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9 de Abril de 2024

Contratação Direta em Razão

do Valor e a Possibilidade de
Dispensa de Publicação para
Obtenção de Propostas
Adicionais
Publicado por Anderson Costa há 57 minutos

Resumo do artigo
Sua Entidade Publica Todas as Dispensas? Nesse artigo chamamos para debater esse
tema de suma importância em qualquer Órgão Público!

Foram vários anos de debate no Congresso Nacional para que

nossos parlamentares chegassem a uma forma legal que pu-
desse atender da melhor maneira possível os anseios da Admi-
nistração, uma vez que a máquina pública em termos de contra-
tações eficientes estava estagnada, sem apresentar o devido pre-
parado prévio às Licitações, com vasto lastro burocrático e uma
legislação viciada.

Esse era o cenário pré-nova lei de licitações. E no intuito de mu-

dar essa conjuntura, foi publicada em 01 de abril de 2021, a Lei
n. 14.133/21 apresentando diversas novidades, entre muitas, no-
vos valores de dispensa em razão do valor atrelados a atualiza-
ção anual dos montantes.
SAIBA
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MAIS
 Por esse ângulo, o avanço é inegável. Saímos de uma legislação
inexpressiva em termos de atualização e passamos a um para-
digma legal que, nesse ponto, parece sentir a inflação vivida por
todos os brasileiros ano após ano. E esse é o sentimento da nova
lei. Modernização!

À vista disso, a legislação nos trouxe também novos valores para

as dispensas em razão do valor – que originalmente eram de R$
50.000,00 (valor atual R$ 59.906,02) no caso de serviços co-
muns e compras; e R$ 100.000,00 (valor atual R$ 119.812,02),
no caso de obras e serviços de engenharia ou de serviços de ma-
nutenção de veículos automotores – que possibilitam uma con-
tratação mais célere, eficaz e eficiente para atender as necessi-
dades da Administração com maior agilidade.

Além do mais, apresentou mais uma novidade ao lecionar pela

preferência de que essas dispensas sejam precedidas de divulga-
ção de aviso em sítio eletrônico oficial, pelo prazo mínimo de 3
(três) dias úteis, com a especificação do objeto pretendido e com
a manifestação de interesse da Administração em obter propos-
tas adicionais de eventuais interessados, devendo ser selecio-
nada a proposta mais vantajosa (Art. 75, § 3º da NLL).

Entretanto, nem tudo são flores! A Lei deixa lacunas que preci-
sam ser interpretadas e dirimidas para que seu sentimento seja
fielmente reproduzido. Vejamos! Se anteriormente com a Lei n.
8.666/93 para se contratar por dispensa de licitação bastaria
uma simples cotação de mercado costumeiramente feita com,
no mínimo, 03 fornecedores, atualmente, em uma leitura ini-
cial, isso não é mais possível.

Vale frisar, que o procedimento de divulgação para captação de

propostas adicionais promove a transparência, a isonomia e a li-
sura das dispensas e, a nosso ver, à primeira vista, é totalmente
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louvável.
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 No entanto, na prática, o que percebemos é a transformação das
dispensas pelo valor em uma verdadeira “mini licitação”. Ge-
rando, muitas vezes, disputas para valores baixos, que se tor-
nam mais baixos ainda, ocasionando dispensas fracassadas, ine-
xecução do contrato e frustração com um procedimento que de-
veria garantir contratações assertivas e céleres.

Tal situação, se apresenta como um verdadeiro contraponto a

desburocratização e economicidade de recursos humanos e ma-
teriais inerentes às contratações diretas.

Exemplificando, imaginemos uma entidade, independente-

mente do porte, alocando energia de recursos humanos, materi-
ais e tempo para uma divulgação de uma dispensa em razão do
valor para adquirir, por exemplo, bens de consumo no montante
de R$ 3.000,00, R$ 6.000,00 ou até R$ 9.000,00 ou então
uma contratação direta para obras e serviços de engenharia no
valor de R$ 10.000,00, R$ 20.000,00 ou R$ 30.000,00. Reali-
zar o procedimento exigido pelo § 3º do art. 75 da NLL, abrindo
disputa para esse tipo de contratação (pequeno valor), é ir na
contramão do espírito do novo mandamento das contratações,
pois extrairia toda a celeridade de um procedimento criado para
ser célere e simplificador de tais contratações.

Seguindo esse sentimento, a própria legislação, traz em uma sua

inteligência a expressão “preferencialmente”. O que etimologi-
camente nos remonta a escolha pela publicação, mas sem im-
possibilitar que essa seja suprimida do procedimento, cabendo
nesse caso uma justificativa para tanto.

Assim, por mais que a legislação estabeleça uma preferência por

um processo seleção transparente, não podemos perder de vista
que os valores de muitas dispensas não necessariamente correm
próximos aos limites previstos, como dito acima. E que nos ca-
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sos em
Jurisprudência, que easPeças.
Modelos dispensas estejam dentro de montantes de baixo 
 valor, caberia, sim, suprimir a preferência pela divulgação da
dispensa por uma contratação, tradicionalmente, direta, privile-
giando a desburocratização, a celeridade e a própria hipótese de
dispensa.

Esse limiar, exigiria de cada entidade, no exercício de sua auto-

nomia regulamentar, dispor sobre o conceito de baixo valor,
considerando sua realidade administrativa e, ainda, a razoabili-
dade, homenageando a celeridade e a desburocratização dessas
contratações ditas de pequena monta.

Portanto, é importante mantermos nossa visão em uma inter-

pretação sistemática e ampla de todos os ditames da NLL, dei-
xando de lado o olhar solitário posto em cada dispositivo e,
ainda, sem perder de vista seu sentimento de modernização,
desburocratização, celeridade e eficiência, mesmo diante de um
artefato legal que, a priori, nos remeta a procedimentos buro-
cráticos igualmente salutares.

Por Anderson Costa | @juridicolicitacoes

Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/artigos/contratacao-direta-em-razao-do-valor-e-a-

possibilidade-de-dispensa-de-publicacao-para-obtencao-de-propostas-adicionais/2306919013

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