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I – DOS FATOS
"Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo."
Assim, não há dúvida de que este fato causou imensos prejuízos, na medida em que
impediu o Autor de receber os abonos anuais decorrentes do período de labor não informado
na RAIS.
Assim, depois de inúmeras tentativas administrativas infrutíferas durante esses
anos, é indiscutível a ocorrência de sérios danos causados à parte Autora, condutas danosas
essas que merecem enérgica reprimenda do Poder Judiciário.
Portanto, nada mais justo que este venha a este Douto Juízo clamar por justiça,
como forma de buscar proteção aos seus direitos que foram violados por ato ilegal da parte
Requerida, lhe causando incomensuráveis prejuízos.
II – DO DIREITO
a) Do benefício da Justiça Gratuita;
Conforme explicitado, o Autor tem o direito assegurado por Lei Federal de ter o seu
nome incluído na RAIS, seu ano de cadastramento pelo período em que trabalhou para o
reclamado e demais informações que estejam faltando, na condição de participante obrigatório
do PIS/PASEP.
A Ré não cumpriu com sua obrigação em todo o lapso contratual de informar o ano
de cadastramento do PASEP na RAIS ou o número do PASEP na RAIS, por este motivo o Autor
não recebeu sua bonificação durante esses anos.
Portanto, a parte Autora objetiva, além da indenização pelos danos causados, a
obrigação da Ré em adicionar todas e quaisquer informações necessárias na RAIS do Autor e
a pagar o abono PASEP desde outubro/2016 até o presente ano de 2021, fato que acaba por
refletir consideráveis prejuízos, haja vista que a parte poderia ter todo esse dinheiro investido
ou guardado para emergências.
O art. 239, § 3º, da Constituição Federal, e o art. 9º da Lei nº 7.998/90, estabelecem
que o abono salarial do PIS/PASEP somente é devido aos trabalhadores que estejam
cadastrados há pelo menos 5 anos no PIS/PASEP e tenham recebido remuneração mensal de até
2 salários mínimos.
Além disso, devem ter exercido atividade remunerada, em pelo menos 30 dias e
tenham seus dados informados corretamente na Relação Anual de Informações Sociais - RAIS
do ano base considerado
Com efeito, cabe ao empregador incluir o nome de seus empregados na RAIS e
demais inormações. O descumprimento de tal obrigação legal de fazer enseja o dever de
indenizar o dano causado, nos termos dos arts. 927 e 942 do Código Civil.
Não pode o Réu recusar-se a incluir todas as informações necessárias e essenciais
na RAIS, já que restou comprovado é sua obrigação, MERECENDO DIGNA REPRIMENDA DO
PODER JUDICIÁRIO.
Assim, configurada a obrigação de fazer, nos moldes do artigo 247 do Código Civil
de 2002, a parte Requerida tem a obrigação civil de informar o ano de cadastramento do PASEP
na RAIS, o número do PASEP na RAIS e demais informações necessárias que deveriam constar.
Deste modo, tendo em vista que a parte Autora deixou de receber os abonos anuais
do PASEP correspondentes, em virtude da negligência da Demandada, por não informar a data
do ano de cadastramento, número e por não prestar as informações regulares na RAIS, deve ser
reconhecida a ilegalidade e o direito ao recebimento dos danos morais, impõe-se que a
indenização pretendida não deve ser fixada em valores ínfimos, facilmente suportáveis pela
parte Ré, sobretudo diante de sua vultosa capacidade econômica, mas deve ser fixada levando-
se em consideração os transtornos causados à parte Autora, decorrentes de conduta
amplamente sub-reptícia. OS ABORRECIMENTOS E PERTURBAÇÕES, NO PRESENTE CASO,
EXTRAPOLARAM O LIMITE DO RAZOÁVEL!
Portanto, levando-se em conta o exposto e havendo total nexo de causalidade,
deve a parte Ré indenizá-la em R$ 20.000,00 (vinte mil reais), sendo este valor justo ao ponderar
a gravidade das ofensas, a capacidade econômica da parte Ré, os prejuízos sofridos pela parte
Demandante, e a necessidade pedagógica que o inste a evitar a reincidência de tais condutas
ilícitas.
Ressalta-se, ainda, que nos termos da Súmula 43 do Egrégio Superior Tribunal de
Justiça (STJ) tal indenização deve ser corrigida monetariamente, incidindo tal correção a partir
do ato ilícito.