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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO

JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DO FORUM REGIONAL DE


BANGU – RJ

DANIEL, (nacionalidade), (estado civil), inscrito no CPF sob o nº


XXX.XXX.XXX-XX, portador da célula de identidade sob o nº XX.XXX.XXX-X,
domiciliado e residente da Rua XXX, nº XXX, Bangu, CEP: XXX.XXX-XXX, Rio
de Janeiro - RJ, vem perante Vossa Excelência ajuizar:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO CUMULADA COM OBRIGAÇÃO


DE FAZER E DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO
COM TUTELA ANTECIPADA

Em face da telefonia FALE BASTANTE LTDA, sob o CNPJ XXXXXXXXXXX,


sediado na Rua XXX, nº XXX, Barra da Tijuca, CEP: XXX.XXX-XXX, Rio de
Janeiro – RJ.

I- DOS FATOS

DANIEL, domiciliado em Bangu/RJ, foi comunicado pela empresa de


telefonia FALE BASTANTE LTDA, com sede na Barra da Tijuca/RJ,
que sua fatura, vencida no mês de setembro de 2020, constava em
aberto e, caso não pagasse o valor correspondente, no total de R$
749,00, no prazo de 15 dias após o recebimento da comunicação,
seu nome seria lançado no cadastro dos órgãos de proteção ao
crédito.

Através de uma consulta dos documentos que o requerente tinha em


posse, encontrou o comprovante de pagamento referente à fatura
que supostamente estava em aberto (ANEXO. 1).

Assim sendo, prontificou-se a enviar via fax o comprovante de


pagamento para empresa requerida nesta ação com intuito de
resolver essa questão de forma amigável.
Não obstante, DANIEL foi surpreendido quando tentou realizar a
compra de um veículo mediante financiamento ao ser informado que
seu pedido de crédito foi negado em virtude do cadastramento de
seu nome nos órgãos de proteção de crédito realizado pela FALE
BASTANTE LTDA por supostamente não ter efetuado o pagamento
da fatura do mês setembro.

Destarte, não resta outra opção ao requerente que não obter alguma
forma de compensação pela conduta em desconformidade com o
direito da empresa requerida.

II- DO DIREITO
A) DA EXISTÊNCIA RELAÇÃO DE CONSUMO

A presente relação jurídica está albergada pela lei n. 8.078/90


(Código de Defesa do Consumidor), em que de um lado temos a
figura do Consumidor (art. 2º, CDC), de outro a figura do
Fornecedor (art. 3º, CDC), vinculados pela prestação de serviços
telefônicos (art. 3º, § 2º CDC).
B) DA RESPONSABILIDADE PELO FATO DO SERVIÇO

Na realidade fática descrita, resta uma evidente transgressão


cometida pela empresa ré e, portanto, um fato do serviço.
“Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente
da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços,
bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre
sua fruição e riscos.”

O Autor realizou tempestivamente o pagamento dos valores que


estavam sendo cobrados e possuía o comprovante da
transação, porém, independentemente da inexistência de saldo
devedor, a Empresa Ré passou a cobrar valores em aberto.
A comunicação do Autor informando o cumprimento tempestivo
de suas obrigações não foi suficiente para que a Empresa Ré
agisse com zelo e sobriedade, continuando a cobrar por valores
indevidos, inscrevendo, por fim, o Autor no cadastro de
inadimplentes.

O fato impediu que o Autor realizasse um financiamento de


veículo, sofrendo vexame e humilhação na agência em
decorrência de um erro por parte da Ré.
Segundo o CDC, o fornecedor responde, independentemente de
culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores
por defeitos relativos à prestação dos serviços, dessa forma,
deve a empresa Ré ser responsabilizada pela ausência de
cuidado no exercício de sua atividade.

Dessa forma, estando comprovado o adimplemento da obrigação


e o ato ilício da Ré em inscrever o Autor no cadastro de
inadimplentes, requer a imediata retirada de seu nome dos
respectivos órgãos de proteção ao crédito.

C) DA EXISTÊNCIA DE DANO MORAL

O direito à indenização por danos morais foi consagrado em


nossa Constituição, que em seu art. 5º, inc. X irá defender:

“Art.  5º  Todos são iguais perante a lei, sem distinção de


qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos
termos seguintes:
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo
dano material ou moral decorrente de sua violação;”

Seguindo a lógica constitucional, o CDC garantiu que


consumidores lesados, material ou moralmente, tivessem o
direito de ser reparados da lesão sofrida, dessa forma o art. 6º,
inc. VI do CDC irá dispor:

“Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e
morais, individuais, coletivos e difusos;”

Os fatos narrados causaram no Autor imenso constrangimento e


ofensa, que foi impedido de realizar negócios em decorrência da
falha do fornecedor Réu.
É dever da empresa, portanto, reparar os danos morais
perpetrados, respeitando-se a devida proporcionalidade.

Assim, requer indenização pelos danos morais sofridos no valor


de R$ 2.500,00.

D) DA TUTELA DE URGÊNCIA
Conforme dispõe nosso Código processual, a tutela de urgência
será concedida quando se '' houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo.'' (art. 300, CPC).
No caso em apreço, o Autor se encontra inscrito no cadastro de
inadimplentes pela total ausência de zelo da empresa Ré, sendo
provado conforme doc. anexo que a dívida cobrada - e que
gerou a inscrição indevida - se encontra devidamente adimplida.

Nesse ínterim, a probabilidade do direito está evidente na falha


da prestação de serviços da empresa Ré, fundamentado no
art. 14 do CDC, e o comprovante da transação que demonstra a
inexistência de qualquer débito em aberto.

Por outro lado, o perigo de dano está consubstanciado na


incapacidade do Autor em realizar determinados negócios
jurídicos em decorrência do fato, inviabilizando o exercício dos
mais variados atos da vida civil.

Pelo exposto, é de lídima justiça a concessão initio litis de


antecipação de tutela (art. 300, § 1º, CPC) para excluir seu nome
dos cadastros de inadimplente, sob pena de multa a ser
arbitrada por este Juízo.

III- DOS PEDIDOS

Por tudo que foi exposto, requer o Autor:

a) a concessão initio litis de antecipação de tutela para excluir seu


nome dos cadastros de inadimplente, sob pena de multa.

b) a citação do Réu para, querendo, responder os termos da


presente ação sob pena de revelia.

c) no mérito, a declaração de inexistência do débito e confirmação


da tutela antecipada eventualmente deferida.

d) indenização pelos danos morais sofridos no valor de R$


2.500,00.

e) condenação do réu a pagar custas processuais e honorários


advocatícios.
f) A juntada do pagamento das custas iniciais.

g) Requer que as intimações e demais atos sejam direcionados ao


endereço profissional sob pena de nulidade.

h) Designação de audiência de conciliação.

Ainda, protesta por todas as produções de provas em direito admitidas,


mormente, provas documentais.

Dá-se à causa o valor de 2.500,00

Rio de Janeiro, 04 de maio de 2021

Douglas Corrêa Viana/ OAB-RJ.

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