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Os recursos são extremamente importantes no âmbito processual. São eles que garantem a segurança
jurídica do processo, permitindo que as partes tenham uma decisão mais justa. E com os embargos não é
diferente.
Os embargos – embora nem sempre tenham a natureza de recurso, e sim de ação autônoma – encontram
amplo embasamento nos princípios constitucionais fundamentais, no sentido de que as decisões judiciais
devem ser fundamentadas, claras e coerentes.
Aliás, os embargos não são específicos do Direito Processual Civil, existindo também nas áreas Penal e
Trabalhista. Justamente por terem aplicação tão ampla, exigem uma atenção especial sobre suas diferentes
modalidades e hipóteses de uso. É esse o tema que iremos abordar neste artigo. Acompanhe conosco!
Guia rápido
Em outras palavras, é um meio ou uma medida de oposição a alguma ação da parte. Tudo isso com o
objetivo de impedir essa ação ou suspender sua execução.
Dessa forma, os embargos são um instrumento importante para requerer, por exemplo, unanimidade ou
clareza em uma decisão judicial, impedindo que uma obscuridade ocorra.
Os embargos, portanto, não têm o objetivo de alterar a decisão do juiz ou do órgão colegiado, visto que
outros recursos cumprem essa finalidade.
• Embargos de Terceiro: surgem quando terceiros que não fazem parte do processo têm seus bens
ou direitos afetados pela execução.
• Embargos Infringentes: permitem uma nova análise do caso quando o julgamento não foi
unânime.
Embargos à Execução
Conceito e aplicação
Os Embargos à Execução são também conhecidos como Embargos do Executado. É um instrumento
utilizado pelo devedor para se exonerar da execução de suas dívidas pelo credor.
Apesar de ser uma ação autônoma, entende-se que os Embargos de Execução têm natureza jurídica de
defesa porque é uma maneira do devedor poder se manifestar para discordar de algum aspecto de um
processo de execução já existente.
Prazos e Requisitos
Os Embargos à Execução estão previstos nos artigos 914 a 920 do Novo Código de Processo Civil. De
acordo com os dispositivos, após o ajuizamento da ação de execução pelo credor, o devedor tem prazo de
15 dias para opor os embargos à execução, independentemente de pagamento de caução, oferecimento de
depósito ou penhora.
O rol das matérias que podem ser trazidas pelo executado, em seus embargos, está elencado no art. 917
do CPC. Entre elas estão a inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação, e penhora incorreta
ou avaliação errônea e o excesso de execução ou cumulação indevida de execuções.
Após o recebimento dos embargos, o exequente será ouvido no prazo de 15 dias. A seguir, o juiz julgará o
pedido ou designará audiência. Encerrada a instrução, o juiz então proferirá sentença.
Embargos de Terceiro
Conceito e aplicação
Os Embargos de Terceiro são uma forma de assegurar os direitos de pessoas que não estão envolvidas
diretamente na ação judicial, mas que possuem interesses que podem ser afetados pelo desfecho do
processo.
Os artigos 674 a 681 do Novo CPC disciplinam os Embargos de Terceiro. Assim, o Art. 674 dispõe que
“quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua
ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou
sua inibição por meio de embargos de terceiro”.
Prazos e Requisitos
Já o Art. 675 do Novo CPC trata do prazo para interposição do recurso, prevendo portanto dois momentos
diferentes do processo.
No processo de conhecimento, o terceiro poderá opor embargos a qualquer tempo enquanto não
transitada em julgado a sentença. No cumprimento da sentença e no processo de execução, o prazo é
de até cinco dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, mas
sempre antes da assinatura da respectiva carta.
O requisito principal para a interposição de embargos de terceiro é que o bem de um terceiro alheio ao
processo esteja sob ameaça de ser indevidamente indicado no processo para constrição. Ou seja, não é
necessário aguardar que o bem seja efetivamente bloqueado para ingressar com a ação.
Embargos Infringentes
Conceito e aplicação
Os Embargos Infringentes são um tipo de recurso utilizado para reformar decisões não unânimes. Tem
previsão no Processo do Trabalho e no Processo Penal e, até o advento do Novo CPC, também estava
previsto no Processo Civil.
No Processo do Trabalho, os Embargos Infringentes estão disciplinados pelo Art. 894 da Consolidação
das Leis Trabalhistas. Esse recurso é cabível quando ocorre um julgamento por maioria, mas há
divergência em relação a um ponto fundamental do julgamento. Ou seja, quando um dos votos
divergentes “quebra” a decisão da maioria.
Requisitos e prazos
O prazo para cabimento dos Embargos Infringentes no âmbito trabalhista é de oito dias. Esse prazo
consta no próprio Art. 894 da CLT, que prevê o cabimento do recurso. Vale lembrar que, com a reforma
trabalhista, a redação do Art. 775 da CLT foi alterada, de forma que os prazos processuais passaram a ser
contados em dias úteis.
Como dispõe o Art. 894 da CLT, em seu §3º, o ministro relator denegará seguimento aos embargos nas
hipóteses de intempestividade, deserção, irregularidade de representação ou de ausência de qualquer outro
pressuposto extrínseco de admissibilidade.
Art. 233. Registrado o protocolo na petição a ser encaminhada à Secretaria do órgão julgador
competente, esta juntará o recurso aos autos respectivos e abrirá vista à parte contrária, para
impugnação, no prazo legal. Transcorrido o prazo, o processo será remetido à unidade competente, para
ser imediatamente distribuído.
Art. 234. Não atendidas as exigências legais relativas ao cabimento dos embargos infringentes, o Relator
denegará seguimento ao recurso, facultada à parte a interposição de agravo regimental.
Portanto, conforme o dispositivo acima citado, da decisão que não admitir os Embargos Infringentes
caberá Agravo Regimental.
Embargos de declaração
Conceito e aplicação
Os Embargos de Declaração, também chamados de Embargos Declaratórios, são um meio de pedir
esclarecimentos ao juiz ou órgão colegiado sobre uma decisão tomada no processo judicial.
Este instrumento jurídico existe com base no princípio constitucional de que todas as decisões devem ser
sobretudo embasadas e fundamentadas.
Requisitos e prazos
De acordo com o Art 1.022 do Novo CPC, os Embargos de Declaração são cabíveis contra qualquer
decisão judicial para:
O prazo para interpor Embargo de Declaração é de cinco dias. Esse prazo consta no Art. 1.023 do Novo
CPC.
Como vemos, o prazo é uma exceção em relação aos demais recursos do Processo Civil. O Novo Código,
em seu Art. 1.003, §3º, dispõe que todos os recursos têm prazo de 15 dias, tanto para a interposição
quanto para a resposta. Porém, o dispositivo reitera a exceção dos Embargos Declaratórios que seguirão o
prazo de cinco dias.
Em síntese, se o juiz rejeita os Embargos de Declaração a sua impugnação poderá se dar mediante a
interposição de Apelação para o tribunal. O prazo para interpor o recurso de Apelação é de 15 dias, de
acordo com a regra geral do Novo CPC, estabelecida no § 5º do Art. 1.003.
Ou seja, a ideia da recuperação judicial é tentar um acordo entre a empresa em crise e todos os credores
dela. Caso o plano não seja cumprido, é decretada a falência da empresa devedora.
Importante salientar que a recuperação judicial não é uma etapa indispensável para a falência. Se a
empresa devedora não pedir a recuperação, os credores podem entrar igualmente com o pedido de
falência.
A jurisprudência, entretanto, tem entendido que não se deve interpretar a isenção de modo extensivo, de
modo que as empresas em recuperação judicial devem sim apresentar a garantia do juízo para
interposição dos embargos.
Nesses casos, uma alternativa para empresas que pretendem interpor recurso é a contração do seguro
garantia judicial. Essa modalidade de seguro é bastante comum em processos na esfera judicial – seja ele
um processo trabalhista, cível ou de execução fiscal – uma vez que reduz os custos para a parte.
Importante atentar também para os casos em que a interposição dos embargos irá exigir depósito
recursal e/ou garantia do juízo, hipóteses em que o seguro garantia judicial pode dessa forma ser uma
alternativa viável para empresas com ativos financeiros limitados.
E então, o que você achou das informações que selecionamos? Gostaria de ver mais conteúdos sobre
embargos por aqui? E o Seguro Judicial, você já conhecia? Conta pra gente nos comentários!
Juliana Franzon
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