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O QUE É A CLT?

A Consolidação das Leis do Trabalho, chamada de CLT, regulamenta as relações trabalhistas e impõe
regras que determinam os direitos e deveres do empregado e do empregador.
Foi decretada no Estado Novo – período autoritário da Era Getúlio Vargas – em 1943. Antes, não
havia leis que regulassem horários, condições de trabalho nem benefícios. As leis regulavam apenas algumas
categorias profissionais específicas e determinadas questões do direito processual do trabalho. Além disso,
por não ser completamente regulado, um processo trabalhista demorava muito para ser julgado. A CLT, por
outro lado, acelerou o processo.
A Consolidação das Leis de Trabalho define conceitos importantes para a interpretação das relações
de trabalho. Por exemplo, um desses conceitos, a CLT considera empregado toda pessoa que preste
serviços regularmente a uma pessoa ou empresa e que receba salário. Além disso, deve haver uma
dependência na relação do empregador e do empregado. A legislação também prevê, por exemplo, a
igualdade de salários para pessoas que prestam os mesmos serviços, independente de gênero.

Carteira de trabalho
A Carteira de Trabalho se tornou obrigatória a qualquer pessoa empregada em 1969. Hoje existe a
carteira de trabalho digital. E desde setembro de 2019, a CTPS em meio físico não é mais necessária para a
contratação na grande maioria dos casos. As informações prestadas pelo empregador no sistema eSocial
substituem as anotações antes realizadas no documento físico.

O QUE MUDOU QUANTO À JORNADA DE TRABALHO?


O regime de trabalho é o tempo em que o trabalhador deve prestar o serviço pelo qual foi contratado
ou estar à disposição de seu empregador. A jornada prevista pela CLT é de, no máximo, 8 horas diárias, o
equivalente a 40 horas semanais. São permitidas até 44 horas semanais de trabalho normal. Antes da CLT
existir, empregados chegavam a trabalhar 12 horas por dia no Brasil.
Conforme a CLT, os trabalhadores em qualquer trabalho contínuo cuja duração ultrapasse 6 horas
têm direito a um intervalo para repouso ou alimentação, de no mínimo 1 hora (podendo ser reduzido para 30
minutos - art. 611-A, III da CLT) e, salvo acordo escrito ou convenção coletiva em contrário, de até 2 horas.
Nas jornadas de trabalho não excedentes a 6 horas é obrigatório um intervalo de 15 minutos quando a
duração ultrapassar 4 horas. O tempo do intervalo intrajornada não é contabilizado nas horas trabalhadas.
Isso significa que não é um período remunerado.
Além do intervalo mencionado anteriormente há também o intervalo obrigatório que deve ser
concedido entre o término da jornada de um dia e o início da jornada do dia seguinte, ou seja, o intervalo
interjornada. Este intervalo deve ser de ao menos 11 (onze) horas consecutivas.
É também direito do trabalhador o descanso semanal de, no mínimo, 24 horas consecutivas –
inclusive com a preferência de que seja num domingo. E, quando se tratar de serviços também prestados no
domingo, deve haver revezamento mensal entre os funcionários.

Trabalho no período noturno


É considerado um trabalho noturno aquele realizado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas da
manhã de outro. A remuneração de quem trabalha durante a noite deve ser 20% mais alta do que a pessoa
que faz o mesmo serviço durante o dia. Porém, essa regra não vale caso os empregados revezam o turno
semanalmente ou quinzenalmente.

Horas extras
Também de acordo com a CLT, não pode ultrapassar duas horas diárias. Fora isso, o valor da hora
extra precisa ser ao menos 50% mais caro que o valor das horas normais que ele cumpre.

Férias
Para cada período de um ano trabalhado, o trabalhador tem direito a 30 dias de férias remuneradas.
Se a pessoa tiver menos de um ano de contrato, o tempo será calculado proporcionalmente aos dias
trabalhados e uma nova contagem será iniciada no retorno das férias. Quando a pessoa tiver faltas não
justificadas, ela terá direito a menos dias de férias, calculados proporcionalmente aos dias em que faltou. As
férias podem ser divididas em dois períodos, nunca inferior a dez dias corridos. A empresa também pode
conceder férias coletivas a todos os trabalhadores ou a determinados setores dela.
Faltas justificadas
A CLT prevê o número de dias que um funcionário pode faltar de acordo com o motivo pelo qual
precisa fazê-lo. Esses são os casos especificados por lei:
● Por falecimento de cônjuge, parentes ascendentes (pais e avós), parentes descendentes (filhos e
netos, por exemplo), irmãos ou dependentes: falta por 2 dias;
● Depois do casamento: falta por 3 dias;
● Após nascimento de filho, no caso dos pais (licença-paternidade): originalmente, a CLT determinava a
possibilidade de falta por 5 dias, porém a ex-presidente Dilma decretou uma lei que permite ao pai
uma licença de 20 dias;
● Por doação voluntária de sangue (uma vez a cada doze meses de trabalho): falta por 1 dia;
● Para cumprir exigências do serviço militar;
● Para realizar provas de exame vestibular para cursos de ensino superior;
● Quando precisar comparecer a juízo – pode ser participação num júri, numa audiência etc.

Licença-maternidade
A licença-maternidade é uma licença remunerada de 120 dias (4 meses) às mulheres após o parto.
Por opção, em algumas empresas e órgãos são concedidos 180 dias (6 meses) de licença-maternidade.
Tendo por base a Lei n° 8.213, quem paga o auxílio-maternidade é o empregador. Porém, o valor do benefício
pode ser abatido da guia mensal do INSS de responsabilidade da empresa. Também é assegurado à mulher
a estabilidade no emprego desde o momento da confirmação da gravidez até 5 meses depois do parto. O
benefício pode ser estendido para pais viúvos ou no caso de adoção.

FGTS
O empregador deve recolher 8% do salário bruto do funcionário para o Fundo de Garantia por Tempo
de Serviço (FGTS). Esse dinheiro é depositado em uma conta com o nome do funcionário na Caixa
Econômica Federal. O objetivo do FGTS é garantir uma reserva financeira em momentos de necessidade. Por
isso, o trabalhador pode sacar o valor depositado por todo o tempo em que trabalhou nos casos de: Demissão
(sem justa causa); Aquisição de casa própria; Diagnóstico de câncer; Diagnóstico de AIDS; Aposentadoria.
Além disso, um percentual do salário do empregado é destinado à Previdência Social – ou seja, para
que ele tenha acesso à aposentadoria e outros benefícios previdenciários.

13º Salário
O pagamento do 13º salário é feito com base na remuneração mensal e pode ser parcelado em até
duas vezes. A primeira, até 30 de novembro e a segunda, até 20 de dezembro do mesmo ano.

QUEM NÃO ESTÁ INCLUSO NAS REGRAS DA CLT?


Como já foi dito, a CLT trata do trabalho na esfera privada, em áreas urbanas e rurais. Porém, alguns
setores não têm suas normas trabalhistas reguladas pela CLT. Ela não se aplica a:
1. Trabalhadores rurais – as pessoas que trabalham diretamente com a agricultura e a pecuária e cujas
atividades não sejam consideradas “industriais ou comerciais”, por conta da forma como é executado o
trabalho e também da sua finalidade.
2. Funcionários públicos – da União, dos Estados e dos Municípios.
3. Servidores de autarquias públicas – Os servidores dessas autarquias podem ser considerados funcionários
públicos, também.
Responda:

1. O que é CLT?
2. Quais as categorias de trabalhadores que não estão incluídas na CLT?
3. O que é o FGTS e para que serve?
4. Qual a diferença entre FGTS e Previdência?
5. Qual é a jornada de trabalho máxima prevista pela CLT?
6. Quais são os intervalos previstos pela CLT para os trabalhadores?
7. Qual deve ser o acréscimo de valor para o trabalho noturno e para hora extra?
8. Quanto tempo dura o afastamento da empregada que pariu?
9. A CLT prevê a igualdade de salários para homens e mulheres que realizam o mesmo trabalho. Você
acha que essa medida é suficiente para garantir a igualdade de gênero no mercado de trabalho?
Justifique sua resposta.

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