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DESCRIÇÃO

As legislações e a prática na concessão de férias e gratificação natalina.

PROPÓSITO
Compreender a legislação e as rotinas de concessão de férias e gratificação natalina.

PREPARAÇÃO
Este conteúdo não exige preparação antecipada de ferramentas ou conhecimentos pretéritos. No entanto, sugere-se consultar, sempre
que necessário, a Constituição Federal (CF) e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

OBJETIVOS

MÓDULO 1

Entender provisões de férias, 1/3 constitucional de férias e férias em dobro

MÓDULO 2

Analisar regras, provisões e pagamentos da gratificação natalina — 13º salário


MÓDULO 3

Identificar o pagamento de diferença das férias e da gratificação natalina

INTRODUÇÃO
Ao estudar as leis e demais normas jurídicas que regem a concessão das férias e da gratificação natalina (13º salário), o praticante das
rotinas trabalhistas em uma empresa pode desenvolver seu trabalho de forma mais segura. Essa segurança só cresce quando há
preocupação em aprender com afinco e dedicação todos os aspectos que influenciam a prática profissional.

Com essa premissa em mente, desenvolvemos este conteúdo a fim de ser utilizado no dia a dia de uma empresa — importante também
para aqueles que serão donos de seu próprio negócio no futuro.

O domínio desses temas também tem grande valia para a vida profissional em outras áreas, especialmente aos que serão empregados
pela CLT. É fundamental que conheçamos nossos direitos constitucionais.

MÓDULO 1

 Entender provisões de férias, 1/3 constitucional de férias e férias em dobro

BREVE HISTÓRICO
As férias como direito trabalhista é algo que se firmou no século XX.

No entanto, desde a Antiguidade as legislações procuraram organizar o trabalho e garantir períodos de descanso para os trabalhadores.
Na Lei de Moisés, contida nos primeiros livros da Bíblia, observamos que questões como o descanso semanal (com a guarda e
consagração do sábado) e o descanso anual (instituído para deixar a terra descansar no sétimo ano) garantiam aos trabalhadores
períodos obrigatórios de descanso.

Esse descanso anual era um embrião do descanso que atualmente conhecemos como férias.

Nesse ano de descanso, todos os escravos eram libertos, normalmente escravizados por dívidas, podendo recomeçar as suas vidas ou
permanecer como serviçais dos patrões. A cada 50 anos, não só os escravos eram libertos, como todas as propriedades eram
restituídas às famílias de origem — evitando a transferência dos erros de uma geração para outra e evitando a pobreza na
sociedade no longo prazo.

Após essa experiência inicial, vimos poucas iniciativas na mesma direção. Nas sociedades rurais, a instituição de férias não parecia algo
necessário. Como toda cultura é cíclica, em alguns períodos do ano não existia trabalho para os cultivadores da terra, que precisavam
esperar o próximo ciclo natural para reiniciar o plantio. Nesse caso, os intervalos entre um plantio e outro já funcionavam como períodos
de descanso.

Nos períodos de entressafras, diversos povos da Antiguidade criaram suas festas e comemorações. Grandes civilizações se
desenvolveram e cresceram exatamente nesses períodos de entressafras, como a civilização inca, por exemplo. Os incas criaram
grandes cerimônias e, em função disso, templos e rica cultura nos períodos de entressafras das lavouras.

Foto: Arief Budi Kusuma / Shutterstock.com


SAIBA MAIS

A necessidade de se estabelecer legalmente um período de descanso para os trabalhadores só surge com a Revolução Industrial no
século XIX. Com a mudança da produção agrícola para a produção industrial, que pode ser executada de forma ininterrupta, tornou-se
necessária a instituição de períodos obrigatórios de descanso para os empregados.

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Inicialmente, apenas o descanso semanal foi instituído, passando um longo período até que surgisse a obrigação da concessão de um
descanso anual a todos os trabalhadores das profissões urbanas. Essa necessidade de um descanso anual surgiu porque o ser humano
se desenvolveu e se adaptou na natureza, onde todas as coisas têm ciclos. Até mesmo a existência do homem é formada de ciclos, e
as férias, com sua mudança de rotina, provocam no ser humano a percepção de término e início de um novo ciclo. Essa necessidade,
que na agricultura é suprida pelos ciclos das safras, deixou de existir após a Revolução Industrial como algo natural.

No Brasil, a partir de 1925, algumas empresas começaram a oferecer períodos de descanso a seus empregados, mas a primeira lei que
tratava de férias no Brasil foi promulgada com a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em 1º de maio de 1943,
sancionada pelo presidente Getúlio Vargas. A CLT já abarcava todos os trabalhadores brasileiros, mas de início não foi plenamente
respeitada, passando a ter adesão mais ampla em 1949 com o governo do general Eurico Gaspar Dutra — que fixou as férias em 20
dias.

Imagem: Shutterstock.com

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As férias como conhecemos atualmente — com a instituição de 30 dias de descanso e maior fiscalização do governo federal — só foi
instituída no Brasil em 1977, com o presidente general Ernesto Geisel. Evidentemente, diversas mudanças e adaptações foram
aperfeiçoando as leis que regem as férias, mas sua estrutura básica permanece até os nossos dias.

FORMALIDADES NA CONCESSÃO DE FÉRIAS


Considerando todas as modalidades de contrato de trabalho, é necessário seguir algumas formalidades na concessão das férias aos
empregados.
As formalidades protegem as empresas e evitam o não cumprimento das obrigações legais e de direito do empregado. Além disso,
garantem que a realidade seja documentada, servindo como prova em juízo, caso ocorra um processo de reclamação trabalhista. Bom
para a empresa e para o trabalhador.

 ATENÇÃO

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em seu artigo 135, indica que o empregado deve ser avisado da concessão de suas férias
com, no mínimo, 30 dias de antecedência, dando recibo de sua ciência ao empregador. Esse dispositivo procura garantir que o
empregador não abuse de seu direito de conceder férias ao empregado no momento mais oportuno para seu negócio (CLT – Art. 136), o
que permite uma programação mínima, por parte do empregado, de possíveis atividades que queira desenvolver nesse período.

Foto: Gabriel_Ramos/Shutterstock.com

A carteira profissional do empregado deve ser assinada com a indicação do período de gozo das férias e demais informações. Essa
obrigação formal procura registrar em documento com fé pública os dados concernentes aos empregados, evitando sua dispersão em
documentos não oficiais.

No caso da carteira profissional eletrônica, essas anotações devem ser realizadas no mesmo sistema destinado às demais informações
dos empregados. É importante salientar que esse dispositivo impede que o empregado inicie as suas férias sem que sua carteira
profissional seja anotada.

Outro ponto importante é a concessão de férias no mesmo período para parentes que trabalhem na mesma empresa. Essa regra só é
flexibilizada se os empregados assim o desejarem ou se essa concessão em conjunto provocar prejuízo à condução dos serviços na
empresa. Essa possibilidade procura garantir que parentes possam usufruir de suas férias juntos, levando à maior integração da família.


SAIBA MAIS

O que diz a lei

Art. 135 - A concessão das férias será participada, por escrito, ao empregado, com antecedência de, no mínimo, 30 (trinta) dias. Dessa
participação, o interessado dará recibo. (Redação dada pela Lei n. 7.414, de 9 de dezembro de 1985)

§ 1º - O empregado não poderá entrar no gozo das férias sem que apresente ao empregador sua Carteira de Trabalho e Previdência
Social, para que nela seja anotada a respectiva concessão. (Incluído pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 1977)

§ 2º - A concessão das férias será, igualmente, anotada no livro ou nas fichas de registro dos empregados. (Incluído pelo Decreto-lei n.
1.535, de 13 de abril de 1977)

§ 3º - Nos casos em que o empregado possua a CTPS em meio digital, a anotação será feita nos sistemas a que se refere o § 7º do art.
29 desta Consolidação, na forma do regulamento, dispensadas as anotações de que tratam os §§ 1º e 2º deste artigo. (Incluído pela Lei
n. 13.874, de 2019)
Art. 136 - A época da concessão das férias será a que melhor consulte os interesses do empregador. (Redação dada pelo Decreto-lei n.
1.535, de 13 de abril de 1977)

§ 1º - Os membros de uma família, que trabalharem no mesmo estabelecimento ou empresa, terão direito a gozar férias no mesmo
período, se assim o desejarem e se disto não resultar prejuízo para o serviço. (Redação dada pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de
1977)

§ 2º - O empregado estudante, menor de 18 (dezoito) anos, terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias escolares. (Redação
dada pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 1977)

FÉRIAS INTEGRAIS E FÉRIAS PARCELADAS


As férias de todo trabalhador empregado no Brasil são regidas pela CLT. Elas devem ser concedidas em período único, podendo o
empregado optar por gozá-las em até três períodos.

A regra de período único deve ser cumprida caso o empregado assim o desejar, não podendo o empregador impor a divisão das
férias. Isso está contido no artigo 135 da CLT e dá ao empregado esse direito de férias integralmente cumpridas em apenas um período.

 ATENÇÃO

A opção de parcelamento das férias é uma concessão de direito ao empregado e não ao empregador, que deve, nesse caso, seguir a
vontade do empregado. Mas esse direito do empregado deve respeitar o direito do empregador de dizer em qual período essas
férias podem ser usufruídas (sempre lembrando da regra de que se deve avisar o empregado com antecedência de no mínimo 30 dias).

Com isso, a opção de gozo de férias em período único ou em até três períodos deve ser avisada com antecedência ao empregador, que
deverá programar a concessão dessas férias seguindo a escolha do empregado.

A quebra das férias em até três períodos segue algumas regras:

REGRAS PARA QUEBRA DAS FÉRIAS


- Um dos períodos dessa quebra deve ter no mínimo 14 dias e os outros dois não podem ter menos que cinco dias corridos.

- O empregado não fica totalmente livre para escolher como quer gozar as suas férias e tem que seguir as regras de forma compulsória,
mas esse regramento, na realidade, procura proteger o empregado na relação com seu empregador.

Imagine o empregado de uma empresa multinacional: qual a sua força diante da empresa para rejeitar uma determinação abusiva e não
ter o seu emprego ameaçado? É por essas e outras situações que as leis procuram dar liberdade e ao mesmo tempo impor regras
mínimas para essa flexibilização.

- As férias de um empregado devem ser gozadas dentro do prazo de um ano após o fim do período aquisitivo. Isso implica dizer que,
após os doze meses do período de aquisição, obrigatoriamente as férias devem ser cumpridas.

 VOCÊ SABIA

Período de aquisição é aquele em que o empregado deve trabalhar para que tenha o direito ao período de um mês comercial, 30 dias,
de férias. Esse período se encerra com a completude de 12 meses, a partir daí se inicia um novo período de aquisição, gerando um
ciclo contínuo de períodos aquisitivos.

O ano que se segue imediatamente ao findar o ano aquisitivo chama-se período de gozo. Como já dito, o gozo das férias deve ocorrer
no período de gozo, e o pagamento dos direitos de férias também deve acontecer nesse período. Caso isso não ocorra, o
empregador deverá pagar essas férias em dobro ao empregado, como uma forma de penalização pelo descumprimento da lei.

INÍCIO DAS FÉRIAS


FÉRIAS PARA TRABALHAR

INÍCIO DAS FÉRIAS

Outra regra importante é a vedação do início das férias em período que anteceda feriado ou repouso semanal em dois dias. Essa regra
evita que empregadores programem as férias de seus empregados procurando diminuir o seu período de gozo, resguardando assim o
direito de o empregado tirar suas férias de forma integral.

FÉRIAS PARA TRABALHAR

Em contrapartida, esse gozo de férias não pode servir para que o empregado preste serviço a outro empregador, desvirtuando a função
do descanso. Esta regra só tem exceção nos casos em que o empregado já presta serviço regular a outro empregador, por exemplo,
uma pessoa que trabalhe durante o dia em uma empresa e à noite dê aulas em uma escola. O fato de ela estar em férias na empresa
não a proíbe de continuar seu trabalho na escola.

O que diz a lei

Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos 12 (doze) meses subsequentes à data em que o
empregado tiver adquirido o direito. (Redação dada pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 1977)

§ 1º - Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não
poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um. (Redação dada pela
Lei n. 13.467, de 2017)

§ 3º - É vedado o início das férias no período de dois dias que antecede feriado ou dia de repouso semanal remunerado. (Incluído pela
Lei n. 13.467, de 2017)

Art. 137 - Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o art. 134, o empregador pagará em dobro a respectiva
remuneração. (Redação dada pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 1977)

§ 1º - Vencido o mencionado prazo sem que o empregador tenha concedido as férias, o empregado poderá ajuizar reclamação pedindo
a fixação, por sentença, da época de gozo das mesmas. (Incluído pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 1977)

§ 2º - A sentença cominará pena diária de 5% (cinco por cento) do salário mínimo da região, devida ao empregado até que seja
cumprida. (Incluído pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 1977)

Art. 138 - Durante as férias, o empregado não poderá prestar serviços a outro empregador, salvo se estiver obrigado a fazê-lo em
virtude de contrato de trabalho regularmente mantido com aquele. (Redação dada pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 1977)

Súmula n. 81 do TST - FÉRIAS (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21 de novembro de 2003: “Os dias de férias gozados após o
período legal de concessão deverão ser remunerados em dobro”.

REDUÇÃO DE FÉRIAS
O direito às férias dado a todo empregado pode ser perdido ou reduzido se algumas situações ocorrerem durante o período aquisitivo. A
CLT trata dessas possibilidades de forma exaustiva, não podendo ser usada analogia ou mesmo outra razão para a perda do direito a
férias remuneradas.
A primeira possibilidade está contida no artigo 130 da CLT. Esse artigo trata das possiblidades de perda de dias das férias ou até das
férias integrais se o empregado tiver um número específico de faltas injustificadas durante o ano. Essas faltas são tratadas em faixas,
até cinco dias de falta o empregado não terá suas férias reduzidas em nenhum dia.

É importante salientar que é vedado ao empregador descontar das férias do empregado os dias que este faltar sem justificativa,
podendo apenas descontar o dia de falta e o desconto semanal remunerado, se assim o aprouver. A lei estabelece que, se o empregado
faltar acima de cinco vezes no período aquisitivo de férias, seu direito a férias será reduzido.


Isso não quer dizer que estão sendo descontados dias de férias do empregado, mas que o seu direito a férias é reduzido. Desse modo,
a lei evita que o empregado falte durante o ano aquisitivo e ainda assim tenha direito a férias integrais.

As faixas de redução das férias dos empregados que faltarem sem justificativa no período aquisitivo respeitam a seguinte lógica:

Faltas sem justificativa do empregado — Direito a dias de férias

de 6 a 14 dias 24 dias de férias

de 15 a 23 dias 18 dias de férias

de 24 a 32 dias 12 dias de férias

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

O que diz a lei:

Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte
proporção; (Redação dada pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 1977)

I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes; (Incluído pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de
abril de 1977)

II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas; (Incluído pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de
abril de 1977)

III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas; (Incluído pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de
abril de 1977)

IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas. (Incluído pelo Decreto-lei n. 1.535, de
13 de abril de 1977)

§ 1º - É vedado descontar, do período de férias, as faltas do empregado ao serviço. (Incluído pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de
1977)

§ 2º - O período das férias será computado, para todos os efeitos, como tempo de serviço. (Incluído pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de
abril de 19770

Existem outras condições que levam empregados a perder o seu direito às férias.

Foto: Shutterstock.com

Se o empregado deixar o emprego e não for readmitido em prazo inferior a 60 dias. Neste caso, o empregado perde o direito à
continuidade do período aquisitivo de férias, iniciando um novo período se for readmitido no emprego.

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Se o empregado for afastado por licença remunerada por período superior a 30 dias, também perde o direito às férias. Neste caso, a
perda do direito acontece porque o afastamento é já entendido como férias, o que supre as exigências legais do descanso de 30 dias.

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A não execução do trabalho por paralização da empresa, e consequente folga do empregado, também enseja a perda do direito às
férias de 30 dias para o período aquisitivo corrente (não conta para esta condição que o empregado tenha ficado à disposição da
empresa por período superior a 30 dias). Esta regra considera que a folga pela paralisação da empresa já proporcionou o descanso
proposto pelas férias remuneradas.

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Por fim, quando o empregado fica em licença médica por doença ou acidente de trabalho e recebe da Previdência Social auxílio por
período superior a 6 meses durante o período aquisitivo de trabalho, suas férias são canceladas. Esta regra também vale se esses
períodos não forem contínuos. Aqui se entende que o afastamento por período tão amplo dificulta a vida do empregador, aumentando
muito os custos com esse empregado.

O que diz a lei

Art. 133 - Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo: (Redação dada pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de
abril de 1977)

I - deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 (sessenta) dias subsequentes à sua saída; (Incluído pelo Decreto-lei n. 1.535, de
13 de abril de 1977)
II - permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 (trinta) dias; (Incluído pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de
abril de 1977)

III - deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 (trinta) dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da
empresa; e (Incluído pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 1977)

IV - tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora
descontínuos. (Incluído pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 1977)

§ 2º - Iniciar-se-á o decurso de novo período aquisitivo quando o empregado, após o implemento de qualquer das condições previstas
neste Artigo, retornar ao serviço. (Incluído pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 1977)

§ 3º - Para os fins previstos no inciso III deste Artigo, a empresa comunicará ao órgão local do Ministério do Trabalho, com antecedência
mínima de 15 (quinze) dias, as datas de início e fim da paralisação total ou parcial dos serviços da empresa, e, em igual prazo,
comunicará, nos mesmos termos, ao sindicato representativo da categoria profissional, bem como afixará aviso nos respectivos locais
de trabalho. (Incluído pela Lei n. 9.016, de 30 de março de 1995) 

ADICIONAL DE FÉRIAS

QUESTÕES CORRELATAS AO PAGAMENTO DAS FÉRIAS


O especialista Ettore de Carvalho Oriol fala sobre como tratar das questões relacionadas ao 1/3 constitucional, abono pecuniário e das
férias em dobro

O Adicional Constitucional de Férias foi instituído no Artigo 7º da Constituição Federal de 1988 em seu inciso XVII que diz:

GOZO DE FÉRIAS ANUAIS REMUNERADAS COM, PELO MENOS, UM TERÇO A
MAIS DO QUE O SALÁRIO NORMAL.

Esse direito de 1/3 sobre a remuneração das férias é conhecido como 1/3 constitucional de férias. Esse dispositivo procurou garantir
que todos os empregados tivessem um valor extra para aproveitar melhor as suas férias, um valor que poderia ser utilizado para viagem
e passeios com a família.

Esse 1/3 constitucional deve ser calculado com base no salário total a que o empregado terá direito no período de férias. Isso quer dizer
que qualquer verba que refletir sobre o valor das férias do empregado, aumentando a sua base de cálculo, deve estar no 1/3
constitucional de férias. Isso faz com que o valor do 1/3 inclua em sua base de cálculo todas as verbas recebidas pelo empregado,
inclusive parcelas variáveis e adicionais que reflitam no valor principal das férias.

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O terço constitucional foi universalizado pela Constituição de 1988 e garantido a todos os trabalhadores. Esse direito é amplamente
seguido pelos empregadores e contratos de trabalho especiais como os de empregados intermitentes, contratos temporários, jovem
aprendiz, entre outros.

ABONO DE FÉRIAS
O empregado tem o direito de transformar parte de suas férias em abono pecuniário. Isso quer dizer que o legislador abriu mais uma
exceção à obrigação de cumprimento dos 30 dias de férias de forma ininterrupta.

Nessa exceção, o empregado pode trabalhar parte de suas férias para o seu empregador e receber esses dias trabalhados, na
proporção de seu salário normal, além do salário já devido pelo descanso das férias remuneradas.

Essa forma de “vender” parte das férias foi uma abertura que o legislador concedeu ao empregado que necessita de mais dinheiro e ao
empregador que não pode prescindir de seu trabalho. Assim, tanto o empregado como o empregador podem ter seus interesses
atendidos.

 ATENÇÃO
Essa “venda” de alguns dias de férias ao empregador também encontra limites na legislação, que determina como limite máximo de
venda 1/3 de seus dias de férias remuneradas. Assim, o empregado pode vender até 10 dias de suas férias quando esta for de 30
dias, o equivalente a 1/3 —percentual de referência, se as férias forem menores em razão das faltas durante o período aquisitivo.

Para que esse 1/3 seja convertido em abono pecuniário, é necessário que o empregado avise o empregador com prazo de até 15 dias
do período aquisitivo.

Essa é uma questão muito importante, pois o pedido fora do prazo pode ensejar a negativa do empregador, que tem liberalidade para
conceder pedidos fora do prazo legal, já que arca com os custos desse direito concedido ao empregado.

O que diz a lei:

Art. 143 - É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da
remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes. (Redação dada pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 1977 - Vide Lei
n. 7.923, de 1989)

§ 1º - O abono de férias deverá ser requerido até 15 (quinze) dias antes do término do período aquisitivo. (Incluído pelo Decreto-lei n.
1.535, de 13 de abril de 1977)

§ 2º - Tratando-se de férias coletivas, a conversão a que se refere este Artigo deverá ser objeto de acordo coletivo entre o empregador e
o sindicato representativo da respectiva categoria profissional, independendo de requerimento individual à concessão do abono.
(Incluído pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 1977)

Art. 144 - O abono de férias de que trata o Artigo anterior, bem como o concedido em virtude de cláusula do contrato de trabalho, do
regulamento da empresa, de convenção ou acordo coletivo, desde que não excedente de vinte dias do salário, não integrarão a
remuneração do empregado para os efeitos da legislação do trabalho. (Redação dada pela Lei n. 9.528, de 1998)

Art. 145 - O pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, o do abono referido no Art. 143 serão efetuados até 2 (dois) dias
antes do início do respectivo período. (Redação dada pelo Decreto-lei n. 1.535, de 13 de abril de 1977)

Parágrafo único - O empregado dará quitação do pagamento, com indicação do início e do término das férias. (Incluído pelo Decreto-lei
n. 1.535, de 13 de abril de 1977)

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. (FCC, 2017) JOSÉ, VENDEDOR EM LOJA DE CONFECÇÕES, SOLICITOU AO EMPREGADOR, MARCELO, DEZ DIAS ANTES
DO TÉRMINO DO RESPECTIVO PERÍODO AQUISITIVO, A CONVERSÃO DE 1/3 DO PERÍODO DE FÉRIAS EM ABONO
PECUNIÁRIO. POR SUA VEZ, EM MOMENTO POSTERIOR E COM ANTECEDÊNCIA DE SESSENTA DIAS, MARCELO INFORMOU
A JOSÉ A RESPEITO DO PERÍODO DESIGNADO PARA O RESPECTIVO GOZO DE FÉRIAS. O PAGAMENTO DE FÉRIAS
ACRESCIDAS DO TERÇO CONSTITUCIONAL FOI EFETUADO AO TRABALHADOR NO PRIMEIRO DIA APÓS O INÍCIO DAS
FÉRIAS. MARCELO NÃO PAGOU O ABONO PECUNIÁRIO, POR ENTENDER INDEVIDA NO CASO CONCRETO A CONVERSÃO
PARCIAL, DIANTE DA DATA DE SOLICITAÇÃO DA PROVIDÊNCIA. CONSIDERE QUE, DURANTE O PERÍODO AQUISITIVO, JOSÉ
HAVIA FALTADO SETE VEZES AO SERVIÇO, DE FORMA INJUSTIFICADA, TENDO HAVIDO DESCONTO SALARIAL. ALÉM
DISSO, NO MESMO PERÍODO AQUISITIVO, JOSÉ AUSENTOU-SE DO TRABALHO, DE MODO JUSTIFICADO, POR VINTE E
QUATRO DIAS NÃO CONSECUTIVOS. NESSA SITUAÇÃO HIPOTÉTICA,

A) José não faz jus à fruição de férias, pois possui mais de trinta e duas faltas no período aquisitivo.

B) José tem direito à conversão de 1/3 do período das férias em abono pecuniário, razão pela qual a falta de pagamento do abono gera
o direito à remuneração das férias em dobro, incluído o terço constitucional.
C) José faz jus ao gozo e remuneração de trinta dias de férias, acrescidas do terço constitucional, mas não à conversão de 1/3 do
período de férias em abono pecuniário.

D) É devido o pagamento a José, de forma simples, da remuneração de férias de vinte e quatro dias, incluído o terço constitucional, sem
direito à conversão de 1/3 das férias em abono pecuniário.

E) É devido a José o pagamento em dobro da remuneração de férias de vinte e quatro dias, incluído o terço constitucional, por ter sido
realizada a quitação pelo empregador fora do prazo legal.

2. (FCC, 2018) LUCAS, COM 20 ANOS, E SEU PAI, AGENOR, COM 47 ANOS, SÃO EMPREGADOS NA MESMA EMPRESA E
CUMPRIRAM O PERÍODO AQUISITIVO DE FÉRIAS. AO LONGO DO PERÍODO AQUISITIVO, LUCAS CONTOU COM 7 DIAS DE
AUSÊNCIAS INJUSTIFICADAS E AGENOR COM 4 DIAS DE AUSÊNCIAS INJUSTIFICADAS. O EMPREGADOR COMUNICOU A
LUCAS E AGENOR QUE ELES SAIRÃO DE FÉRIAS. NESSE CASO, SEGUNDO A LEI VIGENTE:

A) A concessão das férias deverá ser participada a Lucas e Agenor, por escrito ou verbalmente, com antecedência de, no mínimo, 15
dias.

B) Lucas terá direito a férias na proporção de 24 dias, e Agenor terá direito a férias na proporção de 30 dias.

C) O empregador não pode decidir o período de concessão das férias de Lucas e Agenor, pois a época da concessão das férias será a
que melhor consulte aos interesses do empregado.

D) Lucas e Agenor, independentemente de sua concordância e desde que assim decida o empregador, deverão usufruir das férias em
até três períodos. Um deles não poderá ser inferior a 14 dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a 5 dias corridos, cada um.

E) Lucas e Agenor terão direito a gozar férias no mesmo período, se assim o desejarem e independentemente de isso resultar em
prejuízo para o serviço.

GABARITO

1. (FCC, 2017) José, vendedor em loja de confecções, solicitou ao empregador, Marcelo, dez dias antes do término do
respectivo período aquisitivo, a conversão de 1/3 do período de férias em abono pecuniário. Por sua vez, em momento
posterior e com antecedência de sessenta dias, Marcelo informou a José a respeito do período designado para o respectivo
gozo de férias. O pagamento de férias acrescidas do terço constitucional foi efetuado ao trabalhador no primeiro dia após o
início das férias. Marcelo não pagou o abono pecuniário, por entender indevida no caso concreto a conversão parcial, diante
da data de solicitação da providência. Considere que, durante o período aquisitivo, José havia faltado sete vezes ao serviço, de
forma injustificada, tendo havido desconto salarial. Além disso, no mesmo período aquisitivo, José ausentou-se do trabalho,
de modo justificado, por vinte e quatro dias não consecutivos. Nessa situação hipotética,

A alternativa "E " está correta.

Quando o empregador deixa de conceder ao empregado as suas férias no período de gozo, até 12 meses após findo o período
aquisitivo de férias, ele deverá pagar as férias do empregado em dobro. Essa é uma punição ao empregador que não conceder as férias
no período correto, incluindo nesse direito o pagamento dos valores devidos, ou seja, mesmo que o empregado fique de férias no
período correto, se o valor correspondente a férias e 1/3 constitucional não forem pagos, o empregado terá o direito de receber em
dobro.

2. (FCC, 2018) Lucas, com 20 anos, e seu pai, Agenor, com 47 anos, são empregados na mesma empresa e cumpriram o
período aquisitivo de férias. Ao longo do período aquisitivo, Lucas contou com 7 dias de ausências injustificadas e Agenor
com 4 dias de ausências injustificadas. O empregador comunicou a Lucas e Agenor que eles sairão de férias. Nesse caso,
segundo a lei vigente:

A alternativa "B " está correta.


Segundo a CLT, o empregado que faltar durante o período aquisitivo de férias terá seu direito a férias remuneradas reduzido, conforme
faixas apresentadas nos incisos do Art. 130.

MÓDULO 2

 Analisar regras, provisões e pagamentos da gratificação natalina — 13º salário

GRATIFICAÇÃO NATALINA
Também conhecida como 13º salário, a gratificação natalina é um benefício que foi incorporado como direito positivo há pouco tempo no
Brasil. Especialistas dizem que gratificações de natal pagas pelo bom desempenho dos empregados eram uma prática comum nas
empresas. Essa questão foi bastante debatida no governo Vargas, em 1943, mas pressões de empresários evitaram a sua incorporação
à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o que ocorreu apenas em 1962.

Foto: Alf Ribeiro / Shutterstock.com

A aprovação da lei da gratificação natalina ocorreu durante um período bastante conturbado da nossa história. Com a renúncia do
presidente Jânio Quadros e a posse de João Goulart, foi instalado no Brasil um sistema parlamentarista com o intuito de restringir o
poder do então presidente, que tinha um claro viés socialista. Com as fortes pressões populares, principalmente de trabalhadores
urbanos, que cresciam em número e importância no país já há algum tempo, os parlamentares procuraram aprovar a gratificação
natalina como uma forma de apaziguar os ânimos.

A instituição dessa lei recebeu novamente forte pressão dos empresários, mas desta vez foi aprovada e recebeu a sanção do presidente
João Goulart em 13 de julho de 1962.

Com o passar do tempo, a gratificação natalina revelou-se um enorme incentivo ao comércio. A renda extra na época do Natal
movimenta a economia gerando renda e prosperidade ao país.

Com a vitória dos trabalhadores, que passaram a ter o direito de receber 1/12 (um doze avos) a mais por mês trabalhado, pagos no final
do ano como gratificação natalina, esse direito foi universalizado aos trabalhadores empregados no regime da CLT.

2
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Essa condição passou a ser a única exigência para a aquisição do direito, tornando o valor correspondente aos meses trabalhados
durante o ano vigente.

Um trabalhador contratado no mês de abril, por exemplo, terá direito a 9/12 (nove doze avos) de seu salário como gratificação natalina,
desde que trabalhe até o final do ano vigente. Essa proporcionalidade, além de garantir que todos os empregados recebam sua
gratificação de natal, ainda que tenham trabalhado apenas alguns meses no ano, distribui o custo dessa benesse uniformemente
durante o ano para os patrões, que ao final o incorporam mensalmente como um custo de produção.

CÁLCULO E PAGAMENTO DA PRIMEIRA PARCELA

Como vimos, a gratificação natalina está diretamente ligada à quantidade de meses que cada empregado trabalha durante o ano
calendário. Isso quer dizer que os cálculos são todos feitos com base no número de meses em que o empregado esteve a disposição da
empresa.

 ATENÇÃO

A gratificação natalina é paga sempre em duas parcelas. O Decreto 57.155/1965, em seu Artigo 3º, indica que “entre os meses de
fevereiro e novembro de cada ano, o empregador pagará, como adiantamento da gratificação, de uma só vez, metade do salário
recebido pelo empregado no mês anterior”.

Essa regra define como obrigatório o pagamento de um adiantamento de metade do salário do empregado como adiantamento de seu
13º salário. O empregador pode escolher o mês do pagamento, desde que dentro do prazo determinado.


SAIBA MAIS

Outro ponto importante nesse regramento é que o empregador não é obrigado a pagar todos os empregados no mesmo mês. Isso quer
dizer que os adiantamentos podem ser escalonados durante o ano, criando a sequência que for mais conveniente ao empregador. No
entanto, cada empregado deve receber o valor integral, sem parcelamentos.

“E EMPREGADOS QUE RECEBE ALGUM TIPO DE COMISSÃO?”

RESPOSTA

RESPOSTA
Para os empregados que recebem valores como comissões ou aqueles que recebem apenas valores variáveis, o empregador está
obrigado a pagar 1/12 (um doze avos) por cada mês do ano (até a data do pagamento do adiantamento) do valor total mensal
recebido pelo empregado. Esse cálculo procura dar ao empregado que recebe salário variável um tratamento justo e ao mesmo
tempo gerar ao empregador uma base uniforme de cálculo do adiantamento da gratificação natalina.

A legislação também autoriza expressamente o desconto do valor pago como adiantamento no valor devido no mês de dezembro.
Como se sabe, a CLT determina que nenhum desconto pode ocorrer nos salários dos empregados sem que haja lei que o autorize.

A legislação também dá ao empregado a possibilidade de requerer o adiantamento da primeira parcela do 13º salário junto com as
férias. Para que essa possibilidade seja aceita pelo empregador, é necessário que o empregado faça um requerimento até o mês de
janeiro do ano correspondente. Essa exigência procura resguardar o direito de programação do empregador com relação aos seus
desembolsos.

A PRIMEIRA PARCELA DO 13º SALÁRIO


O especialista Ettore de Carvalho Oriol fala sobre como tratar das peculiaridades do pagamento da primeira parcela do 13º salário.

CÁLCULO E PAGAMENTO DA SEGUNDA PARCELA

A segunda parcela do 13º salário deverá ser quitada até o dia 20 de dezembro, conforme indica a CLT e o decreto 57.155/65.

Foto: Shutterstock.com

A regra vale para o setor público e privado, garantindo assim que esse valor esteja nas mãos de todos os empregados antes das festas
de Natal. Esse direito garante um Natal com maior fartura e os empregados poderão usufruí-lo visando a atender seu intuito. Se
pensarmos que vivemos em uma sociedade majoritariamente cristã, podemos entender tal direito e sua principal função.

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A segunda parcela do 13º salário é o momento em que o empregador procede com o cálculo dos adicionais e dos descontos incidentes
sobre essa gratificação. Diversos adicionais — os noturnos, de insalubridade, de periculosidade, entre outros — incidem sobre esse
valor e incorporam seu valor base.

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As comissões e demais valores variáveis que incorporam a base de cálculo dos salários também incorporam o valor final do 13º salário
dos empregados.

Já os descontos são aplicados conforme regramento geral e específico. O Imposto de Renda Retido na Fonte também alcança o 13º
salário e dever ser retido e repassado para a Receita Federal.

Foto: Shutterstock.com

Esse tributo tem regras próprias, mas não trataremos delas aqui. O desconto da Contribuição Previdenciária também incide sobre o 13º
salário. A lógica para essa incidência é que o aposentado ou pensionista também terá o direito de receber futuramente a gratificação
natalina.

Além das incorporações e dos descontos, os valores pagos in natura também devem incorporar a gratificação natalina. Essa
incorporação deve acontecer por seu valor de desconto no salário do empregado. O valor equivale a cada tipo de salário in natura que o
empregado tenha direito, não podendo ser incorporados os valores de benefícios fornecidos para a execução do trabalho, valores esses
que não incorporam o salário tampouco a gratificação natalina.

Os valores pagos como primeira parcela do 13º salário devem ser descontados do pagamento do valor final. Esse desconto não fere a
regra de que nenhum valor pode ser descontado da remuneração dos empregados, já que a Lei e o Decreto garantem essa prerrogativa
ao empregador. Com isso, o adiantamento segue o mesmo padrão do adiantamento do salário mensal.

Quando o empregado é contratado ou demitido durante o ano, ele faz jus ao proporcional do 13º salário.

Esse cálculo é feito levando em consideração 1/12 (um doze avos) para cada mês trabalhado.

Qualquer fração de mês superior a 15 dias será computado como um mês completo para esse cálculo. Isso quer dizer que, se uma
pessoa for admitida no dia 10 de março e demitida no dia 10 de novembro, fará jus a 8/12 (oito doze avos) do salário mensal, acrescido
de todos os direitos que incorporam seu salário, como gratificação natalina proporcional.

Foto: Shutterstock.com

A data legal de pagamento da segunda parcela do 13º salário é 20 de dezembro — lembrando que metade desse valor deve ser pago
como adiantamento entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano. Como o mês de dezembro ainda não está fechado para que
o valor final do 13º salário seja calculado (principalmente no caso dos funcionários que recebem valores variáveis), a legislação indica
que o valor seja calculado na proporção de 1/11 (um doze avos) das remunerações até novembro e que até o dia 10 de janeiro seguinte
a diferença, se houver, seja apurada e paga aos empregados. Dessa forma, a lei procura padronizar a metodologia aplicada e gerar
uniformidade na aplicação do direito.

A lei trata também dos trabalhadores temporários e intermitentes, dando a eles os mesmos direitos que os trabalhadores com contrato
de trabalho tradicional — incluindo o trabalhador rural que trabalha por safra.

Na extinção do contrato de trabalho, é devido, de forma proporcional à sua duração, o pagamento do 13º salário aos empregados. Essa
regra segue a premissa de que o valor do 13º salário é ganho na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês trabalhado. Esse direito ao
13º salário proporcional ao tempo trabalhado foi estendido aos funcionários que se aposentam.


Essa extensão procura garantir ao aposentando a percepção de sua gratificação natalina por completo, pois o INSS só paga a
gratificação de Natal aos seus segurados proporcionalmente aos meses de seguridade.


Outro ponto abordado é a questão dos descontos de faltas. O art. 2º da Lei 4090/1962 garante que as faltas justificadas, ou seja,
aquelas concedidas como direito ao empregado, não serão descontadas do trabalhador. Isso ocorre também com o salário mensal
desse trabalhador. No entanto, em contradição a esse dispositivo, as faltas não justificadas poderão ser descontadas do 13º salário.

Esse desconto não acontece de forma direta, mas indireta: ao descontar as faltas injustificadas no salário mensal do trabalhador, esse
valor será a base para o cálculo do 13º salário na proporção de 1/12 (um doze avos). Portanto, o valor resultante será impactado pelo
desconto das faltas injustificadas.

 ATENÇÃO

TST. Súmula n. 46. As faltas ou ausências decorrentes de acidente do trabalho não são consideradas para os efeitos de duração de
férias e cálculo da gratificação natalina.
As demissões por justa causa provocam a perda do direito ao recebimento do 13º salário proporcional ao tempo já transcorrido — no
ano em que demissão acontece. Essa penalização está expressa no Decreto 57.155/1965 em seu artigo 7º. Dessa forma, se um
empregado é demitido por justa causa, qualquer valor que ele tenha recebido como adiantamento do 13º salário deverá ser descontado
dos valores devidos na rescisão.
Não havendo demissão por justa causa, os valores proporcionais do 13º salário são devidos. Mesmo
nesses casos o adiantamento pode ser compensado dos valores devidos como verbas rescisórias.

Os valores pagos aos empregados como salário utilidade deve ser incorporado ao 13º salário e pagos em pecúnia até o dia 20 de
dezembro. Conforme indica o artigo 5º do Decreto 57.155/1965,


QUANDO PARTE DA REMUNERAÇÃO FOR PAGA EM UTILIDADES, O VALOR
DA QUANTIA EFETIVAMENTE DESCONTADA E CORRESPONDENTE A ESSAS
SERÁ COMPUTADO PARA FIXAÇÃO DA RESPECTIVA GRATIFICAÇÃO.

Jaeger, 1995.

Esse dispositivo indica que a parte descontada do salário e paga em utilidades, ou seja, in natura, deve ser incorporado ao cálculo do
13º salário de forma integral, retornando ao seu valor original.

OUTROS GRATIFICAÇÕES

GORJETAS
GRATIFICAÇÃO SEMESTRAL
TRABALHADORES DOMÉSTICOS

GORJETAS

As gorjetas integram o salário base para o cálculo do 13º salário dos empregados. Essa conclusão é retirada por exclusão da
Súmula do TST n. 354, que firmou entendimento que, “apesar de as gorjetas integrarem a remuneração do empregado, não
servem de base de cálculo para apuração do aviso-prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado”. Esse
entendimento excluiu o reflexo das gorjetas sobre essa lista de direitos dos trabalhadores. Não obstante, a gratificação de Natal
não foi incluída nesse rol de direitos listados pelo julgador. Dessa forma, conclui-se que as gorjetas integram a base de cálculo da
gratificação natalina, lembrando que integram tanto as gorjetas cobradas pelo empregador e depois distribuídas aos empregados
como as gorjetas pagas diretamente aos empregados. Essa incidência refletirá também no recolhimento do FGTS por parte do
empregado na proporção de 8% do valor devido.

GRATIFICAÇÃO SEMESTRAL

A gratificação semestral que algumas categorias recebem de seus empregadores devem refletir sobre os valores pagos a título de
13º salário. Isso implica dizer que esses valores serão incluídos na base do 13º salário por seu duodécimo, ou seja, 1/12 avos do
valor efetivamente pago com gratificação semestral.

Quanto ao trabalhador avulso, a Constituição Federal de 1988 garantiu no artigo 7º que esse também teria direito ao 13º salário.
Esse direito foi garantido pela equiparação entre o empregado avulso e os empregados regulares no inciso XXXIV que preconiza a
“igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso”. Assim, o trabalhador
avulso também terá todos os direitos que um trabalhador permanente tem em seu contrato de trabalho.

TRABALHADORES DOMÉSTICOS

Já os trabalhadores domésticos passaram a ter o seu direito garantido com a Emenda Constitucional 72 de 2013. Diversos direitos
dos trabalhadores foram estendidos aos trabalhadores domésticos, incluindo o 13º salário. Com essa garantia constitucional, os
empregadores passaram a ter obrigação de fazer esse pagamento, não sendo mais uma liberalidade.

O que diz o Decreto 57.155/1965

ART. 1º
O pagamento da gratificação salarial, instituída pela Lei n. 4.090, de 13 de julho de 1962, com as alterações constantes da Lei n. 4.749,
de 12 de agosto de 1965, será efetuado pelo empregador até o dia 20 de dezembro de cada ano, tomando-se por base a remuneração
devida nesse mês de acordo com o tempo de serviço do empregado no ano em curso. Parágrafo único. A gratificação corresponderá a
1/12 (um doze avos) da remuneração devida em dezembro, por mês de serviço, do ano correspondente, sendo que a fração igual ou
superior a 15 (quinze) dias de trabalho será havida como mês integral.

ART. 2º
Para os empregados que recebem salário variável, a qualquer título, a gratificação será calculada na base de 1/11 (um onze avos) da
soma das importâncias variáveis devidas nos meses trabalhados até novembro de cada ano. A esta gratificação se somará a que
corresponder à parte do salário contratual fixo.

Parágrafo único. Até o dia 10 de janeiro de cada ano, computada a parcela do mês de dezembro, o cálculo da gratificação será revisto
para 1/12 (um doze avos) do total devido no ano anterior, processando-se a correção do valor da respectiva gratificação com o
pagamento ou compensação das possíveis diferenças.

ART. 3º
Entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, o empregador pagará, como adiantamento da gratificação, de uma só vez,
metade do salário recebido pelo empregado no mês anterior.
§ 1º - Tratando-se de empregados que recebem apenas salário variável, a qualquer título, o adiantamento será calculado na base da
soma das importâncias variáveis devidas nos meses trabalhados até o anterior àquele em que se realizar o mesmo adiantamento.

§ 2º - O empregador não estará obrigado a pagar o adiantamento no mesmo mês a todos os seus empregados.

§ 3º - A importância que o empregado houver recebido a título de adiantamento será deduzida do valor da gratificação devida.

§ 4º - Nos casos em que o empregado for admitido no curso do ano, ou, durante este, não permanecer à disposição do empregador
durante todos os meses, o adiantamento corresponderá à metade de 1/12 (um doze avos) da remuneração, por mês de serviço ou
fração superior a 15 (quinze) dias.

ART. 4º
O adiantamento será pago ao ensejo das férias do empregado, sempre que este o requerer no mês de janeiro do correspondente ano.

ART. 5º
Quando parte da remuneração for paga em utilidades, o valor da quantia efetivamente descontada e correspondente a essas, será
computado para fixação da respectiva gratificação.

ART. 6º
As faltas legais e as justificadas ao serviço não serão deduzidas para os fins previstos no art. 2º deste Decreto.

ART. 7º
Ocorrendo a extinção do contrato de trabalho, salvo na hipótese de rescisão com justa causa, o empregado receberá a gratificação
devida, nos termos do art. 1º, calculada sobre a remuneração do respectivo mês.

Parágrafo único. Se a extinção do contrato de trabalho ocorrer antes do pagamento de que se trata o Art. 1º, o empregador poderá
compensar o adiantamento mencionado no Art. 3º, com o valor da gratificação devida na hipótese de rescisão.

ART. 8º
As contribuições devidas aos Institutos de Aposentadoria e Pensões que incidem sobre a gratificação salarial serão descontadas
levando-se em conta o seu valor total e sobre este aplicando-se o limite estabelecido na Previdência Social.

Parágrafo único. O desconto, na forma deste Artigo, incidirá sobre o pagamento da gratificação efetuado no mês de dezembro.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. (FCC, 2016) SOBRE A GRATIFICAÇÃO DE NATAL:

A) Sendo solicitado pelo trabalhador até o mês de janeiro, a segunda parcela deve ser paga juntamente com a remuneração das férias,
desde que estas já tenham sido programadas.

B) O empregador pode definir a época da primeira parcela, desde que entre os meses de fevereiro e novembro, devendo o pagamento
ser feito a todos os empregados na mesma data.

C) Deve ser paga em duas parcelas, a primeira juntamente com as férias do empregado e a segunda até o dia 20 de dezembro.

D) Pode ser paga em uma única parcela, desde que o trabalhador assim o requeira e o pagamento seja realizado até o dia 20 de
dezembro.

E) A primeira parcela deve ser paga entre os meses de fevereiro e novembro, a critério do empregador, salvo se o empregado, até o
mês de janeiro, solicitar que esta parcela coincida com suas férias.
2. (FCC, 2015) CONSIDERANDO AS REGRAS LEGAIS SOBRE REMUNERAÇÃO E SOBRE 13 SALÁRIO, É CORRETO AFIRMAR:

A) Sendo parte da remuneração do empregado paga em utilidades, o valor da quantia efetivamente descontada e correspondente a
essas, será computado para fixação da gratificação natalina.

B) Para os que recebem salário variável, o valor da parcela da gratificação natalina paga em 20 de dezembro, descontada a
antecipação, é igual à média dos salários de novembro/ano anterior a novembro/ano referência.

C) Empregado que recebe a título de salário R$1.600,00 mensais, acrescido de R$950,00 como diárias para viagem, faz jus à
gratificação natalina, segundo o salário de R$1.600,00.

D) As gorjetas dadas pelos clientes, devido à sua espontaneidade e por não integrar a remuneração do empregado, são irrelevantes
para o pagamento da gratificação natalina.

E) O empregado que teve adiantado metade do 13º salário com as férias no mês de fevereiro, se dispensado por justa causa em 15 de
maio, deverá receber integralmente suas verbas rescisórias.

GABARITO

1. (FCC, 2016) Sobre a gratificação de Natal:

A alternativa "E " está correta.

Conforme dita a CLT, mesmo sendo uma liberalidade do empregador a escolha da data de pagamento do adiantamento do 13º salário,
esse deve ser pago entre os meses de fevereiro e novembro. A exceção a essa regra ocorre quando o empregado pede para que o
adiantamento seja pago junto das férias, desde que comunique ao empregador durante o mês de janeiro do ano calendário.

2. (FCC, 2015) Considerando as regras legais sobre remuneração e sobre 13 salário, é correto afirmar:

A alternativa "A " está correta.

Os valores pagos in natura integram o salário base do empregado no pagamento das férias e do 13º salário pelo seu valor efetivo.

MÓDULO 3

 Identificar o pagamento de diferença das férias e da gratificação natalina

APURAÇÃO E PAGAMENTO DAS FÉRIAS E DA GRATIFICAÇÃO


NATALINA
Os valores calculados para as férias e para a gratificação natalina (13º salário) dos empregados contêm algumas peculiaridades que
valem ser tratadas em conjunto, pois aumentam a percepção e o entendimento do praticante de Direito Trabalhista. Para além do
simples cálculo usual, temos as verbas remuneratórias diferenciadas que merecem atenção direcionada.

Todas as verbas trabalhistas que refletem sobre as férias e a gratificação natalina devem ser incorporadas aos cálculos, porque a sua
não inclusão implica ilícito por parte da empresa.

É na legislação trabalhista que o particular e o público mais se aproximam, a maioria das questões trabalhistas estão regradas em lei ou
em julgado e cabe ao empregador apenas cumpri-las. É aqui que a máxima doutrinária “só é permitido o que está expresso na lei” se
torna uma verdade, mesmo que parcial, tanto para o empregador público como para o empregador privado.
Com isso, calcular os valores devidos a título de férias ou gratificação natalina requer do gestor e do trabalhador de RH profundo
conhecimento e domínio das leis e dos cálculos. É nesse momento que o responsável aplica todo o seu conhecimento adquirido e pode
assegurar procedimentos que não exponham sua organização ao risco de processos e prejuízos.

A apuração dos valores das férias e do 13º salário seguem praticamente a mesma dinâmica. Em razão de algumas particularidades,
iremos abordar cada forma de cálculo separadamente, procurando pontuar as suas diferenças.

GRATIFICAÇÃO NATALINA OU 13º SALÁRIO


Para o cálculo do 13º salário, após o cumprimento do ano corrente, o valor considerado é o do salário recebido em dezembro, para
aqueles que recebem salário fixo.

Quando o empregado tem direito a remunerações variáveis, o valor é calculado pela soma dos valores recebidos mês a mês durante o
ano em tela e, depois, dividido por 12, ou seja, acumulados na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês trabalhado durante o ano
base.

Verbas como comissões, gorjetas que são basicamente variáveis, integrarão o valor do 13º salário pela sua média. Já adicionais como o
noturno, de periculosidade e de insalubridade comporão o valor das férias pelo valor pago em dezembro do ano corrente. A gratificação
de função de confiança também integra o valor do 13º salário e será paga com o valor do mês de dezembro do ano corrente.

Uma particularidade no cálculo do 13º salário é que, como ele deve ser pago até o dia 20 do mês de dezembro, o valor das verbas
variáveis do próprio mês de dezembro ainda não pode ser calculado. Dessa forma, a legislação resolve que os valores devem ser
calculados na proporção 1/11 (um onze avos) e este valor, por sua vez, deve ser ajustado até o dia 10 de janeiro recalculando na
proporção 1/12 (um doze avos) e incorporando dezembro, o que tornará o valor efetivamente calculado sobre o ano todo e permitirá os
ajustes nos recebíveis de janeiro do ano subsequente.

Acompanhe o exemplo a seguir para exercitar os cálculos comentados.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

O Sr. João da Silva, funcionário contratado pela empresa ABC S/A, receberá a sua gratificação natalina (13º salário) no dia 20 de
dezembro como todos os demais funcionário da empresa. Como ele está trabalhando na empresa há mais de dez anos, o valor a ser
pago se refere ao ano calendário completo. Imagine que você foi designado para calcular o valor do 13º salário do Sr. João.

Para que esse cálculo fosse feito, foram levantados os valores que o empregado recebeu no mês de dezembro do ano corrente.
- Horas de trabalho: 8 horas por dia e 40 horas por semana

- Salário base: R$4.000,00

- Comissão de vendas total nos últimos 11 meses: R$27.500.00

- Comissão de vendas para o mês de dezembro: R$42.500,00

- Gratificação semestral: R$12.000,00

- Horas extras pagas durante o ano corrente, não incluindo dezembro: 55 horas

- Tem direito a adicional de periculosidade

- Por ser chefe do setor, recebe um adicional de 70% do valor do seu salário base

Calculo salário mensal

Iniciamos a resolução do exemplo calculando o salário mensal do Sr. João, pois essa é a base para a concessão do 13º salário. Para
fazermos esse cálculo, partimos do salário base que é R$4.000,00 e encontramos o salário por hora. Como ele trabalha 40 horas
semanais, o divisor do salário mensal será 200 horas, conforme julgado do TST.

Salário por hora trabalhada = Salário mensal base/número de horas mensal

Salário por hora trabalhada = 4.000,00/200 = 20,00 por hora.


Calculo Horas extras

Na sequência, identificamos o salário base para o cálculo das horas extras. Nesse cálculo, além do salário base por hora, devem entrar
as comissões, as gratificações por função de confiança, o adicional de periculosidade, que é de 30% sobre o salário base, sem
acréscimo da gratificação (CLT, Art. 193). Assim, o cálculo do valor da hora extra fica da seguinte forma:

Hora extra = Hora de salário base + Hora de gratificação + Adicional de insalubridade (hora salário base * 30%) + Hora de
comissão de vendas do mês

COMISSÃO MENSAL
GRATIFICAÇÃO POR HORA
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
COMISSÃO DE VENDAS MENSAL

COMISSÃO MENSAL

A comissão mensal será considerada 27.500,00 /11 meses, o que perfaz 2.500 por mês.

GRATIFICAÇÃO POR HORA

A gratificação por hora é igual ao salário base x 70% = 4.000.00 x 70% = 2.800,00 de acréscimo no salário. Logo, o valor por hora da
gratificação é 2.800,00/200 horas = 14,00 por hora.
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

O adicional de periculosidade é de 30% sobre o salário base, logo o valor mensal do adicional é de R$1.200,00 por mês. O valor por
hora desse adicional fica em 1.200,00/200 horas mensal = 6,00 por hora.

COMISSÃO DE VENDAS MENSAL

A comissão de vendas mensal será considerada a média da comissão dos 11 meses do ano calendário, assim o valor será de
27.500,00. Ao dividirmos esse valor por 11 meses que completam o período aquisitivo, temos que 27.500,00/11 = 2.500,00, sendo esse
o valor médio mensal de comissões. Para chegar no valor por hora, basta dividir esse valor pelo número de horas que o empregado
trabalha por mês. Vale destacar que para as comissões e as horas extras praticadas durante o mês também devem entrar no cálculo do
valor por hora. Assim, como ele trabalhou 55 horas durante o ano calendário, vamos considerar essas horas de forma uniforme durante
o período de 11 meses, somando um total de 5 horas por mês. Assim, o valor da comissão por hora é igual a 2.500,00/200+5 = 12,20
por hora.

Hora extra por hora= 20,00 por h + 14,00 por h + 6,00 por h + 12,20 por h

Hora extra por hora = 52,20 por hora

Como a hora extra recebe um adicional de 50% sobre o valor base, o valor que deve ser considerado para cada hora extra é:

Hora extra por hora = 52,20 x 1,5 = 78,30 por hora extra

GRATIFICAÇÃO SEMESTRAL
A gratificação semestral será considerada para o pagamento do 13º salário na proporção 1/12 (um doze avos), conforme indica Súmula
do TST. Essa gratificação não reflete nas verbas de horas extras, por isso não foi considerada em nossos cálculos. Assim, o valor que
será considerado para o 13º salário é igual a: R$12.000,00/12 = 1.000,00.

Tendo o valor das horas extras já com o adicional apurado, é possível identificar o valor que o Sr. João recebeu de horas extras durante
o ano calendário de referência para o pagamento do 13º salário:

Horas extras totais = horas trabalhadas x hora extra por hora

Horas extras totais = 55 h x 78.30 por h = 4.306,50

Ao identificarmos o valor da hora extra total, passamos a ter todos os valores necessários para cálculo do valor do 13º salário devido ao
Sr. João. Iniciamos listando todos esses valores:

- Salário base: R$4.000,00

- Comissão de vendas mensal 1/11 avos: R$2.500,00

- 55 horas extras: R$4.306,50

- Adicional de periculosidade: R$1.200,00

- Adicional de gratificação de função: R$2.800,00

- Comissão semestral proporcional: R$1.000,00

O único valor que ainda não está na base mensal para o cálculo do valor do 13º salário é a hora extra. Nesse caso, o valor anual deve
ser considerado na proporção de 1/11 (um onze avos).

Assim, o valor será de R$4.306,50/ 1 = R$391,50 por mês.

Salário a ser recebido nas férias = Salário base + Comissão de vendas mensal + Horas extras mensal + Adicional de
periculosidade mensal + Gratificação de função mensal + Gratificação semestral proporcional

13º salário a ser recebido = 4.000,00 + 2.500,00 + 391,50 + 1.200,00 + 2.800,00 + 1.000,00 = 11.891,50
Após o cálculo do valor do 13º salário, o empregador poderá descontar o adiantamento pago no momento das férias e pagar apenas a
diferença apurada. Esse adiantamento é pago na proporção de 50% do salário pago no mês anterior ao pagamento do adiantamento do
13º salário.

O ajuste deste valor (que será pago em janeiro) segue a mesma lógica aqui empregada, apenas acrescentando os valores do mês de
dezembro e procedendo ao ajuste do valor pago. Se o valor foi menor, este deve ser complementado; se o valor foi maior, deve ser
descontado no pagamento de janeiro.

FÉRIAS
Para o cálculo das férias, após o cumprimento do período aquisitivo de 12 meses, o valor considerado é o do mês anteriormente
recebido, para aqueles que recebem salário fixo. Quando o empregado tem direito a remunerações variáveis, o valor é calculado pela
soma dos valores recebidos mês a mês durante o período aquisitivo e, depois, dividido por 12, ou seja, acumulados na proporção de
1/12 (um doze avos) por mês trabalhado.

Verbas como comissões e gorjetas, que são basicamente variáveis, integrarão o valor das férias do empregado pela sua média dentro
do período aquisitivo. Já adicionais como o noturno, de periculosidade e de insalubridade comporão o valor das férias pelo valor pago no
mês anterior à sua concessão. A gratificação de função de confiança também integra o valor das férias e será paga com o valor do mês
anterior à concessão.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

O Sr. João da Silva, funcionário contratado pela empresa ABC S/A, requereu suas férias para o dia 20 de julho de 2021. Como ele tinha
informado à empresa que desejava receber o adiantamento de 13º salário junto com as férias, a empresa pediu ao RH que calculasse
todos os valores a serem pagos. Para que esse cálculo fosse feito, foram levantados os valores que o empregado recebia na data da
retirada das férias.

- Data do termino do período aquisitivo: 15 de maio de 2021

- Horas de trabalho: 8 horas por dia e 40 horas por semana

- Salário base: R$4.000,00

- Comissão de vendas total nos últimos 14 meses: R$40.000.00, sendo que nos últimos dois meses somou R$10.000,00

- Gratificação semestral: R$4 10.000,00

- Horas extras pagas durante o período aquisitivo: 60 horas

- Tem direito ao adicional de periculosidade

- Por ser chefe do setor, recebe um adicional de 70% do valor do seu salário base

Cálculo salário mensal

Iniciamos a resolução do exemplo calculando o salário mensal do Sr. João, pois esta é a base para a concessão das férias. Para
fazermos esse cálculo, partimos do salário base que é R$4.000,00 e encontramos o salário por hora. Como ele trabalha 40 horas
semanais, o divisor do salário mensal será 200 horas, conforme julgado do TST.

Salário por hora trabalhada = Salário mensal base/número de horas mensal

Salário por hora trabalhada = 4.000,00/200 = 20,00 por hora



Cálculo Hora extra

Na sequência, identificamos o salário base para o cálculo da hora extra. Neste cálculo, além do salário base por hora, devem entrar as
comissões, as gratificações por função de confiança, o adicional de periculosidade, que aqui é de 30% sobre o salário base, sem
acréscimo da gratificação (CLT, Art. 193). Assim, o cálculo do valor da hora extra fica da seguinte forma:

Hora extra = Hora de salário base + Hora de gratificação + Adicional de insalubridade (hora de salário Base * 30%) + Hora de
comissão de vendas do mês

COMISSÃO MENSAL
GRATIFICAÇÃO POR HORA
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
COMISSÃO DE VENDAS MENSAL

COMISSÃO MENSAL

A comissão mensal será considerada 30.000,00/12 meses, o que perfaz 2.500 por mês.

GRATIFICAÇÃO POR HORA

A gratificação por hora é igual ao salário base x 70% = 4.000.00 x 70% = 2.800,00 de acréscimo no salário. Logo, o valor por hora da
gratificação é 2.800,00/200 horas = 14,00 por hora.

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

O adicional de periculosidade é de 30% sobre o salário base, logo o valor mensal do adicional é de R$1.200,00 por mês. O valor por
hora desse adicional fica em 1.200,00/200 horas mensal = 6,00 por hora.

COMISSÃO DE VENDAS MENSAL

A comissão de vendas mensal será considerada a média da comissão dos 12 meses do período aquisitivo, assim o valor será de
30.000,00. Ao dividirmos esse valor por 12 meses que completam o período aquisitivo, temos 30.000,00/12 = 2.500,00, este é o valor
médio mensal de comissões. Para chegar no valor por hora, basta dividir esse valor pelo número de horas que o empregado trabalha
por mês.

Vale destacar que, para as comissões, as horas extras praticadas durante o mês também devem entrar no cálculo do valor por hora.

Assim, como o Sr. João trabalhou 60 horas durante o período aquisitivo, vamos considerar essas horas de forma uniforme durante o
período de 12 meses, somando um total de 5 horas por mês. Assim o valor da comissão por hora é igual a 2.500,00/200 + 5 = 12.20 por
hora.
Hora extra por hora= 20,00 por hora + 14,00 por hora + 6,00 por hora + 12,20 por hora

Hora extra por hora = 52,20 por hora

Como a hora extra recebe um adicional de 50% sobre o valor base, o valor que se deve considerar para cada hora extra é:

Hora extra por hora = 52,20 x 1,5 = 78,30 por hora extra

Tendo o valor da hora extra já com o adicional apurado, é possível identificar o valor que o Sr. João recebeu de horas extras durante o
seu período aquisitivo:

Horas extra totais = horas trabalhadas x hora extra por hora

Horas extra totais = 60 horas x 78,30 por hora = 4.698,00

Ao identificarmos o valor da hora extra total, passamos a ter todos os valores necessários para o cálculo do valor das férias do Sr. João.
Iniciamos então listando todos esses valores:

- Salário base: R$4.000,00

- Comissão de vendas mensal 1/12 (um doze avos): R$2.500,00

- 60 horas extras: R$4.698,00

- Adicional de periculosidade: R$1.200,00

- Adicional de gratificação de função: R$2.800,00

O único valor que ainda não está na base mensal para o cálculo das férias é a hora extra. Nesse caso, o valor anual deve ser
considerado na proporção de 1/12 (um doze avos). Assim, o valor será de R$4.698,00/12 = R$391,50 por mês.

SALÁRIO FÉRIAS
Salário a ser recebido nas férias = Salário base + Comissão de vendas mensal + Horas extras mensal + Adicional de
periculosidade mensal + Gratificação de função mensal

Salário a ser recebido nas férias = 4.000,00 + 2.500,00 + 391,50 + 1.200,00 + 2.800,00

Salário a ser recebido nas férias = 10.891,50

1/3 DE FÉRIAS
Após o cálculo do valor do salário que o empregado receberá como férias, podemos agora calcular o valor do 1/3 constitucional de
férias. Esse valor incide sobre o valor total que o empregado receberá, portanto:

1/3 constitucional = Salário a ser recebido nas férias/3

1/3 constitucional = 10.891,50/3 = R$3.630,50

ADIANTAMENTO DO 13º
O adiantamento do 13º salário deve ocorrer com base no valor efetivamente recebido pelo empregado no mês imediatamente anterior
ao seu pagamento. Em nosso exemplo, o único valor que terá alteração é a comissão, pois ela foi de R$5.000,00 no mês anterior ao
pagamento das férias. Nesse caso, o valor que deve ser considerado para o adiantamento é:

Adiantamento do 13º salário = Salário base + Comissões do mês anterior + Horas extras do mês anterior + Adicional de
periculosidade + Gratificação de função + Gratificação semestral proporcional / 2

Adiantamento do 13º salário = (4.000,00 + 5.000,00 + 391,50 + 1.200,00 + 2.800,00 + 1000,00) /2

Adiantamento do 13º salário = R$6.695,75

Após todos esses cálculos, podemos afirmar que o Sr. João receberá R$10.891,50 como salário de férias e R$3.630,50 como 1/3
constitucional de férias.

Vale destacar que a gratificação semestral não repercute sobre as férias.


Como já vimos, outro ponto importante é que o empregado só terá direito a receber metade de seu 13º salário, se informar essa opção
durante o mês de janeiro do ano em que irá usufruir das férias. Caso contrário, o empregador pode negar esse pagamento e o fazer na
data que melhor lhe convier.

EXPLICAÇÃO DO EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO DAS FÉRIAS


O especialista Ettore de Carvalho Oriol explica os cálculos apresentados no exercício de fixação das férias, pois engloba o cálculo da
primeira parcela do 13º salário.

DESCONTOS LEGAIS
Os descontos que incidem sobre as férias e o 13º salário precisam ser autorizados por lei ou seguir o acordo coletivo de trabalho. A lei
procurou cobrir casos de descontos, por exemplo, quando o empregado é demitido por justa causa, o empregador fica desobrigado de
pagar o 13º salário ao empregado.


SAIBA MAIS

Outra categoria de descontos autorizada é o dos adiantamentos feitos aos empregados. Os adiantamentos podem ser descontados em
sua integralidade no momento do pagamento, principalmente em relação ao adiantamento do 13º salário. Neste caso, a Lei 4090/1963 e
o Decreto 57.155/1965 tratam desse desconto e o autorizam formalmente.
Outros descontos autorizados são os impostos e as contribuições sociais e previdenciárias. Nesses casos específicos, leis federais
regem os percentuais e a forma de processar os descontos. O regulamento do Imposto de Renda da Pessoa Física é um exemplo de
desconto obrigatório tanto no valor das férias como no valor do 13º salário (retido na fonte pelo empregador e repassado diretamente ao
Fisco).

A Contribuição Previdenciária é outro desconto obrigatório em ambos os benefícios e é utilizada para cobrir a aposentadoria futura dos
empregados. Além do valor descontado do funcionário, normalmente a empresa precisa recolher o percentual de 22% (alguns setores
têm percentual superior). Há setores que recebem alguns benefícios e podem calcular o valor da Contribuição Previdenciária Patronal
sobre o faturamento, com um percentual especificado em lei.

TRATAMENTO NA DEMISSÃO DO EMPREGADO


Quando um empregado é contratado durante o ano calendário, ele receberá seu 13º salário de forma proporcional. No momento da
demissão, tanto as férias como o 13º salário serão calculados de forma proporcional.

Em relação às férias, é contado o período aquisitivo transcorrido até a demissão do empregado. Este cálculo acontece
independentemente da data exata em que o empregado foi demitido, o valor será proporcional ao número de meses multiplicado por
1/12 (um doze avos) do salário do mês trabalhado correspondente ao cálculo.

Isso quer dizer que, se estamos calculando o valor devido em janeiro, devemos considerar o valor bruto pago em janeiro (incluindo
verbas como comissão, gorjetas e demais adicionais) e dividir por 12. Repetimos essa operação para todos os meses que fazem parte
da base de cálculo devida e, ao final, somamos todos eles.

Vale lembrar que as gorjetas são incorporadas à base de cálculo das férias, mas não refletem nas verbas recebidas no próprio mês
como horas extras, repouso semanal remunerado, adicional noturno e no aviso-prévio, conforme nos informa a Súmula n. 354 do TST.

Em relação ao 13º salário, como ele acontece dentro do ano calendário, sua contagem ocorre a partir de janeiro, fechando sempre em
dezembro do mesmo ano, na proporção mensal de 1/12 (um doze avos). Na admissão ou na demissão, qualquer período maior do que
15 dias de trabalho (durante o mês de entrada ou mês de saída) deve ser contado como um mês completo. Não se utilizam frações de
mês, é considerado o mês completo ou seu descarte no momento do cálculo. Essa não utilização de fração de mês ocorre também com
o pagamento proporcional das férias na demissão.

No momento de cálculo dos períodos devidos na demissão, é sempre bom lembrar que, para os funcionários demitidos por justa causa,
o 13º salário proporcional não será devido pelo empregador.

Como sabemos que as férias e o 13º salário na demissão são pagos de modo proporcional, acompanhe a seguir um exercício para
entender melhor esse cálculo, quando o empregado pede a demissão antes de completar um ano de trabalho.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

O Sr. João foi admitido no dia 18/03/2020 na empresa ABC S/A. Por não ter se adaptado bem ao serviço, resolveu pedir demissão em
22/10/2020, cumprindo seu aviso prévio até o dia 20/11/2020, data em que se desligou da empresa. Calcule quantos meses de férias e
de 13º salário ele tem para receber de seu empregador no acerto da demissão — lembre-se que o Sr. João pediu a demissão antes de
completar um ano de trabalho.

O cálculo das férias será feito com base no período de 18/03/2020 a 20/11/2020. Para esse cálculo, começamos a partir do dia da
admissão, que foi 18/03/2020, contando 1/12 (um doze avos) de seu salário base.

18/03 17/04 1/12


18/04 17/05 1/12

18/05 17/06 1/12

18/06 17/07 1/12

18/07 17/08 1/12

18/08 17/09 1/12

18/09 17/10 1/12

18/10 17/11 1/12

18/11 20/11 2 dias: não contar o 1/12

Total: 8/12 (oito doze avos) para as férias

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Tabela: Elaborada por Ettore de Carvalho Oriol

2. Em relação ao 13º salário, a contagem deve considerar apenas as frações superiores a 15 dias, conforme indica a legislação. Assim,
de 18/03/2020 a 30/03/2020 não serão contados, pois perfazem um período inferior a 15 dias.

Obs.: Normalmente, os cálculos de dias são feitos de acordo com o mês comercial (considerado de 30 dias corridos),
independentemente do mês que se está calculando.

18/03 30/03 (12 dias: não contarão para o pagamento do 13º salário)

01/04 30/04 (30 dias)

01/05 30/05 (30 dias)

01/06 30/06 (30 dias)

01/07 30/07 (30 dias)


01/08 30/08 (30 dias)

01/09 30/09 (30 dias)

01/10 30/10 (30 dias)

01/11 20/11 (20 dias: contarão para o pagamento do 13º salário)

Total: 8/12 (oito doze avos) para o 13º salário

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Tabela: Elaborada por Ettore de Carvalho Oriol

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. (FCC, 2018) MAURÍCIO E A EMPRESA LXG TRATORES LTDA. CHEGARAM A UM ACORDO PARA RESCINDIREM O
CONTRATO DE TRABALHO, EM VIGOR HÁ CINCO ANOS. A EMPRESA PAGOU A MAURÍCIO, A TÍTULO DE VERBAS
RESCISÓRIAS, METADE DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO E DAS FÉRIAS PROPORCIONAIS + 1/3; JÁ O SALDO DE SALÁRIO,
AS FÉRIAS VENCIDAS + 1/3 E O 13º SALÁRIO PROPORCIONAL FORAM PAGOS INTEGRALMENTE, COM O SAQUE DE 50%
DOS DEPÓSITOS DO FGTS ACRESCIDOS DA MULTA DE 20%. SOBRE AS VERBAS RESCISÓRIAS,

A) Foram pagas de forma errada, uma vez que o 13º salário proporcional também é devido pela metade e não integralmente.

B) Foram pagas corretamente, não tendo direito o obreiro a gozar do Programa do Seguro-Desemprego.

C) Foram pagas corretamente, mas o obreiro tem direito a gozar do Programa do Seguro-Desemprego, devendo o empregador lhe
entregar as respectivas guias.

D) Foram pagas de forma errada, uma vez que são devidas as férias proporcionais + 1/3 de forma integral e o saque de 80% dos
depósitos do FGTS.

E) Não existe esta modalidade de rescisão do contrato de trabalho na legislação vigente, tendo em vista a impossibilidade de saque de
apenas 50% dos depósitos.

2. (FCC, 2003) UM EMPREGADO, DEPOIS DE TER TRABALHADO DURANTE DOIS ANOS E SEIS MESES PARA O MESMO
EMPREGADOR, SEM TER TIRADO FÉRIAS, PEDE DEMISSÃO. NESTA HIPÓTESE, O EMPREGADO DEVERÁ RECEBER, ALÉM
DE OUTRAS VERBAS:

A) Férias em dobro relativas ao primeiro período aquisitivo, férias simples relativas ao segundo período aquisitivo e férias proporcionais
de 6/12.
B) Dois períodos de férias simples e férias proporcionais de 6/12.

C) Dois períodos de férias em dobro e férias proporcionais de 6/12.

D) Somente dois períodos de férias simples, tendo em vista que as férias proporcionais não são devidas no pedido de demissão.

E) Férias simples relativas ao segundo período aquisitivo e férias proporcionais de 6/12, sendo que o primeiro período aquisitivo já está
alcançado pela prescrição.

GABARITO

1. (FCC, 2018) Maurício e a empresa LXG Tratores Ltda. chegaram a um acordo para rescindirem o contrato de trabalho, em
vigor há cinco anos. A empresa pagou a Maurício, a título de verbas rescisórias, metade do aviso prévio indenizado e das
férias proporcionais + 1/3; já o saldo de salário, as férias vencidas + 1/3 e o 13º salário proporcional foram pagos integralmente,
com o saque de 50% dos depósitos do FGTS acrescidos da multa de 20%. Sobre as verbas rescisórias,

A alternativa "D " está correta.

Em caso de dispensa por justa causa o empregador não está obrigado a pagar o 13º salário proporcional.

2. (FCC, 2003) Um empregado, depois de ter trabalhado durante dois anos e seis meses para o mesmo empregador, sem ter
tirado férias, pede demissão. Nesta hipótese, o empregado deverá receber, além de outras verbas:

A alternativa "A " está correta.

Quando o empregador deixar de pagar o valor dentro do prazo legal de 12 meses após findo o período aquisitivo, terá de pagar essas
férias em dobro, além de proceder com o efetivo gozo das férias por aparte do empregado.

CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após o estudo deste conteúdo e o entendimento dos diversos aspectos relacionados às práticas trabalhistas no âmbito da concessão de
férias e 13º salário, podemos afirmar que esses dois benefícios partilham, em grande parte, do mesmo regramento. No entanto, as suas
particularidades quanto ao cálculo os distinguem consideravelmente.

As principais diferenças entre férias e 13º salário são a forma de contagem, a data de pagamento e o que deve ser considerado e não
considerado em seu cálculo de valor. Tais informações foram amplamente discutidas durante a apresentação dos módulos e deram uma
base sólida para o seu entendimento para que você cresça na área profissional escolhida.
REFERÊNCIAS
BRASIL. A Constituição e o Supremo. Consultado eletronicamente em: 10 fev. 2021.

BRASIL. Índice de Súmulas do TST. Resolução n. 220 de 18 de setembro de 2017. Brasília, 2017.

BRASIL. Casa Civil. Decreto-Lei 5452 de 1º de maio de 1943. Brasília, 1943.

BRASIL. Casa Civil Lei 4090 de 13 de julho de 1962. Brasília, 1962.

BRASIL. Casa Civil Decreto 57.155 de 3 de novembro de 1965. Brasília, 1965.

EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados:

Aprofunde-se nas legislações correlatas aos temas de estudo. A legislação vigente em nosso arcabouço jurídico é facilmente
encontrada no site do Planalto (planalto.gov.br) — sempre atualizado. As páginas disponibilizam tanto a legislação original quanto
a legislação consolidada, apresentando as mudanças ocorridas ao longo do tempo. Links para decretos correlacionados com as
leis apresentadas possibilitam mais aprofundamento nas matérias.

Visite o site do STF (stf.jus.br) para consultar a constituição e todas as súmulas vinculantes emitidas pelo STF e demais
julgamentos — cada um relacionado ao Artigo a que se refere.

CONTEUDISTA
Ettore de Carvalho Oriol

 CURRÍCULO LATTES

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