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Execução trabalhista

Direito do Trabalho I (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais)

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Execução trabalhista:

Conceito:
Conjunto de atos praticados pela justiça do trabalho, mediante regular processo
destinados a satisfação de uma obrigação consagrada em um título executivo judicial ou
extrajudicial, não voluntariamente satisfeita contra o outro.

a) Atos praticados pela justiça do trabalho


b) Regular processo – fase executiva, mas dentro de um processo que se iniciou com
a fase de conhecimento
c) Satisfação
d) Título executivo judicial ou extrajudicial
e) Não voluntariamente satisfeita / resistência

Processo de execução ou fase executiva de cumprimento de sentença¿

Dois posicionamentos:
1 – A CLT fala sobre a citação, nesse sentido alguns aduzem que se trata de
execução
2 – Aplicação subsidiária do CPC

Posicionamento do TST:
a) Tende para a aplicação da CLT, tendo em vista não existir uma omissão da
CLT, não havendo o que se falar em aplicação subsidiária do CPC.

PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO:

1- Patrimonialidade (art. 591 CPC)


 O devedor responde para o cumprimento de suas obrigações com todos os seus
bens presentes e futuros.
 Destaca-se que a execução é sobre bens e não sobre a pessoa.
 O salário não se equipara a alimentos, para fins de prisão civil,

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2- Menor onerosidade (art. 620)
 Quando por vários meios o credor puder promover a execução o juiz ordenará que
se faça pelo modo mais benéfico ao devedor.
 Entretanto, não pode inviabilizar a execução, satisfazendo a execução do crédito
do exequente. O que ocorre é na possibilidade de satisfação com diversos bens,
dever-se-á escolher o de menor onerosidade ao devedor.
 No confronto entre o meio mais eficaz para a execução e o menos gravoso para o
devedor, prevalece o primeiro. Assim, por mais que entenda o devedor que a
ordem do art. 655 não lhe favorece, essa deverá ser obedecida, vez que é mais
eficaz à execução.
Ex.: Dinheiro e carro.

3- Título (783 ncpc)


 Fundar-se-á sempre em título com obrigação existente, certa, líquida e exigível.

4- Efetividade
 Meio mais eficaz à efetividade da execução.
 Se buscam os melhores resultados, com o menor dispêndio de tempo e de atos
executivos.

5- Disponibilidade (775 ncpc)


 Permite que o exequente prossiga ou não com a sua execução, afinal é o seu
interesse que prevalece

6- Execução ex oficio
 Exclusivo do Processo do Trabalho.
 O art. 878 da CLT, é uma ressalva ao princípio da demanda (necessidade de
manifestação de uma das partes para que o judiciário possa agir).
 O judiciário trabalhista pode de ofício passar a fase executiva.

7- Princípio da Subsidiariedade da execução trabalhista (art. 769 clt )


 Aplicação subsidiária do processo comum ao do trabalho.
 Nos casos omissos, exceto naquilo em que for incompatível.

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 Art. 889 da CLT. Aduz que a lei específica ( processo dos executivos fiscais), se
aplica subsidiariamente. Entretanto, doutrina e jurisprudência afirmam a
necessidade de análise do art. 889 em conjunto com o 769, ou seja somente em
casos omissos.

FORMAS DE EXECUÇÃO

Provisória x Definitiva

Recurso, sem efeito suspensivo. Transito em julgado da sentença, não


sendo cabível qualquer recurso.
Até a penhora, sem poder ter a
expropriação do bem, somente podendo
ter a partir da execução definitiva.

Súmula 417, item III

Em se tratando de execução provisória


fere direito liquido e certo do impetrante a
determinação de penhora em dinheiro,
quando nomeados outros bens a penhora,
pois o executado tem direito a que a
execução se processe de modo que lhe seja
menos gravoso.

O que se busca, enquanto execução


provisória é evitar a execução em
dinheiro, de modo que a sua posterior
devolução será difícil.

Conceito: Sentença impugnada ao qual


não foi atribuído efeito suspensivo.

Art. 899 da CLT – Os recursos serão interpostos por simples petição, possuindo o efeito
meramente devolutivo, permite-se a execução provisória até a penhora. Não se
permitindo a expropriação propriamente dita daquele bem, enquanto execução provisória.

É possível que uma decisão permita a execução provisória e a definitiva. Imagine uma
sentença que aborda 05 pedidos, recorrendo o executado somente contra 03 desses. Nesse

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caso, quanto aos que não foram analisados, ter-se-á uma execução provisória; no que
tange aos objetos de recurso, tendo em vista, em regra, não se atribuir efeito suspensivo,
ter-se-á execução provisória.

ORDEM DE PREFERÊNCIA:

Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem:

I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira;

II - títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em
mercado;

III - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado; IV -

veículos de via terrestre;

V - bens imóveis;

VI - bens móveis em geral; (...)

O artigo supracitado será aplicado em sua integralidade na execução definitiva, porém, na provisória não,
vez que não há certeza do direito, estando ainda, sob análise da decisão. Assim, para não ferir o
patrimônio do executado, não será dada preferência aos valores em dinheiro,

Art. 2ª da lei 9404/97 (execução em face da fazenda) - A sentença que tenha por objeto a liberação de
recurso, inclusão em folha de pagamento, reclassificação, equiparação, concessão de aumento ou
extensão de vantagens a servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, inclusive
de suas autarquias e fundações, somente poderá ser executada após seu trânsito em julgado.

 Trata-se de sentença que tenha por objeto pecúnia, em face do poder público, acarrete objeto
orçamentário, somente podendo ser executada pós o transito em julgado.

QUANTO A NATUREZA DO TÍTULO:

Devendo sempre ser líquido certo e exigível


Judicial Extrajudicial

acordos, quando
. 876 - As não cumpridos;
decisões passadas emosjulgado
termosou
dedas
ajuste de não
quais conduta
tenhafirmados perantecom
havido recurso o Ministério Público do
efeito suspensivo; osTrabalho e
os termos de conciliação firmados perante as Comissões de Conciliação Prévia serão executada pela forma estabelecida
neste Capítulo.

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 Se aplica por ser específico ao processo do trabalho, e não há qualquer omissão
deste código para a aplicação subsidiária do CPC.

QUANTO A NATUREZA DA OBRIGAÇÃO

Fazer Não Fazer


Parte que visa a que o devedor lhe
entregue as guias para habilitação no
seguro desemprego, ou saque no FGTS.
O magistrado irá deferir a tutela
específica, sob pena de multa diária até a
entrega das guias.
Se convertendo em perdas e danos, no
caso de não cumprimento

Obrigações de prestações sucessivas:

Art. 323. Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações
sucessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido, independentemente de
declaração expressa do autor, e serão incluídas na condenação, enquanto durar a
obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las.
Tempo determinado Tempo indeterminado
Art. 891 clt - Nas prestações sucessivas Art. 892 clt - Tratando-se de prestações
por tempo determinado, a execução pelo sucessivas por tempo indeterminado, a
não-pagamento de uma prestação execução compreenderá inicialmente as
compreenderá as que lhe sucederem. prestações devidas até a data do
ingresso na execução.

Vencimento antecipado.
Olha-se somente as parcelas já vencidas,
incluindo posteriormente as que se
vencerem no curso da ação.

TÍTULOS EXECUTÁVEIS

Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos
previstos neste Título:

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I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar
quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;

II - a decisão homologatória de autocomposição judicial;

III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;

IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos


herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal;

V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido


aprovados por decisão judicial;

VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado; VII -

a sentença arbitral;

VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;

IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo


Superior Tribunal de Justiça;

X - (VETADO).

§ 1o Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para o cumprimento da
sentença ou para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias.

§ 2o A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao processo e versar sobre relação
jurídica que não tenha sido deduzida em juízo.

No que tange a sentença arbitral, considera-se inválido perante a justiça do trabalho, vez
que não dará quitação ampla geral e irrestrita, só valendo com relação aos valores já
pagos.

No TST, não há a ideia de interpretação ampliativa do art 876 da CLT, vez que não
haveria omissão de modo a incidir a aplicação do CPC.

SUM-368 DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS. COMPETÊNCIA.


RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO. FORMA DE CÁLCULO. I. A
Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das contribuições
fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das contribuições
previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos
valores, objeto de acordo homologado, que integrem o salário de contribuição.

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LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA:

 Caso o magistrado exija a apresentação dos cálculos, porém, não seja cumprida,
entende o legislador que o executado abre mão de apresentar quaisquer
impugnações sobre os cálculos apresentados pelo exequente.
 Poderá o juiz valer-se de contador, quando a memória apresentada pelo credor,
aparentemente exceder os limites da decisão exequenda – podendo ser feita nos
casos de gratuidade da justiça.
 Se o credor não concordar com os cálculos feitos nos termos, far-se-á a execução
pelo valor originariamente pretendido, mas a penhora terá por base o valor
encontrado pelo contador. Então nos casos de dúvida, sobre quais cálculos são os
corretos (do exequendo ou do executado), encaminhando-se para o contador, esse
irá apresentar o que entende como devido. Logo a penhora irá se limitar,
inicialmente, ao valor encontrado pelo contador.

Liquidação por arbitramento


 Pode ocorrer caso seja determinado pela sentença ou convencionado pelas partes
e, também, quando exigir a natureza do objeto de liquidação.
 Ocorre, normalmente, em cálculos de maior complexidade, podendo as partes
requerer até a perícia técnica, desde que arcando com as custas da mesma.

Liquidação por artigos


 Necessidade de alegar e provar fato novo.
 O fato novo, não é um fato que será apresentado ao bel prazer de exequente,
posteriormente a sentença. Refere-se ao quantum debeatur e não a direito novo.
 Seriam fatos que a sentença se remete, mas para a apuração posterior.
Ex.: A sentença fala que as horas extras serão apuradas de acordo com a evolução
salarial do exequente, fato que será mais analisado na execução.

ART. 879 CLT

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Art. 879 - Sendo ilíquida a sentença exeqüenda, ordenar-se-á, previamente, a sua liquidação, que poderá
ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos. (Redação
dada pela Lei nº 2.244, de 23.6.1954)

§ 1º - Na liquidação, não se poderá modificar, ou inovar, a sentença liquidanda nem discutir matéria
pertinente à causa principal. (Incluído pela Lei nº 8.432, 11.6.1992)

§ 1o-A. A liquidação abrangerá, também, o cálculo das contribuições previdenciárias devidas.


(Incluído pela Lei nº 10.035, de 2000)

 Abrangerá além dos reflexos das horas extras, também os previdenciários.

§ 1o-B. As partes deverão ser previamente intimadas para a apresentação do cálculo de liquidação,
inclusive da contribuição previdenciária incidente. (Incluído pela Lei
nº 10.035, de 2000)

 A contribuição previdenciária irá junto com os cálculos principais.

§ 2o Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às partes prazo comum de oito dias
para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob pena de
preclusão. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de
2017)

 Não apresentando essa impugnação no prazo de 08 dias, entende-se que perde o


direito de fazê-lo depois.
 Inovação no que tange ao prazo comum.

§ 3o Elaborada a conta pela parte ou pelos órgãos auxiliares da Justiça do Trabalho, o juiz procederá
à intimação da União para manifestação, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de preclusão.
(Redação dada pela Lei nº 11.457, de 2007) (Vigência)

 Condenações abaixo de 20 mil reais, não vale a pena despender gastos e tempo,
para valor que entende como ínfimo.

§ 4o A atualização do crédito devido à Previdência Social observará os critérios estabelecidos na


legislação previdenciária. (Incluído pela Lei nº 10.035, de 2000)

§ 5o O Ministro de Estado da Fazenda poderá, mediante ato fundamentado, dispensar a


manifestação da União quando o valor total das verbas que integram o salário-de-contribuição, na forma
do art. 28 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, ocasionar perda de escala decorrente da atuação do órgão
jurídico. (Incluído pela Lei nº 11.457, de 2007) (Vigência)

 Portaria 582, valor de 20 mil reais.

§ 6o Tratando-se de cálculos de liquidação complexos, o juiz poderá nomear perito para a


elaboração e fixará, depois da conclusão do trabalho, o valor dos respectivos honorários com
observância, entre outros, dos critérios de razoabilidade e proporcionalidade.
(Incluído pela Lei nº 12.405, de 2011)

 Aqui trata-se de liquidação complexa, poderá ser feita por arbitramento, por meio
de perito designado pelo juízo.

§ 7o A atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial será feita pela Taxa Referencial
(TR), divulgada pelo Banco Central do Brasil, conforme a Lei no 8.177, de 1o de março de 1991. (Incluído
pela Lei nº 13.467, de 2017)

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