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Alteração do Contrato de Trabalho

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Fabiano Zavanella

Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Alteração do Contrato de Trabalho

Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:


• Introdução ao Tema;
• Leitura Obrigatória;
• Material Complementar.

Fonte: iStock/Getty Images


Objetivos
• Abordar as espécies de alterações do contrato de trabalho, bem como o conceito de jus
resistentiae e de jus variandi;
• Entender os aspectos relevantes das hipóteses de suspensão e interrupção do contrato
de trabalho, a partir de sua caracterização.

Caro Aluno(a)!

Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o
último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.

Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.

No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões


de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.

Bons Estudos!
UNIDADE
Alteração do Contrato de Trabalho

Introdução ao Tema
O contrato de trabalho é a exteriorização da manifestação de vontade dos sujeitos da
relação de trabalho, na qual o empregador estabelece a forma de prestação de serviço e
a remuneração e, caso o empregado concorde com as condições impostas, estará mani-
festado sua vontade, portanto, restará configurar a relação de trabalho.

De acordo com a doutrina contemporânea, a regra é que o contrato de trabalho não


pode ser modificado unilateralmente por um dos sujeitos da relação de trabalho, vez que
a CLT determina que nos contratos individuais de trabalho só seja lícita a alteração das
respectivas condições por mútuo consentimento e, ainda assim, desde que não resultem,
direta ou indiretamente, em prejuízos aos empregados, sob pena de nulidade da cláusula
infringente dessa garantia.

Outras teorias afirmam que o contrato de trabalho é inalterável, pois o que se altera
são as condições de trabalho, decorrentes do poder de direção do empregar para orga-
nizar a forma de como será executada a prestação de serviço pelo empregado.

Vale ressaltar que, em alguns casos, a lei ou acordo coletivo permite que o emprega-
dor realize pequenas modificações ou alterações no contrato de trabalho, desde que não
haja prejuízo ao empregado, seja lícita e haja mútuo consentimento das partes.

Nesse passo, estudaremos nesta Unidade as classificações das alterações do con-


trato de trabalho, bem como as hipóteses de suspensão e interrupção da prestação
de serviços pelos sujeitos envolvidos na relação de trabalho, vez que essas expressões
referem-se à suspensão da execução da prestação laboral ou de seus efeitos, e não
do contrato de trabalho.

Por fim, será objeto de estudo o jus resistentiae, expressão que se refere ao direito
de resistência do empregado em se opor às alterações das condições do contrato de tra-
balho, também será objeto de estudo o jus variandi do empregador, vez que, em alguns
casos, é realizar pequenas modificações no contrato de trabalho, observado os limites
estabelecidos na lei.

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Leitura Obrigatória
Recomendamos a leitura do capítulo XIII do livro: Curso de Direito do Trabalho de Luciano
Martinez (8. ed. São Paulo: Saraiva, 2018). Disponível em: Biblioteca Virtual da UNICSUL.

Alteração no Contrato de Trabalho


1. Das Alterações no Contrato de Trabalho

Em regra, o contrato de trabalho é inalterável. Porém, pode o contrato de trabalho


ser alterado em algumas situações, vejamos:
a) Alteração de cláusulas por mútuo consentimento, desde que não haja prejuízo
para o empregado, art. 468 da CLT:
Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita à alteração
das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim
desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao em-
pregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.

b) Alteração de remuneração por convenção ou acordo coletivo, ou por motivo de


força maior. Nesse caso, com redução de até 25% dos salários, art. 503 da CLT:
Art. 503 - É lícita, em caso de força maior ou prejuízos devidamente
comprovados, a redução geral dos salários dos empregados da em-
presa, proporcionalmente aos salários de cada um, não podendo, en-
tretanto, ser superior a 25% (vinte e cinco por cento), respeitado, em
qualquer caso, o salário mínimo da região.

c) Alteração de funções, em decorrência de promoção, de retomo à função an-


terior nos casos de comissionamento ou interinidade – CLT, art. 450, ou de
extinção do cargo, como transferência para outro compatível.
Art. 450 - Ao empregado chamado a ocupar, em comissão, interi-
namente, ou em substituição eventual ou temporária, cargo diverso
do que exercer na empresa, serão garantidas a contagem do tempo
naquele serviço, bem como volta ao cargo anterior.

d) Alteração de horário, sem aumento da jornada. Permite-se transferência do


período noturno, súmula n.º 265 do TST:
Súmula nº 265 do TST:

A transferência para o período diurno de trabalho implica a perda do


direito ao adicional noturno.

e) Alteração de local de trabalho para os empregados que exerçam cargos de con-


fiança e àqueles cujos contratos tenham como condição, mesmo que implícita,
a transferência decorrente de real necessidade do serviço, art. 469 da CLT:

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Alteração do Contrato de Trabalho

Art. 469 - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a


sua anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, não
se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a
mudança do seu domicílio.

2. Jus Resistentiae

O direito de resistência do empregado consiste no direito que esse possui de não


acatar algum tipo de alteração que seja ilícita. Portanto, caso o empregado constate
que tal ato ou atividade que lhe foi incumbida seja ilegal ou imoral, esse poderá pleitear
em juízo a rescisão indireta, conforme as diretrizes estabelecidas no art. 483 da CLT:
Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e
pleitear a devida indenização quando:

a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei,


contrários aos bons costumes, ou alheios ao contrato;

b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos


com rigor excessivo;

c) correr perigo manifesto de mal considerável;

d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;

e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de


sua família, ato lesivo da honra e boa fama;

f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo


em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;

g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tare-


fa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários.

§ 1º - O empregado poderá suspender a prestação dos serviços ou


rescindir o contrato, quando tiver de desempenhar obrigações legais,
incompatíveis com a continuação do serviço.

§ 2º - No caso de morte do empregador constituído em empresa in-


dividual, é facultado ao empregado rescindir o contrato de trabalho.

§ 3º - Nas hipóteses das letras “d” e “g”, poderá o empregado pleite-


ar a rescisão de seu contrato de trabalho e o pagamento das respec-
tivas indenizações, permanecendo ou não no serviço até final decisão
do processo.

Note que a CLT, nos contratos individuais de trabalho, só estabelece como lícita a
alteração das respectivas condições por mútuo consentimento e, ainda assim, desde
que não resultem, direta ou indiretamente, em prejuízos ao empregado, por ser a par-
te mais fraca da relação contratual.
3. Jus Variandi

O princípio do jus variandi refere-se à possibilidade do empregador de alterar as


condições de trabalho ou de realizar modificações no contrato de trabalho de forma
unilateral, desde que sejam observados os limites legais. São exemplos de jus variandi:

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a) Alterações de horários de prestação de serviço;
b) Modificação de equipe, seção ou departamento;
c) Transferência do local de trabalho.

Nesse passo, vale ressaltar que o §1º do art. 468 CLT não considera alteração
unilateral à questão do empregador que dispensa o empregado que exercia cargo de
confiança e determina seu retorno para a função de origem.

Com objetivo de pacificar esse entendimento, o legislador acresceu o § 2º na reda-


ção do art. 468 da CLT, para dispor que não será assegurado ou incorporado ao em-
pregado o pagamento da gratificação correspondente à função de confiança quando
o mesmo retomar o exercício da função que ocupava anteriormente ao exercício da
função de confiança.
3.1. Transferência de Empregados

A transferência do empregado decorre do jus variandi, vez que o empregador


possui o poder de direção, na qual possibilita manejar a forma de prestação de
serviço pelo empregado, desde que sejam observados os ditames estabelecidos pelo
art. 469 da CLT:
Art. 469 - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem
a sua anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato,
não se considerando transferência a que não acarretar necessaria-
mente a mudança do seu domicílio.

§1º - Não estão compreendidos na proibição deste artigo: os emprega-


dos que exerçam cargo de confiança e aqueles cujos contratos tenham
como condição, implícita ou explícita, a transferência, quando esta
decorra de real necessidade de serviço.

§ 2º - É licita a transferência quando ocorrer extinção do estabeleci-


mento em que trabalhar o empregado.

§3º - Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá trans-


ferir o empregado para localidade diversa da que resultar do contrato,
não obstante as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará
obrigado a um pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e
cinco por cento) dos salários que o empregado percebia naquela loca-
lidade, enquanto durar essa situação.

Note que o objetivo do legislador foi o de estabelecer proteção ao empregado con-


tra decisão do empregador que determinaria a mudança do local de trabalho sem a sua
anuência, ou seja, determinação que implique na mudança de residência do obreiro.

No entanto, caso seja necessária a transferência provisória ou definitiva, o em-


pregador deverá pagar as respectivas despesas ao empregado, conforme determina
o § 3º do art. 469 da CLT e súmula n.º 29 do Colendo TST:
Súmula n.º 29. Empregado transferido, por ato unilateral do emprega-
dor, para local mais distante de sua residência, tem direito a suplemento
salarial correspondente ao acréscimo da despesa de transporte.

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Alteração do Contrato de Trabalho

Cabe ressaltar que, embora a CLT elenque hipóteses em que a transferência possa
ocorrer de forma unilateral pelo empregador, é necessário comprovar a necessidade
de o empregado prestar serviço em outra localidade, sob pena de presumir-se abusiva.
Nesse sentido, dispõe a súmula n.º 43 do TST:
Súmula n.º 43. Presume-se abusiva a transferência de que trata o § 1º
do art. 469 da CLT, sem comprovação da necessidade do serviço.

Todavia, caso a transferência seja realizado fora dos ditames legais, ou seja, fora
das hipóteses estabelecidas nos parágrafos dos art. 469 da CLT, o empregado po-
derá requerer em juízo medida liminar nos termos do art. 659, IX da CLT, a fim de
tornar sem efeito o ato abuso de transferência determinado pelo empregador.
4. Suspensão e Interrupção do Contrato de Trabalho

Em alguns casos, o contrato de trabalho poderá ter seus efeitos cessados, haja vista
a incidência de interrupção ou de suspensão. Entretanto, ao empregado afastado do
emprego, são asseguradas, por ocasião de sua volta, todas as vantagens que, em sua au-
sência, tenham sido atribuídas à categoria a que pertencia na empresa. (art. 471 da CLT)

De acordo com Sussekind (2000, p. 493), na suspensão ocorre apenas a paralisa-


ção temporária da execução do contrato de trabalho, seja de forma parcial ou total.
Enquanto que na interrupção o que ocorre é a simples paralisação da prestação de
serviço, e não do contrato, porque esse se executa, seja no que concerne ao cômputo
do tempo de serviço, seja no que tange à obrigação salarial.

Por essas razões, o empregado não poderá ter seu contrato rescindido unilateral-
mente durante o período de interrupção ou de suspensão, sob pena de nulidade do
ato de dispensa.
4.1. Suspensão do Contrato de Trabalho

Nas hipóteses de suspensão, o contrato de trabalho deixa de produzir efeitos para


ambos os sujeitos da relação laboral, ou seja, o empregado e o empregador têm con-
traprestações suspensas.

São hipóteses de suspensão do contrato de trabalho:


a) Penalidade disciplinar – A única sanção disciplinar capaz de suspender os
efeitos do contrato de trabalho é a suspensão. Entretanto, caso o empregador
venha aplicar suspensão ao empregado por mais de trinta dias, tal ato impor-
ta na rescisão do contrato de trabalho (art. 474 da CLT);
b) Curso de qualificação profissional – O contrato de trabalho poderá ser
suspenso, por um período de dois a cinco meses, para participação do em-
pregado em curso ou programa de qualificação profissional oferecido pelo
empregador, com duração equivalente à da suspensão contratual.
Entretanto, a suspensão do contrato de trabalho deverá ser ajustada mediante
previsão em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho e exige aquies-
cência formal do empregado (art. 476-A da CLT);

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c) Serviço militar ou encargo público – O afastamento do empregado em
virtude das exigências do serviço militar, ou de outro encargo público, não
constituirá motivo para alteração ou rescisão do contrato de trabalho por
parte do empregador.
Outrossim, após o término do serviço militar ou encargo público, o emprega-
do terá direito de retornar ao emprego, no cargo e com os salários referentes
ao seu contrato, devendo o mesmo notificar o empregador, dentre o prazo de
trinta dias após a respectiva baixa (art. 472 da CLT);
d) Empregado Diretor – O empregado eleito para ocupar cargo de diretor
tem o respectivo contrato de trabalho suspenso, não se computando o tem-
po de serviço desse período, salvo se permanecer a subordinação jurídica
inerente à relação de emprego (Súmula n. 269 do TST);
e) Greve – A greve se enquadra numa das hipóteses de suspensão do contrato de
trabalho, vez que, com a paralização, os funcionários não prestam serviços e o
empregador não está obrigado por lei a lhes pagar salário. (art. 9 da CF)
Cabe ressaltar que a participação em greve suspende o contrato de trabalho,
desse modo, é vedada a rescisão do contrato de trabalho no respectivo perío-
do, pois a adesão à greve não caracteriza abandono de emprego (art. 7 da CF);
f) Auxílio doença – Em caso de seguro-doença ou auxílio-enfermidade, o em-
pregado é considerado em licença não remunerada, durante o prazo desse
benefício (art. 476 da CLT).
Nesse passo, cabe esclarecer que a suspensão do contrato de trabalho somen-
te ocorrerá a partir do 16º dia, quando o sistema previdenciário conceder se-
guro-doença ou auxílio-enfermidade, em razão do afastamento do empregado
das atividades laborais por motivo de doença ou incapacidade transitória;
g) Aposentadoria por invalidez – De acordo com a legislação vigente no país,
o empregado que for aposentado por invalidez terá suspenso o seu contrato
de trabalho durante o prazo fixado pelas leis de previdência social para a efeti-
vação do benefício. (art. 475 da CLT)

Note que, nas hipóteses de suspensão do contrato de trabalho, não há execução


de trabalho pelos empregados, não pagamento de salário pelo empregador e não há
contagem de tempo de serviço, ou seja, o contrato de trabalho não se executa em
nenhum dos seus aspectos;
5. Interrupção do Contrato de Trabalho

De acordo com a doutrina contemporânea, a interrupção é conhecida como a sus-


pensão parcial da relação laboral, ou seja, os efeitos do contrato do contrato de traba-
lho são suspensos temporariamente.
Destarte, sem que a lei impuser ou autorizar a ausência do empre-
gado ao serviço e criar para o respectivo empregador a obrigação
de pagar-lhe salários, haverá mera interrupção do serviço em vez de
suspensão do contrato de trabalho. E o mesmo ocorrerá se a ausên-
cia remunerada do empregado resultar de convenção coletiva ou
ajuste entre os próprios contratantes. (SUSSEKIND; MARANHÃO;
VIANNA; TEIXEIRA, 2000, p. 515)

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Alteração do Contrato de Trabalho

Note que na interrupção somente a obrigação do empregado de executar ativi-


dade é suspensa, pois a obrigação do empregador de realizar pagamento de salário
ao obreiro continua. Ademais, embora o empregado não trabalhe esse período de
suspenção, essa é computada como tempo de serviço, vez que o vínculo contratual
entre o empregado e o empregador extingue.

São hipóteses de interrupção do contrato de trabalho:


a) Acidente de trabalho ou doença – Até o 15º dia do afastamento do emprega-
do do ambiente de trabalho em decorrência de acidente ou doença será devida
a remuneração pelo empregador, inclusive será computado como tempo de ser-
viço no contrato de trabalho o respectivo período de afastamento (art. 60, §3º
da Lei n.º 8.213/1991);
b) Licença maternidade – Pelo período de 120 dias, a licença maternidade cons-
titui caso de interrupção do contrato de trabalho, inclusive será computado como
tempo de serviço no contrato de trabalho o respectivo período de afastamento
(art. 7º, XVIII da CF – art. 71 da Lei n.º 8.213/1991);
c) Ausências legais – O art. 473 da CLT elenca diversas hipóteses legais que
são caraterizadas como interrupção do contrato de trabalho. Nesse passo, des-
tacam-se as seguintes situações e período que o empregado poderá afastar-se
de suas atividades laborais:
I. até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascenden-
te, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho
e previdência social, viva sob sua dependência econômica;
II. até 3 (três) dias consecutivos em virtude de casamento;
III. por um dia, em caso de nascimento de filho no decorrer da primeira semana;
IV. por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação
voluntária de sangue devidamente comprovada;
V. até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos
termos da lei respectiva;
VI. no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar;
VII. nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame
vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior;
VIII. pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo;
IX. pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representan-
te de entidade sindical, estiver participando de reunião oficial de organismo
internacional do qual o Brasil seja membro;
X. até 2 (dois) dias para acompanhar consultas médicas e exames complemen-
tares durante o período de gravidez de sua esposa ou companheira;
XI. por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) anos em
consulta médica.
d) Férias – O período em que o empregado estiver de férias é considerado situ-
ação de interrupção do contrato de trabalho, vez que é mantido o salário, bem

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como é efetuado a contagem do tempo de serviço para fins de depósitos fundiá-
rios e previdenciários (art. 7º, XVII da CF – arts. 129 a 153 da CLT);
e) Licença paternidade – A licença paternidade constitui uma situação de inter-
rupção do contrato de trabalho, pois são assegurados ao empregado todos os
benefícios legais durante o período de afastamento (art. 7º, XIX da CF);
f) Aborto – O aborto não criminoso comprovado por atestado médico oficial
é uma situação de interrupção do contrato de trabalho. Nessa hipótese, a
mulher terá direito ao repouso remunerado de 2 (duas) semanas, ficando-lhe
assegurado o direito de retornar à função que ocupava antes de seu afasta-
mento (art. 395 da CLT);
g) Descanso semanal remunerado – O repouso semanal remunerado previsto
na Constituição Federal é uma situação de interrupção do contrato de traba-
lho, vez que o empregado continua recebendo remuneração pelo empregador
(art. 7º, XV da CF);
h) Feriados – Serão consideradas hipóteses de interrupção do contrato de traba-
lho os feriados civis e religiosos, de acordo com a tradição local onde o empre-
gador labore (art. 1º da Lei n. 605/1949);
i) Encargos Públicos – De acordo com a doutrina contemporânea, bem como
do entendimento dos tribunais, os encargos públicos são considerados situações
de interrupção do contrato de trabalho, como, por exemplo, atuação do em-
pregado como jurado, mesário e mesário. Caso isso ocorra, será assegurado ao
empregado salário, sendo a ausência considerada como tempo de serviço;
j) Lockout – De acordo com a legislação vigente, a paralisação das atividades,
por iniciativa do empregador, com o objetivo de frustrar negociação ou difi-
cultar o atendimento de reivindicações dos respectivos empregados (lockout)
é proibida. Entretanto, caso isso ocorra, serão assegurados aos trabalhadores
o direito à percepção dos salários durante o período de paralisação. (art. 17º
da Lei n. 7.783/1989)
Note que, nas hipóteses de interrupção do contrato de trabalho, embora o emprega-
do não execute atividades laborais, permanece a obrigação do empregador de realizar
pagamento, inclusive é assegurada ao empregado a contagem como tempo de serviço
durante o período de seu afastamento.
6. Dispensa do Empregado Durante a Suspensão e Interrupção do Contrato
de Trabalho
De acordo com a doutrina contemporânea e com o entendimento dos tribunais,
o empregado não poderá ser desligado sem justa causa do trabalho nas hipóteses
de suspensão e interrupção do contrato de trabalho, salvo, quando o empregado
cometer uma das hipóteses de justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo
empregador, quando será permitido o seu desligamento. (art. 482 da CLT)
Todavia, caso o empregador efetue a dispensa do empregado durante o período de
suspensão ou interrupção do contrato de trabalho, tal ato poderá ser declarado nulo
pelo Poder Judiciário, a fim de reintegrar o empregado e garantir os efeitos do trabalho
de forma retroativa, ou seja, percepção de salário e contagem do tempo de serviço.

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UNIDADE
Alteração do Contrato de Trabalho

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros
Curso de Direito do Trabalho
HENRIQUE, Carlos; LEITE, Bezerra. Curso de Direito do Trabalho. 16. ed. São Paulo:
Saraiva, 2017.

CLT – Comparada Urgente


MIZIARA, Rafael; NAHAS, Thereza; Pereira, Leone. CLT – Comparada Urgente. 1. ed.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2018.

Direito do Trabalho
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Direito do Trabalho. 29. ed. São Paulo: Sarai-
va, 2014.

Instituições
SUSSEKIND, Arnaldo; MARANHÃO, Délio; TEXEIRA, Lima. Instituições. Instituições
de Direito do Trabalho. 19. ed. São Paulo: LTr, 2000.

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Referências
HENRIQUE, Carlos; Leite, BEZERRA. Curso de Direito do Trabalho. 8. ed. São Pau-
lo: Saraiva, 2017. Capítulo 11.

MARTINEZ, Luciano. Curso de Direito do Trabalho. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
Capitulo 13.

NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho. 27. ed. São Paulo:
Saraiva, 2014. Capítulo 15. Disponíveis em: Biblioteca Virtual da UNICSUL.

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