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AO JUÍZO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DO FORO REGIONAL DE

CAMPO GRANDE DA COMARCA DA CAPITAL / RJ.

GUSTAVO SANTOS DE OLIVEIRA, solteiro, Barbeiro, portador da cédula


de identidade nº. 20.481.406-5, inscrita no CPF sob o nº. 105.915.137-57, usuário do
e-mail: gustavosantosdeoliveira1986@gmail.com, TEL: 021-976574890, residente e
domiciliada na Rua Jamelão, Nº 14, Santíssimo, CEP: 23098-034, com fundamento
no art. 46 e art. 6º, III, V e VI do CDC, vem propor

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C DANOS MORAIS

Em face de Hinode Center – Loja Franquia de Bangu, pessoa jurídica de


direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº SEM CONHECIMENTO, com sede na
Rua Santa Cecilia, S/N, Bangu, Rio de Janeiro – RJ. TEL: (21) 2401-7783 e (21)
981207761, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

DOS FATOS

O autor vem por meio deste, solicitar o estorno do valor pago, referente a
compra de um kit de perfumes com a parte ré, no valor de R$ 200,00, no dia
09/11/2023.
Transação feita de maneira presencial, diretamente com o atendente. Com a
promessa que o kit seria enviado para a residência do autor. Tendo apenas uma “nota
fiscal”, sendo um controle de vendas. Controle esse que tem todas informações de
envio, nome, valores, itens e informações de controle.
O autor ficou aguardando a entrega dos produtos, coisa que não aconteceu. No
dia 10/11/2023, retornando ao local, permaneceu sem seus produtos e sem uma
solução do caso. A parte permaneceu sem fazer a entrega do produto e sem
demonstrar qualquer intenção de boa fé.
Fato é que o autor teve transtorno, uma vez que, a compra do kit seria para
revenda. Pois, a parte ré tem seus clientes com maioria absoluta, voltada para
revendedores. Pessoas que contam com essa renda extra para sobreviver com uma
forma digna.
Não havendo possibilidades de acordo, o autor vem por meio desta ação
judicial, solicitar o estorno em questão.

DOS FUNDAMENTOS

Desta forma, atrai-se para a presente lide todo arcabouço protetivo ao


consumidor, em especial a inversão do ônus da prova ope legis (art. 14, § 3º, CDC)
em razão dos danos iminentes frente ao vício na prestação do serviço, sem prejuízo
da inversão ope judicis (art. 6º, VIII, CDC).

Do fato do serviço
Um dos principais direitos básicos garantidos ao consumidor é a efetiva
prevenção e reparação de danos sofridos pelo consumidor, inclusive dos danos morais
(art. 6º, VI, CDC). Este direito concentra o cerne de todo o sentido da legislação
consumerista: positivar regras capazes de prevenir potenciais lesões ao consumidor e
garantir a escorreita reparação das que mesmo assim ocorrerem.
Discorrendo pormenorizadamente sobre tal direito básico, o art. 14 do CDC
expressa a necessidade de reparação dos danos sofridos quando o serviço prestado
pelo fornecedor for defeituoso ou falho, inclusive por deficiência de informação,
configurando fato do serviço. Neste ponto importa dizer que a responsabilidade do
fornecedor se dá de modo objetivo, cabendo a este provar não ter ocorrido defeito na
prestação do serviço ou o rompimento do nexo de causalidade, como se impõe no art.
14, caput e § 3º, do CDC.

É assente na doutrina e jurisprudência pátria que a responsabilidade objetiva


imputada aos fornecedores abarca a Teoria do Risco do Empreendimento, pela qual
quem colhe o bônus do desenvolvimento da atividade, deve suportar o seu ônus. Com
isso, os eventos imprevisíveis e/ou inevitáveis ligados diretamente à atividade são
chamados de fortuito interno e não afastam a responsabilidade do fornecedor.

Do dano moral – falha na prestação de serviços

Tal norma deriva do direito fundamental que tem o consumidor de receber


informação adequada dos serviços que lhe são ofertados, incluindo-se toda
especificação necessária de quantidade, preço, encargos, dentre outros, como
estampado no art. 6º, III, do CDC.

Nesse sentido, a análise das relações contratuais deve ser feita sob o princípio
da boa-fé objetiva, estampado no art. 422 do CC, que reflete o dever de lealdade
imposto às partes, tanto na conclusão quanto na execução do contrato.

Ressalte-se que a Autora confiou na solidez e honradez da Ré, estabelecendo


relação jurídica calcada no princípio da confiança, o qual foi exterminado pela
atitude da Ré. Ao se portar da maneira relatada, a conduta da Ré ofende diretamente o
princípio da boa-fé objetiva, faltando com o dever anexo de lealdade para com a
Autora, imputando-lhe condições contratuais não esclarecidas.
Especialmente em períodos excepcionais como o experimentado atualmente
em nosso país, não se pode deixar de observar o princípio da vulnerabilidade que
milita em favor da Autora, consumidora, perante a parte Ré, empresa sólida e com
anos de mercado. A vantagem econômica, técnica e operacional da Ré é muito
superior às forças da Autora.

Por estas e outras razões, andou bem o constituinte de consagrar a proteção do


consumidor como um direito fundamental (art. 5º, XXXII, CRFB/88), ganhando
status de norma de eficácia supralegal, conferindo assim maior efetividade a um dos
fundamentos primordiais da República, a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III,
CFRB/88), visto que todos são consumidores!

Em decorrência direta de tal defeito, a Autora experimentou flagrante dano


moral, o qual pode ser descrito sucintamente como a ofensa a qualquer direito da
personalidade, dentre eles, o direito à dignidade, à intimidade, à vida privada e à
honra, dispostos exemplificativamente no art. 5º, X, da CRFB/88.

É inegável o sentimento de impotência e de angústia experimentados pela


Autora.

Em que pese tal fato, a caracterização dessa espécie de dano prescinde de


demonstração/quantificação da angústia e do sofrimento suportado. Provado o fato,
presume-se o dano. Assim, com esta são reconhecidas por esta E. Corte como
merecedoras de reparação de dano moral in re ipsa.

A definição do quantum indenizatório é outro ponto que merece atenção. A Ré


é fornecedora de atuação nacional, amplamente conhecida e que registra vultuosa
receita anual. Não ensejaria a pacificação social, fim último do direito, a fixação de
indenização em valor inexpressivo, por não atender nem ao caráter punitivo
tampouco ao pedagógico.

Pelo exposto, configura-se o dano moral indenizável reconhecido por esta corte
entendendo-se por compensação justa e razoável o valor de R$ 5.000,00 (cinco mil
reais).

DOS PEDIDOS

Ante o exposto, pede e requer a V. Exa:

a) A citação da empresa ré para que compareça na


audiência a ser designada neste juízo;
b) A inversão do ônus da prova;
c) A condenação da Ré para devolver o valor total de R$
200,00, (duzentos reais), com juros e correção monetária a contar da data do
desembolso 09/11/2023, a não entrega do produto.

d) A compensação por danos morais no valor de R$


2.000,00 (dois mil reais);

DAS PROVAS

Para provar o alegado, requer a utilização de todos os meios admitidos em


direito, na amplitude do art. 369 do CPC, especialmente a prova documental
superveniente, sem prejuízo da inversão do ônus da prova aplicável ao caso.
DO VALOR DA CAUSA

Dá-se à presente o valor de R$ 2.200,00 (dois mil e duzentos reais).

Nesses termos.
Solicita-se deferimento.

Rio de Janeiro, 16 de janeiro de 2024.

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GUSTAVO SANTOS DE OLIVEIRA

Termo de Responsabilidade
ESTOU CIENTE de que, antes de protocolar esta inicial, deverei anexar a este formulário cópias
de minha carteira de identidade, CPF, comprovante de residência (serviços contínuos) atual,
nota fiscal ou comprovante de pagamento, bem como dos protocolos de reclamação ou
comprovante de reclamações administrativas (PROCON, ALERJ, etc), caso as tenha
formulado, a fim de que o magistrado possa avaliar adequadamente a existência e/ou extensão dos
danos morais requeridos, sob pena de possível extinção ou improcedência dos pedidos formulados.

ESTOU CIENTE de que deverei comparecer à primeira audiência, que será de conciliação, na data
e no horário que tomarei conhecimento no ato da distribuição da petição inicial, sob pena de ser
condenado a pagar custas judiciais e que qualquer mudança de endereço deverá ser comunicada ao
cartório para onde foi distribuída a ação, estando ciente de que, não havendo acordo entre as partes,
no mesmo dia o juiz poderá ouvir o autor, o réu, as TESTEMUNHAS, sendo este o último momento
que terei para apresentar TODAS as provas que pretendo produzir;

ESTOU CIENTE de que o atendimento realizado no presente núcleo se destina aos reclamantes
que desejam ingressar com ação junto aos Juizados Especiais Cíveis, SEM A ASSISTÊNCIA DE
UM ADVOGADO, conforme prerrogativa conferida pela lei e que, se julgar necessário, deverei me
informar com antecedência junto ao cartório competente sobre como devo proceder para obter
assistência de um advogado dativo ou da Defensoria Pública, na falta deste.

ESTOU CIENTE de que o dano material requerido não se presume ou se estima, sendo necessário
trazer todos os documentos que comprovem a perda, e que o dano moral é de caráter subjetivo,
sendo cada caso apreciado pelo juiz, que, por todas as provas anexadas ao processo concederá
aquilo que achar justo.

ESTOU CIENTE de que terei que acompanhar o processo no cartório para onde foi distribuída a
ação ou ainda pela internet no endereço WWW.TJ.RJ.JUS.BR, para me informar sobre o
andamento do processo.

ESTOU CIENTE de que fui atendido no Núcleo de Primeiro Atendimento, que os advogados
estagiários não se vincula a esse processo, e não mais poderão peticionar ou orientar a respeito do
mesmo devendo, caso necessite, procurar o defensor público ou advogado dativo. Estou ciente de
que posso o não receber o que foi pedido e que não há garantia de êxito na ação.

DECLARO QUE LI A PETIÇÃO INICIAL, que se encontra de acordo com os fatos que narrei, e
que não tenho dúvidas quanto ao seu conteúdo estando o pedido de acordo com a minha vontade,
ficando ciente ainda de que é de minha inteira responsabilidade da presente reclamação.

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GUSTAVO SANTOS DE OLIVEIRA

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