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VIEIRA GALLY

Advogados Associados

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DOS


JUIZADOS ESPECIAIS DA COMARCA DE ITABUNA-BA.

SAMUEL DIAS BARROS, brasileiro, solteiro, assistente administrativo,


natural de Taguatinga-DF, nascido em 29/11/1979, filho de Raimundo Ferreira Barros e
Maria do Rosário Dias Barros, portador do RG nº 75.694.379-5 SSP/BA, e do CPF nº
002.920.705-35, domiciliado na Rua B, nº 175, Bairro Monte Cristo, Itabuna – Bahia,
CEP: 45.604-496, por seu advogado que esta subscreve, conforme poderes outorgados
na procuração que será anexada, com endereço profissional na com endereço
profissional na Rua Eduardo Fontes, nº 09, Centro, Itabuna/BA, e-mail para
citações/intimações eletrônicas: levivaz@outlook.com.br onde recebe intimações e
notificações, vem à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C


REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS

em face do – 1 – 123 MILHAS VIAGENS E TURISMO LTDA., CNPJ sob n.


26.669.170/0001-57 com sede na Rua dos Aimorés , 1017 , Boa Viagem , BELO
HORIZONTE - MG - BRASIL , 30140071, mario@tavernard.adv.br, pelos motivos
fáticos e legais que a seguir passa a expor:

I- DOS FATOS

O requerente adquiriu junto à requerida 04 diárias na pousada “Lua Crescente”


localizada em Arraial d’Ajuda-BA pelo valor de R$ 788,88 (setecentos e oitenta e oito
reais e oitenta e oito centavos), com check-in em 20/04/2023 e check-out em 24/04/2023

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(Vide DOC. 1 e 1.1).

Abra-se um parêntese para informar que a aquisição foi feita utilizando o cartão
da sua genitora, porém as reservas foram feitas no nome do autor e sua companheira.

Acontece que, em 07/04/2023 o autor entrou em contato com a Requerida no


intuito de proceder com o cancelamento da reserva e a consequente devolução do valor
cobrado, em razão de problemas pessoais e saúde da sua companheira (Vide DOC. 2).

Tal procedimento de cancelamento gerou o protocolo nº 230407-000864, na qual


a atendente alegou que daria andamento ao pedido de cancelamento.

No entanto, para surpresa do autor, em Maio do corrente ano, recebeu um e-mail


informando que em razão do não comparecimento para o check-in, a reserva gerou o “no
show” sem direito a reembolso por parte do hotel ao autor (Vide DOC. 3).

Alegou a acionada que o autor não teria confirmado de fato o pedido de


cancelamento da reserva. Fato este que não procede, pois o contato realizado pelo autor
via e-mail e telefone confirma a intenção do o autor no cancelamento da reserva.

Dessa forma, sem opção, uma vez que tentou administrativamente de todas as
formas, o autor busca a via judicial para reparação moral e material do presente liame.

II- DO DIREITO

Indubitavelmente, a relação discutida em tela trata-se de uma relação de


consumo, regida pelo Código de Defesa do Consumidor. Desta forma, dispõe o art. 6º,
VII, do CDC que “são direitos básicos do consumidor – a inversão do ônus da prova,
quando for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente”.

Sem dúvidas, houve vício/defeito na prestação do serviço, passível de reparação


civil, conforme proclama o CDC, em seu art. 14:

Art. 14, CDC: O fornecedor de serviços responde,


independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por
defeitos relativos à prestação dos serviços, bem
como por informações insuficientes ou inadequadas.

Vale lembrar que, consoante entendimento do STJ: "a regra probatória,


quando a demanda versa sobre relação de consumo, é a da inversão do respectivo
ônus” (Recurso Especial n º REsp 637.608/SP), motivo pelo qual requer a aludida
inversão.

Ademais, uma vez caracterizada a relação de consumo entre as Rés e o autor,


cabe a aplicação da teoria da responsabilidade objetiva, na qual não se discute a
existência ou não da culpa do agente, pois nem sempre poderá o consumidor demonstrá-
la com efetividade e êxito, consoante prescreve o art. 14 do CDC.

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1. DO DANO MORAL E MATERIAL

Com relação aos danos morais e materiais sofridos pelo Autor estes são
explícitos, ante a negligência da Ré.

O dano material consiste na determinação deste D. Juízo ao reembolso do valor


pago pelas diárias, uma vez que o autor informou em tempo hábil o desinteresse na
reserva por razão de saúde. Vejamos:

Nesse sentido, faz jus o autor ao reembolso da quantia de R$ 788,88 (setecentos


e oitenta e oito reais e oitenta e oito centavos) pago devidamente corrigido e atualizado.

Além disso, não houve clareza suficiente quanto ao procedimento adotado pela
Requerida, de modo que certamente prejudicou o autor.

Atrelado ao prejuízo material, o autor também foi submetido a um grande


desgaste emocional capaz de gerar dano moral indenizável. A ausência de clareza por
parte da Requerida submeteu o autor a várias tentativa frustradas de resolução do
presente imbróglio, conforme faz prova os protocolos anexos (Vide DOC. 5).

Dessa forma, a indenização no caso em epígrafe merece a procedência em


virtude, do seu caráter pedagógico, de modo que iniba a ré para que esta não
pratique conduta análoga com nenhum outro consumidor. Um não reconhecimento da
condenação incentivaria a empresa a desrespeitar os seus clientes/consumidores, visto
que a ré notaria que suas afrontas não representam nenhum dano moral.

A jurisprudência é pacífica quanto a responsabilidade de indenizar:


RECURSO INOMINADO. AÇÃO INDENIZATÓRIA.
PROTESTO INDEVIDO. DUPLICATA. DÍVIDA
DESCONHECIDA PELO AUTOR. COMPRAS EFETUADAS
POR TERCEIRO. PROTESTO CANCELADO
POSTERIORMENTE. NEGLIGENCIA DA EMPRESA RÉ.
DANOS MORAIS CONFIGURADOS. QUANTUM
INDENIZATORIO MANTIDO. A parte autora teve título protestado
por um débito que desconhece, o qual foi cancelado em momento
posterior mediante declaração que o débito teria sido adimplido.
Ocorre que o referido débito é atinente a compras efetuadas por
terceiro, supostamente em nome do autor, em endereço diverso do
mesmo, fato este afirmado pela própria ré. Embora a demandada
afirme que em outra oportunidade o autor tenha autorizado um terceiro

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para efetuar uma determinada compra, quanto às compras que


originaram o débito da inscrição, a demandada não juntou aos autos
nenhum documento que constasse a autorização ou o consentimento do
autor quanto a realização destas em seu nome, ônus que lhe incumbia,
a teor do disposto no artigo 333, II, do CPC. Portanto, entendo que o
demandante não deu causa ao título protestado, como aduzido pela
requerida, mas sim que o fato ocorreu em virtude da negligência da
mesma em ter aceitado negociar com um terceiro através do nome do
autor sem a sua respectiva autorização. Embora à demandada já tenha
efetuado o cancelamento do protesto, o qual se afigura indevido,
entende-se que o protesto indevido de título implica em ofensa à
imagem da pessoa, visto que leva a conhecimento público a
equivocada premissa de que a mesma não está apta a honrar seus
compromissos, ocasionando-lhe, por consectário, danos morais, os
quais decorrem, tão-só, da inscrição irregular, dispensando
comprovação a respeito. A fixação do montante indenizatório deve
atender aos fins a que se presta, em princípio, oferecendo
compensação ao lesado, atenuando seu sofrimento, e, quanto ao
causador do dano, tem caráter sancionatório com a finalidade de que o
agente não pratique mais o ato lesivo, observando-se os princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade. No caso em análise, a
responsabilização pelos prejuízos extrapatrimoniais não tem apenas a
finalidade reparatória, atendendo, também, ao caráter punitivo e
sancionatório que integra essa forma de indenização. Assim, tenho que
o quantum fixado pelo juiz a quo em R$4.000,00, não merece reparo,
embora aquém dos parâmetros utilizados por estas Turmas em casos
análogos . (Recurso Cível Nº 71004606117, Terceira Turma Recursal
Cível, Turmas Recursais, Relator: Silvia Muradas Fiori, Julgado em
30/01/2014)

(TJ-RS - Recurso Cível: 71004606117 RS, Relator:


Silvia Muradas Fiori, Data de Julgamento: 30/01/2014, Terceira
Turma Recursal Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do
dia 03/02/2014)

No caso em tela, fica evidente a responsabilidade de indenizar. Portanto, tendo


por base o notório dano psíquico sofrido pelo autor, requer a condenação da ré pelos
danos morais sofridos na ordem de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), por entender que não
se configurará enriquecimento do autor, nem detrimento econômico da ré.

III- DOS PEDIDOS

Em face do exposto, requer de Vossa Excelência:

a) Requer a Concessão dos Benefícios da Justiça Gratuita, nos termos da lei 1.060/50,
considerando que a autora não possui condições financeiras de arcar com o pagamento
das custas processuais, honorários advocatícios e demais cominações legais, sem
prejuízo de seu próprio sustento e de sua família, isso em caso de recurso, o que de logo
requer;
b) Citação das DEMANDADAS na pessoa dos seus representantes legais, para
querendo, virem responder aos termos desta Ação, sob as penas do art. 20 da lei

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9.099/95 e Art. 238 e seguintes do C.P.C.;


c) a aplicabilidade da responsabilidade objetiva em favor do autor, por se tratar de nítida
relação consumerista;

d) no MÉRITO, requer:

1. A restituição atualizada e corrigida do valor desembolsado de R$ 788,88 (setecentos


e oitenta e oito reais e oitenta e oito centavos);

2. A TOTAL PROCEDÊNCIA DA AÇÃO e a CONDENAÇÃO das acionadas ao


pagamento de indenização pelos danos morais e materiais suportados pela autora, no
valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) ou em valor maior a ser estipulado por este
douto juízo, como medida de melhor administração da mais lídima Justiça, com juros e
correção monetária a contar do evento danoso, conforme Súmulas 43 e 54 do STJ.

IV- DAS PROVAS


Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em direito,
notadamente DEPOIMENTO PESSOAL DO REPRESENTANTE LEGAL DA
REQUERIDA, DOCUMENTAL, TESTEMUNHAL, sem prejuízo de outras provas
eventualmente cabíveis para o deslinde do feito.

V- DO VALOR DA CAUSA

Dá-se ao pleito o valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais).

Termos em que,
Pede deferimento.

Itabuna, 12 de Julho de 2023.

Bel. Cleuder Vieira Gally Filho Bel. Levi Vaz Santos


OAB/BA 55.947 OAB/BA 68.907

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