Você está na página 1de 20

Guia de férias trabalhistas

1
Sumário
1. Introdução .................................................................................................................................................................................3
2. O que são as férias trabalhistas?..............................................................................................................................4
3. O que a legislação diz?.....................................................................................................................................................5
4. O que mudou com a Reforma Trabalhista?.....................................................................................................7
5. Quais são os tipos de férias existentes?.............................................................................................................8
Férias individuais....................................................................................................................................................................8
Férias coletivas ........................................................................................................................................................................9
Férias coletivas e período aquisitivo........................................................................................................................10
Bônus: recesso não é férias.............................................................................................................................................11
6. Como fazer a marcação de férias corretamente?......................................................................................12
7. O que o DP precisa saber sobre venda de férias?......................................................................................13
8. Como calcular as férias corretamente?.............................................................................................................13
Cálculo de férias integrais..............................................................................................................................................14
Cálculo de férias proporcionais ou indenizadas ............................................................................................15
9. O pagamento das férias ..............................................................................................................................................16
10. Por que usar um software de gestão de férias? .....................................................................................17
11. Para encerrar........................................................................................................................................................................19
12. Sobre a Sólides Tangerino .......................................................................................................................................20

2
Introdução
Embora seja um setor de grande importância para as
empresas, tem gente que ainda acha que o DP é só
burocracia e prefere manter distância. A situação só muda
na hora de solicitar o período de férias e receber o tão
aguardado “sim”.Imagina só se o DP erra logo nessa hora?

Quanto maior o número de pessoas no quadro de


funcionários, mais complexa tende ser a gestão de férias.
É preciso determinar quando conceder os dias de descanso,
fazendo o possível para que o período coincida com a
expectativa de cada colaborador.

Como se não bastasse, é necessário conferir os dias totais


a que cada pessoa tem direito, calcular corretamente a
remuneração e, se for o caso, o abono salarial.

Tudo deve ser feito com base na legislação trabalhista e em


suas variáveis para cada tipo de férias.

Ao longo da leitura, você vai saber o que a lei diz e como


considerar as regras para conceder férias e fazer o cálculo
correto da remuneração a que cada pessoa tem direito.

Ainda, vai descobrir uma forma de otimizar todo o processo


para simplificar a rotina do DP e fazer uma gestão
bem-sucedida.
3
O que são as férias trabalhistas?
As férias trabalhistas são um direito de toda pessoa que trabalha segundo o regime da CLT e, por pa-
drão, dizem respeito a um período de 30 dias a cada um ano de trabalho realizado.

Além de estarem na legislação trabalhista mais importante do país, as férias também são um direito
constitucional, assegurado pelo artigo 7° da Constituição Federal de 1988.

O período de descanso é entendido como fundamental para o equilíbrio entre a vida profissional e pes-
soal, permitindo que cada pessoa desfrute melhor seu tempo livre. Algo que favorece a redução do es-
tresse e a melhora da saúde global.

Por tudo isso, as férias trabalhistas não podem ser negligenciadas pelo empregador e cabe ao DP
fazer sua gestão de forma correta, de modo a garantir o cumprimento desse direito a todas as pesso-
as da organização.
4
O que a legislação diz?
A legislação determina que toda pessoa que trabalha com
carteira assinada tem direito a 30 dias de descanso, sem
prejuízo de salário e com remuneração acrescida do 1/3
constitucional, após completar o chamado período aquisitivo.

Cada período aquisitivo representa um ciclo de 12 meses de


trabalho e é seguido por um período concessivo que também
tem a duração de 12 meses. As férias podem ser concedidas a
qualquer momento do período concessivo, à escolha do
empregador.

Porém, ainda que seja uma decisão de quem emprega, é


interessante tentar que o período de férias ocorra em um
momento adequado tanto para a empresa quanto para cada
colaborador.

5
Ainda, é importante saber que o total de 30 dias de descanso é
padrão, mas que o período pode ser menor em razão de faltas
injustificadas. Confira as regras com base no artigo 130 da CLT:

Assim, o DP precisa ter um bom controle de frequência ― que


pode ser feito a partir de um sistema de controle de ponto ―
para determinar a quantos dias de férias cada pessoa tem
direito.

6
O que mudou com a
Reforma Trabalhista?
A Reforma Trabalhista entrou em vigor em
novembro de 2017 e, entre as mais de 100
alterações pelas quais a CLT passou, estão
algumas que impactaram as regras sobre as
férias. Desde então, o que temos é:

• possibilidade de fracionar as férias em até 3


períodos;
• realização do pagamento das férias de
acordo com o fracionamento;
• impossibilidade de iniciar as férias em até 2
dias antes de feriados e finais de semana;
• manutenção das regras de férias coletivas;
• regras iguais para menores de 18 e maiores
de 50 anos, sem limitações;
• manutenção da possibilidade de venda de
férias e requisição do abono pecuniário.

7
Quais são os tipos de férias existentes?
Basicamente, existem dois tipos de férias: as individuais e as coletivas. Ainda que o princípio seja o
mesmo, há diferenças importantes que o DP precisa conhecer.

Férias individuais
As férias individuais são aquelas em que uma pessoa desfruta após os 12 meses do período
aquisitivo, recebendo o salário normal, acrescido do 1/3 constitucional.

Como já indicado com base nas mudanças promovidas pela Reforma Trabalhista, cada colaborador
tem direito de parcelar suas férias em até três períodos, o que leva o DP a lidar com o fracionamento
de férias.

A saber, o artigo 134 da CLT determina que pelo menos um dos três períodos deve ser igual ou
superior a 14 dias consecutivos. E que, no caso de apenas dois períodos de descanso, nenhum deve
ter menos de cinco dias consecutivos.

8
Férias coletivas
Por sua vez, as férias coletivas são aquelas que a empresa concede a todos os
colaboradores ou a todo um setor, de uma só vez. Uma possibilidade que tem
regras próprias em um capítulo específico da CLT.

O que o DP precisa saber sobre esse tipo de férias trabalhistas é que:

• podem ser desfrutadas em dois períodos ao ano desde que nenhum seja inferior
a 10 dias corridos;
• a empresa precisa comunicar o Ministério do Trabalho e Previdência (MTP) com
antecedência mínima de 15 dias antes do seu início;
• respeitando o mesmo prazo, a empresa deve enviar cópia dessa comunicação
aos sindicatos e afixar avisos nos locais de trabalho;
• funcionários com menos de 12 meses de contrato podem sair de férias coletivas;
• é preciso respeitar as regras sobre como dar o aviso de férias coletivas na
empresa.

Ainda, as férias coletivas não precisam ter duração de 30 dias. Se o empregador


optar por conceder 20 dias de descanso, todos os colaboradores ainda terão direito
a outros 10 dias em férias individuais.

9
Férias coletivas e período aquisitivo
Notou que pessoas que estejam há menos de um ano na empresa podem sair de férias coletivas? É o
artigo 140 da CLT que apresenta essa possibilidade indicando que:

• a duração do período de férias desses colaboradores deve ser proporcional ao tempo de


trabalho, sendo o restante pago como licença remunerada (uma prática legal e é conhecida como
antecipação de férias);
• a partir das férias coletivas, inicia-se a contagem de um novo período aquisitivo.

10
Bônus: recesso não é férias!

Há quem pense que sim, mas a verdade é que recessos no trabalho


não são férias coletivas e não devem ser computados como tal. Para
entender melhor, confira as principais diferenças a seguir.

Recessos são:

• benefícios que a organização escolhe oferece aos trabalhadores em


conjunto, ou seja, não é uma obrigação;
• acontecem de acordo com as necessidades internas da empresa;
• não geram descontos na folha de pagamento;
• acordos internos, ou seja, não é necessário comunicar a outras
entidades.

Férias são:

• um direito previsto em lei;


• concedidas após 12 meses de trabalho na empresa;
• geram desconto de vencimentos comuns de férias;
• demandam que a Secretaria do Trabalho e o sindicato da categoria
sejam notificados com, no mínimo, 15 dias de antecedência (no caso
de férias coletivas).

11
Como fazer a marcação de férias corretamente?

A marcação correta de férias demanda organização e planejamento


para que o DP não perca prazos e tente conceder o descanso nos
momentos mais oportunos.

É possível fazer isso de diversas formas, inclusive com o apoio de


planilhas que reúnam informações sobre o início dos contratos ou de
cada período aquisitivo e outros fatores importantes.

Entretanto, a melhor forma de garantir uma boa gestão de férias é


usando um software específico para essa função. Assim, o DP conta
com recursos de automação e inteligência artificial para determinar
quando cada pessoa deve sair de férias.

Algo que pode ser feito considerando todos os prazos devidos, inclusive
para não gerar férias vencidas, e de modo a atender às solicitações
feitas por cada colaborador da empresa.

12
O que o DP precisa saber sobre venda de férias?
A venda de férias ou abono pecuniário é uma prática permitida pela legislação trabalhista, desde
que seja uma decisão do colaborador. Uma prática antiga e regulamentada desde antes da Reforma
Trabalhista.

A pessoa que não quer desfrutar todos os 30 dias de descanso pode converter até 10 dias desse perío-
do em dinheiro, ou seja, o equivalente a até 1/3 de suas férias, conforme explica o artigo 143 da CLT.

É de extrema importância que o DP saiba que a empresa não pode obrigar ninguém a vender as suas
férias e nem fazer a “compra” de dias automaticamente, sem que o colaborador tenha solicitado.

Essa prática é ilegal e pode resultar em pagamento de multa a cada pessoa que tenha sido lesada pela
organização.

Em contrapartida, a empresa não pode negar a venda de férias que tenha sido devidamente solicitada
por escrito, 15 dias antes do vencimento das férias.

Como calcular as férias corretamente?


O cálculo correto das férias acompanha a boa gestão que deve ser feita pelo DP. Afinal, ninguém quer
desfrutar seus dias de descanso com dinheiro faltando na conta, certo?

13
Cálculo de férias integrais

O salário de cada pessoa é a base para o cálculo de férias, considerando ainda que é preciso:

• adicionar o 1/3 constitucional;


• deduzir o INSS e o Imposto de Renda;
• considerar outras possíveis deduções (como faltas injustificadas) e adicionais.

Isso porque, vale destacar, o artigo 142 da CLT determina que adicionais por trabalho extraordinário,
noturno, insalubre ou perigoso devem ser considerados no salário que serve de base para a
remuneração de férias.

Para facilitar o processo, elaboramos uma fórmula simples, que não considera deduções e adicionais,
apenas para que você entenda o mais básico desse cálculo:

Salário + ⅓ do salário = Salário com ⅓ constitucional


Salário com ⅓ constitucional – alíquota INSS = Resultado parcial Y
Resultado parcial Y – alíquota IR = Resultado final Z

Resultado final Z = valor a ser pago pelas férias integrais

Lembrete: a alíquota do INSS é tabelada com base na faixa salarial acrescida do 1/3, enquanto a alíquota
do IR segue uma tabela progressiva que também deve ser consultada.

14
Cálculo de férias proporcionais

As férias proporcionais ou férias indenizadas são pagas quando:

• a empresa concede férias coletivas incluindo colaboradores que tenham menos de 12 meses de
contrato;
• a pessoa é demitida sem justa causa ou pede demissão;
• a duração do contrato de trabalho tenha sido inferior a 12 meses, impedindo a realização do período
aquisitivo.

Novamente, temos uma fórmula básica para o cálculo da remuneração de férias nesses casos:

Salário/12 (meses do ano) x Y (número de meses trabalhados) =


Valor base Z

Perceba que, ao valor base Z ainda é preciso acrescentar o 1/3 constitucional e fazer as deduções e
acréscimos devidos.

Notou que há sempre muitas variáveis a serem consideradas, seja qual for o tipo de férias a serem
pagas?

O DP precisa de excelente organização para reunir todos os fatores que impactam cada cálculo de
férias. Além disso, precisa se assegurar de fazer o cálculo corretamente para evitar qualquer tipo de
problema.

Para tanto, é possível recorrer a planilhas ou ir além e contar com tecnologias mais práticas e
avançadas, como um software de gestão de férias.
15
O pagamento das férias
Independentemente do tipo de férias concedidas,
a empresa deve efetuar o pagamento do valor
devido até dois dias antes do início do período de
descanso.

A regra também vale para o pagamento do abono


salarial. E, vale lembrar, no caso do fracionamento
de férias o pagamento também é fracionado e deve
ser realizado em até dois dias antes de cada pausa.
Férias vencidas e pagamento de férias em dobro

Como vimos, a empresa tem 12 meses após o


período aquisitivo para conceder as férias a cada
colaborador. Porém, problemas financeiros ou uma
má gestão podem provocar atrasos, gerando férias
vencidas.

Caso isso ocorra, a empresa fica obrigada a pagar


o valor em dobro pelas férias das pessoas que
tenham sido prejudicadas.

16
Por que usar um software de gestão de férias?
A resposta é simples. Seu DP deve usar um software de gestão de férias para simplificar o processo,
reduzir a burocracia e ganhar tempo para se dedicar a outras tarefas.

Considere tudo o que precisa ser considerado para conceder o período de descanso e fazer o
pagamento correto a cada pessoa, dentro do prazo:

• O período aquisitivo foi cumprido?


• Qual a janela de tempo antes do vencimento do período concessivo?
• Existem faltas injustificadas a serem descontadas?
• Quais outros descontos e adicionais se aplicam?
• As férias serão fracionadas? Como fazer isso respeitando os limites legais?
• A pessoa optou por vender férias? Quantos dias e qual o valor a ser pago?
Essas são apenas algumas das perguntas que devem ser respondidas a cada férias concedidas, sendo
que particularidades influenciam cada caso individualmente.

Usando um software de gestão de férias, seu DP consegue fazer tudo isso com mais facilidade,
contando com recursos como:

• Acesso a um dashboard com indicadores de status, período aquisitivo, saldo de férias e outros;
• Notificação instantânea de solicitações de férias feitas online;
• Notificações de vencimento de férias para evitar o pagamento de multas.

Além do mais, usando o software o DP consegue identificar melhor em quais períodos pode ou
não conceder férias a cada pessoa, com a possibilidade de comunicar isso aos colaboradores pela
plataforma.

Ainda, o uso do software permite a


integração de dados para que o cálculo
da remuneração de férias seja feito
automaticamente. Assim, o DP pode
se livrar das fórmulas e planilhas!

18
Para encerrar…
Acreditamos que você tenha aqui todas as informações que precisa
para fazer a marcação de férias de forma correta, bem como o
cálculo da remuneração devida. Sempre considerando as regras
legais e variáveis.

Como você deve ter notado, deixamos links que direcionam para
outros conteúdos feitos pela equipe do Tangerino e que podem
ajudar você a entender ainda melhor regras ou detalhes de cada
processo.

No fim das contas, porém, talvez você tenha interesse em


descobrir, na prática, como um software de gestão de férias pode
facilitar todo esse processo para o seu DP. E, sendo este o caso,
asseguramos que a tarefa se tornará muito mais simples!

19
Sobre a Sólides Tangerino
Há dez anos, o Tangerino by Sólides se consolidou como a solução
completa para a Jornada do Departamento Pessoal. Em 2022, fomos
adquiridos pela Sólides e passamos a compor o portfólio de produtos
de uma das maiores empresas do setor de tecnologia para Recursos
Humanos.

Automatizamos os principais processos de gestão da jornada de trabalho,


oferecendo admissão, controle de ponto, gestão de férias e outras
funcionalidades, de forma 100% digital. Conte com a nossa experiência e
autoridade no mercado para otimizar a gestão do DP da sua empresa!

Agende uma demonstração

Você também pode gostar