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AO JUIZO DA VARA CIVEL DA COMARCA DE RIO DE

JANEIRO/RJ.

Jade Picon, brasileira, solteira, portadora da cédula de identidade nº.


8232030, inscrita no CPF nº. 873.387.235-88, residente e domiciliada na
Avenida Atlântica, nº. 657, CEP: 22021-001, Rio de Janeiro/ RJ, vem, por
intermédio de seu advogado infra-assinado, com escritório profissional na
Avenida Atlântica, nº, CEP: 22021-001, Rio de Janeiro/ RJ, onde recebe
intimações, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor a
presente:
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C com
PEDIDOS DE DANOS MORAIS

Contra o Banco XYZ, pessoa jurídica, inscrita no CNPJ sob nº.


00.000.000/0002-92, endereço eletrônico: www.bancoxyz.com.br, com sede na
rua. Manuel Carneiro - Santa Teresa, Rio de Janeiro - RJ, CEP 20241-120.

I. DA JUSTIÇA GRATUITA
INICIALMENTE postula a demandante os benefícios da justiça gratuita, com
base na Lei 1060/50 e Lei 5478/68, em virtude da pessoa não ter condições
de arcar com as custas processuais, sem comprometer o rendimento próprio
e familiar pleiteia os benefícios da GRATUIDADE DA JUSTIÇA, assegurada
pela Constituição, consoante o disposto no artigo 5º, inciso LXXIV e pela
Lei 13.105/15, NCPC, artigo 98 e seguintes. Vale ressaltar que o Superior
Tribunal de Justiça já firmou entendimento no sentido de que não sendo
necessária à comprovação do estado de miserabilidade para a concessão da
assistência judiciária gratuita é suficiente
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com
insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas
processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da
justiça, na forma da lei.
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição
inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo
ou em recurso.

II – DOS FATOS
A demandante ao tentar comprar um eletrodomestico, por um pagamento
financiado, tomou ciencia de uma negativação de seu nome junto aos
cadastros restritivos de crédito pelo Banco XYZ, do qual se tratava de um
contrato de empréstimo no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) que ela nunca
celebrou, gerando indicios de que ocorreu alguma fraude com seu nome. Ao se
dirigir ao banco e solicitar a imediata exclusão de seu nome do cadastro
restritivo de crédito, ocorreu a negativa pelo Banco XYZ

Diante da situação vexatória pela que a demandante teve de passar, vem a mesmo
perante o Poder Judiciário com o objetivo de ter reparado o dano moralmente
experimentado, ante as condutas da demandada.

III – DO DIREITO
III. 1 - DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
O Código de Defesa do Consumidor prevê, em seu artigo 6º,
inciso VIII, que diante da hipossuficiência do consumidor
frente ao fornecedor/prestador de serviço, sua defesa deve ser
facilitada com a inversão do ônus da prova. É o que se postula
na presente demanda.

Em regra, o ônus da prova incumbe a quem alega o fato gerador do direito


mencionado ou a quem o nega fazendo nascer um fato modificativo, conforme
disciplina o artigo 373, incisos I e II do Novo Código de Processo Civil, mas, o
Código de Defesa do Consumidor, representando uma atualização do direito
vigente e procurando amenizar a diferença de forças existentes entre polos
processuais onde se tem num ponto, o consumidor, como figura vulnerável e
noutro, o fornecedor, como detentor dos meios de prova que são muitas vezes
buscados pelo primeiro, e às quais este não possui acesso, adotou teoria moderna
onde se admite a inversão do ônus da prova justamente em face desta
problemática.

Diante do exposto com os fundamentos acima pautados, requer o autor a inversão


do ônus da prova, incumbindo à demandada a demonstração da veracidade do
contrato de emprestimo supostamente existente entre as partes litigantes.

III .2 – Da inexistência do débito:

Sabe-se que o credor pode inscrever o nome do devedor inadimplente nos órgãos
de proteção ao crédito, visto que age no exercício regular de um direito (CC, art.
188, I).

o credor é responsabilizado civilmente, sujeito à reparação dos prejuízos


causados, inclusive quanto ao dano moral. No caso dos autos, o a demandante
está sendo cobrada por um debito, um foi um supostamente contraído por uma
fraude em seu nome

III.3 Dos danos morais

A Constituição Federal de 1988 assegura o direito relativo à reparação de danos


morais:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
X – São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização por
dano material ou moral decorrente de sua violação.

Dessa forma, a empresa requerida, ao cometer o imprudente


ato de cobrar por contrato não celebrado com a declarante,
afrontou confessada e conscientemente o texto constitucional acima
transcrito, devendo, por isso, ser condenada à respectiva
indenização pelo dano moral sofrido pela requerente.
Sobre a responsabilidade de reparar o dano no caso em questão, deve-se observar
o disposto no caput artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente


da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços,
bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre
sua fruição e riscos.

Segundo o CDC, o fornecedor responde, independentemente de


culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores
por defeitos relativos à prestação dos serviços, dessa forma,
deve a empresa Ré ser responsabilizada pela não exclusão do nome
da demandante do cadastro restritivo de crédito, o que foi negado pelo Banco XYZ

Além disso, o Código de Defesa do Consumidor se preocupou em garantir a


reparação de danos sofridos pelo consumidor, conforme o artigo 6º, inciso VI:

Art. 6º. São direitos básicos do consumidor:

VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e


morais, individuais, coletivos e difusos;

Quanto ao dano moral, este subsiste pela simples ofensa


dirigida à Requerente, pela mera cobrança indevida pela
Requerida, bem como diante da falha na prestação do serviço e
tentativas em solucionar o problema, o que causou inúmeros
transtornos à Autora, bem maior do que um mero
aborrecimento no caso em apreço.
IV – DOS PEDIDOS

Por tudo exposto, serve a presente Ação, para requerer a V. Exa., se digne:

a) Declarar a inexistência do débito cobrado decorrente do contrato de


empréstimo no valor de R$ 10.000,00 (dez mi reais)
b) Determinar a citação da Requerida e querendo, conteste a
presente ação sob pena de revelia e confissão quanto à
matéria de fato;
c) A concessão dos benefícios da GRATUIDADE DA
JUSTIÇA, com base na lei 1.060/50, com as alterações
introduzidas pela lei 7.510/86, bem como o disposto na
Lei 13.105/15, NCPC, em seu artigo 98 e seguintes, artigo 5º,
inciso LXXIV, por não ter o requerente condição de arcar
com a custa processual e honorária advocatícios sem
prejuízo do próprio sustento;
d) condenar a Ré, ao pagamento de uma indenização, de cunho compensatório e
punitivo, pelos danos morais causados ao Autor, em valor pecuniário justo e
condizente com o caso apresentado em tela, qual, no entendimento do Autor,
amparado em pacificada jurisprudência, deve ser equivalente a R$10.000,00
(dez mil reais), ou então, em valor que esse D. Juízo fixar, pelos seus próprios
critérios analíticos e jurídicos;

d) condenar a Ré ao pagamento dos honorários advocatícios (20% sobre o valor


da causa), das custas processuais e pagamentos que a demanda por ventura
ocasionar, bem como perícias que se fizerem necessárias, exames, laudos,
vistorias, conforme arbitrados por esse D. Juízo;

e) que seja determinada a inversão do ônus da prova, conforme art. 6º, VIII, da
Lei. 8.078, de 11 de setembro de 1990, para que seja juntado aos autos o teor das
ligações existente entre as partes de protocolo n. 48161965562974,
480161965552267 e 480161957302317;

f) a produção de todas as provas necessárias à instrução do feito, principalmente


a juntada dos documentos que instruem a inicial;

V – VALOR DA CAUSA

Dá-se à presente causa, o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), para todos os
efeitos de direito e alçada, equivalente ao valor da indenização pretendida pelo
Autor – desde a citação da Ré.

Nestes termos,

pede e espera deferimento.

Rio de Janeiro/ RJ, 15 de fevereiro de 2022.

ADVOGADO

OAB n° …. – UF

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