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EXCELENTÍSSIMO (A) DOUTOR (A) JUIZ (JUÍZA) DO 12º JUIZADO ESPECIAL CIVEL DE SÃO LUÍS-
MARANHÃO.
Pedido de exclusão dos nomes dodo requerente dos SPC/SERASA
1. DOS FATOS
Ilustre Magistrado, a parte Requerente descobriu que se encontrava com o nome inscrito
junto aos ó rgã os de proteçã o ao crédito da pior maneira possível, em público e mediante consulta de
seu CPF, para aprovação de uma compra no comércio varejista.
Achando um absurdo e, por nã o acreditar na informaçã o recebida, realizou consulta em
nome junto ao SPC/SERASA, ocasiã o em que descobriu as má culas imensurá veis registradas em seu nome,
todas indevidamente – EIS QUE NADA DEVE. Mesmo asssim o Autor descobriu um ligaçao de IU FIBRA
EM uma casa que nã o é sua e em um endereço que desconhece , e todos os meses gerando debito em seus
CPf com isso ocorrendo desde 04 DE DEZEMBRO DE 2021 , ONDE DESCONRIU DEPOIS QUE FORA A
DATA DE INSTALAÇAO. GERANDO COBRANÇAS INXEISTENTES DESCONHECIDAS E INCLUSAO DO SEU
NOME NO SPC /SERASA. Nesse caso, vejamos:
Logo, percebeu que estava sendo cobrado de forma indevida, haja vista que DESCONHECE o
débito negativado em seu nome pela empresa RÉ.
Nesse contexto, suspeitou de ERRO de negativação em seu nome, SEJA pela venda e
prestaçã o de serviços em massa por parte da Requerida, que nã o goza de qualquer cautela ou conferência
de documentos, SEJA pela â nsia de captar cada vez mais clientes e obter cada vez mais lucros, o que
permite vender ou contratar com qualquer pessoa apenas mediante simples informaçõ es via telefone.
Em suma, os fatos.
2 – DO DIREITO
RELAÇÃO DE CONSUMO E A INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
Nã o pairam dú vidas que o fato narrado classifica-se perfeitamente como relaçã o de
consumo nos ditames do art. 2º e 3º do CDC, logo deve ser analisado à luz do Có digo de Defesa do
Consumidor.
O có digo consumerista modernizou o direito vigente, quando reduziu as diferenças de
forças existentes entre os polos processuais na lide consumerista, onde se tem de um lado, o frá gil e
hipossuficiente consumidor, e de outro lado, o fortalecido fornecedor que aufere lucros milioná rios,
detentor das provas que sã o muitas vezes buscados por aquele, mas que lhes sã o sonegadas por este,
inclusive, impedindo-lhe o acesso a elas.
Nota-se que equiparar os litigantes na lide é mera aplicaçã o do princípio constitucional da
isonomia (art. 5º - caput, Todos são iguais perante a lei...), neste viés o consumidor como parte
reconhecidamente mais fraca, é o vulnerá vel na relaçã o de consumo, consoante o preceito ínsito no art. 4º,
I do CDC.Desta forma é a aplicação do instituto da inversão do ônus da prova que equilibra a lide
proposta, passando a responsabilidade de provar para o fornecedor (art. 6º, VIII do CDC).
Os métodos para concessão da Inversão do Ônus da prova são a hipossuficiência OU
verossimilhança das alegações, bastando o consumidor por ora parte autora preencher um dos
requisitos acima destacados, para se conceder a benesse do ônus probante.
A parte autora/consumidor é hipossuficiente pois nã o possui mecanismos para produzir
mais provas, bem como as suas alegaçõ es neste pleito sã o verossímeis, pois condizem com a realidade. A
respeito da hipossuficiência leciona Kazuo Watanabe (2005, p. 794):
Numa relaçã o de consumo [...] a situaçã o do fabricante é de evidente vantagem, pois
somente ele tem pleno conhecimento do projeto, da técnica e do processo utilizado na fabricaçã o do
veículo, e por isso está em melhores condiçõ es de demonstrar a inocorrência do vício de fabricaçã o. A
situaçã o do consumidor é de manifesta vulnerabilidade, independentemente de sua situaçã o econô mica.
[...] Foi precisamente em razã o dessas situaçõ es, enquadradas no conceito amplo de hipossuficiência, que
o legislador estabeleceu a inversã o do ô nus da prova, para facilitar a tutela jurisdicional do consumidor.
No tocante a Verossimilhança das alegaçõ es Beatriz Catarina Dias (1999, p. 27) explica este
princípio:
Por verossimilhança entende-se algo semelhante à verdade. De acordo com esse princípio,
no processo civil o Juiz deverá se contentar, ante as provas produzidas, em descobrir a verdade aparente...
É indispensá vel que do processo resulte efetiva aparência de verdade material, sob pena de nã o ser
acolhida a pretensã o por insuficiência de prova - o que equivale à ausência ou insuficiência de
verossimilhança.
Conclui-se ao realizar a simples leitura do artigo 6º do CDC que, quando a tutela
jurisdicional é provocada pelo consumidor, deve o Juiz velar pela proteçã o deste, já que é a parte mais
fraca da relaçã o jurídica, neste caso, apenas ao apontar a verossimilhança e ser hipossuficiente como em
tela, deve-se inverter o ô nus da prova, pois, o consumidor final é o que vive refém de táticas e
desleixos dos fornecedores no mercado de consumo, que só pensam aumentar seus ganhos, nã o
preocupando com as mazelas deixadas para o consumidor.
Assim, a parte autora invoca o instituto da inversão do ônus da Prova para a parte
RÉ, equilibrando assim os polos na lide formulada, aplicação pratica do Principio da Isonomia (art.
5º, caput, CRFB), fulcro no Art. 6º incisos IV, VI, VIII do CDC, a fim de se determinar à Ré a
apresentaçã o de todas as provas referentes ao pedido desta inicial, destaca-se, contrato firmado entre o
autor e a Ré, bem como, provas robustas que demonstrem a pactuaçã o entre os qualificados.
4. DA JUSTIÇA GRATUITA
A parte autora requer a concessã o dos benefícios da Justiça Gratuita para o tramite deste
pleito, em caso de RECURSOS, por se tratar de pessoa pobre na concepçã o legal do termo e, nã o possuir
condiçõ es de arcar com as custas de um recurso neste Juizado, sem prejuízo pró prio e que pode replicar
em sua família.
Faz-se este requerimento com base no principio constitucional de acesso à justiça sem
empecilhos (art. 5º, XXXV, CRFB), corroborado pelo principio da proteçã o ao consumidor (art. 5º, XXXII,
CRFB), e pela garantia constitucional de isençã o de custas aos pobres (art. 5º, LVXXIV, CRFB).
Destaca-se que a comprovaçã o de pobreza se firma em declaraçã o assinada de pró prio
punho anexa, que é o requisito legal solicitado pelas Leis n. 1.060/50 e 7.115/83, que dispõ e:
Art. 4º. Lei 1060-50 - A parte gozará dos benefícios da assistência judiciá ria, mediante
simples afirmação, na pró pria petiçã o inicial, de que nã o está em condiçõ es de pagar as custas do
processo e os honorá rios de advogado, sem prejuízo pró prio ou de sua família.
[...]
Art. 1º. Lei 7115 - A declaração destinada a fazer prova de vida, residência, pobreza,
dependência econô mica, homonímia ou bons antecedentes, quando firmada pelo pró prio interesse ou por
procurador bastante, e sob as penas da Lei, presume-se verdadeira.
Assim, a parte autora possui plausibilidade para o caso de recorrer ter garantido sua isençã o de custas.
5. DOS PEDIDOS
Isto posto, a parte autora requer providências de Vossa Excelência no sentido de:
1. Citar a RÉ , caso inerte, suporte os efeitos da confissã o e revelia;
2. CONCEDER a antecipação dos efeitos da tutela, por estar presente no pleito as condicionais do
Fumus Boni Iuris e o Periculum in Mora, de forma initio littis e inaudita altera pars, para
determinar a exclusão do nome da parte autora dos órgãos de proteção/restrição ao crédito feito
pela parte RÈ, bem como para impedir nova inclusã o, ilidindo qualquer negativaçã o correspondente ao
débito impugnado nesta peça de ingresso e ainda, cominando multa diá ria em caso de descumprimento. E,
no mérito, requer-se a confirmaçã o da medida liminar porventura deferida;
3. A aplicaçã o do CDC nos termos do art. 2º e 3º, e a concessã o da inversã o do ô nus da prova, haja vista se
tratar a parte Autora de vítima do evento danoso e parte mais vulnerá vel e hipossuficiente da relaçã o de
consumo (art. 5º, caput, CRFB com o art. 6º, VIII, e art. 17 do CDC).
4. A procedência total dos pedidos para:
4.1 - DECLARAR A INEXISTÊNCIA DOS DÉBITOS pelos quais a parte autora se encontra negativada
indevidamente pela parte Ré, eis que trata-se de objeto de produto/serviço defeituoso, comutado
com ato ilegal (negativação indevida);
4.2 - Condenar a parte Ré ao pagamento da indenização a ser arbitrado por este Douto Juízo, com
base nos julgados delineados pelo STJ, supracitados, levando-se em consideração a extensão do
dano causado a parte autora (vexame em público; perda de tempo; impossibilidade de compra;
fama de mal pagador;), bem como o grau de culpa da parte ré (promoveu a inclusão indevida do
nome da parte autora junto aos Órgãos de Proteção ao Crédito, mesmo havendo desconhecimento
do débito objeto da negativação pela parte autora – ERRO COMPROVADO) e sua imensurá vel
possibilidade financeira;
5. Pugna-se para que a correçã o monetá ria e aplicaçã o dos juros no quantum indenizató rio arbitrado
desde a data da ocorrência do evento danoso, conforme prescriçã o das Sú mulas 43 e 54 do C. STJ;
6. Esgotadas as oportunidades de conciliaçã o, requer o julgamento antecipado da lide por tratar
unicamente de matéria de Direito, com todas as provas necessá rias já acostadas aos autos.
8. Conceder os benefícios da assistência judiciá ria gratuita, nos termos do art. 5º, V e X da CRFB e Lei n.
1.060/50, por se tratar de parte autora hipossuficiente que nã o consegue arcar com as custas de uma açã o
dessa natureza sem o prejuízo de seu sustente e o de sua família.
Por fim, o autor protesta pela produçã o de todos os meios de prova em direito admitidos, nos termos do
art. 332 e 397 do CPC;
Atribuí-se à causa o valor de R$ 10.0000 DEZ MIL REAIS.
Nestes termos, Pede deferimento.
Sã o Luís, Ma 12 de dezembro de 2022
Helena Salomão
advogada
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