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ADVOCACIA
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Av. Rio de Janeiro, nº 1500 – 4ª andar – sala 402 – Centro – Londrina/PR – CEP: 86.010-150
Fone/whatsapp: (43) 3337-0053 – naiara@poliseliramos.adv.br
DOS FATOS
Em 27/06/2021, a Autora adquiriu um pacote de viagem intitulado “Pa-
cote de Recife + Maceió + Aracaju - 09 diárias em quarto duplo ou triplo”,
número do pedido 7483495, por R$498,40.
A expectativa foi criada, pois fariam a tão sonhada viagem para conhecer
o Nordeste justamente no ano que celebraria 40 anos de idade.
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A data da compra foi 27/06/2021, e o formulário para preenchimento
das datas foi feito em 21/09/2021.
Na aquisição a Ré pede que sejam sugeridas 3 datas, sendo que ela
informa em todos os momentos que seria realizado contato com “até 45 dias
antes da primeira data escolhida. ”
A Autora então, escolheu as datas para utilização em Setembro de 2022,
dentro da validade do pacote contratado, pois é o mês de aniversário da Au-
tora Naiara (19/09):
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Em Julho/2022 a Autora recebeu um e-mail informando que deveria re-
alizar um pagamento de uma TAXA EXTRA em razão de estar viajando sozi-
nha, conforme informado no pacote promocional, sendo assim, a Autora rea-
lizou o pagamento do valor de R$200,00.
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No entanto a Ré decidiu por não cumprir o contratado e ainda, postergou
para mais um ano o pacote turístico, não cumprindo com o prometido.
Foi informado pelo HURB de que a viagem não ocorreria por causa da
demanda e a dificuldade em encontrar voos, e seria necessário reagendar
PARA O PRÓXIMO ANO, 2024 vejamos:
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O aumento do valor da passagem é um dos riscos inerentes ao ne-
gócio e o consumidor não pode ser penalizado por conta disso.
Diante disso, não há mais como aguardar solução administrativa de
quem não quer ser proativo, requerendo, portanto, a rescisão contratual e a
devolução dos valores pagos com juros e correção monetária pelo INPC, bem
como a multa contratual que a Autora estaria submetida caso desse causa a
rescisão contratual:
TOTAL R$1.906,40
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https://g1.globo.com/economia/noticia/2023/06/03/hurb-faz-novos-can-
celamentos-de-viagens-e-pede-isencao-de-multas-a-pousadas-e-ho-
teis.ghtml
https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2023/06/05/ceo-deixa-
hurb-crise-clientes-demissoes.htm
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Conforme exposto nas páginas anteriores, os Autores possuem justa ex-
pectativa de viajar para o Nordeste no ano vigente que seria em Setem-
bro/22, o que não foi cumprido até agora, tendo confiado na ré para a contra-
tação do pacote e adimplido a integralidade do preço por ela cobrado.
Nessa altura, pede-se vênia para solicitar-se a realização de um breve
exercício de empatia por Vossa Excelência: imagine-se planejando uma via-
gem importante há mais de dois anos, tendo confiado na ré para tanto, que
transmite em suas redes sociais suposta credibilidade, por um valor que não
é abaixo daquele praticado pelos seus concorrentes (como Trivago, Booking,
Decolar.com, etc.) e, pouquíssimos dias antes da data selecionada, não rece-
ber nenhuma confirmação, e ainda ser informado que “não estamos encon-
trando disponibilidade dentro do tarifário promocional para os próximos me-
ses.”
É mais do que justo o receio dos autores, diante da vasta procura pelo
destino selecionado e das ocorrências judicias em face da HURB, de não con-
seguir ir viajar no ano vigente, o que faria ir por água abaixo todo o planeja-
mento.
Logo, tem-se que a antecipação da tutela, no caso em mãos, faz-se es-
tritamente necessária, estando presentes, no caso em tela:
I. a probabilidade do direito, marcada pela contratação há mais de quase
dois anos e pagamento integral do pacote de viagem, aliada à ausência de
confirmação pela ré no prazo estipulado e à resposta desanimadora recebida;
II. o perigo da demora, evidenciado pelo atraso das datas indicadas, ali-
ada à completa inércia da ré na busca de qualquer solução, mesmo diante da
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quitação integral do preço cobrado, podendo ocasionar inclusive, o prolonga-
mento sem fim dos adiamentos sob qualquer argumento da Ré, INDEFINIDA-
MENTE.
Art. 831. A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bas-
tem para o pagamento do principal atualizado, dos juros, das cus-
tas e dos honorários advocatícios.
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Art. 2º Consumidor é toda a pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto
ou serviço como destinatário final.
...
Art. 3º Fornecedor é toda a pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional
ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem ativi-
dade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação,
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou serviços.
...
§2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante
remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitá-
ria, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista”. (grifos nossos)
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Todas as vítimas do presente evento danoso equiparam-se a consumi-
dores. Vejamos os artigos 17 e 29 do C.D.C., que assim estabelece:
ART. 17 ‘’Para os efeitos desta Seção, que cuida da responsabilidade dos forne-
cedores pelo fato do produto e do serviço, equiparam-se aos consumidores todas
as vítimas do evento"
ART. 29 "Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumi-
dores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previs-
tas"
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Art. 6º - São direitos básicos do consumidor:
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da
prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a
alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de ex-
periências;
DO DANO MORAL
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Disponível em https://www.reclameaqui.com.br/empresa/hotel-urbano/lista-reclamacoes/. Acessado
em01.08.2022
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A garantia da reparabilidade do dano moral é absolutamente pacífica
tanto na doutrina quanto na jurisprudência. Tamanha é sua importância, que
ganhou texto na Carta Magna, no rol do artigo 5o, incisos V e X, dos direito e
garantias fundamentais. Faz-se oportuna transcrição:
Inciso V: é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem;
Inciso X: são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decor-
rente de sua violação;
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Dessa forma, é previsto como ato ilícito aquele que cause dano, ainda
que exclusivamente moral.
Ressalta-se ainda que como o dano moral hoje está elevado à categoria
de direito fundamental no artigo 5º, incisos V e X, da Constituição Federal, é
buscado pelos Autores, em razão do descumprimento contratual, DESCASO
DA RÉ PARA COM ELES, além da frustração de expectativa pela conduta
praticada pelo Réu.
Assim, requer seja o Réu condenado ao pagamento de R$10.000,00
(dez mil reais), a título de danos morais para a Autora, em razão do exposto
DA JURISPRUDÊNCIA
A conduta da ré é fato reprovável e demonstra o menosprezo e descon-
sideração por aqueles que, efetivamente, lhes garante o emprego e o sus-
tento. Restou assim ampla e cabalmente comprovada a sucessão de lamen-
táveis episódios desagradáveis que poderiam e deveriam ter sido evitados.
Conforme se pode facilmente verificar, a concessão do pedido da parte
REQUERENTE encontra-se amparado pelo entendimento de nossos Tribu-
nais, como bem demonstra o exemplo abaixo:
DOS PEDIDOS
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correção monetária e multa contratual atualmente no valor de R$1.906,40;
Pede Deferimento.
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