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ROTEIRO DE AULA DIREITO DO TRABALHO II – 2022/1

UNIDADE I - FÉRIAS

1) Conceito: Corresponde ao Descanso Anual Remunerado que o trabalhador


possui o direito de usufruir, desde que tenha adquirido o respectivo direito. Em
suma, as férias correspondem ao período do contrato de trabalho em que o
empregado não presta serviços ao empregador, mas recebe remuneração, após
ter adquirido o direito no decurso dos doze primeiros meses de vigência do seu
contrato de trabalho.

Principais Dispositivos Legais sobre Férias: art. 129 a 153 CLT e art.
7°, XVII CF

Art. 7º CF - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do
que o salário normal;

Art. 129 CLT - Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período
de férias, sem prejuízo da remuneração.

2) Princípios Básicos Aplicáveis às Férias (Amauri Mascaro do Nascimento


– para Mauricio Godinho tais princípios correspondem as Características
das Férias):

a) Anualidade para Adquirir o Direito: o empregado somente fará jus ao


gozo das férias, após completar um ano de serviços prestados na
empresa (chamado de Período Aquisitivo);

b) Remunerabilidade: as Férias são concedidas sem prejuízo da


Remuneração do período, e, além disso, à remuneração se soma ao
chamado 1/3 Constitucional;
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c) Irrenunciabilidade: o Empregado não pode dispor das férias, ou seja, as


Férias se tratam de um Direito Irrenunciável, amparado por Norma de
Ordem Pública;

3) Duração das Férias

Regra Geral: o padrão geral das Férias, no Brasil, é de 30 dias corridos,


independente se o mês da concessão possui 28 ou 31 dias.

Art. 130 CLT - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato
de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção:

I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5


(cinco) vezes;

4) PARCELAMENTO DAS FÉRIAS – ART. 134, §1º CLT

➢ ANTIGA REDAÇÃO DO ART. 134, § 1º CLT - Somente em casos


excepcionais serão as férias concedidas em 2 (dois) períodos, um dos
quais não poderá ser inferior a 10 (dez) dias corridos.

➢ NOVA REDAÇÃO DA LEI 13.467 (Reforma Trabalhista) – Art. 134, §


1o CLT - Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão
ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser
inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a
cinco dias corridos, cada um.

✓ Art. 134, § 2º CLT (REVOGADO PELA REFORMA


TRABALHISTA LEI 13.467/2017) - Aos menores de 18
(dezoito) anos e aos maiores de 50 (cinquenta) anos de
idade, as férias serão sempre concedidas de uma só vez.

➢ Art. 134, § 3o CLT (parágrafo incluído com a aprovação da Lei


13.467/2017) - É vedado o início das férias no período de dois dias que
antecede feriado ou dia de repouso semanal remunerado.
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Contrato de Trabalho Por Tempo Parcial – Art 58-A CLT:

➢ ANTES DA REFORMA - REDAÇÃO ANTIGA DO Art. 58-A CLT


- Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração
não exceda a vinte e cinco horas semanais.

❖ Esses trabalhadores não podiam fazer horas extras e não


tinham direito a Abono Pecuniário

❖ Esses trabalhadores faziam jus a Férias em quantidade menor de


dias de descanso, sob o argumento de que sofrem menos
desgaste após um ano de trabalho.

❖ Proporção do número de dias de Férias (art. 130-A CLT) – para


os trabalhadores contratados sob o regime de tempo parcial, a
proporção da duração de férias refere-se ao número de horas
trabalhadas, e não ao número de faltas como ocorre com o
empregado comum, podendo variar de 18 a 8 dias de férias.

Art. 130-A CLT (revogado pela reforma trabalhista Lei 13.467/2017) - Na


modalidade do regime de tempo parcial, após cada período de doze meses de
vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte
proporção:

I - dezoito dias, para a duração do trabalho semanal superior a vinte e duas


horas, até vinte e cinco horas;

II - dezesseis dias, para a duração do trabalho semanal superior a vinte


horas, até vinte e duas horas;

III - quatorze dias, para a duração do trabalho semanal superior a quinze


horas, até vinte horas;

IV - doze dias, para a duração do trabalho semanal superior a dez horas,


até quinze horas;

V - dez dias, para a duração do trabalho semanal superior a cinco horas,


até dez horas;

VI - oito dias, para a duração do trabalho semanal igual ou inferior a cinco


horas.

Parágrafo único. O empregado contratado sob o regime de tempo parcial que


tiver mais de sete faltas injustificadas ao longo do período aquisitivo terá o
seu período de férias reduzido à metade.
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Número de dias de Férias


Duração do Trabalho
Semanal Até 07 Faltas Mais de 07 Faltas
Injustificadas Injustificadas

Superior a 22h até 25h 18 09

Superior a 20h até 22h 16 08

Superior a 15h até 20h 14 07

Superior a 10h até 15h 12 06

Superior a 05h até 10h 10 05

Igual ou Inferior a 05 horas 08 04

✓ NOVA REDAÇÃO DO ART. 58-A CLT DADA PELA LEI 13.467/2017-


Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja
duração não exceda a trinta horas semanais, sem a possibilidade de
horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja duração não
exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade de
acréscimo de até seis horas suplementares semanais.

 PARÁGRAFOS §6º E 7º DO ART. 58-A CLT ADICIONADOS


PELA LEI 13.467/2017:

Art. 58-A, § 6o CLT - É facultado ao empregado contratado sob regime de tempo


parcial converter um terço do período de férias a que tiver direito em abono
pecuniário.

§ 7o As férias do regime de tempo parcial são regidas pelo disposto no art. 130
desta Consolidação.”
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4) Período Aquisitivo (arts. 130 CLT)

Definição do Período Aquisitivo - O direito às férias é adquirido após 12


meses de vigência do contrato de trabalho, seja por prazo determinado
ou indeterminado.

Contagem do Período Aquisitivo - Para a contagem de férias se inclui


o primeiro dia trabalhado. Assim, a contagem não é feita por ano civil
(de janeiro a dezembro) e sim por aniversário da data de admissão.

❖ Deve-se destacar que, o Período Concessivo, bem como, o


Aviso Prévio indenizado ou trabalhado também compõe a
contagem do período aquisitivo.
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EX: o empregado começa a trabalhar no dia 01/01/2008, assim, ele terá que
trabalhar até 31/12/2008 para gozar do direito às férias.

Faltas Injustificadas no Período Aquisitivo - O artigo 130 da CLT


dispõe que, após cada período de 12 meses trabalhados o Empregado
terá direito às Férias na seguinte proporção:

Art. 130 CLT - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato
de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção:
I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5
(cinco) vezes;
II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14
(quatorze) faltas;
III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e
três) faltas;
IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta
e duas) faltas.

No de Faltas Injustificadas no Período de Gozo de Férias


Período Aquisitivo

Até 5 dias 30 dias corridos (30-6=24)

De 6 a 14 dias 24 dias corridos (24-6=18)

De 15 a 23 dias 18 dias corridos (18-6=12)

De 24 a 32 dias 12 dias corridos

De 33 dias pra cima Perde o direito ao Gozo das


Férias

▪ CONCLUSÃO: As Faltas Injustificadas ocorridas no período aquisitivo


reduzem quantitativamente o período de Férias, sendo vedada a permuta
de dias de falta pelos correspondentes dias de repouso, ou seja, os dias
de faltas não podem ser simplesmente compensados (a cada dia de falta
o empregador não pode descontar um dia de férias do empregado), uma
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vez que, a proporcionalidade disposta no art. 130 CLT tem que ser
respeitada.

Art. 130, §2º CLT - O período das férias será computado, para todos os
efeitos, como tempo de serviço.

Faltas Justificadas: 131 e 132 CLT

5) Período Concessivo (art. 134 CLT)

Definição do Período Concessivo - As férias serão concebidas ao


empregado nos 12 meses subsequentes à data em que haja adquirido o
direito. É o que se chama de período concessivo, sendo este o período
que compreende os 12 (doze) meses após o vencimento do período
aquisitivo.

❖ Dessa forma, existem 12 meses para que o empregado adquira o


direito às suas férias, tendo o empregador mais 12 meses para
concedê-las

Ex: Imagine um Empregado admitido em 01.02.2008. O seu primeiro período


aquisitivo de férias será contado de 01.02.2008 a 31.01.2009, e o período
concessivo de 01.02.2009 a 31.01.2010.

EX 2: 01/01/2008 ------- 31/12/2008 (P.A) 01/01/2009 ----------- 31/12/2009 (P.C):


O Período Concessivo, no exemplo, vai de 01/01/2009 a 31/12/2009, assim, o
Empregador tem até 02/12/2009 para conceder as Férias ao seu Empregado,
pois o último dia de férias do trabalhador deverá ocorrer até 31/12/2009.
Caso contrário as férias serão pagas em Dobro (art. 137 CLT).

➢ ANTIGA REDAÇÃO DO Art. 134 CLT - As férias serão concedidas por


ato do empregador, em um só período, nos 12 (doze) meses
subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito.
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§ 1º - Somente em casos excepcionais serão as férias concedidas em 2


(dois) períodos, um dos quais não poderá ser inferior a 10 (dez) dias corridos
(Fracionamento das Férias).

§ 2º - Aos menores de 18 (dezoito) anos e aos maiores de 50 (cinquenta)


anos de idade, as férias serão sempre concedidas de uma só vez.

➢ NOVA REDAÇÃO DA LEI 13.467 (Reforma Trabalhista) – Art. 134, §


1o CLT - Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão
ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser
inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a
cinco dias corridos, cada um.

✓ Art. 134, § 2º CLT (REVOGADO PELA REFORMA


TRABALHISTA LEI 13.467/2017) - Aos menores de 18
(dezoito) anos e aos maiores de 50 (cinquenta) anos de
idade, as férias serão sempre concedidas de uma só vez.

Art. 134, § 3o CLT (parágrafo incluído com a aprovação da Lei 13.467/2017)


- É vedado o início das férias no período de dois dias que antecede feriado ou
dia de repouso semanal remunerado.

Art. 137 CLT - Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata
o art. 134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração.

Época da Concessão: o empregador que fixará a data de concessão das


férias, de acordo com a época que melhor atenda aos interesses da
empresa.

Art. 136 CLT - A época da concessão das férias será a que melhor consulte os
interesses do empregador.

§ 1º - Os membros de uma família, que trabalharem no mesmo


estabelecimento ou empresa, terão direito a gozar férias no mesmo período, se
assim o desejarem e se disto não resultar prejuízo para o serviço.
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§ 2º - O empregado estudante, menor de 18 (dezoito) anos, terá direito a


fazer coincidir suas férias com as férias escolares.

Aviso da Concessão: o Empregado deverá ser avisado com


antecedência mínima de 30 dias sobre quando será concedida as suas
férias. A Lei exige a comunicação escrita, não sendo válida a
comunicação verbal.

❖ A partir do momento em que o empregador comunica a concessão


das férias, somente poderá alterá-la com o consentimento do
empregado, que poderá sair na data comunicada sem que isso
configure indisciplina – posição do Doutrinador Sergio Pinto
Martins.

Art. 135 CLT - A concessão das férias será participada, por escrito, ao
empregado, com antecedência de, no mínimo, 30 (trinta) dias. Dessa
participação o interessado dará recibo.

Férias Fora do Período Concessivo art. 134 e 137 CLT (Férias em


Dobro): Sempre que as férias forem concedidas após o prazo do período
concessivo, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração –
o empregado terá direito a gozar das férias e receber o pagamento da
mesma em dobro
❖ ATENÇÃO: a dobra se refere à forma de pagamento e não ao
período de descanso.

Concessão em parte Dentro do Período Concessivo e Parte Fora do


Período Concessivo - Caso fração das férias seja concedida, parte
dentro do período concessivo e parte fora, serão pagos em dobro
APENAS os dias gozados após o período e de forma simples os dias
concedidos dentro do prazo – Súmula 81 TST.

Súmula 81 TST - FÉRIAS - Os dias de férias gozados após o período legal de


concessão deverão ser remunerados em dobro.
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6) Fixação das Férias Por Sentança- art. 137, §1º e 2º CLT.

Art. 137 CLT - Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata
o art. 134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração.

§ 1º - Vencido o mencionado prazo sem que o empregador tenha concedido


as férias, o empregado poderá ajuizar reclamação pedindo a fixação, por
sentença, da época de gozo das mesmas.

§ 2º - A sentença dominará pena diária de 5% (cinco por cento) do salário


mínimo da região, devida ao empregado até que seja cumprida.

7) Impedimento de Prestar Serviços durante às Férias:

Art. 138 CLT - Durante as férias, o empregado não poderá prestar serviços a
outro empregador, salvo se estiver obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de
trabalho regularmente mantido com aquele.

❖ Alguns Doutrinadores como a Vólia Bomfim Cassar e Sérgio


Pinto Martins defendem que o Empregador teria inclusive o direito
de fiscalizar o trabalhador e, constatado que o mesmo prestou
serviços a terceiros durante as férias poderia puni-lo
disciplinarmente pelo ato faltoso.

8) Forma de Pagamento das Férias

Remuneração: Salário da época da concessão das férias + 1/3 CF. - A


remuneração das férias será aquela da época da concessão ou da
extinção do contrato de trabalho, quando indenizadas – art. 142 CLT c/c
Súmula 7 TST.

EX: Estevão, admitido em 01/02/2008, completa o primeiro período


aquisitivo (Férias 2008/2009) em 31.01.2009, quando seu salário é de
R$1.200,00. No mês de junho de 2009, o Empregador lhe concede
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aumento, reajustando seu salário para R$1.320,00. Em stembro/2009,


Estevão é promovido e passa a receber salário de R$ 2.600,00. Em
seguida, lhe são concedidas férias no período de 02.12.2009 a
31.12.2009. – Embora no caso narrado o salário de Estevão, na época da
aquisição do direito às Férias, fosse R$ 1.200,00, fará ele jus à
remuneração das férias pelo valor de seu salário à época da concessão,
qual seja R$ 2.600,00 acrescidos de 1/3!

Art. 7, XVII CF – O Empregado possui direito ao gozo de férias anuais


remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; - 1/3
Constitucional possui Natureza Jurídica Salarial e é Irrenunciável.

Art. 142 CLT - O empregado perceberá, durante as férias, a remuneração que


lhe for devida na data da sua concessão.

Prazo para Pagamento da Remuneração das Férias - Art. 145 CLT - O


pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, o do abono
referido no art. 143 serão efetuados até 2 (dois) dias antes do início do
respectivo período.

 OJ-SDI1-386 TST - FÉRIAS. GOZO NA ÉPOCA PRÓPRIA.


PAGAMENTO FORA DO PRAZO. DOBRA DEVIDA. ARTS. 137 E 145
DA CLT.

É devido o pagamento em dobro da remuneração de férias, incluído o terço


constitucional, com base no art. 137 da CLT, quando, ainda que gozadas na
época própria (dentro do período concessivo), o empregador tenha descumprido
o prazo previsto no art. 145 do mesmo diploma legal.

Ex: Joel foi admitido na empresa em 01.02.2008, tendo completado seu primeiro
período aquisitivo em 31.01.2009. Seu empregador lhe concedeu as férias
respectivas em 02.03.2009 a 31.03.2009, tendo efetuado o pagamento
correspondente as Férias em 02.03.2009, sob o argumento que o segundo dia
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anterior ao início das Férias era sábado, dia em que a empresa não funciona –
Neste caso Joel fará juz ao pagamento em Dobro das Férias, uma vez que,
embora o Empregador tenha concedido Férias dentro do período concessivo
respectivo, deixou de cumprir o prazo da data de pagamento estabelecido no art.
145 CLT.

9) Base de Cálculo (Integraram a base de cálculo):

art. 142, § 5º CLT – Os adicionais por trabalho extraordinário, noturno, insalubre


ou perigoso serão computados no salário que servirá de base ao cálculo da
remuneração das férias.

10) Abono Pecuniário (Abono de Férias) – art. 143 CLT

Conceito - O Abono Pecuniário nada mais é do que a possibilidade do


Empregado vender 1/3 de suas Férias, ou seja, o Abono Pecuniário é a
conversão de 1/3 das férias em pecúnia.

Ex: Assim, imaginando que o Empregado tenha direito a 30 dias de


Férias, ele teria a Faculdade de vender 1/3 das mesmas, isto é, 10 dias
de suas Férias (transformar 1/3 de suas férias em pecúnia – dinheiro).

Art. 143 CLT - É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do período de
férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe
seria devida nos dias correspondentes.

Abono de Férias Individuais - Direito Potestativo do Empregado - o


Empregado possui a faculdade de escolher se vende ou não 1/3 das suas
férias. Sendo a venda das férias solicitada dentro do prazo legal, não
poderá o Empregador se opor a esse pedido (o Empregador não poderá
se opor ao pedido de venda das Férias do Empregado, caso tal
solicitação seja feita até 15 dias antes do término do período
aquisitivo).
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Art. 143, § 1º CLT - O abono de férias deverá ser requerido até 15 (quinze) dias
antes do término do período aquisitivo.

Natureza Jurídica - O Abono Pecuniário possui Natureza Jurídica


Indenizatória e Não Salarial, assim, não integra a Remuneração do
trabalhador, logo, não incide sobre FGTS nem no INSS, DESDE QUE
NÃO exceda a 20 dias de salário (só excederá caso o empregadoo tenha
direito a mais de 30 dias de férias) – art. 144 CLT.

Art. 144 CLT - O abono de férias de que trata o artigo anterior, bem como o
concedido em virtude de cláusula do contrato de trabalho, do regulamento da
empresa, de convenção ou acordo coletivo, desde que não excedente de vinte
dias do salário, não integrarão a remuneração do empregado para os efeitos da
legislação do trabalho.

Férias Coletivas e Abono Pecuniário – No caso de Férias Coletivas,


somente poderá haver Abono Pecuniário se houver previsão em Acordo
Coletivo de Trabalho – art. 143, § 2º CLT.

§ 2º - Tratando-se de férias coletivas, a conversão a que se refere este artigo


deverá ser objeto de acordo coletivo entre o empregador e o sindicato
representativo da respectiva categoria profissional, independendo de
requerimento individual a concessão do abono.

Posicionamento TST sobre a Remuneração do Abono Pecuniário:


http://www.tst.jus.br/noticias/-/asset_publisher/89Dk/content/tst-confirma-
que-terco-constitucional-de-ferias-nao-incide-sobre-abono-pecuniario
Notícias do TST
TST confirma que terço constitucional de férias não incide sobre abono
pecuniário
(Qui, 03 Abr 2014 20:20:00)
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A Subseção I Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) do Tribunal


Superior do Trabalho negou provimento a embargos interpostos por um
empregado da Caixa Econômica Federal que pretendia que o cálculo do abono
de um terço de férias incidisse também sobre os dez dias de descanso não
gozados e pagos pela empresa (abono pecuniário). O benefício é garantido pela
Constituição da República a todo o trabalhador na época do descanso anual,
mas, de acordo com a decisão, o cálculo do terço constitucional deve ser feito
somente sobre a remuneração normal de 30 dias, sem a inclusão do período
convertido em pecúnia.

O ministro Lelio Bentes Corrêa, relator dos embargos na SDI-1, explicou que,
nos termos da Súmula 328 do TST, o terço de férias deve ser calculado sobre
os 30 dias. "O empregado não tem direito ao pagamento do terço constitucional
sobre o abono de que trata o artigo 143 da CLT quando as férias de 30 dias já
foram pagas com acréscimo de um terço", destacou.

A decisão da SDI-1 confirmou julgamento anterior da Sétima Turma do TST, que


reformou decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região (CE) favorável
à pretensão do empregado. A Turma entendeu que o empregado que
converte dez dias de férias em abono pecuniário faz jus ao pagamento do
valor correspondente ao salário mais um terço, além da remuneração
normal dos dez dias trabalhados. "Assim, por exemplo, um empregado
com salário de R$ 900,00 vai receber R$ 900 + R$ 300 pelas férias, além da
remuneração equivalente a dez dias de trabalho (R$300), totalizando
R$1.500", explicou, na ocasião, o relator do recurso de revista, ministro
Alexandre Agra Belmonte.

Ao manter a decisão da Turma, o ministro Lelio Bentes lembrou que o TST, como
Corte uniformizadora da jurisprudência trabalhista, a partir da interpretação da
norma do artigo 143 da CLT, vem firmando entendimento no sentido de que, uma
vez que o terço incida sobre os 30 dias, o pagamento de 1/3 sobre o abono
pecuniário resultaria no chamado bis in idem– ou seja, duas condenações sobre
um mesmo fato.

Num dos precedentes citados pelo relator, o ministro Agra Belmonte esclarece
que se o empregado concorda em vender parte das férias, "é lógico que ele não
tem direito a mais um terço; se o período de férias é de 30 dias, ele tem direito
aos 30 dias correspondentes". Assim, como a Constituição garante o terço sobre
a remuneração de férias, "não há como se entender que o abono de que trata
o caput do artigo 143 da CLT esteja incluído nessa previsão, já que de férias não
se trata".

(Augusto Fontenele e Carmem Feijó)

Processo: RR-102-98.2011.5.07.0007

11) Férias Coletivas (arts. 139 a 141 CLT)


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Férias Coletivas - ocorrem quando o empregador concede a TODOS os


trabalhadores de determinado estabelecimento ou ainda para PARCELA
de seus empregados (Empregados de determinados setores) férias no
MESMO período.

Enquanto nas Férias Individuais o Fracionamento pode ser de até 03


períodos, nas Férias Coletivas poderá ser no máximo em 02
períodos.

Art. 139 CLT - Poderão ser concedidas férias coletivas a todos os empregados
de uma empresa ou de determinados estabelecimentos ou setores da empresa.

§ 1º - As férias poderão ser gozadas em 2 (dois) períodos anuais desde que


nenhum deles seja inferior a 10 (dez) dias corridos.

Formalidades relativas à Concessão das Férias Coletivas

❖ Comunicação do Início e Fim das Férias ao MTE e Sindicatos


no Prazo de 15 dias – aqui cabe ao Empregador apenas
Comunicar / tornar pública a concessão das Férias Coletivas. Não
há a exigência de que as Férias Coletivas sejam aprovadas pelo
MTE e Sindicatos, e sim apenas que elas sejam comunicadas a
esses órgãos.

§ 2º - Para os fins previstos neste artigo, o empregador comunicará ao órgão


local do Ministério do Trabalho, com a antecedência mínima de 15 (quinze) dias,
as datas de início e fim das férias, precisando quais os estabelecimentos ou
setores abrangidos pela medida.

§ 3º - Em igual prazo, o empregador enviará cópia da aludida comunicação


aos sindicatos representativos da respectiva categoria profissional, e
providenciará a afixação de aviso nos locais de trabalho.
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Férias Coletivas para Empregados com o Período Aquisitivo


Incompleto - Art. 140 CLT - Os empregados contratados há menos de
12 (doze) meses gozarão, na oportunidade, férias proporcionais,
iniciando-se, então, novo período aquisitivo.

Ex: O Empregado foi admitido em 01.05.2010, e a empresa concedeu férias


coletivas de 30 dias a partir de 01.01.2011. No hipótese, Empregado ainda
não tinha direito a 30 dias de férias, já que possuía apenas 8 meses de
serviço. Qual seria então a solução?

▪ A concessão das Férias Coletivas interessa ao Empregador, logo é ele


quem deve arcar com o ônus de solucionar esta questão.
▪ RESPOSTA: O Empregado gozará de 20 dias de Férias Proporcionais
(8/12 de 30 dias), e então permanece os outros 10 dias em Licença
Remunerada, tendo em vista que a Empresa (o estabelecimento como
todo ou o setor do trabalhador) está com as atividades paralizadas. – O
Empregado receberá o 1/3 de Férias relativo aos 20 dias (que são as suas
Férias por direito), e os outros 10 dias serão remunerados como dias
normais à disposição do Empregador.
▪ OBS: Para saber a quantidade de dias que a proporção das Férias
proporcionais corresponde aos 30 dias de Férias – Deve-se dividir 30
por 12 e multiplicar pelo duodécimos das férias proporcionais. EX: 30
dividido por 12 X 8 = 20 dias de Férias Proporcionais.

12) Tipos de Pagamento de Férias

Férias Simples: é aquela em que o Empregador concedeu Férias dentro


do Período Concessivo e efetuou o pagamento das mesmas;

Férias Dobradas (Remuneração em Dobro das Férias): é aquela


devida quando as Férias são concebidas Fora do Período Concessivo ou
quando pagas fora do prazo estabelecido no art. 145 CLT – art. 137 CLT.
Forma de Pagamento: (Salário + 1/3 CF) x 2;

Férias Proporcionais (Súmulas 14, 171, 261 e 382 TST): quando não
se cumpre os 12 meses do Período Aquisitivo, o Empregado, desde que
não tenha sido Demitido por Justa Causa, terá direito a receber Férias
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Proporcionais aos meses que trabalhou em tal Período Aquisitivo.


Lembrando que, no Pedido de Demissão o trabalhador possui direito as
férias proporcionais – Súmula 261 TST.

▪ Proporção: Para cada mês ou fração superior a 14 dias (ou seja


15 dias em diante) de trabalho (ou vigência do contrato de trabalho)
o empregado possui direito a 1/12 de férias – art. 146, par. único
CLT.

Art. 146 CLT- Na cessação do contrato de trabalho, qualquer que seja a sua
causa, será devida ao empregado a remuneração simples ou em dobro,
conforme o caso, correspondente ao período de férias cujo direito tenha
adquirido.

Parágrafo único - Na cessação do contrato de trabalho, após 12 (doze) meses


de serviço, o empregado, desde que não haja sido demitido por justa causa, terá
direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias, de acordo com o
art. 130, na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de serviço ou fração
superior a 14 (quatorze) dias

EX: 01/01/2007 (Data da Admissão) ------ 01/06/2007 (Dispensado) – neste


caso o Empregado receberia 6/12 de Férias Proporcionais (recebe relativo a
6 meses e não 5 meses que foi a quantidade que trabalhou, pois conta-se os
30 dias do Aviso Prévio).

Súmula 171 TST - Dispensa do Empregado - Remuneração Proporcionais


das Férias - Extinção
Salvo na hipótese de dispensa do empregado por justa causa, a extinção do
contrato de trabalho sujeita o empregador ao pagamento da remuneração das
férias proporcionais, ainda que incompleto o período aquisitivo de 12 (doze)
meses (art. 147 da CLT).

Súmula 261 TST - Demissão Espontânea - Férias Proporcionais


O empregado que se demite antes de completar 12 (doze) meses de serviço tem
direito a férias proporcionais.
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13) Culpa Recíproca

Art. 484 CLT - Havendo culpa recíproca no ato que determinou a rescisão do
contrato de trabalho, o tribunal de trabalho reduzirá a indenização à que seria
devida em caso de culpa exclusiva do empregador, por metade.

Súmula 14 TST - Culpa Recíproca - Contrato de Trabalho - Aviso Prévio -


Férias - Gratificação Natalina
Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da
CLT), o empregado tem direito a 50% (cinqüenta por cento) do valor do aviso
prévio, do décimo terceiro salário e das férias proporcionais.

14) Perda do Direito a Férias

Art. 133 CLT - Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período
aquisitivo:

I - deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 (sessenta) dias


subseqüentes à sua saída;

II - permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais


de 30 (trinta) dias;

III - deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 (trinta)


dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa;

IV - tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de


trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora
descontínuos.

§ 1º - A interrupção da prestação de serviços deverá ser anotada na Carteira


de Trabalho e Previdência Social.

§ 2º - Iniciar-se-á o decurso de novo período aquisitivo quando o


empregado, após o implemento de qualquer das condições previstas neste
artigo, retornar ao serviço.

§ 3º - Para os fins previstos no inciso lIl deste artigo a empresa comunicará


ao órgão local do Ministério do Trabalho, com antecedência mínima de 15
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(quinze) dias, as datas de início e fim da paralisação total ou parcial dos serviços
da empresa, e, em igual prazo, comunicará, nos mesmos termos, ao sindicato
representativo da categoria profissional, bem como afixará aviso nos respectivos
locais de trabalho.

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