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Alteração do Contrato de Trabalho
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Alteração do Contrato de Trabalho
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o
último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Alteração do Contrato de Trabalho
Introdução ao Tema
O contrato de trabalho é a exteriorização da manifestação de vontade dos sujeitos da
relação de trabalho, na qual o empregador estabelece a forma de prestação de serviço e
a remuneração e, caso o empregado concorde com as condições impostas, estará mani-
festado sua vontade, portanto, restará configurar a relação de trabalho.
Outras teorias afirmam que o contrato de trabalho é inalterável, pois o que se altera
são as condições de trabalho, decorrentes do poder de direção do empregar para orga-
nizar a forma de como será executada a prestação de serviço pelo empregado.
Vale ressaltar que, em alguns casos, a lei ou acordo coletivo permite que o emprega-
dor realize pequenas modificações ou alterações no contrato de trabalho, desde que não
haja prejuízo ao empregado, seja lícita e haja mútuo consentimento das partes.
Por fim, será objeto de estudo o jus resistentiae, expressão que se refere ao direito
de resistência do empregado em se opor às alterações das condições do contrato de tra-
balho, também será objeto de estudo o jus variandi do empregador, vez que, em alguns
casos, é realizar pequenas modificações no contrato de trabalho, observado os limites
estabelecidos na lei.
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Leitura Obrigatória
Recomendamos a leitura do capítulo XIII do livro: Curso de Direito do Trabalho de Luciano
Martinez (8. ed. São Paulo: Saraiva, 2018). Disponível em: Biblioteca Virtual da UNICSUL.
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Alteração do Contrato de Trabalho
2. Jus Resistentiae
Note que a CLT, nos contratos individuais de trabalho, só estabelece como lícita a
alteração das respectivas condições por mútuo consentimento e, ainda assim, desde
que não resultem, direta ou indiretamente, em prejuízos ao empregado, por ser a par-
te mais fraca da relação contratual.
3. Jus Variandi
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a) Alterações de horários de prestação de serviço;
b) Modificação de equipe, seção ou departamento;
c) Transferência do local de trabalho.
Nesse passo, vale ressaltar que o §1º do art. 468 CLT não considera alteração
unilateral à questão do empregador que dispensa o empregado que exercia cargo de
confiança e determina seu retorno para a função de origem.
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Cabe ressaltar que, embora a CLT elenque hipóteses em que a transferência possa
ocorrer de forma unilateral pelo empregador, é necessário comprovar a necessidade
de o empregado prestar serviço em outra localidade, sob pena de presumir-se abusiva.
Nesse sentido, dispõe a súmula n.º 43 do TST:
Súmula n.º 43. Presume-se abusiva a transferência de que trata o § 1º
do art. 469 da CLT, sem comprovação da necessidade do serviço.
Todavia, caso a transferência seja realizado fora dos ditames legais, ou seja, fora
das hipóteses estabelecidas nos parágrafos dos art. 469 da CLT, o empregado po-
derá requerer em juízo medida liminar nos termos do art. 659, IX da CLT, a fim de
tornar sem efeito o ato abuso de transferência determinado pelo empregador.
4. Suspensão e Interrupção do Contrato de Trabalho
Em alguns casos, o contrato de trabalho poderá ter seus efeitos cessados, haja vista
a incidência de interrupção ou de suspensão. Entretanto, ao empregado afastado do
emprego, são asseguradas, por ocasião de sua volta, todas as vantagens que, em sua au-
sência, tenham sido atribuídas à categoria a que pertencia na empresa. (art. 471 da CLT)
Por essas razões, o empregado não poderá ter seu contrato rescindido unilateral-
mente durante o período de interrupção ou de suspensão, sob pena de nulidade do
ato de dispensa.
4.1. Suspensão do Contrato de Trabalho
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c) Serviço militar ou encargo público – O afastamento do empregado em
virtude das exigências do serviço militar, ou de outro encargo público, não
constituirá motivo para alteração ou rescisão do contrato de trabalho por
parte do empregador.
Outrossim, após o término do serviço militar ou encargo público, o emprega-
do terá direito de retornar ao emprego, no cargo e com os salários referentes
ao seu contrato, devendo o mesmo notificar o empregador, dentre o prazo de
trinta dias após a respectiva baixa (art. 472 da CLT);
d) Empregado Diretor – O empregado eleito para ocupar cargo de diretor
tem o respectivo contrato de trabalho suspenso, não se computando o tem-
po de serviço desse período, salvo se permanecer a subordinação jurídica
inerente à relação de emprego (Súmula n. 269 do TST);
e) Greve – A greve se enquadra numa das hipóteses de suspensão do contrato de
trabalho, vez que, com a paralização, os funcionários não prestam serviços e o
empregador não está obrigado por lei a lhes pagar salário. (art. 9 da CF)
Cabe ressaltar que a participação em greve suspende o contrato de trabalho,
desse modo, é vedada a rescisão do contrato de trabalho no respectivo perío-
do, pois a adesão à greve não caracteriza abandono de emprego (art. 7 da CF);
f) Auxílio doença – Em caso de seguro-doença ou auxílio-enfermidade, o em-
pregado é considerado em licença não remunerada, durante o prazo desse
benefício (art. 476 da CLT).
Nesse passo, cabe esclarecer que a suspensão do contrato de trabalho somen-
te ocorrerá a partir do 16º dia, quando o sistema previdenciário conceder se-
guro-doença ou auxílio-enfermidade, em razão do afastamento do empregado
das atividades laborais por motivo de doença ou incapacidade transitória;
g) Aposentadoria por invalidez – De acordo com a legislação vigente no país,
o empregado que for aposentado por invalidez terá suspenso o seu contrato
de trabalho durante o prazo fixado pelas leis de previdência social para a efeti-
vação do benefício. (art. 475 da CLT)
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como é efetuado a contagem do tempo de serviço para fins de depósitos fundiá-
rios e previdenciários (art. 7º, XVII da CF – arts. 129 a 153 da CLT);
e) Licença paternidade – A licença paternidade constitui uma situação de inter-
rupção do contrato de trabalho, pois são assegurados ao empregado todos os
benefícios legais durante o período de afastamento (art. 7º, XIX da CF);
f) Aborto – O aborto não criminoso comprovado por atestado médico oficial
é uma situação de interrupção do contrato de trabalho. Nessa hipótese, a
mulher terá direito ao repouso remunerado de 2 (duas) semanas, ficando-lhe
assegurado o direito de retornar à função que ocupava antes de seu afasta-
mento (art. 395 da CLT);
g) Descanso semanal remunerado – O repouso semanal remunerado previsto
na Constituição Federal é uma situação de interrupção do contrato de traba-
lho, vez que o empregado continua recebendo remuneração pelo empregador
(art. 7º, XV da CF);
h) Feriados – Serão consideradas hipóteses de interrupção do contrato de traba-
lho os feriados civis e religiosos, de acordo com a tradição local onde o empre-
gador labore (art. 1º da Lei n. 605/1949);
i) Encargos Públicos – De acordo com a doutrina contemporânea, bem como
do entendimento dos tribunais, os encargos públicos são considerados situações
de interrupção do contrato de trabalho, como, por exemplo, atuação do em-
pregado como jurado, mesário e mesário. Caso isso ocorra, será assegurado ao
empregado salário, sendo a ausência considerada como tempo de serviço;
j) Lockout – De acordo com a legislação vigente, a paralisação das atividades,
por iniciativa do empregador, com o objetivo de frustrar negociação ou difi-
cultar o atendimento de reivindicações dos respectivos empregados (lockout)
é proibida. Entretanto, caso isso ocorra, serão assegurados aos trabalhadores
o direito à percepção dos salários durante o período de paralisação. (art. 17º
da Lei n. 7.783/1989)
Note que, nas hipóteses de interrupção do contrato de trabalho, embora o emprega-
do não execute atividades laborais, permanece a obrigação do empregador de realizar
pagamento, inclusive é assegurada ao empregado a contagem como tempo de serviço
durante o período de seu afastamento.
6. Dispensa do Empregado Durante a Suspensão e Interrupção do Contrato
de Trabalho
De acordo com a doutrina contemporânea e com o entendimento dos tribunais,
o empregado não poderá ser desligado sem justa causa do trabalho nas hipóteses
de suspensão e interrupção do contrato de trabalho, salvo, quando o empregado
cometer uma das hipóteses de justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo
empregador, quando será permitido o seu desligamento. (art. 482 da CLT)
Todavia, caso o empregador efetue a dispensa do empregado durante o período de
suspensão ou interrupção do contrato de trabalho, tal ato poderá ser declarado nulo
pelo Poder Judiciário, a fim de reintegrar o empregado e garantir os efeitos do trabalho
de forma retroativa, ou seja, percepção de salário e contagem do tempo de serviço.
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Alteração do Contrato de Trabalho
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Curso de Direito do Trabalho
HENRIQUE, Carlos; LEITE, Bezerra. Curso de Direito do Trabalho. 16. ed. São Paulo:
Saraiva, 2017.
Direito do Trabalho
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Direito do Trabalho. 29. ed. São Paulo: Sarai-
va, 2014.
Instituições
SUSSEKIND, Arnaldo; MARANHÃO, Délio; TEXEIRA, Lima. Instituições. Instituições
de Direito do Trabalho. 19. ed. São Paulo: LTr, 2000.
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Referências
HENRIQUE, Carlos; Leite, BEZERRA. Curso de Direito do Trabalho. 8. ed. São Pau-
lo: Saraiva, 2017. Capítulo 11.
MARTINEZ, Luciano. Curso de Direito do Trabalho. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
Capitulo 13.
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho. 27. ed. São Paulo:
Saraiva, 2014. Capítulo 15. Disponíveis em: Biblioteca Virtual da UNICSUL.
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