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Formação do Contrato de Trabalho
Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Brites
Formação do Contrato de Trabalho
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o
último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Formação do Contrato de Trabalho
Introdução ao Tema
Os direitos trabalhistas são frutos de reivindicações históricas para suprir carências da
coletividade frente à ausência do Estado, no que concerne ao estabelecimento de direitos
e garantias sociais.
Considerando o nosso sistema legal, analisaremos as normas que vieram para ajustar
o contrato de trabalho, objetivando um justo equilíbrio da relação de emprego que
envolve empregado e empregador, sujeitos da relação jurídica, vez que o contrato de
trabalho é um ajuste da manifestação de vontade das partes, na qual cada sujeito impõe
suas condições.
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Leitura Obrigatória
Recomendamos a leitura do capítulo IV do livro: Curso de Direito do Trabalho de Luciano
Martinez (8. ed. São Paulo: Saraiva, 2018). Disponível em: Biblioteca Virtual da UNICSUL
Empregado
Empregado é um sujeito que vincula sua prestação de serviço de natureza física ou
intelectual, com o objetivo de auferir salário numa relação de emprego.
Já no texto da CLT, “considera-se empregado toda a pessoa física que prestar serviço de
natureza não eventual a empregador, sob dependência e mediante salário” (art. 3º caput).
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Formação do Contrato de Trabalho
Vale ressaltar que a jurisprudência vem entendendo como não eventualidade e per-
mitindo a configuração do vínculo empregatício as seguintes hipóteses:
» Trabalho repetido – não necessariamente todo dia/contínuo;
» Atividade permanente do empregador/tomador;
» c) Fixação jurídica; ex.: pedreiro; faxineiro; vendedor na concessionária.
• Subordinação: o empregado cumpre ordens laborais que são direcionadas pelo
empregador, haja vista o poder diretivo.
Subordinação Estrutural:
CLT. Art. 6º Não se distingue entre o trabalho realizado no estabele-
cimento do empregador, o executado no domicílio do empregado e o
realizado a distância, desde que estejam caracterizados os pressupos-
tos da relação de emprego.
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• Exceções à subordinação: se o empregado trabalha por conta própria e assume
o risco da atividade empresarial, a relação não é de emprego, talvez de autônomo
ou de colaborador.
• Onerosidade: refere-se ao dinheiro ou utilidade concedida pelo empregador ao
empregado, por vender sua força física ou intelectual de trabalho pelo salário, ali-
mento ou moradia.
• Exceção à onerosidade: trabalho voluntário realizado por entidades filantrópicas
ou religiosas.
Empregador
O conceito de empregado pode ser extraído da redação do artigo 2º da CLT:
“Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos
da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço”.
Para Cesarino Junior (1970, p. 32), o conceito de empregador está associado à em-
presa como organização do trabalho próprio, próprio e alheio ou somente alheio para
prestação a terceiros de bens e serviços.
Desse modo, empregador pode ser pessoa física ou jurídica que admite, assalaria e
dirige os empregados para executarem serviços, consequentemente assumindo os riscos
da atividade econômica e os prejuízos que a empresa vier a ter.
Poderes do Empregador
É sabido que o empregador assume os riscos das atividades econômicas, seja pela
ausência de competividade no mercado, pelos prejuízos causados pelo cancelamento do
produto ou serviço, dentre outras situações que impedem o auferir lucro. Nesse passo,
com o objetivo de mitigar os riscos da atividade empresarial, a doutrina contemporânea
estabeleceu determinados poderes de regulação econômica no âmbito da empresa.
• Poder de Direção: refere-se ao estabelecimento de clima organizacional na empre-
sa, ou seja, fixação de jornada de trabalho, divisão de tarefas etc.;
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• Poder Disciplinar: refere-se à possibilidade do empregador aplicar sanções ao
empregado que infringir o contrato de trabalho, tais como: advertência verbal ou
escrita, suspensão disciplinar de no máximo 30 dias consecutivos e dispensa por
justa causa, conforme estabelece as redações dos artigos 474 e 482 da CLT:
Art. 474 - A suspensão do empregado por mais de 30 (trinta) dias
consecutivos importa na rescisão injusta do contrato de trabalho.
a) ato de improbidade;
i) abandono de emprego;
Entretanto, cabe enfatizar que os poderes do empregador não são absolutos, po-
dendo, inclusive, em alguns casos, o empregado oferecer resistência quando determina-
do ato ou atividade seja ilícita ou imoral. Nesse passo, é facultado ao empregado pleitear
a rescisão do contrato de trabalho, conforme veremos na próxima unidade.
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Requisitos de Validade
O contrato de trabalho é um ato jurídico formal, o qual necessita da manifestação de
vontade das partes, ou seja, agente capaz, objeto lícito, forma prescrita ou não defesa
em lei (art. 104 do CC).
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I – agente capaz;
• Forma: o contrato individual de trabalho não exige formalidades especiais, pois ele
pode ser realizado de forma escrita ou oral, tácito ou implícito, sem ajuste prévio de
condições, desde que se possa deduzir o acordo das partes, embora não declarado.
Nesse caso, as condições serão aquelas estabelecidas para os demais empregados,
ou de uso e costume do lugar;
• Agente Capaz: nos termos do artigo 7º, inciso XXXII da Constituição Federal, é
proibido o trabalho noturno, perigoso e insalubre aos menores de 18 anos, salvo na
condição de aprendiz a partir dos 14 e de estagiário a partir dos 16 anos;
• Absolutamente incapaz: os menores de 14 anos são absolutamente incapazes
para desempenhar atividades laborais;
• Relativamente incapazes: os menores de dezoito anos de idade são relativamente
incapazes, devendo ser assistidos pelos responsáveis ao firmarem o contrato de
trabalho, na modalidade de aprendiz ou de estagiário;
• Trabalho indígena: de acordo com o artigo 8 da Lei nº 6.001/1973, são nulos os
atos praticados entre o indígena não integrado e qualquer pessoa estranha à comu-
nidade indígena quando não tenha havido assistência do órgão tutelar competente;
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• Objeto: o contrato de trabalho é um negócio jurídico, no qual se deve observar as
diretrizes estabelecidas pelo artigo 104, inciso II, do código civil, ou seja, o objeto
do contrato deverá ser lícito para que seja válido e possa produzir efeitos.
Nesse passo, merece destaque a orientação jurisprudencial nº 199 editada pelo TST:
OJ-SDI1-199 JOGO DO BICHO. CONTRATO DE TRABALHO.
NULIDADE. OBJETO:
É nulo o contrato de trabalho celebrado para o desempenho de ativi-
dade inerente à prática do jogo do bicho, ante a ilicitude de seu objeto,
o que subtrai o requisito de validade para a formação do ato jurídico.
Por fim, vale ressaltar que a prova do contrato de trabalho pode ser feita pelas anota-
ções da Carteira de Trabalho e Previdência Social, por documento escrito por testemu-
nhas ou por qualquer outro meio de provas.
Note que a boa-fé assume feição de uma regra ética de conduta na relação de contrato,
além de estabelecer deveres de conduta às partes, pois o objetivo do contrato é o de
regular as relações sociais.
Como assevera Maria Helena Diniz (2014, p. 195), o princípio da boa-fé possui
vínculo direto com os interesses sociais das relações jurídicas, uma vez que as partes
devem agir com lealdade, retidão e probidade, durante as negociações preliminares, a
formação, a execução e a extinção do contrato.
Nesse passo, verifica-se que o princípio da boa-fé tem por objetivo evitar a ocorrência
de comportamentos desleais por quaisquer umas das partes, além de proporcionar
o crescimento da atividade econômica do país, considerando que a má-fé contratual
acarreta prejuízos de cunho pessoal e coletivo, pois o contrato é um instrumento de
utilidade social.
Obrigações do Empregado
A principal obrigação do empregado é executar trabalho com exatidão e boa-fé, sem
implicar quaisquer danos ao empregador e à empresa, seja de cunho moral ou patrimonial.
Obrigações do Empregador
As principais obrigações do empregador são de pagar o salário ajustado e de estabe-
lecer medidas de prevenção de danos que o empregado possa sofrer, tanto físico como
moralmente, pela execução do trabalho.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Curso de Direito do Trabalho
HENRIQUE, Carlos; LEITE, Bezerra. Curso de Direito do Trabalho. 16. ed. São Paulo:
Saraiva, 2017.
Direito do Trabalho
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Direito do Trabalho. 29. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
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Referências
HENRIQUE, Calos; LEITE, Bezerra. Curso de Direito do Trabalho. 16. ed. São Paulo:
Saraiva, 2017.
MARTINEZ, Luciano. Curso de Direito do Trabalho. 8. ed. São Paulo: Editora Sa-
raiva, 2017.
NAHAS Thereza. Direito do Trabalho. 1. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2018.
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho. 29. ed. São Paulo:
Saraiva, 2014.
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