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JUIZO DE DIREITO DA __VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL DO

ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

JOÃO PAULO, (...), (...), (...), (...), portador de carteira de identidade


n° (...), emitida por (...), e inscrito no CPF sob o n°(...), residente em (...), n° (...),
Bairro (...), na cidade Rio de Janeiro, telefone (...), e-mail (...), vem por seu
advogado devidamente constituído, pelo procedimento comum, com
fundamento na Lei nº 8.078 de 11 de setembro de 1990 e nos artigos 318 e
seguintes do Código de Processo Civil, vem respeitosamente ao juízo interpor:

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE DANOS MORAIS E


PEDIDO DE TUTELA

em face de BANCO XYZ, inscrito no CNPJ n° XXX com endereço


eletrônico XXX, com sede em XXX, Rio de Janeiro, pelos motivos de fato e de
direito que passa a expor:
I. DAS QUESTÕES INICIAIS

1.1 TUTELA ANTECIPADA

O perigo de dano diante de uma eventual demora na tramitação da


ação poderá vir a causar prejuízos ainda maiores para o autor, que ficará
sem crédito, o que compromete diretamente no seu sustento.

Assim, requer a concessão de imediata de tutela de urgência sem a


oitiva da parte contrária na forma do art. 300 do CPC diante da
presença dos requisitos:

- fumus boni iuris, já que consta provado que o autor foi lesado;

- periculum in mora, que fará com que o autor sofra danos irreparáveis por
ter seu cadastro negativo nos órgãos de proteção ao crédito;

- reversibilidade da medida, tendo em vista que, caso ao final da lide, seja


julgado improcedente o pedido.

II. DOS FATOS

No dia xx/xx/xxxx, o autor se surpreendeu ao se deparar com seu


nome negativado junto aos cadastros restritivos de crédito em razão da
existência de um contrato com o banco XYZ, quando tentava realizar a
compra de um eletrodoméstico, porém, informado pelo vendedor que não seria
possível aceitar o pagamento financiado em virtude da mencionada
dívida que não era reconhecida pelo no autor, tendo em vista que nunca
contratara qualquer serviço com o banco supramencionado.

Assim, após verificar os fatos com a referida instituição


bancária, restou constatado que havia sido vítima de fraude, pois outrem
contratara um empréstimo no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) em seu
nome.

III. DO DIREITO
Embora o autor não tenha contratado com a empresa ré, ele é
consumidor por equiparação, conforme disposto Lei nº 8.078 de 11 de
setembro de 1990 em seu artigo 29;

Conforme artigo 101 inciso 1 da mesma lei a ação pode ser


proposta no domicílio do autor;

A indenização por danos morais tem fundamento na Constituição


Federal, artigo 5º, incisos III, V e X. De acordo com ela, ninguém será
submetido a tratamento desumano ou degradante e o direito de resposta,
quando cabível, será assegurado sem prejuízo da reparação do dano material
ou moral;

O ônus da prova, baseado n no artigo 6º, VIII, do Código de Defesa


do Consumidor (CDC) permite a inversão. A instituição bancária, deve trazer ao
processo documentos ou depoimentos testemunhais capazes de comprovar os
referidos requisitos para declarar a inexistência de dívida.

De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, o fornecedor de


produtos ou serviços possui responsabilidade objetiva, conforme artigo 12 e
posteriores do CDC.

É claro que houve falha na prestação do serviço, tendo em vista a


falta de diligência na verificação dos documentos apresentados no momento da
contratação, o que favoreceu a fraude de que o consumidor foi vítima, pois é
sabido que as instituições bancárias possuem condições financeiras para
investir em tecnologia a fim de evitar que fraudes sejam cometidas.
2.1. DO DANO MORAL

O autor, sofreu um dano relevante no momento em que deixa de ser


concedido de ter seu direito de adquirir um bem (art. 6º, VII, CDC ou art. 5º, V,
CRFB/88). Tal dano ocorre ainda da inclusão indevida do nome do autor
nos cadastros restritivos de crédito, o que nunca o acontecera como
consumidor, pois foi justamente após a fraude que o autor foi submetido à
situação vexatória ao tentar adquirir um produto e não lograr êxito, haja vista
que a ré no ímpeto de obter lucros proporciona erros como o citado, sendo
assim além do dano moral ser procedente, o cadastro deverá ser retirado de
forma imediata das referidas instituições onde encontra-se negativado. (art. 14,
caput ou § 1º do CDC ou art. 927 c/c 186 e 187 do CC)

A jurisprudência abaixo mostra a tendência de decisão adotada


nestes casos:

AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE


CIVIL POR INCLUSÃO INDEVIDA EM CADASTRO RESTRITIVO DE
CRÉDITO. DANOS MORAIS. CONFIGURAÇÃO DE DANO IN RE IPSA EM
RELAÇÃO À PESSOA JURÍDICA. OCORRÊNCIA. PRECEDENTES.
VIOLAÇÃO À COLEGIALIDADE. NÃO OCORRÊNCIA. REVISÃO DO
ACERVO FÁTICO-PROBATÓRIO. NÃO OCORRÊNCIA. AGRAVO INTERNO
A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Cuidando-se de protesto indevido de
título ou inscrição irregular em cadastro de inadimplentes, conforme
expressamente reconhecido pelo Tribunal a quo, o dano moral, ainda que a
prejudicada seja pessoa jurídica, configura-se in re ipsa, prescindindo,
portanto, de prova. Precedentes. 2. O relator está autorizado a decidir
monocraticamente recurso que for contrário a jurisprudência dominante
(Súmula 568/STJ). Além disso, eventual nulidade da decisão singular fica
superada com a apreciação da matéria pelo órgão colegiado por ocasião do
agravo interno. 3. A obtenção das circunstâncias necessárias ao
conhecimento do recurso a partir do delineamento fático do acórdão recorrido
não implica reexame fático-probatório vedado pela Súmula 7/STJ. 4. Agravo
interno a que se nega provimento. (AgInt no REsp 1828271 / RS)

3. DOS PEDIDOS

Diante das razões de fato e de direito já expostas, vem a Vossa


Excelência pedir o que segue:
a) O deferimento do pedido de tutela sem a oitava da parte contrária, para a
retirada do nome do autor dos cadastros restritivos de crédito, referente ao
contrato objeto desta demanda e sua referida confirmação;

b) Declaração da inexistência da dívida

c) Pagamento de custas e honorários

d) A condenação da requerida a declarar a inexistência da dívida do contrato;

e) Pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 30.000,00 (trinta


mil reais)

f) O julgamento procedente de todo os pedidos

4. DAS PROVAS

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em


direito, especialmente o depoimento pessoal da ré, e a prova documental,
através do contrato de adesão que fica, desde já requerido, sob pena de sofrer
os efeitos da confissão; a juntada de novos documentos; e qualquer outro meio
de prova que seja capaz de demonstrar a verdade dos fatos.

Requer-se, ainda, a inversão do ônus da prova, com base no artigo


6º, inciso VIII do CDC, bem como provar o alegado por todos os meios de
prova em direito admitidos, especialmente pelos documentos colacionados,
depoimento pessoal das partes, oitavas de testemunhas, sem prejuízo de
quaisquer outros que se fizerem necessários no curso da instrução processual.
5. DO VALOR DA CAUSA

Dá-se a causa, para efeitos fiscais e legais, o valor de


R$ 40.000,00 (trinta mil reais).

Termos em que, pede e espera deferimento.

Rio de Janeiro, XX de XXXXXX de 2023.

___________________________________
NOME DA ADVOGADA
OAB XXX.XXX/XX

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