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1. CONCEITO ............................................................................................................................................... 2 1
2. CABIMENTO............................................................................................................................................ 2
3. PROCEDIMENTO................................................................................................................................... 3
4. ESTRUTURA............................................................................................................................................. 8
5. EXERCÍCIO .............................................................................................................................................11
EMBARGOS À EXECUÇÃO
1. CONCEITO
É um INCIDENTE da execução, por meio do qual o EMBARGANTE (devedor)
poderá alegar vícios (‘defeitos”) relativos a essa fase processual, com o objetivo de
extinguir algum ato executivo ou mesmo a execução como um todo.
2. CABIMENTO
O fundamento legal para os Embargos à Execução encontra-se presente no art.
884 da CLT:
Art. 884. Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco) dias
para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exequente para impugnação.
Na hora da prova você identificará que está diante dos Embargos à Execução
quando a proposta indicar:
3. PROCEDIMENTO
No processo civil, existe a figura da “impugnação ao cumprimento de sentença”,
que equivale aos nossos Embargos à Execução, com uma estrutura diversa. Nessa
impugnação do processo civil, a matéria alegável é muito mais ampla. Veja o que diz o
art. 525, caput e § 1º, do CPC:
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-
se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora
ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação.
§ 1º Na impugnação, o executado poderá alegar:
Art. 884, §1º, CLT. A matéria de defesa será restrita às alegações de cumprimento da
Importante destacar nesse ponto, que o art. 11-A, caput e §§ 1º e 2º, da CLT torna
Atenção! A súmula nº 114 do TST, que determina o contrário, deverá ser cancelada.
É muito raro ouvir testemunhas na fase de execução, mas isso não é algo
impossível.
Exemplo: Marcelo, executado pagou o valor da execução em dinheiro, pessoalmente, ao
exequente, e pretenda provar por meio de testemunhas que efetuou tal pagamento,
para extinguir a execução.
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Art. 884, §2º, CLT. Se na defesa tiverem sido arroladas testemunhas, poderá o Juiz ou o
Presidente do Tribunal, caso julgue necessários seus depoimentos, marcar audiência para
a produção das provas, a qual deverá realizar-se dentro de 5 (cinco) dias.
Portanto, havendo testemunhas – as quais neste caso devem ser arroladas nos
Embargos à Execução –, deverá ser designada audiência dentro dos 5 DIAS SEGUINTES.
Art. 884, §3º, CLT. Somente nos embargos à penhora poderá o executado impugnar a
medida de que o executado pode se valer na execução, em regra, consiste nos Embargos
de Execução. Em hipóteses excepcionais, outra medida cabível será a Exceção de Pré-
executividade.
Art. 884, §5º, CLT. Considera-se inexigível o título judicial fundado em lei ou ato 7
Imagine, por exemplo, uma sentença, que está sendo executada, tiver
Checklist:
São hipóteses de inexigibilidade do cumprimento da decisão judicial:
• embasamento em dispositivo de lei declarado inconstitucional pelo STF;
• embasamento em interpretação declarada pelo STF como inconstitucional.
Nesses casos, a sentença proferida pelo juiz não será um título exigível
judicialmente.
Art. 884, §6º, CLT. A exigência da garantia ou penhora não se aplica às entidades
filantrópicas e/ou àqueles que compõem ou compuseram a diretoria dessas instituições.
Atenção! Este parágrafo foi incluído pela Reforma Trabalhista, e já foi cobrado em várias
provas recentes. Muita atenção!
O §6º traz sujeitos que são isentos de garantir o juízo, e, consequentemente,
isentos de penhora ou qualquer outro ato constritivo de bens, como bloqueio de contas
bancárias.
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Os sujeitos são:
• Entidades filantrópicas: estas entidades são pessoas jurídicas sem fins lucrativos,
certificadas e reconhecidas como entidades beneficentes de assistência social com a
4. ESTRUTURA
Como identificar que a peça é um Embargo à Execução? A proposta da prova
mencionará que o processo já se encontra na fase de execução, bem como já houve a
garantia do juízo. Finalmente, será indicada a existência de algum vício de execução.
Veja a estrutura:
Processo nº
EMBARGANTE, já qualificado nos autos em epígrafe, em que litiga com
EMBARGADO, também qualificado, vem à presença de Vossa Excelência, por intermédio
de seu advogado abaixo assinado (procuração anexa, com indicação de endereço
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profissional), com fulcro no art. 884 da CLT, APRESENTAR:
EMBARGOS À EXECUÇÃO
I – DOS FATOS
II – MÉRITO
Nos termos do art. 879, §1º, da CLT, não se poderá modificar ou inovar a sentença
liquidanda, nem discutir matéria pertinente à causa principal. A homologação dos
cálculos contrários aos limites impostos pelo título executivo judicial implica violação à
Pelo exposto, requer a correção dos cálculos apresentados pelo perito judicial,
para considerar o adicional de horas extras de apenas 50%.
pedidos formulados.
Termos em que,
pede deferimento.
Local e data.
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Advogado
OAB nº
5. EXERCÍCIO
Renato Aidar, brasileiro, viúvo, engenheiro, portador da cédula de identidade nº 456,
inscrito no CPF/MF sob o nº 789, residente e domiciliado na Rua CERS, casa 7 – Recife
– Pernambuco – CEP: 555, em consulta com seus advogados declara que recebeu a visita
do Oficial de Justiça em sua residência; na primeira vez, o oficial o citou para pagar uma
dívida trabalhista no montante de R$ 300.000,00, oriunda da 1º Vara do Trabalho de
Recife, no Processo nº 999; 48 horas depois, o Oficial retornou e penhorou o seu imóvel,
avaliando-o, pelo valor de mercado, em R$ 330.000,00; destaca que tem apenas esse
imóvel, no qual mora com sua filha. O oficial de Justiça informou que há uma execução
movida pela ex-empregada Letícia Saraiva contra Renato; nas contas homologadas,
Processo n° 999
EMBARGOS À EXECUÇÃO
pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
I – DOS FATOS
O embargante foi surpreendido com a visita de um Oficial de Justiça em sua
residência, que, na primeira vez, o citou para pagamento de uma dívida trabalhista no
valor de R$ 300.000,00, oriunda da 1ª Vara do Trabalho de Recife, no processo nº 999
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e, 48 horas depois retornou e penhorou o imóvel em que reside, avaliando-o, pelo
valor de R$ 330.000,00.
II – MÉRITO
01. IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMÍLIA
Nos autos da Reclamação Trabalhista em questão, o embargante, teve penhorado
o único imóvel que possui e em que reside com a sua filha, avaliado, no valor de R$
330.000,00
Nos termos do art. 1º da Lei nº 8.009/90, o imóvel residencial próprio do casal, ou
da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer dívida.
Ressalte-se que, com base na súmula nº 364 do STJ, a impenhorabilidade de bem
de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas viúvas.
Pelo exposto, verifica-se que o bem em questão não é passível de penhora, razão
pela qual requer que seja desconstituída a penhora realizada.