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CONTESTAÇÃO
No incidente de indenização por danos morais, pelos fatos e fundamentos que passa expor:
Art. 283: A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação;
Art. 284: Verificando o juiz que a petição não preenche os requisitos exigidos nos artigo 282 e 283,
ou que apresente defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito,
determinará que o autor a emende, ou a complete, no prazo de 10 dias.
Parágrafo único: Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.
É de se ver que a exordial, não foi instruída com os documentos essências que comprovem o que é
alegado pelo requerente, não consta em momento algum o Boletim de Ocorrência que prove que
o Requerente foi “acusado” pelo requerido.
Também não consta laudo médico que demonstre tais sequelas da requerida, consta apenas nota
fiscal de uma suposta consulta, porém os consultórios médicos não fornecem notas fiscais.
A doutrina e jurisprudência são unânimes no que concerne a esta questão, senão vejamos:
No que se refere ao disposto no artigo 283 do Código de Processo Civil, importa esclarecer que há
sensível diferença entre os conceitos de “documentos indispensáveis à propositura da ação” e de
documentos essenciais à prova do direito alegado. Assim, a ausência de documento indispensável
à propositura da ação enseja o indeferimento da petição inicial e, conseqüentemente, a extinção
do processo sem resolução do mérito, nos termos dos artigos 267, I, do Código de Processo Civil. A
falta de documentos essenciais à prova do direito alegado conduz à questão de mérito resvalando
na improcedência do pedido.
Observa-se no caso em tela que o requerente se refere à falsa acusação de fato delituoso, porém,
não junta a exordial o Boletim de Ocorrência e/ou Notícia Crime do fato, não há que se falar então
em Calúnia, como já a diz a máxima: “o que não esta nos autos não consta do mundo do processo”.
Neste caso o mérito esta prejudicado, haja vista, o requerente não conseguir provar o que alega,
ônus da prova cabe a quem alega e na aplicação in casu não houve prova alguma do alegado.
Conforme se extrai do acórdão acima citado, têm-se que não há como se suscitar algo que não foi
provado a contento, algo que não existe nos autos e por conseqüência não existe no processo, na
aplicação in casu como se falar em calúnia se não há prova nos autos, o requerente alega ter sido
chamado de ladrão, porém, não há, frise-se não há prova de tal imputação. Necessário, melhor
indispensável seria juntada de pelo menos o boletim de ocorrência, onde deveria constar que
orequerido acusou sem provas o requerente.
I – DOS FATOS
É verdade que ocorreu um acidente automobilístico envolvendo o meu cliente, Barba Azul, e a
reclamante, Penelope Charmosa. No entanto, a versão dos fatos apresentada pelo reclamante não
corresponde inteiramente à realidade dos acontecimentos.
Conforme apurado, o acidente teve como cenário uma ultrapassagem irregular realizada por Barba
Azul. Entretanto, é importante ressaltar que a reclamante também teria contribuído para a
ocorrência do acidente, uma vez que não manteve a velocidade adequada e não adotou as devidas
precauções para evitar a colisão.
“cabe ainda a autoridade colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias (art. 6.º III CPP). Observados os direitos e garantias individuais previstos na
Constituição e nas leis ordinárias, a autoridade policial poderá desenvolver qualquer diligência,
incluindo-se, evidentemente, a de intimar testemunhas, vítima ou suspeito para prestar
declarações no inquérito. (Grifo nosso). (Processo Penal – Julio Fabrinni Mirabete – pág.93).
Muito bem colocado pela doutrina, em fase inicial de inquérito existem apenas vítima e suspeito e
este pode a qualquer tempo ser chamado a prestar declarações e isto não implica em falsa
imputação ou em constrangimento, haja vista o Estado estar a cumprir com a função puniendi a
que lhe foi atribuída.
II – DO DIREITO
O requerente agiu revestido de Exercício regular de direito, portanto a responsabilidade civil neste
caso deve ser afastada, vejamos:
(...) o código fala em exercício regular de direito, pelo que é necessário que o agente obedeça,
rigorosamente, as requisitos traçados pelo poder público. (...) (Direito Penal – Damásio E. De Jesus
– pág.400)
Ora meritíssimo esta mais que provado que não há responsabilidade civil a ser suscitada neste
caso, por ter o requerido agido revestido pelo Exercício Regular de Direito.
APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS - NOTITIA CRIMINIS E
POSTERIOR AÇÃO PENAL COM SENTENÇA ABSOLUTÓRIA - EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO DO
NOTICIANTE - RESPONSABILIDADE CIVIL AFASTADA - RECURSO DESPROVIDO. (2001.017383-2 - Des.
Relator: Desª. Salete Silva Sommariva - 31/08/2004).
Em princípio, o pedido feito à autoridade policial para que apure a existência ou autoria de um
delito se traduz em legítimo exercício de direito, ainda que a pessoa indiciada em inquérito venha
a ser inocentada. Desse modo, para que se viabilize pedido de reparação, fundado na abertura de
inquérito policial, faz-se necessário que o dano moral seja comprovado, mediante demonstração
cabal de que a instauração do procedimento, posteriormente arquivado, se deu de forma injusta e
despropositada, refletindo na vida pessoal do autor, acarretando-lhe, além dos aborrecimentos
naturais, dano concreto, seja em face de suas relações profissionais e sociais, seja em face de suas
relações familiares.
Neste norte, acerca da responsabilidade civil pela acusação de um crime, os julgados mais atuais já
se posicionaram em aceitar a notitia criminis e o inquérito policial como causa de indenização, mas
somente quando o comunicante age com dolo ou má-fé, na intenção única de prejudicar o
noticiado. Caso contrário, existindo fundadas suspeitas, estará simplesmente atuando no exercício
regular do seu direito. Portanto, a verba indenizatória somente será merecida se, no corpo
probante dos autos, restar comprovado dolo de quem requereu abertura de inquérito. Tal intento
deve ser verificado de maneira concreta, com base nos elementos colhidos, averiguando se houve,
ou não, uma efetiva intenção, um verdadeiro propósito de desmoralizar alguém com essa atitude.
O que efetivamente não aconteceu neste caso.
III - DO PEDIDO
I – Que seja a preliminar acolhida e o feito seja julgado improcedente sem o julgamento do mérito;
II – Não sendo acolhida preliminar, que seja o feito julgado totalmente improcedente;
IV- Que seja o requerente condenado ao pagamento de honorários no valor 20% do valor da causa.
Termos em que,
OAB.º 04064323
Janilson guedes