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DIREITO PROCESSUAL CIVIL III

PAULO HEMETÉRIO ARAGÃO SILVA

TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO –


PARTE I.
Objetivos de aprendizagem Momentos da aula

1. ENTENDER... 1. APRESENTAÇÃO DO TEMA/PROBLEMÁTICA

2. ANALIZAR... 2. EXPOSIÇÃO DO CONTEÚDO

3. DISCUTIR... 3. PERGUNTAS / DEBATE

4. ATIVIDADE DE FIXAÇÃO
Requisitos da Execução:
1)Existência de título executivo, pois nulla executio
sine titulo. Esse título deve ser CERTO, LÍQUIDO E
EXIGÍVEL.
2) Inadimplemento da obrigação.

CLASSIFICAÇÃO:
1)COMUM/ESPECIAL:
2)DIRETA/INDIRETA:
3)MEDIATA/IMEDIATA:
4)JUDICIAL/EXTRAJUDICIAL:
5)PROVISÓRIA/DEFINITIVA:
PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DAS EXECUÇÕES:
1)PRINCÍPIO DA EFETIVIDADE (Arts. 4 e 6 do CPC):
2)PRINCÍPIO DA CONCENTRAÇÃO DOS PODERES DE EXECUÇÃO
DO JUIZ (Art. 536, §1 do CPC).
3)PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL (Art. 789 do
CPC):
4)PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA TUTELA EXECUTIVA OU
RESULTADO (Art. 536 DO CPC):
5)PRINCÍPIO DA MENOR ONEROSIDADE (Art. 805 do CPC):
6)PRINCÍPIO DA DISPONIBILIDADE (Art. 775 do CPC):
LEGITIMIDADE PARA A EXECUÇÃO:
1)ATIVA: ORDINÁRIA PRIMÁRIA
EXTRAORDINÁRIA SUPERVENIENTE

2) PASSIVA: ORDINÁRIA PRIMÁRIA


EXTRAORDINÁRIA SUPERVENIENTE

Arts 778 e 779 do CPC.


LEGITIMIDADE ATIVA:
I- o Ministério Público, nos casos previstos em lei: a legitimidade
do MP é classificada como extraodinária.
EX: art. 16 da lei 4717/65, no qual o MP poderá executar uma ação
popular, quando o autor não o fizer no prazo de 60 (sessenta) dias;
art. 100 da lei 8078/90 (CDC) prevê a possibilidade do MP assumir
o pólo ativo (exequente) em uma ação coletiva envolvendo relação
de consumo; art. 68 do CPP, que trata da ação civil ex delicto, a
qual o MP poderá executar uma sentença penal condenatória na
esfera civil, quando a vítima ou seus familiares forem pobres.
Cuidado !!! No STF no RE 147.776/SP já entendeu que o art. 68 do
CPP passa pela teoria da inconstitucionalidade progressiva.
II- o espólio, os herdeiros ou os sucessores do
credor, sempre que, por morte deste, lhes for
transmitido o direito resultante do título executivo:
trata-se de legitimidade em razão de transmissão
mortis causa.
III- o cessionário, quando o direito resultante do
título executivo lhe for transferido por ato entre
vivos: trata-se de legitimidade em razão de
transmissão por ato inter vivos. A cessão de crédito
está prevista no código civil nos arts. 286 ao 298.
Pode ser cessão pro soluto (o cedente responde pela
existência e legalidade do crédito, mas não
responde pela solvência do devedor) ou pro solvendo
(o cedente responde pela existência e legalidade do
crédito e pela solvência do devedor). A cessão
independe da aquiescência do devedor.
IV- o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal
ou convencional: Sub-rogação é a transmissão
da qualidade creditória para um sujeito que
adimpliu a obrigação de outrem ou emprestou
dinheiro para tanto. A sub-rogação pode ser:
legal ou convencional. Está prevista nos arts.
346 ao 351 do C.C.
IV- o fiador do débito constante em título extrajudicial:
fiança é uma espécie de garantia pessoal ou
fidejussória. O novo CPC alterou a redação, excluindo o
fiador judicial. Esse caso trata fiador convencional.
V- o responsável titular do bem vinculado por garantia
real ao pagamento do débito: novidade, pois não havia
corresponde no CPC de 1973. Por exemplo: constitui
hipoteca de um bem imóvel para garantir o pagamento
da dívida do filho.
VI- o responsável tributário, assim definido na
legislação própria: responsável tributário é aquele que
não realizou o fato gerador do tributo, mas responde
perante o fisco.
TÍTULO EXECUTIVO:
Conceito: Ato/documento que lastreia a atividade executiva
do Estado-juiz no direito brasileiro.
a)CERTO: não paira dúvida quanto a existência e validade.
b)LÍQUIDO: quantum debeatur.
c)EXIGÍVEL: cobrado (possa ser cobrado).
NATUREZA JURÍDICA DO TÍTULO:
1ª corrente: documento que prova o crédito. Título e o direito
de crédito se confundem são dependentes. Só há crédito se
houver título (FRANCESCO CARNELUTTI).
2ª corrente: ato capaz de desencadear a sanção executória. Há
uma separação abrupta entre título e crédito. Pode a execução
ter o título e não ter o crédito (ENRICO TULLIO LIEBMAN).
3ª corrente: mista – ato/documento. Título e crédito não se
confundem, mas é plenamente possível que o executado alegue
como matéria de defesa a inexistência do crédito
(MAJORITÁRIA – HUMBERTO THEODORO).
V- o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas,
emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por
decisão judicial: novidade topográfica, pois o CPC de 1973
já previa essa situação, mas como título executivo
extrajudicial. A doutrina criticava, pois esse crédito
forma-se dentro de um processo judicial e ainda é
aprovado por decisão judicial, como então aceitá-lo como
título extrajudicial.
OBS: Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para o
cumprimento da sentença ou para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias.
São exemplos de títulos judiciais que são executados em processo autônomo,
sendo exceção à regra do sincretismo processual (art. 515, § 1o do NCPC).
TÍTULOS EXTRAJUDICIAIS:

Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:


I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a
debênture e o cheque:
Letra de Câmbio: ordem (Sacador), por escrito, para um
sujeito (sacado) pagar uma obrigação a outro sujeito
(beneficiário ou tomador) ou a sua ordem.
Duplicata: credor emite a duplicata para um devedor expor
seu aceite. Duplicata sem aceite não é título, necessitando
do seu protesto em cartório para ser executada.
Nota Promissória: promessa de pagamento emitida pelo
devedor para beneficiar um credor.

Cheque: ordem de pagamento à vista. Apresentação 30


dias na praça ou 60 dias em outra praça. A prescrição de
cheque ocorrerá em 6 (seis) meses a contar do término
do prazo de apresentação. Cheque prescrito não pode ser
mais executado.

Debênture: são papeis negociáveis no mercado de


capitais, com o intuito de captar recursos para uma
sociedade empresária.
IV- o instrumento de transação referendado pelo
Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela
Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou
por conciliador ou mediador credenciado por tribunal:
autocomposição extrajudicial. Se for homologado em
juízo, acaba dificultando a defesa do devedor.
V- o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese
ou outro direito real de garantia e aquele garantido por
caução: garantia é gênero: 1) real: hipoteca (bem imóvel);
penhor (bem móvel); anticrese (frutos ou rendimentos
sobre bem imóvel) – outro direito real: promessa de
compra e venda; usufruto. 2) pessoal (fidejussória):
fiança/aval.
VIII- o crédito, documentalmente comprovado,
decorrente de aluguel de imóvel, bem como de
encargos acessórios, tais como taxas e
despesas de condomínio:: discussão acerca da
possibilidade de cobrar os acessórios (taxa de
condomínio, luz, água, telefone, IPTU). A
doutrina prega a necessidade do credor do
aluguel para as despesas acessórias para
poder cobrá-la, pois esses valores são créditos
de outros legitimados. Dai paga-se para ter
direito ao reembolso na ação executiva.
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OBSERVAÇÃO: A CITAÇÃO ELETRÔNICA É
PREFERENCIAL (ART. 246 DO CPC) – ALTERADO PELA
LEI 14.195 DE 26 DE AGOSTO DE 2021.
COMPETÊNCIA PARA O CUMPRIMENTO DE SENTENÇA:
Critério funcional – competência absoluta. Ver artigo
516 do CPC.

PROTESTO DE SENTENÇA:
A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada
a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o
prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523.
Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente
apresentar certidão de teor da decisão.
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CUMPRIMENTO DE SENTENÇA DE OBRIGAÇÃO DE
PAGAR QUANTIA CERTA: ART. 523 AO 527 DO CPC
1) O prazo para o cumprimento voluntário do débito será
de 15 dias úteis, sob pena do acréscimo de multa de 10%
e honorários advocatícios de 10%. Diferente da
Astreintes (multa diária).
2) Na hipótese de pagamento parcial do débito, a multa e
os honorários incidirá no restante.
3) Não efetuado o pagamento no prazo do artigo 523 do
CPC, inicia-se o prazo de 15 dias úteis para, o devedor,
querendo, oferecer a impugnação ao cumprimento de
sentença. Ver o artigo 525 do CPC
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DO OFERECIMENTO DO PAGAMENTO PELO DEVEDOR:
ART. 526 DO CPC
É lícito ao réu, antes de ser intimado para o cumprimento da
sentença, comparecer em juízo e oferecer em pagamento o
valor que entender devido, apresentando memória
discriminada do cálculo.
O autor será ouvido no prazo de 5 (cinco) dias, podendo
impugnar o valor depositado, sem prejuízo do levantamento
do depósito a título de parcela incontroversa.
Concluindo o juiz pela insuficiência do depósito, sobre a
diferença incidirão multa de dez por cento e honorários
advocatícios, também fixados em dez por cento, seguindo-se
a execução com penhora e atos subsequentes.
Se o autor não se opuser, o juiz declarará satisfeita a
obrigação e extinguirá o processo.
PRISÃO CIVIL: Se o executado não pagar ou se a
justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além de
mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do §
1o, decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três)
meses. A prisão será cumprida em regime fechado,
devendo o preso ficar separado dos presos comuns. O
cumprimento da pena não exime o executado do
pagamento das prestações vencidas e vincendas. Paga a
prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da
ordem de prisão. O débito alimentar que autoriza a prisão
civil do alimentante é o que compreende até as 3 (três)
prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as
que se vencerem no curso do processo.
OBS: A Convenção Interamericana de Direitos Humanos
“Pacto de São José da Costa Rica” (Dec. 678 de 1992) em
seu art. 7.7 diz que: Ninguém deve ser detido por
dívida. Este princípio não limita os mandados de
autoridade judiciária competente expedidos em virtude de
inadimplemento de obrigação alimentar.

O Brasil é signatário da Convenção. Então o STF através


do julgamento do RE 466.343/SP, entendeu que a prisão
civil por dívidas no Brasil está proibida, salvo a prisão do
devedor de alimentos.
Obs.: O exequente pode optar por promover o
cumprimento da sentença ou decisão conforme as regras
e disposições do cumprimento de sentença de obrigação
de pagar quantia, ou seja, a com invasão patrimonial.
OBS: Art. 529. Quando o executado for funcionário
público, militar, diretor ou gerente de empresa ou
empregado sujeito à legislação do trabalho, o exequente
poderá requerer o desconto em folha de pagamento da
importância da prestação alimentícia.
§ 1o Ao proferir a decisão, o juiz oficiará à autoridade, à
empresa ou ao empregador, determinando, sob pena de
crime de desobediência, o desconto a partir da primeira
remuneração posterior do executado, a contar do
protocolo do ofício.
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PROCEDIMENTO DA SUB-ROGAÇÃO NA EXECUÇÃO DE TÍTULO
EXTRAJUDICIAL DE OBRIGAÇÃO DE FAZER FUNGÍVEL:
1)O exequente deve antecipar a quantia prevista na proposta, ou seja, não
havendo impugnações ao orçamento, o juízo determinará que o credor
adiante o valor cobrado pelo terceiro para prestar a obrigação de fazer.
2)Após a prestação da obrigação pelo terceiro, as partes serão intimadas
para se manifestarem, no prazo de 10 dias, não havendo impugnações
considera satisfeita a obrigação;
3) Se o exequente impugnar o cumprimento da obrigação, alegando defeitos
ou incompletude, poderá requer ao juízo que ele próprio possa cumpri-la às
custas do terceiro.
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PENHORA:
Conceito: constrição judicial de bens para pagamento de crédito
previsto na execução, ou seja, individualiza-se bem ou bens do
patrimônio do devedor, reservando-o (s) ao pagamento do crédito
exequendo.
ESPÉCIES DE PENHORA:
a) PENHORA NO ROSTO DOS AUTOS: quando o devedor tem um
crédito em outro processo, o juiz faz a penhora no rosto dos autos (é
previsto para execução de título extrajudicial, mas pode ser usado no
conhecimento) – Art. 857 CPC.
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b) PENHORA ONLINE (ELETRÔNICA): Art. 854 - Valores que estejam na
conta do devedor serão transferidos para uma conta vinculada ao juízo.
A requerimento do credor, o juízo realizará a penhora online. Crítica:
bloqueio aleatório de valores que estejam vinculados a um número de
CPF ou CNPJ, independentemente do valor da execução. Ademais, a
penhora eletrônica não consegue diferenciar os bens penhoráveis dos
bens impenhoráveis.
OBS: No prazo de 24 horas, contado da resposta, de ofício, o juízo
determinará o cancelamento de qualquer indisponibilidade excessiva,
o que deverá ser cumprido pela instituição financeira em igual prazo.
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OBJETO/OBJETIVO DA PENHORA: art. 831 e seguintes do CPC:
Envolve o pagamento do principal, juros e honorários advocatícios. O
patrimônio do devedor ou e terceiros responsáveis. - Os bens devem
ter expressão econômica. - Não podem ser tidos como impenhoráveis
(salário, televisão).
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SUBSTITUIÇÃO DA PENHORA – ART. 848 CPC
É plenamente possível substituir um bem penhorado.
Art. 848. As partes poderão requerer a substituição da penhora se: I - ela não
obedecer à ordem legal; II - ela não incidir sobre os bens designados em lei,
contrato ou ato judicial para o pagamento; III - havendo bens no foro da execução,
outros tiverem sido penhorados; IV - havendo bens livres, ela tiver recaído sobre
bens já penhorados ou objeto de gravame; V - ela incidir sobre bens de baixa
liquidez; VI - fracassar a tentativa de alienação judicial do bem; ou VII - o executado
não indicar o valor dos bens ou omitir qualquer das indicações previstas em lei
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DEPÓSITO – Art. 840 CPC
Preferência para o depósito. Faz parte do Ato da Penhora: a penhora só
estará perfeita com o depósito. Último Ato da Penhora.
a) Individualiza o bem. b) Descreve o bem. c) Nomeia o depositário
(algo interno).
PREFERÊNCIA PARA O DEPÓSITO (Art. 840 – CPC)
IMPORTANTE: SÚMULA 319 STJ – DEPÓSITO: múnus público. SÚMULA 179 do STJ-
Cabe a instituição financeira a atualização monetária da quantia depositada.
SÚMULA 185 do STJ- Não incide IOF nos depósitos  O ENCARGO DE DEPOSITÁRO
DE BENS PENHORADOS PODE SER EXPRESSAMENTE RECUSADO
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Hipóteses de impenhorabilidade:
1)Bens inalienáveis: se o bem é inalienável, não pode ser penhorado,
visto que a penhora é o primeiro passo para a alienação judicial de
bens. Ex: bens públicos. (art. 833, I, primeira parte)
2)Bens declarados por ato voluntário, não sujeitos a execução.
Exemplos: bens doados ou alienados com cláusula de inalienabilidade
com registro público imobiliário. Também a previsão em contrato do
pacto de impenhorabilidade, que vincula apenas os contratantes. (art.
833, I, segunda parte)
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3) os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que
guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor
ou os que ultrapassem as necessidades comuns
correspondentes a um médio padrão de vida;
4) os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do
executado, salvo se de elevado valor: essa regra visa proteger a
dignidade do executado e evitar abusos com penhora,
protegendo a boa-fé processual.
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5) os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as
remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os
pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por
liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e
de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os
honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2º: umas das
principais hipóteses de beneficium competentiae, pois possui
claro intuito de proteger o executado, assegurando à sua
subsistência digna e de sua família.
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Exceção a impenhorabilidade de rendimentos de natureza alimentar: O
disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de
penhora para pagamento de prestação alimentícia,
independentemente de sua origem (vínculo familiar, ato ilícito,
honorários advocatícios), bem como às importâncias excedentes a 50
(cinquenta) salários-mínimos mensais.
OBS: O STJ já admitiu a penhorabilidade de honorários advocatícios
sucumbenciais, quando ultrapassarem os 50 salários-mínimos. (STJ 3T
Resp n. 1747.645/DF, Rel Nancy Andrighi).
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6) os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os
instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao
exercício da profissão do executado: assegura os bens
necessários para o executado exercer sua profissão. O rol é
meramente exemplificativo, não importando o valor e nem o local
onde estejam. Porém, os bens devem ser de uso cotidiano da
profissão do devedor.
Exceção: Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os equipamentos, os
implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa física ou a empresa individual
produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de financiamento e estejam
vinculados em garantia a negócio jurídico ou quando respondam por dívida de natureza
alimentar, trabalhista ou previdenciária.
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7) o seguro de vida: favorece o beneficiário do seguro e não o
segurado.
Incorporação ao patrimônio do beneficiário executado?
8) os materiais necessários para obras em andamento, salvo se
essas forem penhoradas;
9) a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que
trabalhada pela família: A CF/88 art. 5, XXVI também protege a
pequena propriedade rural acerca das dívidas oriundas da
atividade produtiva, mas a regra do CPC é mais ampla, pois
protege em relação a qualquer dívidas, salvo relacionadas a
aquisição do próprio bem.
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10) os recursos públicos recebidos por instituições privadas para
aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social
- Há dois pressupostos para essa impenhorabilidade:
1)Origem: recursos públicos são provenientes de dotações
orçamentárias das pessoas jurídicas de direito público.
2)Finalidade do recurso: aplicação compulsória em educação,
saúde e assistência social.
É uma hipótese de impenhorabilidade absoluta, devido ao seu
valor social, visando proteger o coletivo.
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11) a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite
de 40 (quarenta) salários-mínimos: hipótese de
impenhorabilidade relativa, não se aplica à hipótese de penhora
para pagamento de prestação alimentícia, independentemente
de sua origem.
OBS: Não se aplica a fundo de investimento. Existindo
várias poupanças, a impenhorabilidade se aplica a soma de
todas elas. E considera-se impenhorável a quantia existente
na poupança antes da constituição da obrigação.
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12) os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido
político, nos termos da lei: essa hipótese fica restrita aos
recursos públicos, já que os privados poderão ser penhorados.
13) os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias,
sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução
da obra.
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DEFESAS DO EXECUTADO:
ESPÉCIES:
1)IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA:
1.1) NATUREZA JURÍDICA – Incidente processual
1.2) PREVISÃO LEGAL – Art. 525 do CPC
1.3) PRAZO OBRIGAÇÃO DE PAGAR - Transcorrido o prazo previsto no
art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze)
dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova
intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação.
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EMBARGOS À EXECUÇÃO:
1)NATUREZA JURÍDICA: ação autônoma, assumindo a forma de demanda de
conhecimento.
2)PREVISÃO LEGAL: Art. 914 ao 920 do CPC.
3)PRAZO: 15 dias úteis, contados da juntada aos autos do comprovante de
citação ou na hipóteses do art. 231 do CPC. (Art. 915 do CPC).
4)COMPETÊNCIA PARA PROCESSAMENTO: os embargos serão julgados pelo
juízo competente para a ação executiva. Competência funcional. Os
embargos são distribuídos por dependência ao processo de execução,
devendo ser autuados em apartados.
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OBS: a penhora, avaliação ou alienação de bens do executado podem
ocorrer através de carta precatória. Com isso, os embargos podem ser
oferecidos no juízo deprecado ou deprecante, mas a competência
para julgá-los será do juízo deprecante. Porém, caso os embargos
versem questão relacionada a vícios na penhora, avaliação ou
alienação de bens praticados pelo juízo deprecado, a competência
será do próprio juízo deprecado para julgar os embargos.
5) HIPÓTESES DE CABIMENTO: Art. 917 do CPC.
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OBS: Quando alegar que o exequente, em excesso de
execução, pleiteia quantia superior à do título, o embargante
declarará na petição inicial o valor que entende correto,
apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de
seu cálculo.
5) EFEITO SUSPENSIVO: Os embargos à execução não terão efeito
suspensivo. (Art. 919 do CPC).
O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito
suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos para
a concessão da tutela provisória e desde que a execução já
esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes.
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EXCEÇÃO DE PRÉ=EXECUTIVIDADE:
A doutrina e a jurisprudência aceitam a possibilidade do executado por
simples petição, nos próprios autos da execução, questionar a
execução, desde que com documentos.
Tem forte inspiração no jurista alagoano Pontes de Miranda.
Características:
1) limitação probatória; 2) informalidade.
20 minutos...
Tema da aula

Atividade de
Fixação
Tema da aula

FIM
Até a próxima aula...

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