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Legislação Trabalhista e

Previdenciária

Aula 5: Alteração e suspensão do contrato de


trabalho. Duração do trabalho

INTRODUÇÃO
Nesta aula serão apresentadas as definições e possibilidades de Alteração do Contrato Individual e como ela se opera;
os Limites do Jus Variandi do Empregador e sua base legal; a distinção entre Suspensão e Interrupção do Contrato de
Trabalho. Também será feita a análise do Sistema de Duração do Trabalho, as Jornadas, Intervalos e Férias, com suas
bases legais.

OBJETIVOS

Entender como é possível a Alteração do Contrato Individual, como ela se opera e os limites do Jus Variandi do
Empregador e sua base legal.

Fazer a distinção entre Suspensão e Interrupção do Contrato de Trabalho.

Analisar o Sistema de Duração do Trabalho, as Jornadas, Intervalos e Férias.


Contrato de Emprego
A regra geral é que o Contrato de Emprego seja por prazo indeterminado.

Considerando o Princípio da Continuidade da Relação de Emprego, existe o momento de iniciar o contrato, mas não se
sabe quando terminará.

ondemand_videoVídeo.

Fonte da Imagem:

Sendo assim, indagamos: se ele foi feito para durar, será que é um contrato imutável e não pode sofrer alterações?
A resposta é muito clara e precisa, estando à disposição de todos no artigo 468 da CLT, que estabelece a seguinte
regra:

Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a Alteração das


Respectivas Condições, por motivo Mútuo consentimento e , ainda assim,
desde que não resultem, direta ou indiretamente, em prejuízos ao empregado,
sob pena de nulidade da cláusula Infringente desta garantia.
Desta forma, há duas condições para a Alteração do Contrato de Trabalho:

Ser bilateral, isto é, ter a concordância de ambas as partes, o que, como veremos depois, não é uma
regra absoluta, já que dependendo da necessidade do serviço e de sua extensão a alteração poderá
ser unilateral, dentro do Jus Variandi do empregador.

Não causar prejuízos diretos ou indiretos ao Trabalhador, condição esta absoluta.

Pela análise dos detalhes das condições previstas no Art. 468 da CLT, as Alterações podem ser:

Subjetivas (mais raras)

Dizem respeito aos sujeitos, isto é, empregador e empregado. Quanto ao empregador, na


hipótese de morte do empregador ou sucessão do Negócio , os direitos do trabalhador e
seus contratos ficam preservados (Ver Arts. 10 e 483 da CLT). Quanto ao empregado,
considerando que o Contrato de Emprego é personalíssimo, como regra básica o empregado
não pode ser substituído, salvo em casos excepcionalíssimos e com o consentimento
expresso do empregador.

Objetivas (mais comuns)

São as mais comuns e dizem respeito ao objeto de contrato, que é a base de nosso estudo.
Exemplos: Remuneração; Quantidade de Trabalho; Local da Prestação; Turno, etc.

ATENÇÃO!
, ALTERAÇÃO UNILATERAL Como vimos, a regra é que a Alteração seja Bilateral; mas esta regra não é
absoluta, já que cabem exceções nas hipóteses ou chamado Jus Variandi.
Jus Variandi

Fonte da Imagem:

São possibilidades de pequenas alterações unilaterais por parte do empregador com base no seu poder de direção,
que, por necessidade do serviço e sem causar prejuízos ao empregado, podem ser feitas; por exemplo, nas hipóteses
de alteração de horário, de função, de local da prestação (provisoriamente), etc.

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ATIVIDADES
Analise as seguintes frases e marque a alternativa correta:

Dentro de seu poder de Direção, o empregador pode fazer qualquer alteração no Contrato de Trabalho.

Certo

Errado

Justificativa

2. Em princípio, as Alterações do Contrato de Trabalho devem ser bilaterais e, mesmo assim, não causar qualquer
prejuízo ao empregado.

Certo

Errado

Justificativa

Suspensão e interrupção do contrato de


trabalho
As duas principais obrigações do Contrato de Trabalho são:
Na SUSPENSÃO as duas obrigações não ocorrem, isto é, o trabalhador não trabalha e o empregador não paga o salário,
mas o Contrato de Trabalho continua existindo. Assim, não há Trabalho nem Salário, mas o vínculo de emprego
perdura. Com raras exceções, durante a Suspensão não é contado o tempo de serviço, não sendo feitos os
recolhimentos do FGTS e da Previdência.

Exemplos de Suspensão:
• Suspensão Disciplinar até 30 dias (Art. 474 da CLT).
• Suspensão para participar de curso profissionalizante, prevista no Art. 476 da CLT, muito usada durante a crise atual.
• Licenças não remuneradas.
• Trabalhadores durante uma greve.
• Empregado eleito dirigente sindical, nos termos do Art. 543 da CLT
• Durante o alistamento para o serviço militar obrigatório, hipótese em que existe a contagem de tempo de serviço e o
consequente recolhimento do FGTS.
• Acidente de Trabalho e Doenças, após o 15º Dia. Nestes casos há contagem de tempo de serviço e recolhimento.
• Faltas injustificadas.

Interrupção do contrato de trabalho


Na Interrupção, ou Suspensão parcial, o trabalhador NÃO presta serviços (não trabalha), mas recebe seu salário, sendo
devidos todos os encargos pelo empregador. Alguns exemplos de Interrupção:

Licença-paternidade
Licença-Maternidade

15 primeiros dias do afastamento por acidente ou doença

Licenças Remuneradas

Férias – Feriados Repouso Semanal

Faltas Justificadas

Licenças previstas no Art. 473 – Incisos I a VIII da CLT

A Duração do trabalho é um sistema que compreende a regulação dos períodos de trabalho (Jornadas) e períodos de
descanso. Na jornada, entre as jornadas, semanal (RSR) e anual (ou férias).

O sistema de Duração do trabalho tem por base fatores econômicos, biológicos e sociais, com o objetivo de equilibrar
o desgaste físico e mental com momentos de repouso.

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O fator biológico se baseia na reposição do desgaste físico.

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O fator econômico se baseia no aumento da produtividade. As pessoas descansadas produzem mais
e nos períodos de descanso consomem bens e serviços.

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O Fator social possibilita o empregado conviver com a família e com a sociedade.

Jornada de trabalho

Jornada diária e semanal

O Art. 7 Inciso XIII – Estabelece a Jornada de 8 horas Diárias e 44 horas Semanais exceto
para profissionais que por suas peculiaridades tenham jornada menor. No mesmo sentido é
o artigo 58 da CLT. A Jornada diária /semanal poderá ser reduzida através de acordo ou
convenção coletiva.

Jornadas especiais

Algumas profissões, como bancários, motoristas, telefonista, ascensorista e outras têm


jornada especial; alguns deles de 6 horas, diária prevista pela CLT, Título III das normas
especiais de Tutela do Trabalho, artigos 224 a 371 e Legislação Específica.

ATENÇÃO!
, Embora não previstos na Legislação, a Jurisprudência do TST, por ser mais benéfico ao trabalhador
tem admitido, mediante acordo ou convenção coletiva, a jornada de 12 horas de trabalho por 36 de
descanso.

Turnos ininterruptos de revezamento


Fonte da Imagem:

O Artigo 7 inciso XIV da Constituição Federal determina que nas empresas que adotam o turno ininterrupto de
revezamento, para empresa que trabalha ininterruptamente (24 hs por dia, 7 dias por semana) a Jornada Diária será de
6 horas, salvo Acordo ou Convenção Coletiva.

O tempo de Ida e Volta ao trabalho não é considerado na Jornada, SALVO se for local de difícil acesso, não servido por
transporte público e o empregador fornecer a condução.

Prorrogação da jornada

Tipos de Prorrogação

Com pagamento - O artigo 59 da CLT e artigo 7º, inciso XIV da Constituição Federal determina que
mediante acordo escrito, individual ou coletivo, a Jornada diária poderá ser prorrogada em até 2(duas)
horas, mediante pagamento das horas excedentes em valor no mínimo 50% superior ao da hora
normal.

Mediante compensação ou Banco de Horas - o § 2º do artigo 59 da CLT determina que poderá ser
dispensado o acréscimo salarial se, mediante acordo ou convenção coletiva, o excesso das horas em
um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no
período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais previstas, nem seja ultrapassado o limite
de 10 (dez) horas diárias.

Necessidade Imperiosa – Art 61 - CLT


Por motivo de força maior devidamente
comprovada ou para realizar ou concluir serviços
inadiáveis cuja inexecução acarreta fortes
prejuízos à empresa, a jornada poderá
excepcionalmente ser prorrogada em até ao
máximo 12 horas diárias, mediante pagamento de
no mínimo 50% sobre a hora normal e
comunicação à superintendência regional do
trabalho SRT da localidade, no prazo de 10 dias.

Trabalhadores excluídos do controle de


jornada
Alguns profissionais não estão sujeitos no controle de horário, nem recebem horas extras.

São elas:

Intervalos ou períodos de descanso


Fonte da Imagem:

Tipos de Intervalos
Quando a Jornada de trabalho for superior a 6 horas, o trabalhador terá direito a um intervalo de no mínimo 1 hora e no
máximo 2 horas para descanso e alimentação.
Quando a jornada for superior a 4 horas e inferior a 6 horas o empregado terá 15 minutos de intervalo. Em jornadas
inferiores a 4 horas não há intervalo.

ATENÇÃO!
, Esse intervalo poderá ser reduzido em situações especiais mediante autorização prévia do Ministério
do Trabalho ou prorrogado mediante Acordo ou Convenção Coletiva.

Dias de férias
O período de férias dependerá de quantos dias o empregado faltou sem justificativa no período aquisitivo, na seguinte
proporção (Art. 130 da CLT):

Período de férias Faltas injustificadas

30 dias Até 5 faltas

24 dias De 6 a 14 faltas

18 dias De 15 a 23 faltas

12 dias De 24 a 32 faltas

* Mais de 32 faltas injustificadas - o empregado perde o Direito às Férias.


Perda do direito às férias

De acordo com o artigo 133 da CLT, o empregado perderá o direito às férias se, durante o seu período aquisitivo,
incorrer em uma das 4 hipóteses abaixo:
• Deixar o emprego e não for readmitido no prazo de 60 dias.
• Permanecer em gozo de licença, recebendo seu salário, por mais de 30 dias.
• Deixar de trabalhar recebendo salário, por mais de 30 dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da
empresa.
• Ter recebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou auxílio-doença por mais de 6 meses, ainda
que descontínuos.

Veja mais algumas informações:

PERÍODO CONCESSIVO
Após os 12 meses do período aquisitivo, o empregador terá os 12 meses subsequentes para, no
momento que achar apropriado, conceder as férias ao trabalhador.
Somente em casos excepcionais as férias poderão ser concedidas em 02 ( dois ) períodos, hipótese
em que um dos quais não poderá ser inferior a 10 dias.
Os maiores de 50 anos e menores de 18 não poderão ter suas férias divididas em 2 períodos, nem em
casos excepcionais.

PAGAMENTO EM DOBRO
Se o empregador conceder as férias após os 12 meses do período concessivo, terá que remunerá-las
em dobro.

COMUNICAÇÃO E PAGAMENTO
O empregador deverá comunicar ao empregado com antecedência mínima de 30 dias o dia do início
do gozo das férias e pagá-las até 2 dias antes deste dia.

ABONO DE FÉRIAS
O empregado poderá “vender” 10 dias de férias, convertendo-os em abono (CF 88) desde que o
requeira até 15 dias antes do término do seu período aquisitivo.

É
FÉRIAS COLETIVAS
As férias coletivas estão previstas no Art. 139 da CLT, facultando ao empregador concedê-las, em até
2 períodos, a todos os empregados ou a alguns setores da empresa, devendo comunicar o fato ao
Sindicato dos Trabalhadores e ao Ministério do Trabalho – SRT, no prazo mínimo de 15 dias, fazendo o
mesmo com os trabalhadores envolvidos.

ATENÇÃO!
, O empregado só poderá entrar de férias após apresentar sua CTPS para lançamento das férias e
atualização.

ATIVIDADES
Analise as seguintes frases e marque a alternativa correta:

3. Enquanto durar a Suspensão do Contrato de Trabalho, o empregado não trabalha, não recebe salário e não pode ser
despedido.

Certo

Errado

Justificativa

4. O chamado Banco de Horas, previsto no artigo 59 § 2º da CLT, dispensa o acréscimo salarial em caso de horas
extras.

Certo

Errado

Justificativa
Glossário

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