Art.

473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário:

(Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

I - até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente,

descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho e previdência
social, viva sob sua dependência econômica; (Inciso incluído pelo Decreto-lei nº 229,
de 28.2.1967)

II - até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento; (Inciso incluído

pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

III - por um dia, em caso de nascimento de filho no decorrer da primeira semana;

(Inciso incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

IV - por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária de

sangue devidamente comprovada; (Inciso incluído pelo Decreto-lei nº 229, de
28.2.1967)

V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos têrmos da
lei respectiva. (Inciso incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar

referidas na letra "c" do art. 65 da Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar).
(Incluído pelo Decreto-lei nº 757, de 12.8.1969)

VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular
para ingresso em estabelecimento de ensino superior. (Inciso incluído pela Lei nº
9.471, de 14.7.1997)

VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo.
(Incluído pela Lei nº 9.853, de 27.10.1999)

IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de

entidade sindical, estiver participando de reunião oficial de organismo internacional do qual o
Brasil seja membro. (Incluído pela Lei nº 11.304, de 2006)

X - até 2 (dois) dias para acompanhar consultas médicas e exames complementares

durante o período de gravidez de sua esposa ou companheira; (Incluído dada
pela Lei nº 13.257, de 2016)

XI - por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) anos em consulta
médica. (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

XII - até 3 (três) dias, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de realização de
exames preventivos de câncer devidamente comprovada. (Incluído pela Lei nº 13.767,
de 2018)

O EMPREGADOR
-empresa individual ou coletiva
-assume os riscos da atividade econômica
-possui poder de direção; assalaria
-empregador por equiparação -profissionais liberais, instituições de beneficência,
associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos. - art. 2, §1º CLT:
 Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo
os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.

§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de

emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações
recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como
empregados.

-lucro NÃO é requisito para ser empregador.

Grupo de empresas (PJ necessariamente)

-empresas com CNPJ próprio, mas que pertencem ao mesmo dono (sócio majoritário) =
grupo econômico hierarquizado
-várias empresas que não possuem relação de controle e direção, mas exercem atividades
econômicas que se complementam = grupo econômico não hierarquizado

Efeito: solidariedade. São consideradas empregador ÚNICO.

OBS: mera identidade de sócios não caracteriza grupo econômico

Sucessão trabalhista: mudança de dono não afeta direitos trabalhistas. A empresa que é o
empregador, não seus sócios.
Intangibilidade dos contratos de trabalho: quem compra assume tudo, todas as
responsabilidades.
Sócio retirante: sócio que se retira responde subsidiariamente pelas obrigações
trabalhistas da sociedade relativas ao período que figurou como sócio. Responde até 2
anos. Ordem de preferência- empresa devedora; sócios atuais; sócios retirantes

Classificação dos contratos de trabalho

- prestação de serviços não eventuais; exigência de experiência prévia (não pode por
tempo superior a 6 meses; certidão de antecedentes - em regra não pode exigir.
exceções: vigilante, cuidador de idosos
- Características: autonomia privada, consensual, bilateral, sinalagmático, oneroso,
intuitu personae, obrigação de fazer, execução continuada e prestação sucessiva
- trabalho proibido- policial e empresa privada Sumula 386 do TST reconhece relação
de emprego.

1- contrato de trabalho intermitente

Alternância de prestação de serviços. Um tempo trabalha, um tempo não trabalha.
Característica marcante: IMPREVISIBILIDADE da prestação de serviços. Contudo, HÁ
subordinação.
OBS: se houver previsibilidade, não é intermitente, mas pode ser temporário, prazo
determinado ou sazonal.

Regras do contrato:
 - Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por escrito e
deve conter especificamente o valor da hora de trabalho, que não pode ser
inferior ao valor horário do salário mínimo ou àquele devido aos demais
empregados do estabelecimento que exerçam a mesma função em contrato
intermitente ou não.
também deve ter: identificação das partes, lugares; prazo; anotação na carteira de
trabalho
Na convocação será informada a jornada a ser cumprida (3 dias de antecedência)
A parte que descumprir sem justo motivo, 50% de multa (art. 452-A, §4º)
Tem TODOS os direitos trabalhistas

- Portaria 349/2018, art, 2º:

Art. 2º O contrato de trabalho intermitente será celebrado por escrito e registrado na
Carteira de Trabalho e Previdência Social, ainda que previsto em acordo coletivo de
trabalho ou convenção coletiva, e conterá:
I - identificação, assinatura e domicílio ou sede das partes;
II - valor da hora ou do dia de trabalho, que não poderá ser inferior ao valor horário ou
diário do salário mínimo, nem inferior àquele devido aos demais empregados do
estabelecimento que exerçam a mesma função, assegurada a remuneração do trabalho
noturno superior à do diurno;
III - o local e o prazo para o pagamento da remuneração.
2- contrato por prazo indeterminado
-é a REGRA GERAL. Segue o princípio da continuidade das relações de trabalho. Súmula 212,
TST:

SÚMULA Nº 212 - DESPEDIMENTO. ÔNUS DA PROVA

O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o

despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego
constitui presunção favorável ao empregado.

3- contrato por prazo determinado (contrato a termo)

-443, §1º, CLT:

§1º Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência dependa
de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da realização de
certo acontecimento suscetível de previsão aproximada.

-termo pré-fixado = partes fixam o fim

-termo final incerto= uma noção do dia do fim. EX: contrato de trabalho para colheita de
safra.
Hipóteses de contrato a prazo:

Serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo. Ex: atende

aumento de demanda no Natal; atividade empresarial de caráter transitório (curso de inglês,
barraquinha de festa).

PRAZO DO CONTRATO: ATÉ 2 ANOS. Para renovar, precisa esperar no mínimo 6

meses do término.

Só pode renovar 1 única vez, desde que não ultrapasse 2 anos. (art. 445, CLT). Se renovar
mais de uma vez - vira contrato por prazo indeterminado.( 451, CLT)

OBS: não posso pré-contratar prorrogação

CONTRATO DE EXPERIÊNCIA- máximo 90 dias (445, parag. único, CLT). Pode ser
prorrogado apenas 1 vez, respeitando o limite de 90 dias (Súmula 188, TST).

OBS: Esse contrato NUNCA pode ser renovado, nem para experimentar outra função.

Exceção: pode renovar se aguardar 6 meses do término do prazo do contrato.

3- Contrato de trabalho temporário

-NÃO é trabalhador temporário

-novo tipo de contratação por tempo determinado (Lei. 9601/88)

-pode contratar independe da regra prevista no 443, §2º, CLT.- desde que represente
AUMENTO no número de empregados

-NÃO há limite de prorrogações, desde que não ultrapasse o prazo de 2 anos

-Tem que ter autorização pelo sindicato. Ex: acordo coletivo

4- Contrato a tempo parcial

-art. 58- A, CLT:

Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não
exceda a trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou,
ainda, aquele cuja duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade
de acréscimo de até seis horas suplementares semanais.

-máximo de jornada de trabalho comum = 8 diárias e 44 semanais. Nesse caso, não pode
exceder 30 horas semanais (não pode hora extra) ou 26 horas semanais com até 6 horas
extras suplementares.

- ao invés do salário integral, paga proporcional

OBS: DOMÉSTICO- até 25 horas semanais

PODER DE DIREÇÃO DO EMPREGADOR

-do poder de direção decorre a subordinação.

Formas de manifestação:

a) poder organizacional /regulamentar

-poder que o empregador tem de organizar sua atividade empresarial.

-Reflexo nos contratos de trabalho -> gera direito adquirido aos empregados
-exemplos: aumento ou redução do número de empregados; transferência do local
de trabalho

b) poder diretivo (fiscalizatório e jus variandi)

-fiscalizatório = poder de fiscalizar. Horário de entrada e saída, instalar câmeras,

inspecionar ocularmente bolsa e mochila; checar conta corporativa. Obs: não pode
revista íntima, não pode constranger o trabalhador.

-jus variandi = poder de alterar, criar, por imposição unilateral, as condições de

trabalho de seus empregados.

Regra geral: mútuo consentimento e não resulta prejuízo ao empregado.- princípio

da imodificabilidade. Juz variandi é exceção a regra.
 Áreas de incidência do jus variandi:

1- qualitativa (aptidões do empregado. Ex: professor substituto).

-Promoção -fora do jus variandi, precisa de anuência.

-Rebaixamento de cargo- proibido!! Não está elencado na lei e gera assédio moral.

-Retorno ao cargo anterior (reversão do cargo atual de confiança)- Está DENTRO do

jus variandi, não precisa de anuência. Aumento salarial não é para sempre.. Se
retornar ao cargo anterior, pode retirar a gratificação.

2-quantitativa (salário e jornada). Em regra, não pode reduzir salário- princípio da

irredutibilidade salarial. únicas hipóteses são por acordo ou convenção coletiva.

PPE, art. 611-A, §3º, CLT

Jornada: mudança de horário, desde que não seja drástica, está dentro do jus
variandi. Se for mudança de turno, precisa de anuência do empregado. Se o
empregado muda do noturno, para manhã, pode parar de pagar adicional (súmula
265, TST).

Locativa: regra geral = intransferibilidade do local de trabalho. Precisa da anuência.

Exceções: não se considera transferência a que não acarreta mudança de seu
domicílio. Direito a suplemento salarial (sumula 29, TST); cargo de confiança e
contrato que estipule condição de transferência. - deve haver prova da necessidade
da transferência (sumula 43); fechamento de estabelecimento.

OBS: todas as despesas com transferência correm por conta do empregador (470,
CLT)

Transferência provisória: até 2 anos, com direito a adicional de transferência. Vale

adicional de transferência para cargo de confiança também (OJ 113, tst)

c) poder disciplinar

3 tipos de sanção: advertência (art. 8, CLT) ; suspensão (não há pagamento, não

há serviço. Máximo de 30 dias. Art. 474 - A suspensão do empregado por mais de 30
(trinta) dias consecutivos importa na rescisão injusta do contrato de trabalho. ) e dispensa
motivada/justa causa (482, CLT. Fim do contrato de trabalho)

Critérios para aplicar penalidades: 1- princípio da tipicidade da conduta obreira

(só pode punir as condutas consideradas como graves se previstas em lei); 2-
princípio da proporcionalidade (pena deve ser proporcional à falta. Conduta não
grave, mas se repetida se torna grave). 3- princípio da imediatidade (falta deve ser
aplicada o quanto antes, sob pena de perdão tácito); 4- princípio do non bis in
idem (para cada falta, uma única punição)

SUSPENSÃO DO CONTRATO, hipóteses: doença, a partir no 16º dia;

aposentadoria por invalidez; prestação de serviço militar; greve; licença não
remunerada concedida para atender objetivos particulares; cargo de direção de
sindicato; suspensão disciplinar; faltas injustificadas

Suspensão do empregado- durante o período, não pode por fim ao contrato.

Exceção= justa causa. OBS: só o juiz pode por fim ao contrato de trabalho de diretor
por justa causa. Suspende 30 dias se houver ação de inquérito. Se juiz acolhe o
pedido do empregador, extingue contrato e não recebe. Se juiz não acolhe, vira
período de interrupção.

INTERRUPÇÃO DO CONTRATO, hipóteses: exercício de encargo público

específico de curta duração (testemunha, jurado). Se de longa duração, suspende;
afastamento por motivo de doença ou acidente de trabalho (primeiros 15 dias);
descansos trabalhistas (férias e descanso semanal remunerado); licença
maternidade (120 dias, sendo 28 antes do parto e 92 após o parto)- natureza de
benefício previdenciário, não é o empregador que paga; faltas justificadas (licença
paternidade- 5 dias; aborto legal ou não criminoso - 2 semanas

efeitos: reajuste de salário

OBS: pedido de demissão não pode ser feito na vigência da interrupção ou

suspensão (vedado, pois é considerado renuncia de direito trabalhista)
 Suspensão para qualificação profissional: suspende e ganha bolsa para participar de
curso. Estado paga bolsa. Condições: celebração de acordo coletivo, concordância
do empregado; se prorrogar, pagar a bolsa é ônus do empregador.

*Exemplos de suspensão do contrato de trabalho:

Suspensão do empregado estável visando ao ajuizando de inquérito para apuração de falta

grave;

Afastamento para participação em curso de qualificação profissional;

Afastamento para exercício de cargo de dirigente sindical;

Afastamento de empregado eleito diretor de sociedade anônima;

Afastamento por doença, a partir do 15º dia;

Greve;

Faltas injustificadas;

Licenças não remuneradas em geral;

Aposentadoria por invalidez;

Suspensão disciplinar;

Prisão provisória do empregado;

Afastamento para cumprimento de encargo público diferente do serviço militar;

Afastamento para prestação de serviço militar obrigatório;

Afastamento por acidente de trabalho, a partir do 15º dia.