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PREVIDENCIÁRIA
Amanda Cavalcanti Correia
e Elaine Peixoto
SUMÁRIO
1 CONTRATOS ............................................................................................ 3
2 BENEFÍCIOS TRABALHISTAS .................................................................. 13
3 EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO ............................................. 27
4 CONTRATOS ESPECIAIS DE TRABALHO .................................................. 36
5 PREVIDENCIÁRIO ................................................................................... 53
6 NEGOCIAÇÃO ........................................................................................ 66
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1 CONTRATOS
Segundo Delgado (2007), “É oportuno complementar, por fim, que, sendo tácita ou
expressa a contratação obviamente ela não poderá afrontar o universo de regras e
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direitos trabalhistas componentes da ordem heterônoma e autônoma jus trabalhista
aplicável”.
6. Aprendiz, regido pelo art. 428 da CLT, valendo a consulta de suas regras pela IN
146/2018 do MTe.
Porém, em 11.11.2017, com a lei 13.467/2017, surgiu para se unir a essas modalidades
ditas tradicionais o contrato intermitente ao qual, surge para suprir as empresas que
precisam de empregados para prestação de serviço eventual, com intervalo de tempo
entre uma prestação de serviço e outro, não gerando ao mesmo a expectativa de
retorno e sim, de um possível chamado quando da necessidade de seu empregador.
Sim, essa modalidade de contrato forma o vínculo de emprego entre as partes.
Vejamos o conceito conforme descrição da norma vigente:
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alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade,
determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de
atividade do empregado e do empregador, exceto para os aeronautas,
regidos por legislação própria (BRASIL, 1943).
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poderá ser dado muito próximo ao início e nem ao fim da jornada, vejamos o período
de descanso indicado pela CLT:
Para os contratos até 4 h de trabalho no dia, não será devido a concessão de intervalo,
já para os contratos cuja duração da jornada seja superior a 4h e inferior a 6h, o
período de intervalo será de 15 min, assim como para os contratos com jornada
superior a 6h por dia, será garantindo um período mínimo de descanso de 1 h e no
máximo de 2 h.
Com a reforma trabalhista, o período de intervalo poderá ser reduzido para 30 min,
desde que, haja acordo com o Sindicato, conforme determina a inteligência do art.
611-A da CLT. Ainda tratando sobre intervalo, verifica-se a possibilidade de sua
extensão superior a 2 h, nos casos autorizados pelo Sindicato, sendo mais comum para
os restaurantes e afins, a exemplificar os garçons que na prática costumam ter 4h de
intervalo, para que assim garanta à empresa a possibilidade de atendimento ao
público no horário de almoço e janta.
A jornada de 12x36 sempre foi aceita pelo judiciário, através da súmula 444 do TST,
sendo hoje incorporada a CLT, pela reforma trabalhista, que inseriu o art. 59-A a CLT, e
que determina a sua possibilidade de contratação a qualquer que seja o tipo de função
a ser contratada. O que temos como diferencial é a condição de que para esses
trabalhadores, o trabalho realizado em feriado não gera nenhum pagamento em
dobro, conforme demonstra o artigo a seguir da CLT:
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segundo, quinto e sexto, determina que esse excesso de horas, ao invés de ser pago
em dinheiro, poderá ser lançado em um banco de horas, a qual permitirá que seja
usufruído no futuro como descanso, mediante acordo entre empregado e empregador
da melhor data, dentro do período de vigência do banco de horas, vejamos os tipos de
banco:
1. Banco de horas com período de validade de 1 mês, conhecido como
“banquinho”, e determinado pelo §6º do art. 59 da CLT, não exige formalização por
escrito, mas exige que o acréscimo de horas de um dia, seja compensado, diminuído
dentro do próprio mês para sua validade.
2. Banco de horas com validade de 6 meses, conhecido apenas como “Banco”, é
tratado como a possibilidade de contratação entre empregado e empregador, que
formalizaram por escrito, a determinação da validade do banco de horas, onde as
horas realizadas em excesso, poderão ser compensadas com descanso ou diminuição
da jornada dentro do seu período de validade.
3. Banco de horas com validade de um ano, sua validade depende de
autorização/assinatura do Sindicato para sua existência, assim como os outros tem a
finalidade de garantir ao empregador descanso ou diminuição da jornada dentro de
um período de ano, das horas em que realizou em excesso dentro do período de
vigência do banco.
Sendo assim, é permitida a alteração contratual, desde que haja concordância entre as
partes, empregado e empregador, e essa alteração não ocasione nenhum tipo de
prejuízo ao empregado.
A alteração poderá ser unilateral ou bilateral, sendo mais comum a bilateral, ou seja, a
que depende de ambas as partes de acordo, a alteração unilateral, é possível somente
em casos específicos dispostos no art. 469 da CLT, sendo dentre eles, previsão em
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contrato de alteração quando de necessidade imperiosa, transferência de empregado
por mudança de endereço da empresa, transferência por necessidade de serviço para
os casos de cargo de confiança, entre outras possibilidades.
Toda alteração contratual deverá ser formalizada por escrito, podendo ser feita por
prazo predeterminado ou por tempo indeterminado. Exemplo sobre a questão de
tempo determinado ou não é o caso da transferência, que:
a) Sendo provisória, deverá ser feita por prazo específico e ao empregado será
devido pagamento de um adicional de transferência de 25% sobre o salário do
empregado, devendo ser paga pelo período em que durar a transferência, que terá
período para início e fim, conforme art. 469, § 3º da CLT (BRASIL, 1943).
Agora, vamos entender um pouco sobre a alteração bilateral. A alteração deverá ser
feita por acordo escrito entre as partes, não poderá trazer nenhum tipo de prejuízo
ao empregado, poderá ser formalizada em qualquer data, não existe limite de
alteração.
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Já a alteração unilateral do contrato poderá ocorrer por iniciativa do empregador. A
chamada alteração unilateral ocorre nos seguintes casos: redução salarial, desde que
previsto em convenção ou acordo coletivo, reversão ao cargo anteriormente
ocupado, deixando o exercício de função de confiança, transferência do local de
trabalho dos empregados que exerçam cargo de confiança e aqueles cujos contratos
tenham como condição implícita ou explícita, a referida transferência, quando esta
decorra de real necessidade de serviço; e transferência na hipótese de extinção do
estabelecimento.
Também temos a alteração contratual por prazo determinado, a qual não é tratada
pela lei essa possibilidade, mas tendo em vista que o contrato determinado, é em
regra está condicionado a um fato ou a um ato, não se recomenda a aplicação da
alteração contratual para essa modalidade.
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resultados para o contratante, ou seja, não se terceiriza pessoas, e sim determinada
atividade da empresa a qual ela não tem mais interesse de gerir e repassa a outro que
o faça em seu nome.
4. Estagiário: seu contrato não gera vínculo de emprego com o contratante, e sua
existência tem por finalidade garantir ao estagiário o aprendizado prático do curso
escolhido para formação. Essa modalidade contratual não pode ser formalizada por
mais de 2 anos, salvo nos casos de portadores de necessidades especiais, onde não
existe período máximo de estágio. A validade do contrato depende de documento
escrito, denominado termo de compromisso, que deve ser assinado pela empresa,
estagiário e instituição de ensino. Recomenda-se ainda que o estagiário conte com
idade mínima de 16 anos de idade. Sua existência e detalhes são determinados pela lei
11.788/08.
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6. Autônomo: é um trabalhador sem vínculo de emprego que exerce atividade
sem subordinação e com autonomia, sendo contratado para prestação de serviço
certo, e mediante remuneração. Art. 442-B da CLT.
REFERÊNCIAS
DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 6.ed. São Paulo: LTr,
2007.
GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. CLT: Comentada. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo:
Metódo, 2015a.
__________. Curso de Direito do Trabalho. 9. ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro:
Forense, 2015b.
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MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil Interpretada e
Legislação Constitucional. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
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2 BENEFÍCIOS TRABALHISTAS
São considerados aqueles determinados por algum ato legislativo. São os mais
comuns, os que seguem:
2.1.1. 13º salário: também conhecido como gratificação natalina, previsto na lei
4.090/62, e com a sua formalização de pagamento pela lei 4.749/65, é devido a todo
empregado; Não é pago para autônomos, estagiários, ou qualquer outro tipo de
trabalho sem vínculo de emprego.
O 13º também poderá ser antecipado juntamente com as férias, se a solicitação partir
do empregado que deverá formalizar a opção no mês de janeiro.
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em que o empregado estará descanso, acrescido de mais 1/3 sobre a sua
remuneração.
Em regra, o período de descanso é de 30 dias, porém pelas faltas injustificadas ela
poderá ser diminuída com base nas orientações descrita no art. 130 da CLT, a qual
segue:
O pagamento das férias deverá ocorrer por entendimento em até 2 dias úteis antes do
início do período de descanso.
É também direito do empregado solicitar abono pecuniário para conversão de 1/3 das
férias em pagamento, desde que solicite essa condição até 15 dias antes de encerrar o
período aquisitivo, base legal art. 143 da CLT.
Garcia (2015, p. 1.013) já tratava o objetivo das férias: “As férias possuem o evidente
objetivo de proporcionar período mais extenso de descanso ao empregado, de modo a
evitar problemas de saúde decorrentes do cansaço excessivo.”
2.1.3. Faltas Abonadas: são consideradas justificas as ausências previstas nos arts. 131
e 473 da CLT.
Para Garcia (2015),
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constituição de um fundo, que geralmente só pode ser sacado em situações,
específicas (veja art. 20 da lei 8.036/90), e tem por recolhimento mensal.
Também será devido ao empregado a multa de 40% nos casos de rescisão contratual
sem justa causa ou rescisão indireta. Para as rescisões por culpa recíproca o valor da
multa é de 20%.
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2.1.7. Estabilidade: é garantido ao empregado, o direito de permanecer no emprego
durante um período de tempo sem que sofra o risco de ser dispensado sem justa causa
ou de forma arbitrária, temos as seguintes estabilidades previstas em lei:
b) Empregado eleito, por votação, para cargo de direção da CIPA, fica garantida a
estabilidade desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu
mandato; art. 10, I, “b” ADCT – CF/88. Pela Súmula 339 do TST, essa garantia é
estendida também aos suplentes dos membros eleitos.
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entendendo-se a partir da efetiva convocação, desse modo poderá a empresa demitir
o empregado que se alistou, salvo disposição constante em cláusula sindical mais
benéfica, conforme previsão do art. 472 da CLT).
Gratificação de Função: benefício pago para empregado com cargo de confiança, com
o objetivo de isentar o mesmo da marcação o ponto, o valor para tal procedimento é
de no mínimo 40% a mais do valor do seu salário, e sua previsão encontra-se no art. 62
da CLT.
São as criadas por determinação de contrato entre as partes, não existe uma listagem,
mas é comum acontecer quando o empregado tem uma função muito específica e
essencial à empresa, e como uma vantagem a empresa oferece a estabilidade para que
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o empregado aceite a vaga. Porém, ressalto, não existe nenhum impedimento da
empresa conceder por qualquer que seja a motivação.
Tendo em vista as polêmicas, são comuns muitas ações judiciais. Algumas encontram
êxito e outras não, então fique atento sempre a essas movimentações, visto que uma
decisão favorável representa à empresa economia e redução da carga tributária.
Vamos ver alguns casos para facilitar a compreensão. Seguimos:
a) Aviso Prévio indenizado, hoje por determinação da Nota PGFN 485/2016, não
existe mais tributação de INSS sobre o valor devido de aviso indenizado. A tributação
existe, contudo, sobre o valor do avo indenizado do 13º salário.
Já quanto ao Imposto de Renda não tem tributação sobre o valor devido de aviso
prévio.
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c) Pagamento dos 15 primeiros dias de afastamento, o entendimento de alguns é que
não deveria ser tributado visto que não se trata de período de trabalho, e por isso não
deveria ter sua tributação, ocorre que pela definição de salário de contribuição do art.
28 da lei 8.212/91, é sim valor em que incide tributação de INSS, FGTS e IR.
e) 13º salário, muitos entendem que não deveria sofrer tributação, tendo em vista
se tratar de valor pago a título de gratificação e não exigir trabalho, e por conta disto
não poderá ser considerado remuneratório, mas a lei é clara ao dizer que trata sim de
um salário de contribuição e que sobre esse valor deverá ser tributado os valores de
INSS, FGTS e IR.
Claro que temos outras polêmicas, mas não tão frequentes quanto as acima indicadas,
o que determino é que veja sempre se a empresa tem ou não uma liminar ou decisão
judicial sobre o caso, para que assim, seja feita a exclusão da base de cálculo dos
tributos das verbas, posto que não tendo nenhuma previsão em documento emitido
por decisão judicial, a verba deve sim sofrer a retenção, com exceção ao aviso
indenizado, que já foi tratado no primeiro item.
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• diversidade da base de financiamento;
• caráter democrático e descentralizado da gestão
administrativa, mediante a gestão quadripartite, com a participação dos
trabalhadores, dos empregados, dos aposentados e do Governo nos órgãos
colegiados.
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empregado não está mais exposto aquela condição, base interpretação aos artigos
192, 193 e 195 da CLT.
Exemplo de cálculo:
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R$ 4.000,00 para trabalhar 44h semanais. Considerando as informações qual será o
valor da indenização por supressão das horas extras se a empresa decidir não mais
realizar as horas extras?
Resposta:
Cálculo da Indenização:
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a) Plano de saúde, concedido por cláusula de comento coletivo, esse poderá ser
suprimido se houver exclusão da cláusula na próxima convenção ou por acordo
coletivo entre a empresa e o Sindicato que representa a categoria profissional.
Sendo assim, para que o empregador não seja surpreendido com uma afastamento ou
até mesma a rescisão e a recusa do empregado em deixar o imóvel, para evitar esse
tipo de situação, indica-se que seja formalizado contrato a qual determine que a
moradia é concedida com a finalidade única e exclusiva de trabalho, e que em
situações de não trabalho ou rescisão, o empregado deverá desocupar o imóvel no
prazo de x dias, ao qual recomendo não seja inferior a 30 dias.
Não sendo tratada essa condição, ou seja, sendo omisso o contrato, o empregado tem
como direito adquirido a manutenção da moradia durante o período de afastamento,
e quando da rescisão somente será obrigado a desocupar o imóvel por determinação
judicial.
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desta forma ficará condicionado a sua existência ser garantia como direito adquirido
ao empregado.
Deve-se observar que, de acordo com a Lei n. 14.437/2022, poderão ser adotados por
empregadores e empregados medidas trabalhistas alternativas e o Programa
Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda para enfrentar consequências
econômicas e sociais de estado de calamidade pública. Uma das medidas do Programa
Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda refere-se à redução de salário,
conforme abaixo expresso no art. 25 da Lei n. 14.437/2022:
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho: aprovada pelo Decreto-Lei n. 5.452, de 1º
de maio de 1943. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1943. Disponível em:
<https://goo.gl/cxHjb>. Acesso em: 7 mar. 2019.
DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 6.ed. São Paulo: LTr,
2007.
GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. CLT: Comentada. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo:
Metódo, 2015a.
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_________. Curso de Direito do Trabalho. 9. ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro:
Forense, 2015b.
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3 EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
A rescisão extingue o contrato de trabalho. Pelo direito do trabalho, ela poderá ser
formalizada de diversas maneiras são elas:
2. Pedido de demissão
Ainda, sobre temos que toda vez que houver dúvidas sobre a finalização ou não do
contrato, sempre devemos aplicar o princípio das presunções favoráveis ao
trabalhador, conforme lição de Delgado (2007), “O princípio das presunções favoráveis
ao trabalhador no contexto da ruptura do contrato empregatício está claramente
incorporado pela jurisprudência trabalhista do país (Súmula 212, TST) ”.
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3. Aviso misto, é uma criação do comércio e prática empresarial, é um misto do
aviso trabalhado com o aviso indenizado. Em resumo, é quando o aviso tem uma parte
trabalhada e outra indenizada.
Ainda cabe ressaltar que pela lei n. 12.506/2011, o aviso prévio tem sua forma
proporcional, ou seja, os empregados dispensados sem justa causa, por rescisão por
acordo, rescisão indireta ou por extinção do contrato a termo com vigência maior que
um ano, terão direito a 3 dias a mais por ano de trabalho, além dos 30 dias de aviso.
O prazo de pagamento das verbas rescisórias se dará em até 10 dias, contados da data
da rescisão contratual, com base no art. 477, §6º da CLT, e não sendo o mesmo
respeitado trará ao empregador duas penalidades, uma é o pagamento de mais um
salário a favor do empregado e a outra é o pagamento de 160 Ufirs ao Ministério do
trabalho, nos moldes do que determina o art. 477, §8º da CLT. A essa modalidade de
rescisão são devidas as seguintes verbas:
• saldo de salário;
• férias vencidas e proporcionais mais 1/3;
• 13º salário;
• aviso prévio, indenizado, trabalhado ou misto a escolha do empregador;
• liberação do FGTS, com a multa de 40% a favor do empregador
• seguro-desemprego, desde que cumpridas as regras do art. 3 da Lei n.
7.998/90 e Resolução CODEFAT 467/2005, sendo CODEFAT - Conselho Deliberativo do
Fundo de Amparo ao Trabalhador.
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a) Trabalhado – porém somente 30 dias
b) Descontado – onde o empregado deixar claro, e por escrito, que não irá
cumprir o aviso garantindo ao empregador o direito de fazer a rescisão do contrato de
trabalho e descontar o valor de 30 dias do aviso, com base no art. 487, §2º da CLT.
- saldo de salário;
- férias vencidas e proporcionais mais 1/3;
- 13º salário;
- aviso prévio é devido pelo empregado ao empregador, e será sempre de 30
dias, com base na Nota Técnica 184/2012 do Ministério do Trabalho;
- não há liberação do FGTS em regra, só sendo mesmo liberado para o
empregado que for aposentado;
- não há direito ao seguro-desemprego.
Prazo de pagamento, com a reforma trabalhista também passa a ser de até 10 dias,
contados da extinção do contrato conforme art. 477, §6º da CLT.
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b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos
com rigor excessivo;
c) correr perigo manifesto de mal considerável;
d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;
e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de
sua família, ato lesivo da honra e boa fama;
f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo
em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa,
de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários.
§ 1º - O empregado poderá suspender a prestação dos serviços ou rescindir
o contrato, quando tiver de desempenhar obrigações legais, incompatíveis
com a continuação do serviço.
§ 2º - No caso de morte do empregador constituído em empresa individual,
é facultado ao empregado rescindir o contrato de trabalho.
§ 3º - Nas hipóteses das letras "d" e "g", poderá o empregado pleitear a
rescisão de seu contrato de trabalho e o pagamento das respectivas
indenizações, permanecendo ou não no serviço até final decisão do
processo. (Incluído pela Lei nº 4.825, de 5.11.1965)
Essa modalidade de rescisão para ter validade, deverá ser processada junto ao
judiciário, ou seja, depende de decisão judicial para que seja considerada válida.
Prazo de pagamento nesse caso é a critério do que for determinado pelo juiz.
Verbas devidas, conforme uma rescisão sem justa causa, veja item 1 deste material.
Observação, o tipo de aviso prévio para essa modalidade rescisão também deverá ser
definido pelo juiz da causa.
Devemos lembrar, pela lição de Delgado (2007), que
Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo
empregador:
a) ato de improbidade;
b) incontinência de conduta ou mau procedimento;
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c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do
empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual
trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço;
d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não
tenha havido suspensão da execução da pena;
e) desídia no desempenho das respectivas funções;
f) embriaguez habitual ou em serviço;
g) violação de segredo da empresa;
h) ato de indisciplina ou de insubordinação;
i) abandono de emprego;
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra
qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso
de legítima defesa, própria ou de outrem;
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas
contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima
defesa, própria ou de outrem;
l) prática constante de jogos de azar.
m) perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o
exercício da profissão, em decorrência de conduta dolosa do
empregado. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Parágrafo único - Constitui igualmente justa causa para dispensa de
empregado a prática, devidamente comprovada em inquérito
administrativo, de atos atentatórios à segurança nacional. (Incluído pelo
Decreto-lei nº 3, de 27.1.1966)
Prazo para pagamento das verbas será também de 10 dias contados na extinção do
contrato, conforme determina o art. 477, §6º da CLT, modificado pela lei da Reforma
Trabalhista – lei n. 13.467/2017.
• saldo de salário;
• férias vencidas mais 1/3;
• não tem direito a liberação do FGTS e nem da multa, porém se for
aposentado o empregado terá direito ao saque do FGTS.
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Não existirá rescisão por acordo, se as partes divergirem de algum ponto, para que ela
seja aplicada é necessária a plena aceitação de todas as condições de ambas as partes.
Sua formalização será feita por escrito, deixando claro que as partes no ato concordam
em finalizar o contrato por acordo. Observe que não se trata de uma dispensa pelo
empregador e nem um pedido de demissão, e sim uma modalidade onde ambos têm o
interesse na finalização do contrato de trabalho.
O prazo de pagamento das verbas também será de até 10 dias contados da data da
extinção do contrato, art. 477, §6º da CLT.
As verbas devidas serão as que constam do art. 484-A da CLT, quais sejam:
• saldo de salário;
• férias vencidas e proporcionais mais 1/3 Constitucional;
• 13º salário;
• Aviso prévio indenizado, com direito aos 3 dias a mais por ano, porém devido
pela metade;
• Liberação de 80% dos valores depositados no FGTS; sendo a multa de 20%;
• não terá direito a seguro desemprego.
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Na rescisão antecipada por iniciativa do empregado, será devido: saldo de salário,
férias vencidas e proporcionais mais o 1/3, 13º salário, e, não haverá liberação do
FGTS, salvo para os empregados aposentados. E provado pelo empregador que o
empregado causou prejuízo, poderá o mesmo ser descontado de metade dos dias que
faltavam para completar o contrato com base no art. 480 da CLT.
Ainda, no caso de rescisão antecipada, quer por iniciativa do empregador ou do
empregado nos contratos que tiverem cláusula assecuratória de direito recíproca a
rescisão antecipada, caberá à parte que notificou pelo fim antecipado do contrato o
pagamento de aviso prévio ou até mesmo seu cumprimento, com base no art. 481 da
CLT, sendo devidas ao empregados as demais verbas rescisórias como saldo de salário,
férias vencidas e proporcionais mais 1/3 e 13º salário. Com relação ao FGTS, o mesmo
será devido com a multa se a rescisão se der por iniciativa do empregador.
Prazo de pagamento, também é de 10 dias contados da data da extinção o contrato,
com base no art. 477, §6º da CLT.
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3.6. Rescisão por culpa recíproca
Sua existência depende de falta grave cometida simultaneamente pelo empregador e
empregador, de modo a inviabilizar a continuidade do vínculo.
Sua fundamentação encontra-se no art. 484 da CLT, e só terá existência por decisão
judicial, os valores devidos na rescisão serão devidos pela metade.
Vejamos o que dispõe a Súmula 14 do TST: “Súmula TST nº 14, Reconhecida a culpa
recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empregado tem
direito a 50% (cinquenta por cento) do valor do aviso prévio, do décimo terceiro
salário e das férias proporcionais”.
Sabe-se pela doutrina que sua prática tem muitos detalhes, e por muitos é
desconhecida o que inviabiliza a sua utilização devido ao rigor que é exigido para sua
comprovação.
REFERÊNCIAS
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DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 6.ed. São Paulo: LTr,
2007.
GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. CLT: Comentada. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo:
Metódo, 2015a.
_______. Curso de Direito do Trabalho. 9. ed. rev. atual. e ampl. Rio de Janeiro:
Forense, 2015b.
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4 CONTRATOS ESPECIAIS DE TRABALHO
A contratação de aprendiz por período de até quatro anos ocorre com o propósito de
cumprimento de cota de aprendizagem profissional, sendo contabilizada a contratação
de aprendizes em dobro, nas seguintes hipóteses, segundo § 5º do art. 429 da CLT:
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• se estiverem em regime de acolhimento institucional;
Com relação à idade de contratação de aprendizes, o art. 428 da CLT, alterado pela MP
1116/2022, estabelece (BRASIL, 1943):
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do aprendiz as Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, as Entidades que
ministrem curso de formação profissional, e empresas com até 6 empregados, com
base no art. 51 da LC 123/2006 e art. 2, §1º da IN 146/2018.
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4.1.5. Nos casos de empresas com Matriz e Filial como será feita a contagem de
aprendiz
A contratação de aprendizes deve ser feita com base no número de empregados do
estabelecimento da empresa, como determina o art. 429 da CLT.
Ou seja, o cálculo é feito por local da empresa, ou seja, não há soma do pessoal da
matriz com o pessoal da filial para a contratação da aprendiz, devendo cada um dos
estabelecimento matriz e filial fazer o seu cálculo individualizado, exemplo:
Matriz com 20 empregados que demandam capacitação profissional – terá que fazer a
contratação de 1 aprendiz (20 x 5%).
Filial com 6 empregados que demandam capacitação profissional – não terá
contratação de aprendiz.
4.1.6. CTPS
O aprendiz terá a sua CTPS assinada e carimbada pelo seu empregador, a qual deverá
fazer a anotação na parte de contrato de trabalho da Carteira de Trabalho, e também
indicar na parte de anotações gerais que se trata de um contrato especial de
aprendizagem com duração de x tempo, nos moldes do art. 428 e 429 da CLT.
4.1.8. Vínculo
A MP 1116/2022 alterou o art. 431 da CLT que aborda a contratação de aprendiz que
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pode ser de forma direta, que ocorre pelo estabelecimento que deve cumprir a cota de
aprendizagem profissional, de forma indireta ou por microempresas ou empresas de
pesqueno porte.
• Por outras entidades, sem fins lucrativos, como descrito no art. 431 da CLT
(BRASIL, 1943):
1. assistência social;
2. cultura;
3. educação;
4. saúde;
5. segurança alimentar e nutricional;
6. proteção do meio ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável;
7. ciência e tecnologia;
8. promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos
humanos;
9. desporto; ou
10. atividades religiosas.
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§ 2o Não se aplica o disposto nos arts. 479 e 480 desta Consolidação às
hipóteses de extinção do contrato mencionadas neste artigo.
4.1.11. Penalidades
A falta de contratação a aprendiz sujeita o empregador à multa prevista na Portaria
MTP 667/2021, de R$ 402,53 por aprendiz não contratado, e no máximo de R$
2.012,66, quando o infrator for primário, sendo dobrada na reincidência.
4.2.1. Objetivo
Disponibilizar a empresa contratante mão de obra especializada para suprir demanda
complementar de serviço ou substituição de Trabalhador Efetivo.
Dispõe Delgado (2007, p. 554) que “Contrato por temporada são pactos empregatícios
direcionados à prestação de trabalho em lapsos temporais específicos e delimitados
em função da atividade empresarial. São também chamados de contratos adventícios
ou contrato de trabalhadores adventícios”.
4.2.2. Contratação
A validade deste contrato depende de contratação por escrito entre a empresa de
trabalho temporário, devidamente registrada no Ministério do Trabalho e a empresa
contratante, o empregado temporário é empregado da agência de trabalho
temporário e não cria vínculo de emprego com o tomador de serviço.
41
4.2.3. Responsabilidade do Tomador de Serviço
De manter no local da prestação de serviço o contrato temporário firmado com a
agência de Trabalho temporário. Quanto as questões de direito do trabalho e
previdenciário, sua responsabilidade é subsidiária, ou seja, ele será acionado somente
como um fiador não sendo responsável pelo débito, enquanto se comprovada a
falência da empresa de trabalho temporário a responsabilidade do tomador de serviço
passa a ser solidária, onde o mesmo responderá como devedor principal das verbas
trabalhistas e previdenciárias devidas pelo ex-empregador/agência de trabalho
temporário.
42
4.3 Estágio – Lei n. 11.788/2008
43
4.3.6. Adesão ao termo de compromisso e custo - §2º, art. 5º da Lei n. 11.788/2008
O candidato à vaga de estágio não terá nenhum custo quanto à celebração do termo
de compromisso.
44
metade, segundo estipulado no termo de compromisso, para garantir o bom
desempenho do estudante.
45
remunerado caso exista o pagamento da bolsa auxílio ou outra forma de
contraprestação por parte da concedente do estágio.
Já as férias são adquiridas após completo o período aquisitivo, é direito garantido pela
CLT ao empregado com vínculo empregatício e garante além da remuneração do
salário contratado o percebimento do terço constitucional que não será devido em
nenhuma hipótese legal ao estagiário.
O período de recesso para estagiário fica condicionado à vigência do termo de
compromisso de estágio, conforme segue:
• superior ou igual a 1 (um) ano = 30 dias de recesso;
• inferior a 1 (um) ano = proporcional ao número de meses de recesso,
considerando para cada mês 2,5 (dois dias e meio) para cada mês de estágio.
Deverá ser concedido preferencialmente o recesso junto às férias escolares.
O legislador nada tratou sobre indenização do período, ou seja, a parte concedente
sempre deverá analisar a vigência do contrato para conceder de forma obrigatória o
recesso ao estagiário.
46
Não será aplicado o disposto acima (controle de número máximo de estagiários) para
os estudantes do ensino médio profissional ou de nível superior.
Fica assegurado ao estudante deficiente no mínimo 10% (dez por cento) do número de
vagas oferecidas pela parte concedente.
47
I - pensão por morte, salário-família e auxílio-acidente de qualquer
natureza, observado, quanto à pensão por morte, o disposto no
inciso V do caput e nos § 3º e § 4º do art. 114;
II - salário-maternidade, para as seguradas empregada, empregada
doméstica e trabalhadora avulsa;
III - auxílio por incapacidade temporária e aposentadoria por
incapacidade permanente nos casos de acidente de qualquer
natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho e nos
casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, seja acometido de
alguma das doenças ou afecções especificadas em lista elaborada
pelos Ministérios da Saúde e da Economia, atualizada a cada três
anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação,
deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade
que mereçam tratamento particularizado;
IV - aposentadoria por idade ou por invalidez, auxílio-doença, auxílio-
reclusão ou pensão por morte aos segurados especiais, desde que
comprovem o exercício de atividade rural no período imediatamente
anterior ao requerimento do benefício, ainda que de forma
descontínua, igual ao número de meses correspondente à carência
do benefício requerido; e
V - reabilitação profissional.
§ 1º Entende-se como acidente de qualquer natureza ou causa
aquele de origem traumática e por exposição a agentes exógenos,
físicos, químicos ou biológicos, que acarrete lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou a redução
permanente ou temporária da capacidade laborativa.
§ 2º Até que seja elaborada a lista de doenças ou afecções a que se
refere o inciso III do caput, independerá de carência a concessão de
auxílio por incapacidade temporária e de aposentadoria por
incapacidade permanente ao segurado que, após filiar-se ao RGPS,
seja acometido por alguma das seguintes doenças:
I - tuberculose ativa;
II - hanseníase;
III - alienação mental;
IV - esclerose múltipla;
V - hepatopatia grave;
VI - neoplasia maligna;
VII - cegueira;
VIII - paralisia irreversível e incapacitante;
IX - cardiopatia grave;
X - doença de Parkinson;
XI - espondiloartrose anquilosante;
XII - nefropatia grave;
48
XIII - estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante);
XIV - síndrome da imunodeficiência adquirida (aids); ou
XV - contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina
especializada.
4.5.3. Convocação
Caberá ao empregador convocar o trabalhador intermitente com no mínimo 3 dias de
antecedência da data destinada para o exercício de atividade, por qualquer meio
valido de comunicação, desde que esse seja eficaz, informado ao mesmo o tempo de
duração da atividade contratada e a sua remuneração.
49
seria devida pela contratação, podendo ser convertido a multa em compensação por
trabalho em igual período.
Ou seja, se a pessoa que descumpriu, ao invés de pagar a multa, quiser substituir por
um período de prestação de serviço, não terá problemas.
b) Pedido de demissão
50
d) Rescisão por acordo
e) Rescisão indireta
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1943). Lei nº 5452, de 1 de maio de 1943. Aprova a Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT). Consolidação das Leis do Trabalho. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm. Acesso em: 25 jul.
2022.
51
DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 6.ed. São Paulo: LTr,
2007.
GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. CLT: Comentada. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo:
Método, 2015a.
_______. Curso de Direito do Trabalho. 9. ed. rev. atual. e ampl. Rio de Janeiro:
Forense, 2015b.
52
5 PREVIDENCIÁRIO
5.1. Conceitos
A Previdência Social garante ao trabalhador e sua família, uma renda mensal não
inferior ao salário-mínimo, com base no que descreve o art. 201 da Constituição
Federal.
Segundo Moraes (2013), “A Previdência Social tem a finalidade de amparar as pessoas
reconhecidamente hipossuficientes, prestando-lhes auxilio em casos de doença,
invalidez, morte e idade avançada, sendo reconhecida constitucionalmente desde a
Constituição de 1934, em seu art. 121, §1º, h”.
A previdência social conta hoje com três tipos distintos de regimes previdenciários,
que são:
a) Regime Geral de Previdência Social: destinado aos empregados de empregadores
privados, como empresas com e sem atividade lucrativa, equiparados a empresa e
prestadores de serviços a pessoas físicas, tem como fonte de custeio a remuneração
paga a esses trabalhadores. Com base no art. 201 da Constituição Federal.
b) Regime Próprio de Previdência Social: é aplicado aos servidores públicos no geral, é
um regime com contribuição destinada ao Instituto que representa a atividade pública.
Base legal, art. 40 da Constituição Federal.
c) Regime Complementar de Previdência: é um regime privado e facultativo de
contribuição conforme demonstra o art. 202, da Constituição Federal, que segue:
Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e
organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência
social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o
benefício contratado, e regulado por lei complementar. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (Vide Emenda Constitucional nº 20,
de 1998)
53
participantes, assim como, à exceção dos benefícios concedidos, não
integram a remuneração dos participantes, nos termos da lei. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
a. Segurado Empregado:
b. Contribuinte Individual:
c. Empregado Doméstico:
d. Trabalhador Avulso:
e. Segurado Especial:
f. Segurado Facultativo:
54
5.1.2. Custeio
Segundo o art. 195 da Constituição Federal (BRASIL, 1988), “A seguridade é financiada
por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos
provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios”.
Na verdade não existe um financiamento, tendo em vista que não haverá devolução de
valores pelo INSS ao segurado, sendo assim, será devido o valor pelo segurados e
empregadores, de forma a garantir o acesso a benefícios previdenciários tanto para si,
quanto para seus dependentes, sendo também devido nos casos de assistência social
para idosos e portadores de necessidades especiais.
5.1.4. Benefícios
São devidos a segurados do INSS, para auxilio quando de afastamento por
incapacidade, maternidade, e assistência ao segurado de baixa renda e seus
dependentes, sendo eles:
Para o segurado
• Aposentadoria por tempo de contribuição;
• Aposentadoria por idade;
• Aposentadoria especial;
• Aposentadoria por invalidez;
• Aposentadoria especial a pessoas com deficiência;
• Auxílio-doença;
• Auxílio-acidente;
• Salário-família;
• Salário-maternidade.
55
Para os dependentes
• Pensão por morte;
• Auxílio – reclusão;
Serviços
• Reabilitação profissional;
• Serviço social;
• Benefício assistencial ao idoso e ao deficiente (BPC-LOAS);
• Perícia médica.
56
§ 3º Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os
seus direitos perante a previdência social.
§ 4º Aplica-se o disposto no inciso II do caput e no § 1º ao segurado
que se desvincular de regime próprio de previdência
social.
§ 5º A perda da qualidade de segurado não será considerada para a
concessão das aposentadorias por tempo de contribuição e
especial.
§ 6º Aplica-se o disposto no § 5º à aposentadoria por idade, desde
que o segurado conte com, no mínimo, o número de contribuições
mensais exigido para efeito de carência na data do requerimento do
benefício.
§ 7º Para o contribuinte individual, o período de manutenção da
qualidade de segurado inicia-se no primeiro dia do mês subsequente
ao da última contribuição com valor igual ou superior ao salário-
mínimo.
§ 8º O segurado que receber remuneração inferior ao limite mínimo
mensal do salário de contribuição somente manterá a qualidade de
segurado se efetuar os ajustes de complementação, utilização e
agrupamento a que se referem o § 1º do art. 19-E e o § 27-A do art.
216.
5.1.6. Carência
Para a concessão de alguns benefícios, é cobrada pelo INSS a prova de recolhimento de
um mínimo de contribuições, conforme descreve o art. 29 e 30 do Decreto
3.048/1999, porém observe que em alguns casos não é necessária a carência, mas sim
somente a qualidade de segurado para acessar o benefício previdenciário a ser
solicitado.
Exemplo, para acessar que a empregada acesse o salário-maternidade, para que o
empregado ou contribuinte individual acesse o auxílio-doença por motivo acidentário,
ainda que de qualquer natureza não será exigida a carência.
Agora para que a contribuinte individual empresária, acesse o salário-maternidade, a
mesma terá que ter pelo menos 10 contribuições antes do evento parto ou atestado
médico para afastamento para o salário maternidade.
57
5.2. Custeio: Empregador/Empresa
Será devido pelas empresas conforme seu regime de tributação, e em regra sobre o
valor da folha de pagamento a contribuição patronal devida pelas empresas, com base
no que descreve o artigo 22 da lei n. 8.212/1991.
58
terceiros sobre o valor das folhas de empregados. Lei sobre no art. 22 da Lei n.
8.212/1991.
59
5.2.8. Microempreendedor Individual – MEI
Será devido pelo Microempreendedor o valor de 5% sobre o salário-mínimo para fins
previdenciários. No caso do MEI fazer a contratação de um empregado ainda terá que
pagar além dos 5% mais 3% sobre a remuneração que for paga ao segurado por ele
contratado, com base no que descreve o art. 18-A e seguintes da Lei Complementar
123/2006.
a) 5%, para os segurados de baixa renda e inscrito no sistema Cadastro Único para
Programas Sociais do Governo Federal − CadÚnico, sendo permitido o acesso aos
benefícios: aposentadoria por idade, aposentadoria por invalidez, auxílio-doença,
auxílio-reclusão e salário maternidade. Para o contribuinte facultativo, se decidir
utilizar suas contribuições como facultativo de baixa renda para obter os benefícios:
aposentadoria por tempo de contribuições e Certidão de Tempo de Contribuição –
60
CTC, há a necessidade de pagar a diferença corrigida entre 5% e 20% (alíquota
corrigida), de acordo com o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS (BRASIL, 2017).
BRASIL. Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. Ministério do Trabalho e Previdência. Facultativo de
baixa renda (dono de casa). 2017. Disponível em: https://www.gov.br/inss/pt-br/saiba-mais/seus-
direitos-e-deveres/categorias-de-segurados/facultativo-de-baixa-renda-dono-de-casa/facultativo-de-
baixa-renda-dona-de-casa. Acesso em: 28 jul. 2022.
61
d) 11% como recolhimento simplificado, sobre o valor do salário-mínimo, e com
renúncia da aposentadoria por tempo de contribuição.
62
d) Aposentadoria por Tempo de Contribuição: exige-se para essa solicitação
apenas a comprovação do tempo de contribuição, que é de 30 anos no caso de mulher
e 35 anos no caso de homem.
63
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1943). Lei nº 5452, de 1 de maio de 1943. Aprova a Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT). Consolidação das Leis do Trabalho. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm. Acesso em: 25 jul.
2022.
64
BRASIL. Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. Ministério do Trabalho e
Previdência. Aposentadoria especial por tempo de contribuição. 2021d. Disponível
em: https://www.gov.br/inss/pt-br/saiba-mais/aposentadorias/aposentadoria-
especial-por-tempo-de-contribuicao. Acesso em: 25 jul. 2022.
65
6 NEGOCIAÇÃO
66
âmbito da empresa ou das acordantes respectivas relações de trabalho
(BRASIL, 1943).
Saiba mais
http://chcadvocacia.adv.br/blog/dissidio-coletivo/
6. Mesa Redonda: uma condição que poderá ser solicitada pela Superintendência
Regional do Trabalho, que poderá tentar solucionar o conflito entre empregador e
empregados, por seus representantes, mas não tem por fim trazer nenhum tipo de
obrigação na participação e nem na aceitação de um acordo, de fato se busca na mesa-
redonda uma solução pacífica do conflito sem interferência Estatal.
Deverá ainda entender o que será perdido com a aceitação das condições, e vendo a
inflexibilidade da outra parte, adaptar a sua proposta de modo a ficar mais próximo ao
seu objetivo principal.
Ciente do que poderá ser perdido se deixar de concluir o negócio, é necessário fazer
uma gestão da perda, e assim modificar a proposta ou até mesmo saber a hora de
recuar para que o prejuízo não venha a ser irreparável.
68
Deverá ainda analisar se durante a negociação se encontra ou não em vantagem ou
em desvantagem, e apurado isso, se utilizar de suas competências para equilibrar a
negociação ou até mesmo voltar a ter vantagem no negócio.
O tempo também é elemento fundamental, ou seja, ele deverá ser considerado para
que se possa dar uma pausa na negociação e assim continuar após com novas
argumentações. Agora sendo uma demanda urgente, deverá se ater ao que for menos
prejudicial ao objetivo do representado.
Está ligada à capacidade de agir pelo conhecimento com habilidade para se chegar a
indicações de solução de causas e conflitos, para a negociação é importante tendo em
vista a necessidade do negociados de ser um conhecedor do assunto e também deter
as possibilidades de pôr fim ao conflito com suas atitudes e oratória.
6.3.2 Compreensão
6.3.3 Conhecimento
69
6.3.4 Flexibilidade
Caberá ao negociador a flexibilidade de trazer novas viabilidades aos pontos que lhe
seriam atraentes a negociação, sendo assim, o negociados compreendendo o objeto,
tendo conhecimento dos detalhes que cercam o objeto terá maiores condições de
fazer concessões e mudanças dos tipos planejados, e, com isso não terão uma perda
significativa e sim indicações mais adaptadas para que o negócio seja concluído e seja
tido como vantajoso a todos os envolvidos. No popular indicamos como sem perda,
sem ganho.
6.3.5 Comunicação
6.3.6 Forma
Pelo art. 611-B da CLT (BRASIL, 1943), todos os incisos indicados ali deverão ser
respeitados e não poderão ser de forma alguma objeto de negociação para fins
trabalhistas, ou seja, não há possibilidade de negociar o valor do salário mínimo de
forma a ser inferior ao decretado pelo governo o que ocorre em regra a partir do dia
primeiro do ano civil.
70
Também é importante lembrar-se do art. 7º da Constituição Federal (BRASIL, 1988),
que traz as cláusulas pétreas, as que não poderão ser extintas, e sua negociação em
regra traz processo normativo próprio a qual deverá ser seguido para que se mantenha
as garantias fundamentais ao trabalhador no solo brasileiro.
6.4.1 Procedimento
A negociação tem por fim suprir as lacunas deixadas pela legislação trabalhista vigente,
ele vem como um meio de garantir aos empregados força para negociar junto aos seus
empregados com a finalidade de assim trazer melhores condições de vida e proteção
aos empregados devidos aos riscos aos quais podem estar expostos.
71
6.4.2 Formação do dissídio
O dissídio é uma condição legal, que precisa de instauração de ação junto ao judiciário
com a finalidade de que todos os pontos controvertidos e não acordados entre as
partes sejam explanados a fim de colocar ao julgador todos os elementos, para que ele
juntamente com o livre convencimento e aplicação do direito e das normas vigentes
possa garantir a finalização da pendenga de forma a ser justa e de direito aos
envolvidos, prolatando assim uma sentença que deverá ser cumprida pelas partes.
Ela deverá ter sua existência pela representatividade das partes, onde de um lado
empregado e do outro o empregado, porém pelo critério de equilíbrio entre as partes
para a validade da negociação em regra será feita por Sindicatos representantes das
categorias, porém sendo o empregador um dos polos é garantindo ao mesmo o poder
de negociar frente ao Sindicato representativo da categoria profissional.
A sua validade somente poderá ser questionada se assim for expressamente proibida
por lei.
A sua validade deverá seguir o prazo não superior a 2 anos, com base no que descreve
CLT no art. 616, passado esse tempo, a negociação perderá a validade para o direito do
trabalho.
72
6.4.5 Níveis de negociação
É importante lembrar que onde tem Sindicato representativo não caberá competência
da Confederação e da Federação em negociar, é uma condição ligada ao respeito da
base territorial ao também pela melhor aplicação tendo em vista que quanto menor o
campo de visão melhor são os resultados para se ter uma negociação adequada as
condições da região e até mesmo a cultura e custo de vida.
Deverá ser formalizado por escrito e conterá prazo de validade que não poderá ser
superior a dois anos, não podendo tratar de matéria que seja indicada nos incisos do
art. 611-B da CLT, ou seja, poderá a negociação tratar sobre matérias já não indicadas
como solucionadas por lei.
Ainda é importante lembrar que a negociação Sindical, será sempre aplicada a todos os
representados por aquela categoria, quer tenham ou não contribuído a instituição, não
sendo devida a distinção, tendo em vista se tratar de um direito Constitucional com
base no art. 7º da Constituição Federal, porém aquele que não contribuir para a
73
categoria sindical não poderá fazer uso dos programas, convênios e demais benefícios
oferecidos pelo próprio Sindicato, e que não constam da convenção coletiva.
A negociação sindical é elemento de suma importância para que possamos ver surgir
novas condições sociais, equilíbrio na relação empregado e empregador e um sendo de
justiça pela distribuição da renda e criação da proteção do trabalhador frente ao seu
empregador que já nasce no vínculo com o poder de submeter o empregado a suas
ordens pela sua necessidade de se manter ativo por uma questão de se manter e a
seus familiares com dignidade e o poder de compra.
REFERÊNCIAS
GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Curso de Direito do Trabalho. 9. ed. rev. atual. e
ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2015.
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