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salarial e FGTS
As férias estão previstas nos artigos 129 e seguintes da Consolidação das Leis do Trabalho, a
CLT, e também há referência a elas no inciso XVII, do artigo 7.º da Constituição Federal.
A finalidade das férias, assim como dos demais intervalos remunerados e não remunerados, é
garantir a saúde física, psíquica e mental do trabalhador. É permitir que durante os períodos de
descanso o trabalhador recupere suas forças através de descanso e lazer, afinal espera-se que o
obreiro mantenha sua capacidade laborativa por vários anos até sua aposentadoria.
Assim, as férias, como o mais longo dos intervalos da jornada de trabalho, têm uma finalidade
imediata, que é salvaguardar a saúde do trabalhador e outra mediata, que é, através da proteção
ao obreiro, garantir a manutenção da sociedade como um todo ao proteger a cada um de seus
membros.
Férias são um direito do empregado (art. 129, CLT) que as conquista a cada 12 meses de
vigência do contrato de trabalho (art.130, caput, CLT). Porém, na verdade, as férias envolvem
dois direitos e não apenas um. O primeiro deles é o direito ao descanso, ao intervalo na jornada
de trabalho, mas este intervalo deve, obrigatoriamente, ser remunerado e aqui se encontra o
outro direito, o direito à remuneração das férias (art. 7.º, XVII, CF; art. 129, in fine, CLT).
A quantidade de dias de férias a que faz jus o trabalhador está condicionada a sua modalidade
de contrato de trabalho, se de tempo integral (art. 58, CLT) ou de tempo parcial (art. 58-A,
CLT), como também à quantidade de faltas injustificadas que ele teve durante o período
aquisitivo, na seguinte proporção:
Para aqueles que laboram em jornada integral (art. 130, CLT), o empregado tem direito a:
Para aqueles que trabalham em jornada parcial, as férias são concedidas na seguinte proporção
em virtude da duração semanal do trabalho (art. 130-A, CLT):
O empregado em regime parcial que tiver mais de 7 faltas ao serviço terá seu período de férias
reduzido pela metade (art. 130-A, parágrafo único, CLT).
1.3. Faltas
A lei proíbe expressamente ao empregador descontar as faltas dos dias de férias do empregado
(CLT, art. 130, §2.º). A quantidade de faltas é usada para determinar o número de dias do
período de férias do obreiro.
A CLT enumera dos casos em que a ausência do empregado não é considerada falta (art. 131,
CLT; TST súmula n.º 89) e, portanto, não são computadas para a proporcionalidade das férias:
- nos casos de gala (3 dias; II, art. 473, CLT), nojo (2 dias; I, art. 473, CLT), licença-paternidade
(5 dias; art. 10, § 1.º, ADCT), doação voluntária de sangue (1 dia a cada 12 meses; IV, art. 473,
CLT), alistamento eleitoral (2 dias; V, art. 473, CLT), nos dias em que realizar vestibular para
ingresso em Instituição de Ensino Superior (VII, art. 473, CLT) e pelo tempo que se fizer
necessário para cumprir as obrigações do serviço militar (VI, art. 473, CLT), para comparecer
em juízo (VIII, art. 473, CLT) e na qualidade de representante de entidade sindical, estiver
participando de reunião oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro (IX,
art. 473, CLT);
O período de férias conquistado pelo obreiro deve ser concedido nos 12 meses subsequentes ao
período aquisitivo (art. 134, CLT).. A este período de 12 meses em que o empregador deve
conceder férias ao empregado e que se seguem imediatamente após o período aquisitivo, dá-se
o nome de período concessivo.
As férias devem ser concedidas em um único período (art. 134, CLT), apenas excepcionalmente
podendo ser concedidas em dois períodos, nenhum deles inferior a 10 dias corridos (§ 1.º, art.
134, CLT). Esta exceção não se aplica a menores de 18 anos e maiores de 50 que
obrigatoriamente gozam as férias em um só período (§ 2.º, art. 134, CLT).
O empregador é quem escolhe o período de férias do empregado (art. 136, CLT), porém o
empregado estudante menor de 18 anos tem o direito de fazer suas férias coincidirem com as
escolares (§ 2.º, art. 136). Membros de uma mesma família que laborem no mesmo
estabelecimento ou empresa podem sair de férias no mesmo período desde que assim o desejem
e não haja prejuízo ao serviço por sua ausência (§ 1.º, art. 136, CLT).
A comunicação das férias deve feita ao empregado pelo empregador, por escrito e com
antecedência mínima de 30 dias (art. 135, CLT) e seu início não pode coincidir com sábado,
domingo ou feriado (TST-SDC, precedente normativo n.º 100).
Durante as férias o empregado está proibido de prestar serviços a outro empregador a não ser
que esteja obrigado por força de contrato de trabalho já existente (art. 138, CLT).
O período de férias é computado como de efetivo serviço para todos os efeitos legais (§ 2.º, art.
130, CLT).
A CLT prevê casos em que o empregado perde o direito a férias e que tem início novo período
aquisitivo (§ 2.º, art. 133, CLT):
✓ quando pede demissão e só é readmitido depois de 60 dias de sua saída (I, art. 133,
CLT);
✓ quando goza licença remunerada pela empresa por 31 dias ou mais (II, art. 133, CLT);
✓ quando segue recebendo salários por mais de 30 dias em virtude de paralisação da
empresa (III, art. 133, CLT); e,
✓ quando, por mais de 6 meses, mesmo que descontínuos, o empregado recebeu benefícios
do INSS por acidente de trabalho ou auxílio-doença (IV, art. 133, CLT).
O empregado que estiver no curso do primeiro período aquisitivo terá direito a férias
proporcionais (art. 140, CLT), iniciando-se novo período aquisitivo.
O pagamento das férias deve ser feito até 2 dias antes de seu início (art. 145, CLT).
A não concessão das férias dentro de seu respectivo período concessivo gera a obrigação do
empregador de pagá-las em dobro (art. 137, CLT). Paga-se em dobro apenas a quantidade de
dias que extrapolaram o período concessivo (TST, súmula n.º 81).
A lei faculta ao empregado converter um terço de suas férias em abono pecuniário (art. 143,
caput, CLT), o que convencionou-se chamar de “vender as férias”.
O abono de férias é uma opção do empregado que deve exercê-la até 15 dias antes do fim do
período aquisitivo (§ 1.º, art. 143, CLT) e é inaplicável aos empregados sob regime parcial (§
3.º, art. 143, CLT).
2. EQUIPARAÇÃO SALARIAL
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 7º, incisos XXX e XXXI, determina:
“Art. 7. (...)
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de
critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e
critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência;”
A Constituição Federal propaga a isonomia salarial, dando uma maior amplitude ao conceito
de paridade salarial, tendo em vista o princípio da antidiscriminação e o princípio da igualdade.
Portanto, trabalhos semelhantes sob as orientações de mesmo empregador ou grupo econômico
devem possuir padrões salariais iguais, determinismo de funções e de critérios de admissão.
2.1. Requisitos
✓ Identidade funcional;
✓ Identidade do empregador; e
✓ Identidade de localidade.
“Art. 461.
1º - Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for
feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre
pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a 2 (dois)
anos; (...).”
Perfeição técnica, diz respeito à qualidade da concretização das atividades laborativas aferidas
aos paragonizados, que pode vir a inviabializar a equiparação salarial. Por isso, é bom sempre
estar atento as avaliações de trabalho realizados anualmente ou semestralmente pelo
empregador e arquivados junto aos Recursos Humanos da empresa, pois anexo ao seu histórico
funcional dirá qual a eficiência e comprometimento empreendida pelo empregado na execução
de suas funções.
E a produtividade é um requisito quantitativo, que não deve ser confundido com relação
produtividade-produção da atividade empresária, mas ao rendimento laboral dos obreiros.
Também, exige-se um critério temporal para equiparação, que é uma limitação prescricional
para a perpetuidade dessa relação que surtirá efeito no ajuizamento da Reclamatória Trabalhista
e que a jurisprudência pacificou como termo inicial o prazo de dois anos contados a partir que
o equiparado passou a exercer a mesma função de seu paradigma, e não do início da relação de
emprego. E no inciso IX, do enunciado Sumular de nº 6 do TST, a prescrição para reaver as
diferenças salariais através da Reclamatória Trabalhista é de cinco anos retroativos, contados
da data do requerimento perante a Justiça Trabalhista.
Por fim, no requisito da localidade, os paragonizados devem exercer a mesma função, com igual
perfeição técnica e apresentar mesma produtividade e estarem submetidos ao mesmo
empregador, numa prestação de trabalho em mesma localidade. O inciso X da súmula nº 6 do
TST, trata desse conceito, o qual define como mesmo município ou a municípios distintos que,
comprovadamente, pertençam à mesma região metropolitana.
Tais circunscrições geográficas, definidas pela própria relação de trabalho, devem possuir
características que não apresente elementos justificativos para a existência de diferenças
salarias, como lugares inóspitos ou isolados de centros urbanizados, de difícil acesso. Ou cuja
prática local de mercado de trabalho, na relação de demanda de mão-de-obra, crie
diferenciações de salário de uma região na outra.
Como exceção a essa regra trazem os parágrafos I e II, do artigo 461, da CLT, esclarecendo que
no caso de existência de Planos de Cargos e Carreiras não há o porquê de se falar em
equiparação salarial, tendo em vista que os critérios do plano de carreira podem obedecer a
critérios alternativos de antiguidade e merecimento, observados tais critérios estabelecidos para
as promoções.
Observação importante a ser feita, é que os entes da administração pública indireta, as empresas
públicas, que intervém diretamente no mercado de capital e concorre com as instituições
privadas, e por isso, possuem personalidade jurídica privada, estão excluídos dessa exceção e
para verem seus Planos de Carreira com ampla aplicação nos contratos de trabalho devem os
homologar perante o Ministério do Trabalho.
Outra consideração a ser feita acerca do instituto da Equiparação Salarial é que, também, não
há por que se falar em equiparação quando o paradigma está em readaptação funcional, pois
aquele que passa pelo reposicionamento funcional por motivo de doença superveniente do
trabalho (física ou mental) mantém-se percebendo o mesmo valor do salário correspondente a
função que exercia anteriormente ao seu afastamento. Isto se deve a previsão constitucional do
artigo 10, inciso XXXI, bem como no parágrafo 4º, do artigo 461, da CLT.
O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, conhecido pela sigla FGTS foi criado em 1.966
pela Lei n. 5.107 e regulamentado pelo Decreto 59.820/66, com o objetivo de proteger o
trabalhador contra a demissão imotivada. Já foram publicadas diversas leis para regulamentar
o FGTS, atualmente é regido pela Lei n. 8.036/90, principal fonte de consulta para as questões
que o envolve.
Estão incluídos todos os obreiros que desenvolvem suas funções sob o regime da Consolidação
das Leis do Trabalho. E também, os trabalhadores temporários, os avulsos, os trabalhadores
safreiros, os atletas profissionais, os trabalhadores rurais e os empregados domésticos.
Importante frisar, que o salário é toda contraprestação paga diretamente pelo empregador ao
seu empregado, em dinheiro ou utilidade, por decorrência do serviço realizado. A remuneração
consiste no somatório da gorjeta com o salário.
O doutrinador Sergio Pinto Martins em consonância com o art. 3º da Lei n. 8.036/90 ensina: “a
administração desse fundo será feito pelo Conselho Curador, formado por representantes dos
trabalhadores, dos empregadores e órgãos e entidades governamentais, cabendo a ele
determinar as metas e os programas gerais a serem realizados”. (MARTINS, 2.008, p. 437).
Nesse sentindo afirma Eduardo Gabriel Saad: “O FGTS se agigantou e, pouco a pouco, de
instrumento que era para garantir o tempo de serviço do empregado transformou-se num
Leviatã, com vida própria e fins diferentes. Hoje o FGTS e seu agente operador (a CEF)
vinculam-se tão intimamente com a economia nacional, com a política habitacional e com a
norma evolução da indústria da construção civil que a garantia do tempo de serviço foi relegada
para um segundo plano. Reside nessa distorção o gradual endurecimento das normas legais e
regulamentares referentes à movimentação das contas vinculadas”.
3.2. Depósitos
Os depósitos serão feitos na conta vinculada do trabalhador, que, se não a possuir, será aberta
pelo empregador. Os valores pertinentes aos depósitos não recolhidos deverão ser pagos e
creditados na conta vinculada do empregado, sendo vedado o pagamento direto ao trabalhador.
O art. 18 da Lei n.° 8.036/90 determina que a empresa deposite na conta vinculada do
trabalhador, na rescisão do contrato de trabalho, os valores relativos aos depósitos referentes ao
mês da rescisão e ao imediatamente anterior que ainda não houverem sido recolhidos.
Com a edição da Lei n.º 8.036/90 o prazo passou a ser até o dia 7 do mês subsequente ao
vencido. Não se fala, portanto, em 7.º dia útil do mês, mas no dia 7 (art. 15 da Lei n.º 8.036/90).
Quando o dia 7 não for dia útil, o recolhimento deverá ser antecipado. Os depósitos são feitos
pelo empregador ou o tomador de serviços. O FGTS não é descontado do salário, é obrigação
do empregador.
O empregador que não realizar os depósitos do FGTS, no prazo legal, responderá pela
incidência da Taxa Referencial (TR) sobre a importância correspondente (art. 22 da Lei n.º
8.036/90). Sobre o valor dos depósitos, acrescido da TR, incidirão, ainda, juros de mora de
0,5% ao mês ou fração e multa, sujeitando-se, também, às obrigações e sanções previstas no
Decreto-lei n.º 368/68. A incidência da TR será cobrada por dia de atraso, tomando-se por base
o índice de atualização das contas vinculadas do FGTS.
A multa terá a seguinte gradação: (a) 5%, no mês de vencimento da obrigação; (b) 10%, a partir
do mês seguinte ao do vencimento da obrigação. Na cobrança judicial dos créditos do FGTS
incidirá encargo de 10%, que reverterá para o Fundo, para ressarcimento dos custos por ele
incorridos, o qual será reduzido para 5%, se o pagamento se der antes do ajuizamento da
cobrança.
✓ Dispensa sem justa causa por parte do empregador; nos casos de despedida
indireta, de culpa recíproca e de força maior;
✓ Extinção total da empresa, fechamento de quaisquer de seus estabelecimentos,
filiais ou agências, supressão de parte de suas atividades, ou, ainda, falecimento do
empregador pessoa física, sempre que qualquer dessas ocorrências implique a
rescisão do contrato de trabalho, comprovada por declaração escrita da empresa,
suprida, quando for o caso, por decisão judicial transitada em julgado;
✓ Aposentadoria concedida pela Previdência Social. Nesse caso, a autorização para
o saque é feita pela Previdência Social, independentemente do fornecimento de guia
por parte do empregador;
✓ Pagamento de parte das prestações decorrentes do financiamento habitacional
concedido no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação, desde que: o mutuário
conte com o mínimo de três anos de trabalho sob o regime do FGTS na mesma
empresa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/fgts.htm
https://www.passeidireto.com/arquivo/5993639/aula---fgts-bem-explicado-galera/2
http://www.sitesa.com.br/contabil/conteudo_trabalhista/procedimentos/p_trabalhista/g03.html