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LEGISLAÇÃO TRABALHISTA

Aluna: Vitória de Sousa Silva

Aprendizagem Profissional de Qualificação em Serviços Administrativos

Instituição: SENAC

Quixeramobim-CE
19 de dezembro de 2022
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA

Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) foi criada pelo Decreto-Lei nº 5.452,
de 1º de maio de 1943 para regular as relações de trabalho no Brasil. A
legislação trabalhista é o conjunto de normas que regem as relações individuais
e coletivas de trabalho e essas normas estão estabelecidas CLT, pela
Constituição Federal e por outras leis da Justiça do Trabalho.

É na legislação trabalhista que são estabelecidos os direitos e deveres de


empregados e empregadores como, por exemplo, jornada de trabalho,
remuneração, férias, aviso prévio, licenças, rescisão de contrato de trabalho,
normas de segurança do trabalho e outras regras fundamentais para as relações
de trabalho.

A legislação trabalhista no Brasil foi alterada em 2017, uma das principais


reformas na área trabalhista. O objetivo foi simplificar os processos, trazer mais
segurança jurídica e tornar as leis trabalhistas mais atuais aos modelos de
trabalho do século XXVI. A modernização das leis trabalhistas teve como
principal objetivo tornar a legislação brasileira mais compatível com o mundo do
trabalho e as formas de produção do século 21. Ao fomentar o diálogo, a nova
lei contribui para o aumento da produtividade do trabalho, o desenvolvimento da
economia e, por consequência, aumento de emprego e renda para o trabalhador.

COMO ERA ANTES DA LEGISLAÇÃO?

Antes da Revolução Industrial, não havia a figura do proletário. Quem trabalhava


nas cidades eram artesãos, comerciantes e profissionais liberais. Todos viviam
sob o domínio das guildas, ou corporações de ofício, que tinham direito,
concedido pelos reis, para controlar o mercado de trabalho em sua área. Um
alfaiate, por exemplo, não podia trabalhar se não fizesse parte de sua guilda.
Elas estabeleciam preços e salários, tinham planos de assistência para doença
ou morte, e detinham os segredos do ofício.

No campo, o trabalho era regido por tradições ancestrais. No sistema feudal, um


senhor que herdava terras recebia com ela os servos, trabalhadores que não
podiam ser demitidos, mas eram presos à propriedade. Um servo tinha o direito
de trabalhar para o próprio sustento e devia ao senhor três ou quatro dias de
trabalho por semana.

COMO SURGIU A LEGISLAÇÃO TRABALHISTA NO MUNDO

O Direito do Trabalho, como conhecemos hoje, surgiu com a Revolução


Industrial na Inglaterra. Esta por sua vez foi financiada pelos burgueses no
Século XVIII. Ou seja, com a figura do proletariado assalariado (empregado, com
vínculo empregatício de subordinação) e a sociedade industrial. Por razões
econômicas, políticas e jurídicas.

A razão econômica dessa mudança é a Revolução Industrial do século XVIII,


ocorrida na Inglaterra. Graças ao uso do vapor como fonte de energia surgiram
as primeiras máquinas e indústrias, e para operá-las foram contratos
trabalhadores assalariados: os proletariados.

No plano político o que nos levou ao surgimento do Direito do Trabalho foi a


mudança do Estado Liberal para o Neoliberalismo. O primeiro pregava uma
ordem econômica auto-reguladora, na qual o capitalista podia impor livremente
suas obrigações sem a interferência estatal, quando uma “mão-invisível”
controlaria a economia e a sociedade. Em contrapartida, o segundo prega a
interferência do Estado nas questões econômico-sociais, porém com certas
limitações.

Logo, com o Neoliberalismo vão surgir uma onda de normas para disciplinar as
relações do empregador-empregado, impondo certos limites àqueles e
privilégios a estes. Visando equilibrar as diferenças.

No âmbito jurídico surgem as primeiras pressões em busca da união dos


trabalhadores, culminando no sindicalismo. Porém, no início essas
reivindicações organizadas eram mal vistas pelo Estado, uma vez que eram
consideradas crime.

LEGISLAÇÃO TRABALHISTA NO BRASIL

No Brasil, a primeira legislação trabalhista foi criada em 1934, no governo de


Getúlio Vargas, garantindo aos trabalhadores direitos básicos, como salário
mínimo, jornada de trabalho como conhecemos hoje, de 8 horas diárias, férias e
liberdade sindical. Porém, foi só em 1943, com a Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), que esses direitos foram sistematizados em um único
documento e, desde então, essas são as leis que normatizam o trabalho no país.

Nessas sete décadas que se passaram, as leis trabalhistas sofreram


modificações: no governo João Goulart, quando o presidente incluiu os
trabalhadores rurais na CLT; na ditadura militar, quando foi mutilado o direito
greve; e, mais recentemente, no governo de Michel Temer, quando foi feita uma
reforma trabalhista.

A adoção de arranjos aparentemente corriqueiros, como o home office e


jornadas de trabalho mais flexíveis, que antes esbarravam na rigidez da lei, se
tornaram mais comuns. A reforma trabalhista prestigiou a negociação coletiva,
consagrada na Constituição de 1988, como principal instrumento para ajustes e
soluções pactuadas entre empregadores e trabalhadores nas relações do
trabalho.

Ao permitir, expressamente, a negociação de uma ampla lista de rotinas que


poderão ser negociadas – ao mesmo tempo em que reforçou a proteção aos
direitos constitucionais, a Lei no 13.467/17 buscou atender aos anseios do
próprio trabalhador. Dar efetividade e continuidade à modernização nas
relações trabalhistas é essencial para um ambiente mais favorável
aos investimentos produtivos e à geração de empregos.

É necessário garantir a efetividade das leis aprovadas, e atuar na informação da


sociedade sobre a importância da nova legislação e buscar a melhor aplicação
possível dessas leis. O Brasil é um dos países com maior número de ações
trabalhistas. O excesso de judicialização é agravado por um sistema lento e caro,
que gera custos e incertezas.

PRINCIPAIS LEIS TRABALHISTAS

1. Jornada de trabalho

A jornada é o tempo de trabalho em que o empregado está à disposição da


empresa. Sua regulamentação está definida entre os artigos 58 e 65 da CLT e,
entre as principais orientações, estão:

• duração máxima diária de 8 horas e semanal de 44 horas para jornadas


normais;
• horário de almoço ou jantar não computados como horas trabalhadas;

• tempo gasto no trajeto entre a residência e o local de trabalho não são


considerados trabalhados;

• horas que ultrapassarem a jornada consideradas horas extras.

2. Hora extra

A hora extra é um valor adicionado à hora normal quando o funcionário excede


sua jornada. Ou seja, se ele trabalhar 9 horas e sua jornada for de 8 horas, essa
1 hora sobressalente deve ser acrescida em 50% do valor habitual.

3. Licenças-maternidade e paternidade

A licença-maternidade é um direito concedido às colaboradoras gestantes ou


que tenham adotado um bebê. O afastamento é de 120 dias e pode ter a
contagem iniciada a partir de 28 dias antes do parto. Durante esse período,
a mulher recebe seu salário normalmente, que é pago pelo INSS. Após esse
tempo, a empresa pode conceder mais 60 dias, desde que se enquadre nos
requisitos da Lei 11.770.

Já a licença-paternidade é de cinco dias a partir da data do parto para os pais do


bebê. Os custos operacionais dos dias não trabalhados são absorvidos pela
própria empresa, que também pode estendê-los por mais 15, com base na Lei
11.770. Ambas foram criadas para que os pais possam dar a devida assistência
aos filhos recém-chegados à família.

4. Férias

As leis trabalhistas determinam que as férias são um período de 30 dias


remunerados, ao qual o trabalhador tem direito a cada período aquisitivo, que
começa a contar a partir da data da contratação e termina após 12 meses. A
partir daí, começa a contar o período concessivo, que tem um prazo também de
12 meses.
A empresa deve conceder as férias dentro do período concessivo e realizar o
pagamento do salário, acrescido do abono de férias, até dois dias antes do início
do gozo para evitar o pagamento de multa.

As faltas computadas ao longo do período aquisitivo diminuem a quantidade de


dias de direito às férias de forma progressiva. Esses dias podem ser gozados de
uma única vez ou em até três períodos, desde que um deles tenha no mínimo
14 dias, e outro, no mínimo, cinco. Fica a cargo da empresa determinar a melhor
data, mas cabe um acordo entre as partes.

5. Vale-transporte

O vale-transporte é o benefício que visa a garantir as condições de


comparecimento dos empregados ao local de trabalho. Ele prevê que a empresa
forneça de forma antecipada o montante necessário para que cada funcionário
faça o trajeto de sua residência até a empresa e vice-versa, por meio do
transporte público.

A Lei N.º 7.418 de 16 de dezembro de 1985 instituiu o vale-transporte. O


principal objetivo foi antecipar ao empregado os recursos para o pagamento de
despesas de deslocamento entre o trabalho e a residência e vice-versa.

6. Vale-alimentação

Apesar de não haver nenhuma lei trabalhista que obrigue as empresas a fornecer
alimentação a seus funcionários, a maioria dos sindicatos e entidades de
classe preveem esse benefício em seus acordos coletivos. Sendo assim,
todas as diretrizes sobre o assunto variam conforme cada categoria e devem ser
consultadas individualmente.

7. Normas de segurança do trabalho

A questão da saúde e segurança do trabalho é abrangida pela CLT de forma


bastante ampla. Além dos cerca de 70 artigos, existem inúmeras Normas
Regulamentadoras (NRs) que tratam dos pontos mais específicos. De forma
geral, elas visam a zelar pela integridade física dos colaboradores. A
principais exigências são:

• exames admissionais, demissionais e periódicos;

• uso de equipamentos de proteção coletiva e individual;

• garantia de ergonomia e da segurança das instalações;

• controle da salubridade e periculosidade.

8. Home office

O trabalho em casa, também chamado de home office, foi regulamentado a partir


da Reforma Trabalhista, em 2017. É uma forma de controlar por tarefa, e não
por expediente, e o pagamento também pode seguir essa linha.

9. Contratação de autônomos

Apesar de já existir, de alguma forma, a contratação de autônomos, foi outra


legislação consolidada a partir da Reforma Trabalhista. Com isso, a empresa
ganha uma prerrogativa para contratar esses profissionais, sem que haja
obrigatoriamente um vínculo empregatício.

10. Contratação intermitente

O trabalho intermitente também foi legalizado a partir da Reforma Trabalhista em


2017. É um modelo em que a prestação de serviços não é contínua. Pode ser
composto por dias ou horas e não tem um controle rígido nos intervalos, ou seja,
há liberdade na prestação de serviços.

11. 13º salário

O décimo terceiro é um encargo obrigatório a ser pago de acordo com o Decreto


N. 57.155 de 3 de novembro de 1965. Também conhecido como gratificação de
Natal, geralmente é pago até a data limite de 20 de dezembro.
12. Controle de banco de horas

A Reforma Trabalhista também alterou o controle em relação ao banco de horas.


Essa medida foi referente a controle de horas extras.

PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA

POSITIVOS

1)Parcelamento das férias em até três vezes


As férias poderão ser divididas em três períodos, sendo que um deles não
poderá ser inferior a 14 dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a
cinco dias corridos, cada um.

2)Garantia de condições iguais para terceirizados


A reforma garante aos trabalhadores terceirizados, quando os serviços forem
executados nas dependências da empresa que contrata o serviço, as mesmas
condições relativas.

3)Desburocratização para receber o seguro-desemprego e sacar o FGTS


A reforma exclui a necessidade de homologação da rescisão do contrato de
trabalho pelo sindicato ou Ministério do Trabalho, para que o empregado
dispensado sem justa causa possa pedir o seguro-desemprego e sacar o FGTS.

4)Permissão da rescisão do contrato de trabalho por comum acordo


Passa a ser permitido que o trabalhador e a empresa possam rescindir o contrato
de trabalho por comum acordo. Nessa hipótese, o trabalhador recebe metade do
aviso prévio e da indenização pela rescisão (20%) e integralmente as demais
verbas.

5)Horário de almoço de 30 minutos


A reforma permite que convenção ou acordo coletivo diminua o horário de
almoço e descanso, nas jornadas de pelo menos 6 horas diárias, de uma hora
para 30 minutos. Para alguns profissionais, isso pode significar uma vantagem,
já que poderão retornar mais cedo do trabalho.
NEGATIVOS

1)Fim da assistência gratuita na rescisão do contrato de trabalho


Como não há mais a necessidade da rescisão do contrato de trabalho ser
homologada no sindicato ou no Ministério do Trabalho, o trabalhador perde a
assistência gratuita que verificava se as verbas pagas pelo empregador na
rescisão estavam corretas

2)Autorização da dispensa coletiva sem intervenção sindical


Até então, a maior parte dos tribunais trabalhistas vinha entendendo que a
demissão coletiva somente poderia ocorrer após feita uma negociação entre a
empresa e o sindicato dos trabalhadores, para atenuar as consequências das
rescisões, já que, diante do número de afetados, a dispensa coletiva costuma ter
grande impacto social. Com a reforma, a dispensa coletiva pode ser realizada
nos mesmos moldes da individual, ou seja, sem negociação com o sindicato e
sem medidas que atenuem seu impacto na sociedade.

3) Restrição de acesso à Justiça gratuita


Só terá acesso gratuito à Justiça trabalhista quem receber até 1.659,30 reais
(salário igual ou inferior a 30% do teto do INSS). Vale destacar que um processo
judicial tem custos que devem ser arcados pela parte perdedora.

4) Permissão para negociação coletiva de condições menos benéficas ao


trabalhador do que as previstas em lei
Foram ampliadas as matérias que podem ser objeto de negociação coletiva,
sendo possível, inclusive, que sejam estipuladas condições mais prejudiciais ao
trabalhador do que aquelas previstas em lei.

5)Horas extras sem pagamento em “home office”


O atual entendimento da maior parte dos tribunais trabalhistas é que mesmo o
trabalho praticado em “home office” deve ter a jornada controlada, desde que os
meios tecnológicos permitam isso. A reforma, porém, exclui esse trabalhador do
controle de jornada, o que, na prática, pode significar a realização de trabalho
superior ao limite legal sem recebimento de horas extras.
COMPARATIVO COM OUTROS PAÍSES

Jornada de trabalho semanal

A jornada de trabalho semanal no Brasil é de 44 horas. Países como a China, o


Japão e os Estados Unidos possuem carga semanal de 40 horas, enquanto que
Argentina, México e Inglaterra, têm carga de 48 horas. A Alemanha, por exemplo,
não tem limite para a jornada semanal.

Com relação às horas extras, nosso limite é 46 horas, permitindo a realização de


apenas 2 horas extras por semana. Na China, Alemanha e Inglaterra, permite-
se até um máximo de 48 horas semanais, incluindo as extras. Na Argentina, o
limite máximo de horas semanais é de 52 horas, enquanto no México é de 57.
Países como Japão e Estados Unidos, não têm qualquer limite.

Dias úteis de férias anuais

No Brasil temos, em média, 21 dias úteis de férias, descontando os finais de


semana. Acima desse limite está apenas a Inglaterra, com 28 dias úteis. Na
Alemanha, são 20 dias, enquanto outros países permitem menor número. É o
caso da Argentina, com 10 dias úteis; do Japão, com 8; do México, com 6; da
China, com apenas 5 dias úteis e dos Estados Unidos, onde não há qualquer
obrigação de conceder férias.

Licença maternidade

O único país no mundo que supera o Brasil no tempo de licença maternidade é


a Inglaterra, com 52 semanas, embora a remuneração não seja integral,
decrescendo ao longo do tempo. Enquanto o Brasil oferece 17 semanas, com
remuneração integral, a China, a Alemanha e o Japão oferecem 14 semanas
(apenas no Japão a remuneração não é integral).

Na Argentina, a licença maternidade é de 13 semanas com remuneração


integral, enquanto que no México é de 12 semanas com remuneração e, nos
Estados Unidos, também 12 semanas, porém sem qualquer remuneração.
Encargos trabalhistas em relação ao salário
Os encargos trabalhistas são o maior ponto de divergência entre o Brasil e outros
países do mundo. Da mesma forma que com relação aos demais impostos, o
Brasil tem o maior custo de encargos com relação ao salário.

Os empresários brasileiros desembolsam 71% de impostos relacionados ao


valor pago aos seus empregados. Esse percentual apresenta o segundo lugar
na China, com 42%, enquanto que outros países oferecem números bem
menores: a Argentina, tem 26% de encargos; a Alemanha, 20%; o Japão, 15%;
o México, 14%, enquanto Estados Unidos e Inglaterra aparecem no final da lista,
com apenas 9% e 8% respectivamente.

MEU PONTO DE VISTA

A Legislação Trabalhista trouxe muitos benefícios ao trabalhador, permitiu


melhores condições de trabalho e um ambiente favorável para cumprir sua carga
horária. As jornadas de trabalho já não são tão longas e permitem ao trabalhador
um maior tempo de descanso para retornar ao trabalho no outro dia. Algumas
leis foram bastantes benéficas, como a flexibilização da jornada de trabalho, 13°
salário, pagamento das horas extras, entre outras. Contudo, como já citado no
referente trabalho existem algumas entrelinhas que podem ser altamente
prejudiciais para o trabalhador, não permitindo que

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