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DIREITO PROCESSUAL

DO TRABALHO
AULAS 5 e 6
Recursos Trabalhistas: pressupostos e aspectos gerais.
Recursos em espécie. Recursos perante oTST e o STF.

● ESQUEMA DA EXECUÇÃO CONTRA DEVEDOR SOLVENTE


● CITAÇÃO

Art. 880, CLT. Requerida a execução, o juiz ou presidente do tribunal mandará expedir
mandado de citação do executado, a fim de que cumpra a decisão ou o acordo no prazo,
pelo modo e sob as cominações estabelecidas ou, quando se tratar de pagamento em
dinheiro, inclusive de contribuições sociais devidas à União, para que o faça em 48
(quarenta e oito) horas ou garanta a execução, sob pena de penhora.
§ 1º - O mandado de citação deverá conter a decisão exeqüenda ou o termo de acordo
não cumprido.
§ 2º - A citação será feita pelos oficiais de diligência. PESSOAL (atenção!!!)
§ 3º - Se o executado, (1º Requisito) procurado por 2 (duas) vezes no espaço de 48
(quarenta e oito) horas, (2º requisito) não for encontrado, far-se-á citação por edital,
publicado no jornal oficial ou, na falta deste, afixado na sede da Junta ou Juízo, durante 5
(cinco) dias.

O devedor é citado para em 48h:


1. Pagar, ou;
2. Garantir a execução, ou;
3. Nomear bens.

A citação pode ocorrer após a decisão de liquidação ou após a sentença (se esta forlíquida).

Obs.: a execução, em regra, não pode ser iniciada de ofício (provisória e definitiva), mas a
liquidação pode.

A citação é feita pelos oficiais de justiça (oficiais de diligência) e a citação é pessoal.

O executado que não for encontrado depois de procurado por duas vezes será citado
por EDITAL! Isso vale também para o procedimento sumaríssimo, inclusive no IDPJ quando realizado
na fase de execução.

Obs: O art. 523, §1º, CPC que prevê que o não pagamento do débito no prazo de 15 dias da
condenação enseja multa de 10% NÃO É APLICÁVEL AO PROCESSO DO TRABALHO.
CPC, Art. 523. § 1º Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput , o débito será
acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por
cento.

TST, Tese firmada no Tema Repetitivo 04. A multa coercitiva do artigo do artigo 523,
parágrafo 1º do CPC (antigo artigo 475-J do CPC de 1973) não é compatívelcom as normas
vigentes da CLT por que se rege o processo do trabalho, ao qual não se aplica

O processo do trabalho tem um regramento próprio (não há omissão), inclusive com prazo para
pagamento mais encurtado.

Atenção a esse artigo incluído pela Lei nº 13.467/17:

Art. 883-A, CLT. A decisão judicial transitada em julgado somente poderá ser levada a
protesto, gerar inscrição do nome do executado em órgãos de proteção ao crédito ou no
Banco Nacional de Devedores Trabalhistas (BNDT), nos termos da lei, depois de
transcorrido o prazo de quarenta e cinco dias a contar da citação do executado, se não
houver garantia do juízo.

Tem que esperar 45 dias da citação do executado. O entendimento é de que são dias corridos, por
não se tratar de um prazo processual.

● GARANTIA DA EXECUÇÃO/NOMEAÇÃO DE BENS

Se não realizar o pagamento, o executado pode garantir a execução ou nomear bens para garantir
a execução.
Garantia a execução: garante para que possa se utilizar dos embargos à execução para impugnar
algumas matérias relativas à execução ou a própria penhora realizada

Art. 882, CLT. O executado que não pagar a importância reclamada poderá garantir a
execução mediante depósito da quantia correspondente, atualizada e acrescida das
despesas processuais, apresentação de seguro-garantia judicial ou nomeação de bens à
penhora, observada a ordem preferencial estabelecida no art. 835 da Lei no 13.105, de 16
de março de 2015 - Código de Processo Civil.

O seguro-garantia judicial foi incluído pela Lei nº 13.467/17.


Doutrina: O seguro-garantia judicial inclui também a espécie fiança, já que remete ao CPC.
Seguro-garantia judicial: a apólice deve incluir o valor do débito com os encargos e acréscimos legais,
inclusive honorários (periciais, assistenciais e advocatícios), acrescido de 30%.

CSJT, Ato Conjunto nº 1/2019. Art. 3º. I - no seguro garantia judicial para execução
trabalhista, o valor segurado deverá ser igual ao montante original do débito executado
com os encargos e os acréscimos legais, inclusive honorários advocatícios, assistenciais e
periciais, devidamente atualizado pelos índices legais aplicáveis aos débitos trabalhistas
na data da realização do depósito, acrescido de, no mínimo, 30% (Orientação
Jurisprudencial 59 da SBDI-II do TST);

OJ 59 DA SDI II - MANDADO DE SEGURANÇA. PENHORA. CARTA DE FIANÇA BANCÁRIA.


SEGURO GARANTIA JUDICIAL (nova redação em decorrência do CPC de 2015). A carta de
fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do débito
em execução, acrescido de trinta por cento, equivalem a dinheiro para efeito da gradação
dos bens penhoráveis, estabelecida no art. 835 do CPC de 2015 (art. 655 do CPC de 1973).

Art. 835, CPC. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem:


I. dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira;
II. títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com
cotação em mercado;
III. títulos e valores mobiliários com cotação em mercado;
IV. veículos de via terrestre;
V. bens imóveis;
VI. bens móveis em geral;
VII. semoventes;
VIII. navios e aeronaves;
IX. ações e quotas de sociedades simples e empresárias;
X. percentual do faturamento de empresa devedora;
XI. pedras e metais preciosos;
XII. direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de
alienação fiduciária em garantia;
XIII. outros direitos.
§ 1º É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais hipóteses, alterar a
ordem prevista no caput de acordo com as circunstâncias do caso concreto.
§ 2º Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro a fiança bancária e o
seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do débito constante da
inicial, acrescido de trinta por cento.
§ 3º Na execução de crédito com garantia real, a penhora recairá sobre a coisa dada em
garantia, e, se a coisa pertencer a terceiro garantidor, este também será intimado da
penhora.

A inversão de ordem de penhora precisa de forte fundamento que analisará as circunstâncias do


caso concreto.
Já a substituição do dinheiro por fiança bancária ou seguro garantia judicial independe do caso
concreto (desde que cumpridos os requisito), visto que a lei os equipara a dinheiro.

Parcelamento

CPC, Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e


comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas
e de honorários de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar
o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros
de um por cento ao mês.
(...)
§ 7º O disposto neste artigo não se aplica ao cumprimento da sentença.
IN nº 39/TST, Art. 3° Sem prejuízo de outros, aplicam-se ao Processo do Trabalho, em face
de omissão e compatibilidade, os preceitos do Código de Processo Civil que regulam os
seguintes temas:
(...)
XXI - art. 916 e parágrafos (parcelamento do crédito exequendo);

Assim como no processo civil, no processo do trabalho o parcelamento é apenas para títulos
executivos EXTRAjudiciais.
● PENHORA

Inércia do executado.

Art. 883, CLT - Não pagando o executado, nem garantindo a execução, seguir-se-á penhora
dos bens, tantos quantos bastem ao pagamento da importância da condenação, acrescida
de custas e juros de mora, sendo estes, em qualquer caso, devidos a partir da data em que
for ajuizada a reclamação inicial.

A penhora dos bens é realizada pelo juízo. A JT conta com diversos meios de pesquisa patrimonial
(convênios).

Efeitos da penhora:

1. Individualiza (recai sobre) determinados bens do devedor;


2. Garante o juízo - bem vinculado ao processo através de uma penhora;
3. Direito de preferência ao credor - o crédito trabalhista é super privilegiado (natureza
alimentar);
Art. 908, §2º, CPC: Não havendo título legal à preferência, o dinheiro será distribuído entre
os concorrentes, observando-se a anterioridade de cada penhora.
Anterioridade > apenas para créditos da mesma natureza.
4. Retira do devedor a posse DIRETA do bem, exceto quando fica como depositário do bem;
5. Torna INEFICAZ os atos de alienação e oneração dos bens penhorados.

O super privilégio dos créditos trabalhistas de devedor solvente não tem valor máximo. Só na
recuperação judicial que há o limite de 150 salários mínimos.

Bens impenhoráveis:

Art. 833. São impenhoráveis:


I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à
execução;
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência
do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades
comuns correspondentes a um médio padrão de vida;
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se
de elevado valor;
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos
de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias
recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua
família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal,
ressalvado o § 2º;
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens
móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado;
VI - o seguro de vida;
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem
penhoradas;
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela
família;
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória
em educação, saúde ou assistência social;
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta)
salários-mínimos;
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da
lei;
XII – os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de
incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra.
§ 1º A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio bem,
inclusive àquela contraída para sua aquisição.
§ 2º O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para
pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às
importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a
constrição observar o disposto no art. 528, § 8º, e no art. 529, § 3º.
§ 3º Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os equipamentos, os
implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa física ou a empresa
individual produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de financiamento
e estejam vinculados em garantia a negócio jurídico ou quando respondam por dívida de
natureza alimentar, trabalhista ou previdenciária.
Antes do CPC/15 entendia-se que prestação alimentícia era apenas de pensão alimentar (créditos
devidos do alimentante para o alimentado), não incluindo os créditos de natureza trabalhista -
interpretação restritiva.
O CPC/15 trouxe como inovação a expressão “independente de sua origem”, e isso acarretou uma
mudança de entendimento, entendimento esse que já era consolidado no TST:

OJ 153 SDI-II, TST. MANDADO DE SEGURANÇA. EXECUÇÃO. ORDEM DE PENHORA SOBRE


VALORES EXISTENTES EM CONTA SALÁRIO. ART. 649, IV, DO CPC DE 1973. ILEGALIDADE.
Ofende direito líquido e certo decisão que determina o bloqueio de numerário existente
em conta salário, para satisfação de crédito trabalhista, ainda que seja limitado a
determinado percentual dos valores recebidos ou a valor revertido para fundo de
aplicação ou poupança, visto que o art. 649, IV, do CPC de 1973 contém norma imperativa
que não admite interpretação ampliativa, sendo a exceção prevista no art. 649, § 2º, do
CPC de 1973 espécie e não gênero de crédito de natureza alimentícia, não englobando o
crédito trabalhista.

Após o CPC/15 passa-se a admitir a penhora dos créditos trabalhistas, pois eles têm natureza
alimentar.

Atenção: Limite de 50% da penhora.

Art. 529. § 3º Sem prejuízo do pagamento dos alimentos vincendos, o débito objeto de
execução pode ser descontado dos rendimentos ou rendas do executado, de forma
parcelada, nos termos do caput deste artigo, contanto que, somado à parcela devida, não
ultrapasse cinquenta por cento de seus ganhos líquidos.

Crédito Trabalhista e Garantia Real

CPC, Art. 804. A alienação de bem gravado por penhor, hipoteca ou anticrese será ineficaz
em relação ao credor pignoratício, hipotecário ou anticrético não intimado.
§ 1º A alienação de bem objeto de promessa de compra e venda ou de cessão registrada
será ineficaz em relação ao promitente comprador ou ao cessionário não intimado.
§ 2º A alienação de bem sobre o qual tenha sido instituído direito de superfície, seja do
solo, da plantação ou da construção, será ineficaz em relação ao concedente ou ao
concessionário não intimado.
§ 3º A alienação de direito aquisitivo de bem objeto de promessa de venda, de promessa
de cessão ou de alienação fiduciária será ineficaz em relação ao promitente vendedor, ao
promitente cedente ou ao proprietário fiduciário não intimado.
§ 4º A alienação de imóvel sobre o qual tenha sido instituída enfiteuse, concessão de uso
especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso será ineficaz em relação
ao enfiteuta ou ao concessionário não intimado.
§ 5º A alienação de direitos do enfiteuta, do concessionário de direito real de uso ou do
concessionário de uso especial para fins de moradia será ineficaz em relação ao
proprietário do respectivo imóvel não intimado.
§ 6º A alienação de bem sobre o qual tenha sido instituído usufruto, uso ou habitação será
ineficaz em relação ao titular desses direitos reais não intimado.

Há preferência, o bem pode ser penhorado mas o credor hipotecário deve ser intimado para exercer
os meios de defesa disponíveis a ele. Se não for intimado a penhora se torna ineficaz.

É possível, ainda que o bem só esteja na posse direta do executado. O executado tem direitos sobre
o bem que podem ser penhorados.

● Embargos à execução/ Imp. Sentença Liquidação

Art. 884, CLT - Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco)
dias para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exequente para impugnação.

● § 1º - A matéria de defesa será restrita às alegações de cumprimento da decisão ou do acordo,


quitação ou prescrição da dívida.

● § 2º - Se na defesa tiverem sido arroladas testemunhas, poderá o Juiz ou o Presidente do


Tribunal, caso julgue necessários seus depoimentos, marcar audiência para a produção das
provas, a qual deverá realizar-se dentro de 5 (cinco) dias.

§ 3º - Somente nos embargos à penhora poderá o executado impugnar a sentença de


liquidação, cabendo ao exequente igual direito e no mesmoprazo.
§ 4º - Julgar-se-ão na mesma sentença os embargos e as impugnações à liquidação
apresentadas pelos credores trabalhista e previdenciário.
§ 5º - Considera-se inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados
inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal ou em aplicação ou interpretação tidas
por incompatíveis com a Constituição Federal.

§ 6º - A exigência da garantia ou penhora não se aplica às entidades filantrópicas e/ou


àqueles que compõem ou compuseram a diretoria dessas instituições.

O prazo de 5 dias é contado da garantia da execução (a própria parte depositar o valor em juízo) ou
da penhora efetivamente dos bens (o momento que o juiz aceita e, de fato, efetiva a penhora e não
quando o executado os nomeia).
O juiz pode não aceitar o bem por haver outros que preferem a este conforme a ordemde penhora.
No processo do trabalho os embargos à execução englobam os embargos à penhora. O art. fala
apenas embargos, englobando tudo, a execução em geral e o ato específico da penhora.
A CLT trata dos embargos à execução e os embargos à penhora de forma igual, então no § 3º está se
falando dos dois tipos.

O exequente tem o prazo de 5 dias para impugnar a sentença de liquidação. Em sentenças líquidas,
não caberá impugnação (deveria ter discutido em RO).

Os embargos e as impugnações à liquidação são julgados na mesma decisão, por isso, mesmo que o
exequente apresente a impugnação antes da penhora, o executado só será intimado para
contrarrazoar após a garantia do juízo.

As insurgências do exequente quanto à penhora também devem ser apresentadas na impugnação.

No § 5º leia em conjunto com:


CPC, Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário,
inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de
penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação.
§ 1º Na impugnação, o executado poderá alegar:
(...)
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
(...)
§ 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1º deste artigo, considera-se também
inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato
normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em
aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal
como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade
concentrado ou difuso.
§ 13. No caso do § 12, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser
modulados no tempo, em atenção à segurança jurídica.
§ 14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 deve ser anterior ao trânsito
em julgado da decisão exequenda.

§ 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da decisão


exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da
decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal.

● Competência

A competência para o processamento e julgamento dos embargos é do juízo daexecução.


ATENÇÃO aos casos em que houve expedição de carta precatória para constrição de bens fora da
sede do juízo deprecante:

1. Interposição dos embargos: no juízo deprecado;

2. Julgamento dos embargos:

● Juízo deprecado: quando os embargos tiverem por objeto vícios ou


irregularidades de atos do próprio juízo deprecado;
● Juízo deprecante: nos demais casos.

● Em regra, os embargos NÃO POSSUEM EFEITO SUSPENSIVO:

art. 525, §6º, CPC - A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos
executivos, inclusive os de expropriação, podendo o juiz, a requerimento do executado e
desde que garantido o juízo com penhora, caução ou depósito suficientes, atribuir-lhe
efeito suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da
execução for manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou
incerta reparação.

Obs.: Embargos de terceiro - Não confundir:

CPC, Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de
constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato
constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de
terceiro.
§ 1º Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor.
§ 2º Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos:
I - o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua
meação, ressalvado o disposto no art. 843 ;
II - o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da
alienação realizada em fraude à execução;
III - quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da
personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte;

IV - o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real
de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios
respectivos.

CPC, Art. 676. Os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo que ordenou a
constrição e autuados em apartado.
Parágrafo único. Nos casos de ato de constrição realizado por carta, os embargos serão
oferecidos no juízo deprecado, salvo se indicado pelo juízo deprecante o bem constrito ou
se já devolvida a carta.

● EXPROPRIAÇÃO DE BENS

Consiste no momento em que o Estado retira, coercitivamente, o bem do devedor, entregando-o ao


credor para a quitação da execução.
● Adjudicação

Modalidade de expropriação em que o exequente, ou o terceiro interessado, incorpora ao seu


patrimônio o bem que será submetido à hasta pública.

● Arrematação

É a alienação do bem do devedor pelo Estado, realizada em hasta pública; o produto da hasta
pública será usado para o pagamento do crédito. Antigamente hasta pública era gênero do qual
eram espécies o leilão (bens móveis) e a praça (bens imóveis). Atualmente o CPC prevê o leilão
judicial eletrônico ou presencial (art. 879, II, do CPC) tanto para bens móveis como para imóveis.

Art. 888, CLT - Concluída a avaliação, dentro de dez dias, contados da data da nomeação
do avaliador, seguir-se-á a arrematação, que será anunciada por edital afixado na sede
do juízo ou tribunal e publicado no jornal local, se houver, com a antecedência de vinte
(20) dias.
§ 1º A arrematação far-se-á em dia, hora e lugar anunciados e os bens serão vendidos
pelo maior lance, tendo o exequente preferência para a adjudicação.
§ 2º O arrematante deverá garantir o lance com o sinal correspondente a 20% (vinte por
cento) do seu valor.
§ 3º Não havendo licitante, e não requerendo o exequente a adjudicação dos bens
penhorados, poderão os mesmos ser vendidos por leiloeiro nomeado pelo Juiz ou
Presidente.

§ 4º Se o arrematante, ou seu fiador, não pagar dentro de 24 (vinte e quatro) horas o


preço da arrematação, perderá, em benefício da execução, o sinal de que trata o § 2º
deste artigo, voltando à praça os bens executados.

● PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE

É aquela que ocorre no curso do processo.

Até a edição da Lei 13.467/2017 o TST entendia ser inaplicável ao processo do trabalho a prescrição
intercorrente – Súmula 114, do TST.

Súmula nº 114 do TST. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. É inaplicável na Justiça do Trabalho


a prescrição intercorrente.

Com a edição da Lei 13.467/2017, foi inserido o art. 11-A na CLT que passou a assim dispor:

CLT, Art. 11-A. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no prazo de


dois anos.
§ 1º - A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente deixa
de cumprir determinação judicial no curso da execução.
§ 2º - A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou declarada de
ofício em qualquer grau de jurisdição.

A prescrição intercorrente somente é cabível no processo do trabalho na FASE DE EXECUÇÃO.


Execução definitiva.

De acordo com a IN 41/2018, art. 1º, do TST, o prazo de dois anos somente se inicia a partir do
descumprimento da determinação judicial, desde que proferida após 11/11/2017, data em que
entrou em vigor a Lei 13.467/2017.

Tem-se entendido que não haverá prescrição intercorrente no caso de a parte não localizar bens do
devedor.

Prescrição x Decadência

Direito subjetivo Direito potestativo


Violado (a parte se submete ao seu
exercício, sem poder contestá-lo)

Pretensão

Sugestão de leitura:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/17562/mod_resource/content/1/CRITERIO%
20CIENTIFICO%20PRESCRICaO%20e%20DECADENCIA-2.pdf

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