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MAGIS 8 EXTREME

QUESTÕES – PROCESSO PENAL I

1- As fontes formais, rotuladas, ainda, de fontes de revelação, de cognição ou de conhecimento,


traduzem as formas pelas quais o direito se exterioriza. São fontes formais indiretas, EXCETO:
a) doutrina e analogia.
b) princípios gerais do direito e direito comparado.
c) legislação infraconstitucional e tratados de direito internacional.
d) jurisprudência e costumes.

Gabarito: C
Fontes formais, rotuladas, ainda, de fontes de revelação, de cognição ou de conhecimento,
traduzem as formas pelas quais o direito se exterioriza. Classificam-se em fontes formais imediatas
ou diretas e fontes formais mediatas ou indiretas. Como fontes formais imediatas ou diretas
compreendem-se as leis, assim compreendido todo e qualquer dispositivo editado pelo poder
público, entre os quais: a CF, a legislação infraconstitucional e os tratados, convenções e regras de
direito internacional.
Por outro lado, como fontes formais mediatas ou indiretas compreendem-se os princípios gerais
de direito, a analogia, os costumes, a doutrina, o direito comparado e a jurisprudência.

2- Considerando a disciplina da aplicação de lei processual penal, assinale a alternativa CORRETA.


a) Em caso de superveniência de leis processuais penais híbridas, prevalece o aspecto instrumental
da norma.
b) A lei processual penal admite o suplemento dos princípios gerais de direito.
c) A superveniência de lei processual penal que modifique determinado procedimento determina a
renovação dos atos já praticados.
d) A lei processual penal não admite interpretação extensiva, ainda que admita aplicação analógica.
e) A lei processual penal aplica-se desde logo, conformando um complexo de princípios e regras
processuais penais próprios, vedada a suplementação pelos princípios gerais de direito.

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Gabarito: B
Art. 2º, CPP A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos
realizados sob a vigência da lei anterior.
Art. 3o , CPP A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem
como o suplemento dos princípios gerais de direito.

3 – No direito comparado, são encontradas três espécies de sistemas processuais. Assinale a


alternativa CORRETA com relação ao tema.
a) Próprio dos regimes democráticos, o sistema acusatório caracteriza-se pela distinção relativa
entre as funções de acusar, defender e julgar, que deverão ficar a cargo de pessoas distintas.
b) Típico dos sistemas ditatoriais, o sistema inquisitivo contempla um processo judicial em que
podem estar reunidas na pessoa do juiz as funções de acusar e julgar.
c) No sistema acusatório há isonomia processual. Entretanto, essa isonomia é relativizada,
detectando-se, em alguns casos, a ocorrência de privilégios processuais, ora em relação à acusação,
ora em relação à defesa.
d) Chama-se “acusatório” porque, à luz deste sistema ninguém poderá ser chamado a juízo sem que
haja uma acusação, por meio da qual o fato imputado seja narrado com todas as suas circunstâncias.
e) No sistema acusatório garante-se à defesa o direito de manifestar-se apenas depois da acusação,
não podendo abrir mão desse direito.

Gabarito: D
a) Próprio dos regimes democráticos, o sistema acusatório caracteriza-se pela distinção absoluta
entre as funções de acusar, defender e julgar, que deverão ficar a cargo de pessoas distintas.
b) Típico dos sistemas ditatoriais, contempla um processo judicial em que podem estar reunidas na
pessoa do juiz as funções de acusar, defender e julgar.
c) Trata-se de característica do sistema misto ou inquisitivo garantista.
d) CORRETA.
e) Garante-se à defesa o direito de manifestar-se apenas depois da acusação, exceto quando quiser
e puder abrir mão desse direito.
(Avena, Norberto Cláudio Pâncaro. Processo penal. 9.ª ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense;
São Paulo: MÉTODO, 2017. p. 39/42.

4- Ainda com relação aos sistemas processuais penais, assinale a alternativa CORRETA.
a) O tema relativo ao sistema processual penal adotado no Brasil é controvertido, não havendo
posição uniforme a respeito.
b) Pelo estudo e analise histórica dos sistemas processuais penais, é possível constatar que houve
uma evolução linear do sistema inquisitório para o acusatório e, ao final, para o misto em compasso
com a valorização do réu como sujeito de direitos e não apenas como um objeto do processo.
c) O sistema processual acusatório não restringe a ingerência, de ofício, do magistrado antes da fase
processual da persecução penal.
d) No sistema processual inquisitivo, o processo é público; a confissão é elemento suficiente para a
condenação; e as funções de acusação e julgamento são atribuídas a pessoas distintas.
e) Em nosso sistema processual penal, que segue o sistema acusatório puro, não pode o juiz
determinar de ofício a produção de quaisquer provas.

Gabarito: A
O tema relativo ao sistema processual penal adotado no Brasil é controvertido, não havendo
posição uniforme a respeito.
A doutrina e a jurisprudência majoritária apontam o sistema acusatório. Entretanto, há orientação
em sentido oposto, compreendendo no direito brasileiro o sistema misto ou inquisitivo garantista.
Para os adeptos da primeira corrente, a consagração do modelo acusatório está clara em várias
disposições da Constituição Federal, em especial aquelas que referem a obrigatoriedade de
motivação das decisões judiciais (art. 93, IX) e as garantias da isonomia processual (art. 5.º, I), do
juiz natural (art. 5.º, XXXVII e LIII), do devido processo legal (art. 5.º, LIV), do contraditório, da ampla
defesa (art. 5.º, LV) e da presunção de inocência (art. 5.º, LVII).
Já os defensores do segundo entendimento aduzem que, muito embora a Constituição Federal
tenha incorporado regras pertinentes ao sistema acusatório, o direito brasileiro agasalhou
resquícios do sistema inquisitivo na legislação infraconstitucional, do que é exemplo a faculdade
conferida ao juiz de produzir provas ex officio, prevista genericamente no art. 156 do CPP e
ratificada em várias outras disposições do mesmo Código e da legislação complementar.
(Avena, Norberto Cláudio Pâncaro. Processo penal. 9.ª ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense;
São Paulo: MÉTODO, 2017. p. 42.)

5- São características do sistema penal acusatório, EXCETO.


a) Há liberdade de acusação, reconhecido o direito ao ofendido e a qualquer cidadão.
b) Prevalece a oralidade nos procedimentos.
c) Há impulso oficial e liberdade processual.
d) Predomina a liberdade de defesa e a isonomia entre as partes no processo.
e) Existe a possibilidade de recusa do julgador.

Gabarito: C
Originado na Grécia e na Roma antiga, é o sistema no qual há nítida separação entre o órgão de
acusação e o julgador, sendo este imparcial. A partir desse conceito, são fixadas as características
deste sistema:
• Há liberdade de acusação, reconhecido o direito ao ofendido e a qualquer cidadão
• Prevalece a oralidade nos procedimentos
• Predomina a liberdade de defesa e a isonomia entre as partes no processo
• Vigora a publicidade do procedimento
• O contraditório está presente
• Existe a possibilidade de recusa do julgador
• Há livre sistema de produção de provas
• Predomina maior participação popular na justiça penal
• A liberdade do réu é regra
(Alves, Leonardo Barreto Moreira. PROCESSO PENAL - PARTE GERA, 6ª edição revista e atualizada,
Juspodivm, 2016. p. 72)

6 – Analise as assertivas a seguir e assinale a alternativa CORRETA de acordo com o entendimento


fixado pelo STF.
I - No momento da denúncia, prevalece o princípio do in dubio pro societate.
II - A execução provisória da pena não ofende o princípio constitucional da presunção de inocência
(art. 5º, LVII, da CF/88).
III - Para que o princípio da congruência seja respeitado é necessário apenas que haja a correlação
entre o fato descrito na peça acusatória e o fato pelo qual o réu foi condenado, sendo irrelevante
a menção expressa na denúncia de eventuais causas de aumento ou diminuição de pena.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I está incorreta.
c) Apenas II está incorreta.
d) Apenas III está incorreta.
e) Todas estão incorretas.

Gabarito: A
I – CORRETA STF. 1ª Turma. Inq 4506/DF, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso,
julgado em 17/04/2018 (Info 898).
II – CORRETA STF. Plenário. HC 152752/PR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 4/4/2018 (Info 896).
III – CORRETA STF. 2ª Turma. HC 123733/AL, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/9/2014 (Info
759).

7- Assinale a alternativa INCORRETA.


a) Viola o Princípio do Promotor Natural se o Promotor de Justiça que atua na vara criminal comum
oferece denúncia contra o acusado na vara do Tribunal do Júri e o Promotor que funciona neste
juízo especializado segue com a ação penal, participando dos atos do processo até a pronúncia.
b) Por vigorar na fase de pronúncia o princípio in dubio pro societate, somente é autorizado ao
julgador afastar as qualificadoras contidas na denúncia caso não haja dúvidas de que elas não estão
configuradas no caso concreto.
c) Não ofende o princípio da congruência a condenação por agravantes não descritas na denúncia.
Isso é autorizado pelo art. 385, do CPP, que foi recepcionado pela CF/88.
d) Não viola o princípio do juiz natural o julgamento de apelação por órgão colegiado presidido por
desembargador, sendo os demais integrantes juízes convocados.
Gabarito: A
a) Não viola o Princípio do Promotor Natural se o Promotor de Justiça que atua na vara criminal
comum oferece denúncia contra o acusado na vara do Tribunal do Júri e o Promotor que funciona
neste juízo especializado segue com a ação penal, participando dos atos do processo até a pronúncia.
No caso concreto, em um primeiro momento, entendeu-se que a conduta não seria crime doloso
contra a vida, razão pela qual os autos foram remetidos ao Promotor da vara comum. No entanto,
mais para frente comprovou-se que, na verdade, tratava-se sim de crime doloso. Com isso, o
Promotor que estava no exercício ofereceu a denúncia e remeteu a ação imediatamente ao
Promotor do Júri, que poderia, a qualquer momento, não ratificá-la. Configurou-se uma ratificação
implícita da denúncia. Não houve designação arbitrária ou quebra de autonomia. STF. 1ª Turma.HC
114093/PR, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
3/10/2017 (Info 880).
b) STJ. 5ª Turma. HC 406.869/RS, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 19/09/2017. STJ. 6ª Turma.
AgRg no AREsp 830.308/RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 20/06/2017.
c) STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1612551/RJ, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em
02/02/2017. STJ. 6ª Turma. HC 381590/SC, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em
06/06/2017.
d) STF. 1ª Turma. HC 101473/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto
Barroso, julgado em 16/2/2016 (Info 814).

8- Dentre os diversos princípios no processo penal, o princípio ne procedat judex ex officio:


a) estabelece que no processo penal, devem ser realizadas as diligências necessárias e adotadas
todas as providências cabíveis para tentar descobrir como os fatos realmente se passaram, de forma
que o jus puniendi seja exercido com efetividade em relação àquele que praticou ou concorreu para
a infração penal.
b) trata-se de um desdobramento do princípio do devido processo legal, consagrando-se como um
dos mais importantes alicerces do Estado de Direito.
c) é atributo constitucional-processual que possibilita às partes a impugnação das decisões tomadas
no âmbito do Poder Judiciário, conferindo, ainda, à sociedade a garantia de que essas deliberações
não resultam de posturas arbitrárias, mas sim de um julgamento imparcial, realizado de acordo com
a lei.
d) concretiza a regra da inércia da jurisdição e produz consequências práticas importantes em
relação ao desencadeamento da ação penal, ao desenvolvimento válido do processo e, inclusive, no
que concerne à fase recursal.
e) representa o dever que assiste ao Estado de atribuir transparência a seus atos, reforçando, com
isso, as garantias da independência, imparcialidade e responsabilidade do juiz.

Gabarito: D
a) Princípio da verdade real
b) Princípio da presunção de inocência ou de não culpabilidade ou estado de inocência.
c) Princípio da obrigatoriedade de motivação das decisões judiciais
d) CORRETA.
e) Princípio da publicidade.
(Avena, Norberto Cláudio Pâncaro. Processo penal. 9.ª ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense;
São Paulo: MÉTODO, 2017. p. 44/52.)

9- O princípio do juiz natural decorre do art. 5.º, LIII, da Constituição Federal, ao dispor que
ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente. Não se considera
violado o princípio do juiz natural, EXCETO:
a) Delegação de atos instrutórios a juiz de Primeira Instância nas ações penais originárias movidas
contra Prefeito, que tem prerrogativa de foro nos tribunais.
b) Processo e julgamento pela Justiça Comum de crime sujeito à competência da Justiça Militar
c) Composição majoritária do órgão julgador de Tribunal por juízes de primeiro grau legalmente
convocados.
d) A designação de juiz para atuar, de forma genérica, em uma determinada Vara.
e) A distribuição de processo, por dependência, a determinada vara criminal, pelo fato de lá já
existirem outras ações penais em tramitação contra o mesmo réu.

Gabarito: B
a) STJ, HC 139.850/SC, DJ 19.10.2009.
b) STJ, HC 114.825/PR, DJ 09.11.2009.
c) STJ, HC 103.590/SP, DJ 09.11.2009.
d) STF, HC 89.890/BA, DJ 05.12.2006
e) Trata-se de previsão muito comum, incorporada em leis ou atos normativos estaduais, a de que
a distribuição de inquéritos policiais relativos a indiciados que estejam sendo processados ou que
já tenham sido julgados será realizada por dependência à vara onde tramitou o primeiro processo.
E em tal previsão não há qualquer afrontamento ao princípio do juiz natural, já que se trata de
comando genérico, desvinculado deste ou daquele indiciado individualmente considerado.

10- Assinale a assertiva em que constam apenas princípios constitucionais implícitos no processo
penal.
a) Correlação entre a acusação e sentença, oficiosidade e igualdade processual
b) Juiz imparcial, Promotor natural e Juiz natural.
c) Iniciativa das partes, duplo grau de jurisdição e publicidade
d) Autoritariedade, ne bis in idem e in dubio pro réu.
e) Duplo grau de jurisdição, Obrigatoriedade da ação penal pública e indisponibilidade da ação penal
pública e Oficialidade.

Gabarito: E
a) Igualdade processual é princípio constitucional – art. 5º, caput, CF.
b) Juiz Natural é princípio constitucional - art. 5º, LIII, CF.
c) Publicidade é princípio constitucional - art. 5º, LX, CF.
d) in dubio pro réu é princípio constitucional - art. 5º, LVII, CF.
e) CORRETA – são todos princípios constitucionais implícitos no processo penal.

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