §§ 1o a 3o;
II - o índice de correção monetária adotado;
III - os juros aplicados e as respectivas taxas;
IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados;
(VIDE ART. 240, CPC)
V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
VI - especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados;
VII - indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que possível.
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§ 1o Quando o valor apontado no demonstrativo aparentemente
exceder os limites da condenação, a execução será iniciada pelo valor
pretendido, mas a penhora terá por base a importância que o juiz
entender adequada.
§ 2o Para a verificação dos cálculos, o juiz poderá valer-se de
contabilista do juízo, que terá o prazo máximo de 30 (trinta) dias para
efetuá-la, exceto se outro lhe for determinado.
§ 3o Quando a elaboração do demonstrativo depender de dados em
poder de terceiros ou do executado, o juiz poderá requisitá-los, sob
cominação do crime de desobediência.
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§ 4o Quando a complementação do demonstrativo depender de dados
adicionais em poder do executado, o juiz poderá, a requerimento do
exequente, requisitá-los, fixando prazo de até 30 (trinta) dias para o
cumprimento da diligência.
§ 5o Se os dados adicionais a que se refere o § 4o não forem
apresentados pelo executado, sem justificativa, no prazo designado,
reputar-se-ão corretos os cálculos apresentados pelo exequente apenas
com base nos dados de que dispõe.
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A PLANILHA DE CÁLCULO
Ex. SENTENÇA “condenar o réu ALTAMIR a pagar ao autor, a título de
indenização por danos morais, o montante de R$ 20.000,00 (vinte mil
reais), corrigidos monetariamente pelo índice da Corregedoria-Geral
de Justiça, a contar da publicação da sentença, nos termos da Súmula
nº 362 do STJ, e com juros de 1% ao mês a contar do evento danoso,
nos termos da súmula 54, também do STJ.”
Sentença publicada em 01/06/2020
Evento danoso: 01/07/2019
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TABELA PARA INSTRUIR O CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
CORREÇÃO Juros 1% mês
CONDENAÇÃO MONETÁRIA (14 meses) TOTAL
(jun/20) (jul /19)
R$ 20.000,00 1,0110399 14% R$ 23.051,71
(20%) R$ 4.610,34
TOTAL R$ 27.662.05

TABELA MENSAL DO TJMG: jun/2020 = 1,0110399


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3. O deferimento pelo Magistrado e a sequência do procedimento.

Petição de cumprimento de sentença (art. 523) → intimação do


devedor pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado (exceto art.
513, § 2º, II, III e IV, bem como no § 4º → 15 dias para pagamento do
débito + custas, se houver
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• quitado o débito = extingue-se o cumprimento
• não quitado = acréscimo de multa de 10% + honorários (10%) +
expedição de mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos
de expropriação (art. 523, § 3º) – penhora, avaliação e expropriação
propriamente dita.
• Transcorrido o prazo de 15 dias inicia-se o prazo de mais 15 dias
para impugnação (art. 525) 15 + 15 → 15 dias para pagar, contado da
intimação, e mais 15 dias para impugnar)
• → Impugnação (art. 525)
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OBS: pagamento voluntário ANTES do cumprimento de sentença
LER art. 526
• Súmula nº 517 STJ - São devidos honorários advocatícios no
cumprimento de sentença, haja ou não impugnação, depois de
escoado o prazo para pagamento voluntário, que se inicia após a
intimação do advogado da parte executada.

IMPORTANTE: no cumprimento de sentença NÃO cabe o parcelamento


do débito (permitido apenas na execução de título extrajudicial –
ART. 916)
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Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e
comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido
de custas e de honorários de advogado, o executado poderá requerer que lhe
seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas
de correção monetária e de juros de um por cento ao mês.
§ 1o O exequente será intimado para manifestar-se sobre o preenchimento
dos pressupostos do caput, e o juiz decidirá o requerimento em 5 (cinco) dias.
§ 2o Enquanto não apreciado o requerimento, o executado terá de depositar
as parcelas vincendas, facultado ao exequente seu levantamento.
§ 3o Deferida a proposta, o exequente levantará a quantia depositada, e
serão suspensos os atos executivos.
§ 4o Indeferida a proposta, seguir-se-ão os atos executivos, mantido o
depósito, que será convertido em penhora.
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§ 5o O não pagamento de qualquer das prestações acarretará
cumulativamente:
I - o vencimento das prestações subsequentes e o
prosseguimento do processo, com o imediato reinício dos atos
executivos;
II - a imposição ao executado de multa de dez por cento sobre o
valor das prestações não pagas.
§ 6o A opção pelo parcelamento de que trata este artigo importa
renúncia ao direito de opor embargos
§ 7o O disposto neste artigo não se aplica ao cumprimento da
sentença.
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4. A impugnação e os temas que nela podem ser ventilados.
4.1 - Parâmetro: as partes ficam impossibilitadas de alegar qualquer
outra questão relacionada com a demanda.
Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão
deduzidas e repelidas todas as alegações e as defesas que a parte poderia
opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido.

4.2 - Finalidade: Na execução por quantia certa, o objeto da condenação é


constituído por determinada soma em dinheiro, a qual será obtida, na
maioria das vezes, por meio da expropriação de outros bens do devedor
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4.3 - Natureza jurídica: impugnação tem natureza de defesa e de ação,
dependendo da perspectiva que se analise. Defesa porque constitui
meio pelo qual o devedor, na própria relação processual, opõe
resistência ao modo e aos limites da execução. Ação porque, embora
incidental, veicula pretensão declaratória ou desconstitutiva.
4.4 - Legitimidade: art. 525 - a impugnação poderá ser oposta pelo
executado, que é aquele cujo nome consta no título executivo e contra
o qual foi ajuizada a ação de conhecimento. Havendo outros
devedores, qualquer um deles poderá impugnar o cumprimento da
sentença, ainda que a penhora tenha recaído sobre bens do outro
devedor. É necessário, no entanto, que todos tenham participado da
ação de conhecimento, conforme expressamente dispõe o § 5º do art.
513 do novo CPC.
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4.5 - Desnecessidade de prévia garantia do juízo:
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento
voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado,
independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos
próprios autos, sua impugnação.

OBS: se não houver pagamento após o prazo do art. 523 e se à


impugnação não for concedido efeito suspensivo, a penhora ocorrerá
normalmente
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4.6 – Efeito Suspensivo
Em regra, a impugnação NÃO tem efeito suspensivo. Para impingir-lhe
tal efeito, o executado deverá demonstrar não apenas a existência de
fundamentos relevantes e de perigo de dano no prosseguimento da
execução E que haja prévia garantia do juízo por meio de penhora,
caução ou depósito suficientes.
ART. 525 (...) § 6o A apresentação de impugnação não impede a prática
dos atos executivos, inclusive os de expropriação, podendo o juiz, a
requerimento do executado e desde que garantido o juízo com penhora,
caução ou depósito suficientes, atribuir-lhe efeito suspensivo, se seus
fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da execução for
manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil
ou incerta reparação.
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§ 7o A concessão de efeito suspensivo a que se refere o § 6o não
impedirá a efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de
redução da penhora e de avaliação dos bens
§ 8o Quando o efeito suspensivo atribuído à impugnação disser respeito
apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá quanto à parte
restante.
§ 9o A concessão de efeito suspensivo à impugnação deduzida por um
dos executados não suspenderá a execução contra os que não
impugnaram, quando o respectivo fundamento disser respeito
exclusivamente ao impugnante
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4.7 - Alegação de fato superveniente
O CPC/2015 simplifica a vida do advogado ao permitir que questões
relativas a fatos supervenientes, ocorridas após o término do prazo
para impugnação, sejam levadas ao conhecimento do juiz por simples
petição.
§ 11. As questões relativas a fato superveniente ao término do prazo
para apresentação da impugnação, assim como aquelas relativas à
validade e à adequação da penhora, da avaliação e dos atos executivos
subsequentes, podem ser arguidas por simples petição, tendo o
executado, em qualquer dos casos, o prazo de 15 (quinze) dias para
formular esta arguição, contado da comprovada ciência do fato ou da
intimação do ato. = SOB PENA DE PRECLUSÃO
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4.8 – Defesas que podem ser arguidas na impugnação
OBS: O cumprimento das obrigações de fazer, não fazer e entregar coisa não admite
impugnação, pois abrangem obrigações específicas.
Cumprimento da sentença Execução de título extrajudicial
possibilidade de o devedor defender-se do Nos embargos à execução fundada em título
cumprimento da sentença é restrita, limitando- extrajudicial, exatamente porque o direito não
se às matérias constantes nos incisos I a VII do § foi acertado em processo judicial, o devedor
1º do art. 525 poderá alegar toda e qualquer matéria que lhe
seria lícito deduzir como defesa no processo de
conhecimento (art. 910, § 2º).
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Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento
voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado,
independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos
próprios autos, sua impugnação.
§ 1o Na impugnação, o executado poderá alegar:
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo
correu à revelia;
OBS: nos termos do art. 239, § 1º, o comparecimento espontâneo do
réu supre a falta ou a nulidade da citação.
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II - ilegitimidade de parte;

OBS: O inciso II não trata da ilegitimidade da parte no processo de


conhecimento. Somente o devedor ou quem tenha responsabilidade
executiva pode figurar como executado. Se não é devedor nem
responsável e mesmo assim foi indicado como tal, pode opor
impugnação ao cumprimento da sentença.

III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;


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Inexigibilidade A obrigação se torna plenamente exigível depois do
trânsito em julgado da decisão, desde que se encontre vencida e que
não esteja sujeita a contraprestação ainda não adimplida. Também será
considerada inexigível:
• § 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1o deste artigo,
considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título
executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em
aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo
Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição
Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso.
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A inexequibilidade do título, por sua vez, decorre da ausência de
pressupostos para a instauração da fase de cumprimento, seja por
conta das características do documento apresentado, seja pelas
condições formais desse documento. Ex. credor pretende dar início ao
cumprimento de uma decisão estrangeira sem que tenha havido prévia
manifestação do STJ.
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IV - penhora incorreta ou avaliação errônea;
Penhora incorreta ou irregular: é aquela levada a efeito em afronta a disposição
legal. Constituem exemplos dessa modalidade de vício, passíveis de serem
arguidos em impugnação: (a) a penhora sobre imóvel residencial próprio do
casal ou da entidade familiar (art. 1º da Lei nº 8.009/1990);25 (b) penhora sobre
bens impenhoráveis (art. 833) ou sobre os frutos ou rendimentos dos bens
inalienáveis quando houver outros bens suficientes para garantir o
cumprimento (art. 834); (c) penhora realizada sem observância da ordem
estabelecida no art. 835; (d) penhora realizada sem observância do art. 848.
Avaliação errônea: valor for manifestamente superior ou inferior ao valor de
mercado do bem penhorado. A impugnação, nesse caso, deve ser
fundamentada em avaliações idôneas, não sendo suficiente a simples
discordância.
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V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
Excesso de execução: segundo a definição legal do art. 917, § 2º, há
excesso de execução quando:
I – o exequente pleiteia quantia superior à do título;
II – ela recai sobre coisa diversa daquela declarada no título;
III – ela se processa de modo diferente do que foi determinado no
título;
IV – o exequente, sem cumprir a prestação que lhe corresponde, exige
o adimplemento da prestação do executado;
V – o exequente não prova que a condição se realizou.
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VIDE § 4o Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de
execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-
lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando
demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo.

Cumulação indevida de execuções: como só se pode admitir a


cumulação quando o mesmo juízo é competente para todas as
execuções, é inviável a cumulação de demandas executivas quando
fundadas em títulos judiciais, pois a competência para a execução (ou
melhor, para o cumprimento) será do juízo onde se desenvolveu o
processo cognitivo.
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VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
Não é preciso propor exceção de incompetência para arguir incompetência
relativa ou objeção de pré-executividade para arguir incompetência absoluta.
VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como
pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que
supervenientes à sentença.
Compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa. Na
impugnação também prevalece o entendimento no sentido de que o
executado deve veicular todas as matérias dedutíveis, sob pena de preclusão.
O inciso apresenta um rol apenas exemplificativo das causas modificativas ou
extintivas da obrigação que podem ser arguidas na impugnação ao
cumprimento de sentença, desde que supervenientes à sentença.
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§ 2o A alegação de impedimento ou suspeição observará o
disposto nos arts. 146 e 148.
§ 3o Aplica-se à impugnação o disposto no art. 229.
§ 4o Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de
execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-
lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando
demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo.
§ 5o Na hipótese do § 4o, não apontado o valor correto ou não
apresentado o demonstrativo, a impugnação será liminarmente
rejeitada, se o excesso de execução for o seu único fundamento, ou, se
houver outro, a impugnação será processada, mas o juiz não
examinará a alegação de excesso de execução.
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§ 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1o deste artigo,
considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título
executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em
aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo
Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição
Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso.
§ 13. No caso do § 12, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal
Federal poderão ser modulados no tempo, em atenção à segurança
jurídica.
§ 14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12
deve ser anterior ao trânsito em julgado da decisão exequenda.
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OBS: Se a decisão de inconstitucionalidade for após ao trânsito
em julgado caberá ação rescisória. O prazo decadencial de dois anos
para propositura da ação rescisória não será contado da data do
trânsito em julgado da decisão exequenda, mas do trânsito em julgado
da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal
§ 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito
em julgado da decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo
será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo
Supremo Tribunal Federal.
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OBS: STJ - Súmula 517: São devidos honorários advocatícios no
cumprimento de sentença, haja ou não impugnação, depois de
escoado o prazo para pagamento voluntário, que se inicia após a
intimação do advogado da parte executada.
Sumula 519: Na hipótese de rejeição da impugnação
ao cumprimento de sentença, não são cabíveis honorários
advocatícios.

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