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Direitos trabalhistas são leis e regras que regem a relação entre empregados e
empregadores.
São os direitos trabalhistas que regulamentam a relação trabalhista para que a
empresa e o próprio colaborador tenham conhecimento sobre suas obrigações
e deveres, evitando processos trabalhistas e multas.
Podemos destacar dentre os direitos trabalhistas o 13º salário, férias, hora
extra, FGTS, adicional noturno, seguro desemprego, entre outros.
Hora extra
As horas extras estão previstas no artigo 59 da CLT e como próprio nome diz
são períodos em que o colaborador trabalha além da sua jornada de trabalho.
Pela lei, a jornada de trabalho não pode ultrapassar 44 horas semanais.
Segundo os direitos trabalhistas, é permitido que o profissional exerça no
máximo 2 horas extras diariamente. É primordial também que esse acordo, em
torno da hora extra, esteja previamente definido entre a empresa e colaborador
ou em convenção coletiva.
Sobre o valor da hora extra, é importante saber que ele ultrapassa o da hora
normal de trabalho. Antes da reforma trabalhista o valor da hora extra era 20%
a mais do valor da hora normal, mas atualmente o acréscimo é de 50%,
considerando dias úteis.
Em finais de semana e feriados esse acréscimo é de 100% sobre o valor
normal da hora.
Confira a seguir um exemplo de cálculo de direitos trabalhistas quando o
assunto é hora extra.
Exemplo:
Salário: R$ 2000,00
Horas trabalhadas: 44h por semana (220h no mês)
Valor ganho por hora: R$ 2000,00 / 220 = R$ 9,09 por hora trabalhada
Hora extra: R$ 9,09 x 50% = R$ 4,54
Valor da hora extra: R$ 9,09 x R$ 4,54 = R$ 13,63
Adicional noturno
O adicional noturno é citado no artigo 73 da CLT e faz referência a um
benefício para os colaboradores que trabalham entre 22h e 5h. Quem exerce
sua função nesse período tem o direito de receber um valor adicional de 20%
na hora diurna.
Já o trabalhador rural, que atua na lavoura, tem direito a um valor adicional de
25% e considera-se o horário de adicional noturno entre 21h e 5h.
Os colaboradores da área pecuária, que trabalham entre 20h e 4h, também
têm direito a receber um adicional de 25%.
Exemplo:
Salário: R$ 2000,00
Horas trabalhadas: 44h por semana (220h no mês)
Valor ganho por hora: R$ 2000,00 / 220 = R$ 9,09 por hora trabalhada
Hora extra: R$ 9,09 x 25% = R$ 2,27
Valor da hora extra: R$ 9,09 x R$ 2,27 = R$ 11,36
Licença maternidade
A licença maternidade é um período de ausência concedido às mulheres que
se tornaram mães. Por no mínimo 120 dias a colaboradora tem o direito de
estar junto ao seu bebê, sem ter nenhuma perda de seus direitos trabalhistas,
inclusive de salário.
O tempo de afastamento pode chegar a 180 dias caso a empresa participe
do Programa Empresa Cidadã, que oferece incentivos fiscais para quem o
adota.
É importante, no entanto, diferenciar a licença maternidade do salário
maternidade. A licença maternidade se explica como o período em que a
colaboradora fica afastada e o salário maternidade é um valor financeiro que a
mulher recebe durante o período de ausência.
Outra questão importante neste sentido é que as mulheres grávidas não podem
ser demitidas sem justa causa e possuem uma estabilidade de até 5 meses
após o nascimento do bebê. Ou seja, não podem ser dispensadas durante
esse período.
Férias
Todo colaborador, que trabalha no regime CLT, e que cumpriu 12 meses de
trabalho, o chamado período aquisitivo, tem o direito de ter 30 dias
de férias remuneradas, segundo o artigo 129 e 130 do regime trabalhista.
Após o cumprimento dos 12 meses de trabalho, a empresa pode conceder as
férias durante o período concessivo, que se refere aos 12 meses posteriores.
As férias podem ser divididas em três períodos, sendo que um desses períodos
deve ser maior que 14 dias e outro dois devem ter no mínimo 5 dias. Além
disso, as férias não podem começar antes de um descanso semanal ou que
antecedem dois dias de um feriado.
Seguro desemprego
O benefício do seguro desemprego é um dos direitos trabalhistas oferecidos
aos colaboradores que são demitidos sem justa causa ou em casos
de rescisão indireta, que ocorre quando a demissão é acarretada por alguma
ação do empregador.
O seguro desemprego é visto como um auxílio financeiro temporário para que
esse trabalhador consiga manter seu padrão de vida enquanto procura uma
nova ocupação. Esse benefício é citado na Lei nº 7.998/90.
Quem adquire esse benefício recebe uma parcela mensal, por 3 a 5 meses,
com um valor que é definido com base nos 3 últimos salários do colaborador. O
número de parcelas é calculado de acordo com o tempo em que o colaborador
ficou empregado.
A cada 6 meses de trabalho o profissional recebe três parcelas, com 12 meses
recebe 4 parcelas e a cada 24 meses recebe 5 parcelas. A parcela considera
também, para os seus reajustes, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor
(INPC).
Atualmente podemos considerar:
Colaboradores com renda até R$1.858,18 – É feita uma multiplicação
do salário médio por 0,8.
Colaboradores com renda entre R$1.858,18 e R$3.097,26 – No valor
que excede de R$1.858,17 é feita uma multiplicação 0,5, e se acresce
R$1.486,53.
Colaboradores que recebem mais de R$3.097,26 – Recebem, sem
variação, R$2.106,08.
O que mudou com a reforma trabalhista (2017)?
Em 2017 houve uma reforma trabalhista onde diversos pontos da CLT sofreram
ajustes. Essas mudanças ocorreram com a intenção de facilitar a relação entre
os colaboradores e as empresas. Conheça algumas das principais alterações.
Jornada de trabalho
Os direitos trabalhistas previam uma jornada 12×36 (12 horas de trabalho e 36
horas de descanso) se houvesse acordo coletivo.
Contudo, com a reforma trabalhista se tornou possível acordos individuais
nessa negociação, eliminado a necessidade do sindicato para essa tomada de
decisão.
A jornada parcial também sofreu alterações e abriu possibilidade para um
aumento de trabalho de 25 horas semanais para 26 horas, com possibilidade
de 6 horas extras. Se isso for acordado, a empresa precisará fazer um
adicional de 50%.
Outra mudança é que a partir da reforma a jornada parcial pode ser de até 30
horas, sem considerar hora extra.
Rescisão de contrato
O surgimento da modalidade “demissão consensual” foi a principal mudança
que a reforma trabalhista trouxe nas rescisões de contrato.
A demissão consensual funciona como um acordo entre o empregador e
empregado, que não se caracteriza nem como um pedido de demissão nem
como uma demissão sem justa causa.
Nesse caso há um acordo entre as partes e, diferentemente da demissão sem
justa causa, as regras são as seguintes:
O profissional não tem direito de receber o seguro-desemprego;
A empresa pagará 20% da rescisão sobre o FGTS e 50% do aviso
prévio (15 dias);
O colaborador só pode sacar 80% do FGTS e 50% do valor da multa, ao
invés dos 100% que é previsto na demissão sem justa causa;
A homologação da rescisão de contrato também sofreu mudanças nos direitos
trabalhistas, como previsto pelo artigo 477-A da CLT, que diz que: “não há a
necessidade de autorização prévia de entidade sindical ou de celebração de convenção
coletiva ou acordo coletivo de trabalho para sua efetivação”.