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24/02/2017 Cálculos 

Trabalhistas Passo a Passo

Cálculos Trabalhistas Passo a Passo
 
 
 
 

CÁLCULOS 
 
TRABALHISTAS 
 
PASSO A PASSO 
 
Autor: Wadih Habib 
 
 
 
 
 
 
 
Todos os direitos reservados. Nos termos da lei que resguarda os direitos autorais, é
proibida  a  reprodução  total  ou  parcial  de  qualquer  forma  ou  por  qualquer  meio,
eletrônico  ou  mecânico,  inclusive  através  de  processos  reprográficos,  e  gravação,
sem permissão por escrito do autor.
 
Salvador, 2011
 

CÁLCULO TRABALHISTA

PRÁTICA

Imaginemos a seguinte situação:

Antônio Silva, brasileiro, solteiro, comerciário, nascido em 20/05/1988, filho de
Maria Santos, portador da CTPS nº 0000, série 0000, inscrito no CPF/MF sob
nº 000000000, portador do PIS nº 00000000, residente e domiciliado na Rua
das Flores, 20, Centro, Simões Filho/BA., foi contratado pela empresa  Tintas
&  Tintas  Comércio  Ltda.,  inscrita  no  CNPJ/MF  sob  nº  000000,  com  sede
localizada na Rua Castro Silva, Salvador/BA., em 05/01/2011, para laborar na
função  de  auxiliar  administrativo,  tendo  sido  dispensado  imotivadamente  em
06/05/2011,  sem  pré­aviso  e  sem  pagamento  das  verbas  rescisórias  a  que
fazia  jus,  bem  assim,  não  teve  a  sua  CTPS  anotada,  portanto,  não  houve
recolhimento do fundo de garantia por tempo de serviço.

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Recebeu o pagamento salarial alusivo ao mês de abril, restando pendente de
pagamento os seis dias do mês de maio. Tinha uma remuneração mensal de
R$ 600,00.
Laborava  de  segunda  à  sexta­feira  das  8h00min  às  18h00min,  com  duas
horas de intervalo para almoço e aos sábado das 8h00 às 12h00.

DIREITOS RESCISÓRIOS

Saldo de salários;
Aviso prévio indenizado;
Férias proporcionais + 1/3, conforme previsão na CRFB;
13º salário proporcional;
Liberação  do  FGTS  pelo  código  01  (no  presente  caso,  como  não  houve  o
regular  depósito  fundiário  durante  o  vínculo  empregatício,  deverá  ser
postulado o pagamento de indenização substitutiva);
FGTS SOBRE O 13º SALÁRIO
Multa de 40% sobre o montante do FGTS  (lembrando que sobre o montante
do  FGTS  o  Empregador  também  recolhe  +  10  %  de  contribuição  social,  que
vai  para  os  cofres  do  fundo  amparo  ao  trabalhador  e  tem  a  finalidade  de
custear  o  pagamento  das  perdas  do  fundo,  decorrentes  dos  planos
econômicos,  entretanto,  não  se  faz  necessário  formular  este  pedido  na
inicial).
Multa do art. 477 da CLT.

Obs.  Não  incide  FGTS  sobre  o  aviso  prévio  indenizado  nem  sobre  as  férias
indenizadas.

CÁLCULO

SALDO  DE  SALÁRIO:  para  se  definir  o  valor  alusivo  ao  saldo  de  salário  é
preciso que se divida o valor do salário por 30 (quantidade de dias no mês),
assim,  R$  600,00/30  é  igual  a  R$  20,00,  ou  seja,  o  empregado  ganha  vinte
reais por dia. Definido o valor diário, multiplica­se este valor pelo número de
dias trabalhados no mês, que, de acordo com o caso em comento, foram seis
dias no mês de maio, assim 20,00 x 6 é igual a R$120,00,

Então o saldo de salário é igual a R$ 120,00.

AVISO PRÉVIO  ­  Sabe­se  que  nos  contratos  por  prazo  indeterminado,  para


que  haja  a  ruptura  contratual,  faz­se  necessário  que  a  parte  que  deseje
promover a ruptura do vínculo, comunique à outra, com antecedência de 30
dias, sob pena de indenizar este período (art. 487 a 491 da CLT, adaptados
ao que prescreve o art. 7º, XXI da Constituição da República.

O  instituto  do  aviso  prévio  serve  para  que  a  parte  inocente,  no  atinente  à
ruptura  contratual,  tenha  o  tempo  necessário  para  tomar  as  providências
cabíveis; sendo que o empregado terá o prazo de 30 dias para buscar nova
colocação  no  mercado  de  trabalho,  enquanto  que  o  empregador  disporá  de
igual  prazo  para  conseguir  um  substituto  para  a  vaga  do  empregado
demissionário.

Caso a iniciativa de ruptura do contrato seja do empregador, este concederá
o aviso prévio, com prazo de 30 dias de antecedência, tendo o empregado o
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direito  de  ter  sua  jornada,  durante  este  prazo,  reduzida  em  duas  horas
diárias,  ou  então  o  direito  a  folgar  por  sete  dias  consecutivos,  ficando  a  seu
critério  a  escolha,  caso  o  empregador  não  conceda  o  pré­aviso,  indenizará
este período como se trabalhado fosse, integrando tal período ao contrato de
trabalho para efeitos econômicos.

  Caso  a  iniciativa  de  ruptura  do  vínculo  contratual  seja  do  empregado,
também, este deverá pré­avisar o empregador, com antecedência de 30 dias,
sob pena de pagar a indenização correspondente ao período.

O valor do aviso prévio indenizado será igual a uma remuneração mensal do
empregado.

 Assim, no caso em tela o valor do Aviso prévio é de R$ 600,00

FÉRIAS  PROPORCIONAIS  –  Todo  empregado  que  complete  um  ano  no


emprego,  adquire  o  direito  ao  gozo  de  30  dias  de  férias  (caso  não  tenha,
neste  período,  faltado  injustificadamente  ao  serviço,  pois,  se  houver  faltado
sem justificativa o tempo de férias diminuirá proporcionalmente, conforme se
verá adiante). Após a aquisição do direito às férias, por parte do empregado,
o empregador, tem o prazo de um ano para concedê­las.

Caso  a  ruptura  do  contrato  de  trabalho  ocorra,  sem  justo  motivo,  em  prazo
inferior  a  um  ano,  seja  por  iniciativa  do  empregado  ou  do  empregador,  fará
jus  o  empregado  ao  pagamento  das  férias  proporcionais,  equivalente  ao
período  trabalhado,  com  a  integração  ao  aviso  prévio  indenizado,  se  for  o
caso.

Assim, no caso em discussão temos que o empregado trabalhou durante 04
(quatro) meses e 01 (um) dia, com a integração do aviso prévio ao tempo de
serviço,  conta­se  05  (cinco)  meses  e  um  dia.  Sendo  que  para  este  efeito,  o
número  de  dias  trabalhados,  quando  igual  ou  superior  a  15,  conta­se  como
um  mês,  desprezando­se  o  que  for  inferior  a  15  dias,  então,  para  efeito  de
férias proporcionais conta­se cinco meses de trabalho.

Vamos ao cálculo: 5/12 avos de férias proporcionais, como se acha o valor? È
simples,  divide­se  o  valor  do  salário  por  12  (referente  aos  meses  do  ano)  e,
multiplica­se  por  05  referente  aos  4  meses  trabalhados  mais  1  mês  de
incorporação do aviso prévio indenizado, portanto:
R$ 600,00/12 = R$ 50,00 x 5 = R$ 250,00.

1/3  DE  FÉRIAS  –  A  Constituição  da  Republica  brasileira,  assegura  o


pagamento das férias acrescidas de 1/3, assim, para obter este valor deve­se
dividir o quantitativo das férias por 3, então:
R$ 250,00/3 = R$ 83,33.

   
13º  SALÁRIO  PROPORCIONAL  ­  A  fórmula  de  cálculo  é  parecida  com  a
utilizada  para  achar  o  valor  das  férias  proporcionais,  assim:  R$  600,00/12  =
R$ 50,00 x 5 = R$ 250,00.

FGTS  –  Far­se­á  o  calculo  da  indenização  substitutiva  uma  vez  que  os


depósitos não foram efetuados. Como sabemos, o empregador deve recolher
mensalmente na conta vinculada do empregado o montante equivalente a 8%
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sobre  sua  remuneração,  assim,  a  fórmula  é  a  seguinte:  salário  mensal  R$


600,00 x 8% = R$ 48,00 x 5 meses trabalhados por causa da integração do
aviso  = R$ 240,00.

FGTS SOBRE O SALDO DE SALÁRIO: vimos que o empregado trabalhou 6
dias no mês de abril/2009, tendo direito ao saldo de salário no importe de R$
120,00, sobre este valor incide o FGTS, assim: R$ 120,000 x 8% = R$ 9,60.

FGTS  SOBRE  O  13º  SALÁRIO  PROPORCIONAL:  vimos  que  o  empregado


tem direito a 5/15 avos de 13º salário proporcional, cujo cálculo importou em
R$ 250,00, assim: R$ 250,00 x 8% = R$ 20,00.

TOTAL FGTS: R$ 270,00

MULTA DE 40% SOBRE O MONTANTE DO FGTS

Este cálculo é simples: R$ 270,00 x 40% = R$ 108,00

MULTA DO ART. 477 DA CLT

Lembrando que segundo o disposto no art. 477 § 6º da CLT, o empregador,
em  caso  de  dispensa  imotivada  com  aviso  prévio  indenizado,  tem  até  o
décimo  dia,  contado  da  data  da  notificação  da  demissão,  para  efetuar  o
pagamento,  não  efetuando  o  pagamento  neste  prazo  incide  na  multa
equivalente ao seu salário.

MULTA DOA RT. 467 DA CLT

Por sua vez o artigo 467 da CLT, diz que: “Em caso de rescisão de contrato
de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias, o
empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à
Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá­
las acrescidas de cinqüenta por cento”.

Desta  forma  a  liquidação  da  rescisão  em  discussão  ficaria  da  seguinte
forma:  

Saldo de salários:                                                                              R$  
120,00
Aviso prévio indenizado:                                                                  R$   600,00
Férias proporcionais:                                                                         R$  
250,00
1/3 de férias:                                                                                     R$     83,33
13º salário proporcional:                                                                   R$   250,00
Indenização substitutiva ao FGTS:                                                  R$   270,00
Multa de 40% sobre o montante do FGTS:                                      R$   108,00
Multa do art. 477 da CLT                                                                 R$   600,00
TOTAL                                                                                             R$ 2.281,33

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CALCULO DAS MESMAS VERBAS TRABALHISTAS COM O CÔMPUTO DE
HORAS  EXTRAS   E  REFLEXOS  NAS  VERBAS  DE  RSR,  FÉRIAS  COM  1/3,
13º SALÁRIO, FGTS COM 40%

Para tanto, vamos alterar a jornada declinada inicialmente como de 44 horas
semanais  para:  De  segunda  à  sexta­feira  das  8h00min  às  20h00min,  com  1
hora  de  intervalo  para  almoço  e  aos  sábados  das  8h00  às  13h00,  sem
intervalo.

Passo  1:  Primeiro  devemos  achar  o  valor  das  horas  extras  e  do  Repouso
Semanal Remunerado alusivo às horas extras.

Cálculo das horas extras:

A  Jornada  normal  de  trabalho  será  de  44  horas  semanais  ou  220  horas
mensais,  ou  36  horas  semanais  e  180  mensais  para  os  bancários  ou
assemelhados,  bem  assim,  para  quem  labora  em  turno  ininterrupto  de
revezamento.

Fórmula:  Primeiro  achamos  o  valor  da  hora  normal  ­  Remuneração  dividida


pelo número de horas: R$ 600,00/220 = R$ 2,72, a este valor acrescentamos
o  adicional  de  horas  extras  que  a  CRFB/88  estabelece  em  no  mínimo  50%,
podendo  ser  maior,  por  liberalidade  do  empregador  ou  negociação  coletiva,
no  exemplo  acrescentaremos  o  percentual  Constitucional  de  50%.  Assim,
valor da hora normal R$ 2,72 x 50% = R$ 1,36.
VALOR DA HORA EXTRA = valor da hora normal mais valor do adicional,
assim: 2,72 + 1,36 = 4,08

Desta forma, cada hora extraordinária será remunerada com R$ 4,08.

Achamos o valor da hora extra agora vamos achar o número de horas extras
laboradas por mês e o fazemos da seguinte forma:

A jornada normal de trabalho assegurada constitucionalmente é de no
máximo 8 horas diárias e 44 horas semanais.

A carga mensal normal é de 220 horas.

O empregado no caso em tela laborava de segunda à sexta das 8 às 20, com
1  hora  de  intervalo  o  que  dá  um  total  de:  8  às  20h  =  12  horas,  menos  uma
hora do intervalo = 11 horas trabalhadas, menos a jornada normal que é de 8
horas diárias, temos então 3 horas extras laboradas de segunda a sexta.

No sábado ele laborava das 08 às 13h, sem intervalo, como a jornada deveria
ser de 4 horas temos que nestes dias ele laborava 1 hora extra.

Desta forma, o empregado laborava 15 horas extras de segunda a sexta (3
horas x 5 dias = 15 horas), mais uma hora no sábado, totalizando 16  horas
semanais.

Este mesmo cálculo pode ser feito de uma maneira mais simples, da seguinte
forma:

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Trabalhava o empregado: 11 horas diárias, de segunda a sexta e 5 horas no
sábado, totalizando: 11 x 5 = 55 + 5 horas do sábado = 60, menos a jornada
semanal normal de 44 horas, restam 16 hora extras semanais, os caminhos
são diferentes os resultados são iguais.

Então, já vimos que o empregado laborava 16 horas extras semanais, agora
a pergunta é: como fazemos para achar a média diária de horas extras e,
consequentemente,  a média de horas extras laboradas no mês?

A média mensal de dias se estabelece da seguinte forma:

Dias da semana laborados                       média de dias
2ª a 6ª                                                      21
2ª a sáb.                                                   25
2ª a Dom                                                 30

FÓRMULA  1  ­  basta  que  se  pegue  o  número  de  horas  extras  realizadas  na
semana, que como vimos são 16 e se divida pelo número de dias trabalhados
6 (segunda à sábado = 6 dias).

Então:  16/6  =  2,66  (média  de  horas  extras  diárias  de  segunda  a  sábado),
agora  pegamos  este  resultado  e  multiplicamos  pela  média  de  25  dias
trabalhados no mês, assim:

2,66 x 25 = 66,5 horas extras mensais.

FÓRMULA 2 ­ Para efeito de liquidação de sentença, quando esta determina
que se apure os dias efetivamente laborados:

1 – Conta­se os dias úteis efetivamente trabalhados, exemplificando: digamos
que  em  um  determinado  mês  o  empregado  tenha  trabalhado  em  22  dias,
porque  neste  mês  ocorreram    4  domingos  e  dois  feriados,  como  ficaria  o
cálculo:

Número de horas extras diárias: vimos que, no nosso exemplo, o empregado
trabalhava  3  horas  extras  diárias  de  segunda  a  sexta  e  1  hora  extra  no
sábado,  totalizando  16  horas  extras  semanais,  assim,  como  o  empregado
trabalhava  em  seis  dias  na  semana,  dividiremos  16  por  6,  encontrando  a
média  diária  de  2,66  horas  extras,  então  multiplicaremos  este  resultado  por
22  dias  úteis  laborados,  encontrado  o  resultado  de  58,58  horas  extras
efetivamente laboradas.

Assim,  por  este  método  apuraremos  o  número  de  horas  efetivamente


laboradas,  sendo  que  se  a  apuração  fosse  por  intermédio  de  cartões  de
ponto se contaria as horas dia a dia, utilizando­se a mesma fórmula, porém,
de acordo ao comando sentencial.

Horas extras efetivamente laboradas no mês tal: 58,58

Lembrando  que,  neste  caso,  quando  da  apuração  dos  reflexos  das  horas
extras nos RSRs, serão computados 6 dias de repouso, conforme trataremos
mais  adiante  no  tópico  alusivo  aos  reflexos  das  horas  extras  nos  repousos
semanais remunerados.

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FÓRMULA  3  ­  Outra  fórmula  de  cálculo  utilizada  pelos  calculistas  das  varas
do trabalho é a seguinte:

Número de horas semanais multiplicado pela média de 4,28 semanas no
mês, assim:

16 x 4,28 = 68,48

Para efeito do nosso cálculo, utilizaremos esta última fórmula:

VALOR DAS HORAS EXTRAS MENSAIS

Inicialmente,  vale  ressaltar  que  a  hora  é  dividida  em  60  frações  (minutos),
enquanto  que  a  unidade  monetária  é  dividida  em  100  partes  (centavos),
assim,  quando  a  hora  for  incompleta,  os  minutos  devem  ser  transformados
em centésimos de horas, vejam o exemplo:

1h45min  (uma  hora  e  quarenta  e  cinco  minutos),  como  fazemos  para


transformar 45 minutos em centésimos de hora? É fácil, divide­se 45 por 60,
assim:  45  /  60  =  0,75,  desta  forma,  1:45h,  corresponde  a  1,75  horas
centesimais, ficando, apta ao cálculo matemático.

Já  sabemos  que  o  empregado  laborava  68,48  horas  extras  mensais,  agora
vamos transformar este número em pecúnia:

Vimos  lá  atrás  que  o  valor  da  hora  extra  é  igual  a  R$  4,08,  então
multiplicamos  este  número  pelo  quantitativo  de  horas  extras  laboradas  no
mês, ou seja:

68,48 x R$ 4,08 = R$ 279,39

REFLEXO  DAS  HORAS  EXTRAS  SOBRE  O  REPOUSO  SEMANAL


REMUNERADO

O artigo 7º da Lei 605/49 determina que seja realizado o cômputo das horas
extras  habitualmente  prestadas  na  remuneração  dos  repousos  semanais,
desta forma passemos ao cálculo:

Existem diversos métodos de cálculo do reflexo das horas extras sobre o
RSR, vejamos cada uma delas:

FÓRMULA 1 – (média ponderada) Pega­se o valor das horas extras no mês e
divide­se por 5 (1/5), ou multiplica­se por 20%, esta é a fórmula que considera
a média de 5 repousos semanais por mês

Assim,  como  adotamos  para  efeito  do  presente  cálculo  a  apuração  do  valor
das horas extras mensais, tomando como base a média de 4,28 semanas por
mês,  utilizaremos  o  valor  encontrado  de    R$  279,39,  então  pegamos  este
valor e dividimos por 5:

R$ 279,39 /5 = R$ 55,87 (valor alusivo ao reflexo das horas extras no rsr).

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FÓRMULA 2 ­ Para efeito de liquidação de sentença, quando esta manda que
se apure os dias efetivamente laborados:

1 – Conta­se os dias úteis efetivamente trabalhados, conta­se também os
dias destinados ao repouso remunerado no mês (domingos e feriados),
exemplificando: digamos que em um determinado mês o empregado tenha
trabalhado em 22 dias, e tenha tido, neste mês, 4 domingos e dois feriados,
assim, seriam seis dias de repouso, como ficaria o cálculo:

Número de horas extras diárias: vimos que, no nosso exemplo, o empregado
trabalhava  3  horas  extras  diárias  de  segunda  a  sexta  e  1  hora  extra  no
sábado,  totalizando  16  horas  extras  semanais,  assim,  como  o  empregado
trabalhava  em  seis  dias  na  semana,  dividiremos  16  por  6,  encontrando  a
média  diária  de  2,66  horas  extras,  então  multiplicaremos  este  resultado  por
22  dias  úteis  laborados,  encontrando  o  resultado  de  58,58  horas  extras
efetivamente laboradas, agora, apuraremos o reflexo destas horas nos RSRs,
e  isto  é  fácil,  basta  que  peguemos  a  média  de  horas  diárias  2,66  e
multipliquemos  por  6  dias  de  repouso  no  mês,  encontrando  o  resultado  de
15,96  horas,  correspondente  aos  repousos  semanais  remunerados,  ficando
assim o cálculo:

Reflexo  das  horas  extras  no  RSR  deste  mês:  pegamos  o  número  de  horas
15,96 horas correspondentes aos dias de RSRs e multiplicamos pelo valor da
hora extra:

15,96  x  R$  4,08  =    R$  65,11  valor  correspondente  a  diferença  de  repouso
semanal remunerado em virtude do reflexo das horas extras.

FÓRMULA  3  –  (média  ponderada)  considerando  como  quantia  de  RSR  1/6


(um sexto), quando a jornada laborada for de segunda a sábado, também se
emprega  a  média  de  1/6,  o  que  para  o  empregado  é  mais  desvantajoso,
entretanto, é preciso que se saiba como fazer este cálculo:

Pega­se o valor das horas extras R$ R$ 279,39 e divide­se por 6:

R$ 279,39 /6 = R$ 46,56 (alusivo ao reflexo das horas extras no rsr).

Para efeito do nosso cálculo, utilizaremos a fórmula 01 (média
ponderada de 1/5 ou 20%):

Então vamos refazer os cálculos:

SALÁRIO BASE                                                                R$ 600,00
VALOR DAS  HORAS EXTRAS                                    R$ 279,39
REFLEXO DAS HORAS EXTRAS NO RSR                R$   55,87
SALÁRIO REPERCUTIDO                                            R$ 935,26

Com a incorporação das horas extras e do repouso semanal remunerado o
valor da remuneração passa a ser R$ 935,26

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24/02/2017 Cálculos Trabalhistas Passo a Passo

Portanto:

Horas extras não pagas ao longo do vínculo empregatício

Considerando  que  o  valor  do  aviso  prévio  já  está  devidamente  repercutido
nas  horas  extras,  serão  quantificados  04  meses  laborados,  segue  cálculo
abaixo:

R$ 279,39 (valor da hora extra  mensal) x  4 (número meses laborados) = R$
1.117,56  

RSR  não pagos ao longo do vínculo empregatício

Considerando  que  o  valor  do  aviso  prévio  já  está  devidamente  repercutido
nas  horas  extras,  serão  quantificados  04  meses  laborados,  segue  cálculo
abaixo:

R$  55,87  (valor  do  RSR  mensal)  x    4  (número  meses  laborados)  =  R$


223,48  

Saldo de salários

Divide­se  o  valor  de  R$  935,26,  por  30  dias,  o  resultado  encontrado  é
multiplicado pelos dias trabalhados que não foram pagos:
R$ 935,26 / 30 =  R$ 31,17 x 6 = R$ 187,05
Saldo de salário:  R$ 187,05

Aviso prévio

Com a integração das horas extras e RSR o valor do Aviso prévio indenizado
passa a ser de:  R$ 935,26

Férias proporcionais

Divide­se  o  valor  mensal  acrescido  da  incorporação  das  horas  extras    e  do


RSR  por  doze  (meses  do  ano),  o  resultado  encontrado  é  multiplicado  pelo
número de meses trabalhados com a integração do aviso prévio, assim:
R$ 935,26 /12 = 77,93 x 5 = R$ 389,69

1/3 DE FÉRIAS – Como vimos no exemplo citado quando da elaboração dos
cálculos  sem  horas  extras  e  repercussão  no  RSR,  a  Constituição  da
Republica brasileira assegura o gozo de férias anuais remuneradas, com pelo
menos, um terço a mais que o salário normal, por sua vez o § 5º do art.142
da  CLT  dispõe  que  serão  computados  no  salário  que  servirá  de  base  à
efetivação  do  cálculo  da  remuneração  das  férias  os  adicionais:  por  trabalho
extraordinário,  noturno,  insalubre  ou  perigoso,  sendo  que  o  artigo  457  do
mesmo  diploma  consolidado,  conceitua  como  salário  a  importância  paga
diretamente  pelo  empregador,  asseverando,  ainda,  que  integram  o  salário,
além da importância fixa ajustada: as comissões, percentagens, gratificações
ajustadas,  diárias  para  viagens  (desde  que  não  excedam  a  50%  do  salário
percebido  pelo  empregado),  abonos  pagos  pelo  empregador  e  as  utilidades
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24/02/2017 Cálculos Trabalhistas Passo a Passo

fornecidas tais como: alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações
in  natura,  que  a  empresa,  por  força  do  contrato  ou  do  costume,  fornecer
habitualmente ao empregado.

Vamos ao cálculo:

Valor das férias proporcionais = R$ 389,69 divido por 3 =  R$ 129,89

Valor total das férias acrescidas de 1/3 = R$ 519,58

13º salário proporcional

Divide­se o valor mensal acrescido da incorporação das horas extras e  RSR
por doze (meses do ano), o resultado encontrado é multiplicado pelo número
de meses trabalhados com a integração do aviso prévio, assim:

R$ 935,26 /12 = 77,93 x 5 = R$ 389,69

Reflexo das horas extras e  RSR no FGTS

Como  vimos  no  exemplo  anteriormente  citado,  no  atinente  ao  valor  dos
cálculos sem horas extras e  RSR, o valor do FGTS normal a ser recolhido é
de  R$    240,00,  como  existe  uma  média  de  R$  279,39,  referente  ao  valor
mensal  das  horas  extras  que  não  foram  pagas,  bem  como  a  diferença  do
RSR  no  importe  de  R$  55,87,  que  somados  totalizam  R$    335,26,
calcularemos  sobre  este  valor  a  incidência  de  8%  alusivo  aos  depósitos
fundiários:

R$ 335,26 x 8% = 26,82, valor mensal do FGTS sobre as horas extras e RSR,
como  foram  5  meses  laborados  (por  conta  da  integração  do  aviso  prévio),
então, multiplicamos este valor por 5:

R$ 26,82 x 5 = R$ 134,10

Para acharmos a diferença de horas extras sobre os 40% da multa do FGTS,
multiplicamos R$ 134,10 por 40%:

R$ 134,10 x 40% = R$ 53,64

Assim:
FGTS normal:                                                                                   R$   240,00
Multa de 40% sobre o montante do FGTS normal:                          R$     96,00
Diferença  de  FGTS  em  função  das  horas  extras  e  RSR                                      R$   
134,10
Diferença da multa de 40% sobre o FGTS                                       R$     53,64
Total                                                                                                 R$   523,74

FGTS SOBRE O SALDO DE SALÁRIO: vimos que o empregado trabalhou 6
dias  no  mês  de  abril/2009,  tendo  direito  ao  saldo  de  salário  devidamente
repercutidos  das  horas  extras  e  RSR,  no  importe  de  R$  187,05  sobre  este
valor incide o FGTS, assim: R$ 187,05 x 8% = R$ 14,96.

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FGTS  SOBRE  O  13º  SALÁRIO  PROPORCIONAL:  vimos  que  o  empregado


tem direito a 5/15 avos de 13º salário proporcional, cujo cálculo importou em
R$ 389,69, assim: R$ 389,69 x 8% = R$ 31,17.

RESUMO DOS CÁLCULOS

Horas extras                                                                                    R$
1.117,56
RSR                                                                                                  R$
   223,48  
Saldo de salários:                                                                            R$  
 187,05
Aviso prévio indenizado:                                                                R$  
 935,26
Férias proporcionais:                                                                      R$  
 389,69
1/3 de férias:                                                                                    R$  
 129,89
13º salário proporcional:                                                                R$  
 389,69
FGTS sobre o salário base                                                             R$   
240,00
Diferença  de  FGTS,  em  face  da  repercussão:                                                          R$   
 134,10
FGTS sobre saldo de salário, 13º e férias com 1/3                        R$     
46,13
Multa de 40% sobre o montante do FGTS:                                 R$    168,09
Multa do art. 477 da CLT                                                              R$    600,00
TOTAL                                                                                            R$ 4.560,94
   
Lembrando que sobre o montante do FGTS o Empregador também recolhe +
10  %  de  contribuição  social,  que  vai  para  os  cofres  do  FGTS  e  tem  a
finalidade  de  custear  o  pagamento  das  perdas  do  fundo,  decorrentes  dos
planos econômicos, entretanto, não se faz necessário formular este pedido na
inicial).

JURISPRUDÊNCIA SOBRE CÁLCULO TRABALHISTA

Autorização do cômputo do reflexo do RSR sobre as demais verbas
  “(….)Recurso  de  revista  interposto  pelo  reclamante.  Horas  extras.
Diferenças.  Não  se  viabiliza  o  conhecimento
[http://www.umtoquedemotivacao.com/administracao/reflexos­das­horas­extras­nos]  de
recurso despido do pressuposto subjetivo relativo ao interesse, caracterizado
pela  ausência  de  sucumbência.  Recurso  de  revista  não  conhecido.  Reflexos
do adicional noturno pago sobre RSR e feriados. Incontroversa a entrega da
prestação  jurisdicional  nos  exatos  termos  do  pedido,  resta  flagrante  a
ausência  de  interesse  do  reclamante  em  promover  a  reforma  do  acórdão
prolatado  em  sede  de  recurso  ordinário.  Recurso  de  revista  não  conhecido.
Reflexos  das  horas  extras  pagas  sobre  RSR  e  feriados.  Esta  Corte
uniformizadora  já  firmou  entendimento  pacífico  no  sentido  de  que  as  horas
extras habitualmente prestadas devem ser computadas no cálculo do repouso
semanal  remunerado,  consoante  se  extrai  da  Súmula  172  do  Tribunal
http://advocaciatrabalhistapassoapasso.blogspot.com.br/2009/07/nocoes­de­calculos­trabalhistas.html 11/14
24/02/2017 Cálculos Trabalhistas Passo a Passo

Superior do Trabalho. O valor do repouso semanal remunerado daí resultante
deverá ser considerado no cômputo das demais verbas salariais, pois integra
o  salário  para  todos  os  efeitos  legais,  nos  termos  do  artigo  10  do  Decreto
27.048/49.  Recurso  conhecido  e  provido.  (TST;  RR  722.303/2001.5;  1ª
Turma; relator ministro Lelio Bentes Corrêa; DJU 28­03­2008; pág. 131)

EM SENTIDO CONTRÁRIO

“Recurso de embargos. Recurso de revista conhecido e provido. Reflexos dos
repousos semanais enriquecidos com a integração das horas extraordinárias
sobre o 13º, férias, aviso prévio e FGTS de 40%. Impossibilidade. Bis in idem.
A  pretensão  do  empregado  mensalista  de  ver  a  reclamada  condenada  ao
pagamento  de  reflexos  das  horas  extraordinárias  no  repouso  semanal  e  a
integração  destes  na  remuneração  para  cálculo  dos  reflexos  no  13º,  férias,
aviso  prévio  e  FGTS  traduziria  a  intenção  de  propiciar  o  duplo  pagamento
pela mesma parcela. Embargos conhecidos e desprovidos.
(E­RR­2.575/2003­006­02­00.5,  DJ  13­06­2008,  relator  ministro  Aloysio
Corrêa da Veiga)

Embargos  sujeitos  à  sistemática  da  Lei  11.496/07  –  Reflexos  dos  repousos


semanais  remunerados  majorados  com  a  integração  das  horas  com  a
integração  das  horas  extras  em  outras  verbas  bis  in  idem.  1)  Inexiste  razão
para  que  o  repouso  semanal  remunerado  integre  outras  verbas,  em
decorrência  de  as  horas  extras  habitualmente  prestadas  serem  computadas
no seu cálculo, conforme estabelecido pelas Súmulas 347 e 376, II do TST. 2)
A  repercussão  dos  descansos  semanais  majorados  com  a  integração  das
horas  extras  em  outras  verbas,  mormente  no  caso  do  mensalista,  implicaria
bis  in  idem,  uma  vez  que  já  incluídos  no  salário  os  valores  pertinentes  aos
RSR’s, conforme estabelece o artigo 7º, § 2º, da Lei 605, de 5 de janeiro de
1949. Embargos conhecidos, mas desprovidos.
(E­RR­2.514/2002­058­02­00.6,  DJ  30­0502008,  relatora  ministra  Maria
Cristina Irigoyen Peduzzi)

Postado há 20th October 2011 por Wadih Habib
Marcadores: cálculo trabalhista

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Givanildo 6 de julho de 2009 17:13
Além de cumpridor da palavra empenhada, o professor Wadih nos premiou
com um passo­a­passo de excelente qualidade sobre Cálculo Trabalhista.
Parabéns e obrigado.
Responder

Angelica Dutra Santos 3 de março de 2013 12:49
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