Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Em face do BANCO XX, pessoa jurídica, inscrita no CNPJ sob o n.º, tel.:, e-mail:, endereço
comercial na Rua X, pelos fatos e razões que se seguem:
I- DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Em primeiro lugar, afirma, nos termos da Lei 1.060/50, modificada pela Lei n.º 7.510/86 e do
art. 98 do CPC, ser juridicamente necessitado, não podendo arcar com o pagamento das custas
e os honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento, pelo que faz jus, conforme
documentos em anexo, à concessão dos benefícios de gratuidade de justiça.
A autora – embora não tenha qualquer relação contratual e consumista com o Banco réu
– teve, conforme documentação anexa, seu nome incluso no rol de devedores do Cadastro do
Serviço de Proteção ao Crédito no dia 8 de julho de 2022 sob a alegação que incorria em
inadimplemento de duas parcelas em um empréstimo consignado supostamente realizado
junto à instituição ré.
Desde que tomou ciência da referida situação, a autora procurou a instituição bancária, a
fim de resolver a problemática extrajudicialmente, contudo, encontrou inúmeros óbices e,
diante da recusa da ré, não houve outra solução se não ajuizar a presente ação, com o intuito
de ver seu direito resguardado.
III- DO MÉRITO
Em caso de inadimplemento, o ordenamento jurídico brasileiro concede ao credor a
possibilidade de, nos termos do art. 188, I, do CC, incluir o nome do devedor no rol de sistemas
protetivos ao crédito – tal garante uma maior segurança jurídica ao credor.
A moral é bem jurídico digno de tutela, conforme disposto na nossa Constituição, in verbis:
Art. 5º, inciso V: é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem;
Art. 5º, inciso X: são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente da sua violação.
Ademais, a atitude reverbera contra a pessoa pública da autora, posto que faz sua inserção
num cadastro público e de fácil acesso, que a prejudica de garantir a contratação de qualquer
tipo de serviço com outras empresas.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
A autora goza de reputação ilibada, sem qualquer inscrição prévia no Sistema de Proteção
Creditícia – isentando-se, então, do entendimento cristalizado, porém mitigado, da Súmula
385 do STJ – e padeceu de danos imensuráveis em sua esfera íntima. No mais, cabe destacar o
caráter disciplinar do dano moral, que aparece como medida cautelar na medida que
desencoraja o agressor a repetir tal conduta.
V- DA TUTELA DE URGÊNCIA
Art. 300: A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciam a probabilidade do direito e o perigo de dano ou de risco ao resultado útil
do processo.
Ademais, a situação negativa no rol de devedores provoca àquele inscrito diversas constrições
financeiras e jurídicas, ainda mais ao se tratar de pessoa hipossuficiente, incluindo dificuldades
na solicitação e na obtenção de crédito e de financiamentos.
Confirmado, então, o fumus bonus iuri e o periculum in mora, requer a parte autora a
concessão da medida liminar de antecipação de tutela para a retirada do nome da autora no
rol de devedores.