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EMBARGOS À EXECUÇÃO
I – DOS FATOS
O embargante foi surpreendido com a visita de um Oficial de Justiça em sua residência,
que, na primeira vez, o citou para pagamento de uma dívida trabalhista de R$ 150.000,00,
oriunda da 50ª Vara do Trabalho de Boa Vista, no Processo n. xxxx e, 48 horas depois,
retornou e penhorou o imóvel em que reside, avaliando-o, pelo valor de mercado, em R$
180.000,00.
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Embargos à Execução e Exercício II
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No relato dos fatos não foram contados os detalhes da correção monetária, os detalhes
do bem que é o único imóvel em que ele reside com sua filha, que ele é viúvo, nem os deta-
lhes de uma multa de 10%. Só foram contados os momentos processuais.
Dos requisitos específicos, o art. 884 estabelece que os embargos têm que ser apresen-
tados no prazo de 5 dias contados da ciência da garantia do juízo, estipulado pelo art. 880.
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III – MÉRITO
As custas na execução são por ato; cada ato tem um valor de custas, pago pelo execu-
tado ao final.
ANOTAÇÕES
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No mérito são abordados os problemas em si: com o bem que é penhorado, com a cor-
reção monetária e com a multa de 10% que foi imposta (art. 523, I).
Nos termos do art. 1º da Lei n. 8.009/1990, o imóvel residencial próprio do casal, ou da
entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer dívida. Ressalte-se que,
com base na Súmula 364 do STJ, a impenhorabilidade de bem de família abrange também
o imóvel pertencente a pessoas viúvas. Dessa forma, o bem em questão não é passível de
penhora, razão pela qual requer seja desconstituída a penhora realizada.
15m
2. Correção monetária
Observa-se que, nas contas homologadas, a correção monetária foi calculada conside-
rando o mês da prestação dos serviços.
À luz da Súmula 381 do TST, a correção monetária deve ser calculada pelo índice do mês
subsequente ao da prestação dos serviços.
Diante do exposto, postula-se que os cálculos sejam refeitos no que tange à correção
monetária.
Os salários têm que ser pagos até o 5º dia útil do mês subsequente ao da prestação de
serviço; a pessoa trabalha do dia 1º ao dia 30 ou 31 do mês e o salário será recebido até o 5º
dia útil do mês seguinte. Caso não seja pago até essa data, irá incidir a correção monetária
a partir do dia 1º do mês subsequente à prestação de serviços.
Nesse caso, o perito calculou a partir do mês da prestação e não a partir do mês subse-
quente, de forma que será pedida a correção dos cálculos.
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O problema da multa é o mais complicado porque não existe nenhuma súmula, nenhum
artigo estabelecendo que a multa do art. 523, § 1º do CPC, não se aplica ao processo do tra-
balho. Esse é o entendimento do TST a partir de uma tese firmada em um recurso de revista
repetitivo. Até ser firmado em recurso de revista repetitivo, é vinculante, obrigatório a todos
os juízes e tribunais; mas não há na CLT.
O CPC não se aplica ao processo do trabalho, existindo duas argumentações para isso:
• A CLT não é omissa; nesse caso, não se aplica o CPC e sim a CLT, porque essa é
nossa legislação principal; ou
• A CLT é omissa; nesse caso, não se aplicaria o CPC se fosse incompatível.
Nessa situação, o TST deixa claro que a CLT não é omissa quanto ao trâmite da execu-
ção; por isso não será aplicada a multa do CPC. O regramento do CPC é incompatível com
o processo do trabalho. Ex.: Imagine que seu João tem uma sentença de liquidação no pro-
cesso de trabalho, sendo o valor da execução de R$ 150.000,00. Foi expedido o mandado
de liquidação, penhora e avaliação e o Oficial de Justiça foi até a empresa para que seu João
pagasse ou garantisse o juízo em 48 horas. Como ele não o fez dentro do prazo, o Oficial
de Justiça voltou e foi acrescentado uma multa de 10%. Porém, essa multa é incompatível,
20m
porque a CLT não tem nenhuma informação sobre isso. Os regramentos dispõem que se
o executado não pagar ou garantir o juízo em 48 horas, o juiz mandará penhorar todos os
bens para garantia do juízo; mas não consta nada sobre multa. Por isso, nesse caso ela não
se aplica.
Ocorre que existe disciplina específica na CLT acerca do procedimento de execução de
sentença, consoante se observa nos arts. 880, 882 e 883 da CLT. Tais artigos preveem o
prazo e a garantia da dívida por depósito ou por nomeação à penhora de bens, tantos quan-
tos bastem ao pagamento da importância da condenação, acrescido das despesas proces-
suais, custas e juros de mora. Não se aplica, portanto, a multa prevista no art. 523, § 1º, do
CPC ao Processo Trabalhista.
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IV – REQUERIMENTOS FINAIS
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local e data
Advogado
OAB n.
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Aryanna Linhares.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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