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AO JUÍZO DE DIREITO DA COMARCA DE VOLTA REDONDA - RJ

Sergio, estado civil [...], profissão [...], inscrito no cadastro de pessoas físicas no n.
[...], registrado sob o n. [...], residente e domiciliado na Rua [...], com endereço
eletrônico [...], vem à presença deste Juízo propor a presente:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO CUMULADA COM OBRIGAÇÃO DE FAZER E


DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO

em face da telefonia ALFA, com Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica sob o n. [...],
sediado em [...].

I - DOS FATOS

O Autor foi comunicado pelo Réu que sua fatura, vencida no mês de junho de 2022,
constava em aberto e, caso não pagasse o valor correspondente, no total de
R$850,00 (oitocentos e cinquenta reais), no prazo de 15 dias após o recebimento
da comunicação, seu nome seria lançado nos cadastros dos órgãos de proteção ao
crédito.
Consultando a documentação pertinente ao serviço utilizado, encontrou o
comprovante de pagamento da fatura supostamente em aberto, enviando-o via fax
para a empresa Ré a fim de dirimir o problema.
Ao tentar concretizar a compra de um veículo mediante financiamento alguns dias
depois, viu frustrado o negócio, ante a informação de que o crédito lhe fora negado,
uma vez que seu nome estava inscrito nos cadastros de maus pagadores pela
empresa Ré, em virtude de débito vencido em junho de 2022, no valor de R$850,00
(oitocentos e cinquenta reais).
O fato causou enorme constrangimento ao Autor que, diante da recusa da empresa
em dirimir o problema, não lhe restou outra alternativa que não a proposição da
presente ação.

II - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS


II.I DA RELAÇÃO DE CONSUMO
A presente relação jurídica está acolhida pela lei n. 8.078/90 (Código de Defesa do
Consumidor), em que de um lado temos a figura do Consumidor (art. 2º, CDC), de
outro a figura do Fornecedor (art. 3º, CDC), vinculados pela prestação de serviços
telefônicos (art. 3º, § 2º CDC).

II.II DA RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO E DA OBRIGAÇÃO DE


FAZER
No caso concreto, houve falha na segurança do serviço prestado pela empresa Ré,
evidenciando, assim, o fato do serviço.

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de


culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos
à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas
sobre sua fruição e riscos.
O Autor realizou tempestivamente o pagamento dos valores que estavam sendo
cobrados e possuía o comprovante da transação, porém, independentemente da
inexistência de saldo devedor, a Empresa Ré passou a cobrar valores em aberto.

A comunicação do Autor informando o cumprimento tempestivo de suas


obrigações não foi suficiente para que a Empresa Ré agisse com zelo e sobriedade,
continuando a cobrar por valores indevidos, inscrevendo, por fim, o Autor no
cadastro de inadimplentes.

O fato impediu que o Autor realizasse um financiamento de veículo, sofrendo


vexame e humilhação na agência em decorrência de um erro por parte da Ré.
Segundo o CDC, o fornecedor responde, independentemente de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação
dos serviços, dessa forma, deve a empresa Ré ser responsabilizada pela ausência
de cuidado no exercício de sua atividade.

Dessa forma, estando comprovado o adimplemento da obrigação e o ato ilício da


Ré em inscrever o Autor no cadastro de inadimplentes, requer a imediata retirada
de seu nome dos respectivos órgãos de proteção ao crédito.

II.III DA INDENIZAÇÃO PELOS DANOS MORAIS

O direito à indenização por danos morais foi consagrado em nossa Constituição,


que em seu art. 5º, inc. X irá defender:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,


assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação

Seguindo a lógica constitucional, o CDC garantiu que consumidores lesados,


material ou moralmente, tivessem o direito de ser reparados da lesão sofrida,
dessa forma o art. 6º, inc. VI do CDC irá dispor:

Art.6º são direitos básicos do consumidor:

VI- A efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,


coletivos e difusos;

Os fatos narrados causaram no Autor imenso constrangimento e ofensa, que foi


impedido de realizar negócios em decorrência da falha do fornecedor Réu.

É dever da empresa, portanto, reparar os danos morais perpetrados, respeitando-


se a devida proporcionalidade.
Assim, requer indenização pelos danos morais sofridos no valor de R$ [...].
III - DA TUTELA DE URGÊNCIA

Conforme dispõe nosso Código processual, a tutela de urgência será concedida


quando se '' houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.'' (art. 300, CPC).

No caso em apreço, o Autor se encontra inscrito no cadastro de inadimplentes pela


total ausência de zelo da empresa Ré, sendo provado conforme doc. anexo que a
dívida cobrada - e que gerou a inscrição indevida - se encontra devidamente
adimplida.

Nesse ínterim, a probabilidade do direito está evidente na falha da prestação de


serviços da empresa Ré, fundamentado no art. 14 do CDC, e o comprovante da
transação que demonstra a inexistência de qualquer débito em aberto.

Por outro lado, o perigo de dano está consubstanciado na incapacidade do Autor


em realizar determinados negócios jurídicos em decorrência do fato,
inviabilizando o exercício dos mais variados atos da vida civil.

Pelo exposto, é de lídima justiça a concessão initio litis de antecipação de tutela


(art. 300, § 1º, CPC) para excluir seu nome dos cadastros de inadimplente, sob
pena de multa a ser arbitrada por este Juízo.

IV - DOS PEDIDOS

Por tudo que foi exposto, requer o Autor:

a) a concessão initio litis de antecipação de tutela para excluir seu nome dos
cadastros de inadimplente, sob pena de multa.

b) a citação do Réu para, querendo, responder os termos da presente ação sob


pena de revelia.

c) no mérito, a declaração de inexistência do débito e confirmação da tutela


antecipada eventualmente deferida.

d) indenização pelos danos morais sofridos no valor de R$ [...].

e) condenação do réu a pagar custas processuais e honorários advocatícios.

V- DO VALOR DA CAUSA

Dá-se à causa o valor de [...]

Pede deferimento.

Local [...], Data [...]


ADVOGADO, OAB.

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