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EXCELENTÍSSIMO (A) DOUTOR (A) JUIZ (JUÍZA) DO 12º JUIZADO ESPECIAL CIVEL DE SÃO LUÍS-
MARANHÃO.
Pedido de exclusão dos nomes dodo requerente dos SPC/SERASA

ADILSON GUIMARAES NETO, brasileiro, residente e domiciliado na Rua 10, quadra 10 ,


Condomínio Vilage Del Leste ap 5 bloco 1, Bairro: São Cristóvão, CEP : 65010-000, São Luís-Maranhão, , por
intermédio de sua procuradora (procuraçã o anexa, doc.1), vem com devido respeito e acatamento propor
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTENCIA DE DÉBITOS COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, C/
PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

em face de OI MÓVEL S. A., inscrita no CNPJ/MF sob o nº05.XXXXX/0001-11, estabelecida


no Setor Comercial Norte, Quadra 03, Bloco A, Edifício Telebrasília, térreo, parte 2, CEP nº 70713-
900 – Brasília - DF, pelosfatos e fundamentos que passa a expor.

1. DOS FATOS
Ilustre Magistrado, a parte Requerente descobriu que se encontrava com o nome inscrito
junto aos ó rgã os de proteçã o ao crédito da pior maneira possível, em público e mediante consulta de
seu CPF, para aprovação de uma compra no comércio varejista.
Achando um absurdo e, por nã o acreditar na informaçã o recebida, realizou consulta em
nome junto ao SPC/SERASA, ocasiã o em que descobriu as má culas imensurá veis registradas em seu nome,
todas indevidamente – EIS QUE NADA DEVE. Mesmo asssim o Autor descobriu um ligaçao de IU FIBRA
EM uma casa que nã o é sua e em um endereço que desconhece , e todos os meses gerando debito em seus
CPf com isso ocorrendo desde 04 DE DEZEMBRO DE 2021 , ONDE DESCONRIU DEPOIS QUE FORA A
DATA DE INSTALAÇAO. GERANDO COBRANÇAS INXEISTENTES DESCONHECIDAS E INCLUSAO DO SEU
NOME NO SPC /SERASA. Nesse caso, vejamos:
Logo, percebeu que estava sendo cobrado de forma indevida, haja vista que DESCONHECE o
débito negativado em seu nome pela empresa RÉ.
Nesse contexto, suspeitou de ERRO de negativação em seu nome, SEJA pela venda e
prestaçã o de serviços em massa por parte da Requerida, que nã o goza de qualquer cautela ou conferência
de documentos, SEJA pela â nsia de captar cada vez mais clientes e obter cada vez mais lucros, o que
permite vender ou contratar com qualquer pessoa apenas mediante simples informaçõ es via telefone.
Em suma, os fatos.

2 – DO DIREITO
RELAÇÃO DE CONSUMO E A INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
Nã o pairam dú vidas que o fato narrado classifica-se perfeitamente como relaçã o de
consumo nos ditames do art. 2º e 3º do CDC, logo deve ser analisado à luz do Có digo de Defesa do
Consumidor.
O có digo consumerista modernizou o direito vigente, quando reduziu as diferenças de
forças existentes entre os polos processuais na lide consumerista, onde se tem de um lado, o frá gil e
hipossuficiente consumidor, e de outro lado, o fortalecido fornecedor que aufere lucros milioná rios,
detentor das provas que sã o muitas vezes buscados por aquele, mas que lhes sã o sonegadas por este,
inclusive, impedindo-lhe o acesso a elas.
Nota-se que equiparar os litigantes na lide é mera aplicaçã o do princípio constitucional da
isonomia (art. 5º - caput, Todos são iguais perante a lei...), neste viés o consumidor como parte
reconhecidamente mais fraca, é o vulnerá vel na relaçã o de consumo, consoante o preceito ínsito no art. 4º,
I do CDC.Desta forma é a aplicação do instituto da inversão do ônus da prova que equilibra a lide
proposta, passando a responsabilidade de provar para o fornecedor (art. 6º, VIII do CDC).
Os métodos para concessão da Inversão do Ônus da prova são a hipossuficiência OU
verossimilhança das alegações, bastando o consumidor por ora parte autora preencher um dos
requisitos acima destacados, para se conceder a benesse do ônus probante.
A parte autora/consumidor é hipossuficiente pois nã o possui mecanismos para produzir
mais provas, bem como as suas alegaçõ es neste pleito sã o verossímeis, pois condizem com a realidade. A
respeito da hipossuficiência leciona Kazuo Watanabe (2005, p. 794):
Numa relaçã o de consumo [...] a situaçã o do fabricante é de evidente vantagem, pois
somente ele tem pleno conhecimento do projeto, da técnica e do processo utilizado na fabricaçã o do
veículo, e por isso está em melhores condiçõ es de demonstrar a inocorrência do vício de fabricaçã o. A
situaçã o do consumidor é de manifesta vulnerabilidade, independentemente de sua situaçã o econô mica.
[...] Foi precisamente em razã o dessas situaçõ es, enquadradas no conceito amplo de hipossuficiência, que
o legislador estabeleceu a inversã o do ô nus da prova, para facilitar a tutela jurisdicional do consumidor.
No tocante a Verossimilhança das alegaçõ es Beatriz Catarina Dias (1999, p. 27) explica este
princípio:
Por verossimilhança entende-se algo semelhante à verdade. De acordo com esse princípio,
no processo civil o Juiz deverá se contentar, ante as provas produzidas, em descobrir a verdade aparente...
É indispensá vel que do processo resulte efetiva aparência de verdade material, sob pena de nã o ser
acolhida a pretensã o por insuficiência de prova - o que equivale à ausência ou insuficiência de
verossimilhança.
Conclui-se ao realizar a simples leitura do artigo 6º do CDC que, quando a tutela
jurisdicional é provocada pelo consumidor, deve o Juiz velar pela proteçã o deste, já que é a parte mais
fraca da relaçã o jurídica, neste caso, apenas ao apontar a verossimilhança e ser hipossuficiente como em
tela, deve-se inverter o ô nus da prova, pois, o consumidor final é o que vive refém de táticas e
desleixos dos fornecedores no mercado de consumo, que só pensam aumentar seus ganhos, nã o
preocupando com as mazelas deixadas para o consumidor.
Assim, a parte autora invoca o instituto da inversão do ônus da Prova para a parte
RÉ, equilibrando assim os polos na lide formulada, aplicação pratica do Principio da Isonomia (art.
5º, caput, CRFB), fulcro no Art. 6º incisos IV, VI, VIII do CDC, a fim de se determinar à Ré a
apresentaçã o de todas as provas referentes ao pedido desta inicial, destaca-se, contrato firmado entre o
autor e a Ré, bem como, provas robustas que demonstrem a pactuaçã o entre os qualificados.

2.1 - DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA


Pelo prejuízo que passa nesse momento, se faz necessá rio uma medida de urgência, afim de
sanar o abuso perpetrado pela parte Ré, desta forma, requer a inversã o do ô nus da prova nos seguintes
termos:
Para a concessã o de medida de urgência, se faz necessá rio a comprovaçã o de dois
requisitos: Fumus Boni Iuris e o Periculum in Mora. O que ficará devidamente comprovado, veja:
Tais requisitos retratam a aparência de um bom direito e de perigo de demora, ou seja,
ocorre quando resta comprovado que o ora requerido possui plausibilidade, observa-se: sobre o perigo
da demora, mister lembrar que, quanto mais tempo perdurar as negativaçõ es mais será o
CONSTRANGIMENTO da parte autora quecontinuará com seu crédito cerceado, podendo parar até de
comprar alimentos para sua família, restando-se ofendido, já a fumaça do bom direito se percebe no
comprovante de negativaçã o anexo.
Verifica-se, que a situaçã o da parte autora atende perfeitamente a todos os requisitos
esperados para a concessã o da medida antecipató ria, pelo que se busca, antes da decisã o do mérito em si,
a ordem judicial para cessar os descontos mensais indevidos pela autora; PARA TANTO, REQUER DE
VOSSA EXCELÊNCIA A DETERMINAÇÃO DE EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO A PARTE REQUERIDA NESSE
SENTIDO.
E sendo deferido o pedido da parte autora, requer, ainda, que seja assinalado prazo mínimo A PARTE RÉ
PARA CUMPRIMENTO DA ORDEM JUDICIAL, ALÉM DE MULTA DIÁRIA DE ATRASO DO
CUMPRIMENTO DA ORDEM, com base no art. 644 c/c art. 461, ambos do CPC. O cabimento da Tutela
Antecipada nos juizados está definido pelo enunciado 26 do FONAJE:
Enunciado 26 - São cabíveis a tutela acautelatória e a antecipatória nos Juizados Especiais Cíveis, em
caráter excepcional.
Pelos fatos narrada, e pela prova documental anexa, tais como, inclusã o do nome no SPC/SERASA e
demais documentos; nã o há como negar que a parte Ré vem agindo de forma ilícita, pois além de negativar
o nome do Requerente indevidamente, ainda o mantém possivelmente até esta data.
Assim caso nã o seja deferida a tutela, os prejuízos sofridos pela parte autora poderã o ser ainda mais
agravados. Há que ressaltar, ainda, que nã o existe nenhum perigo de irreversibilidade do provimento
antecipado. O Superior Tribunal de Justiça, assim tem decidido:
“CIVIL. DÉ BITO SUB JUDICE. INSCRIÇÃ O DO DEVEDOR EM CADASTROS DE
INADIMPLENTES. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça consolidou-se no
sentido de que a discussão judicial do débito impede a inscrição do devedor em
cadastros de inadimplentes. Ressalva de entendimento pessoal. “(Resp n.º 466819/GO,
Terceira Turma, Rel. Min. Ari Pergendler, julgado em 05/12/2002, publicado no DJUde
19/05/2003.
Fulcro no art. 273 do CPC requer-se a antecipaçã o dos efeitos da tutela, para retirada do nome da parte
autora, A SER REALIZADO PELA PARTE RÉ, dos Órgãos de Proteção ao Crédito.
3. DO DANO MORAL
Entre os direitos bá sicos do consumidor, está efetiva prevenção e reparação de danos
patrimoniais e morais, individuais, é o disposto no art. 6º, VI, do Có digo de Defesa do Consumidor.
Indubitá vel é dizer que no Direito Consumerista qualquer clá usula contratual que permita a
PARTE RÉ diminua a sua responsabilidade perante a venda de produtos/serviços é totalmente nula, com
base no art. 51, inciso I, II e IV, CDC, veja:
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais
relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
[...]
IV – estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o
consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé
ou a equidade;(grifos nossos)
Excelência, sem qualquer razã o a parte Ré cobrou serviço nã o solicitado pela parte
autora, transformando o seu produto/serviço em defeituoso, conforme determina o
CDC em seu art. 14, § 1º, veja:
§ 1º O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor
dele pode esperar, levando-se em consideraçã o as circunstâ ncias relevantes, entre
as quais:
Clarividente que o serviço/produto disponibilizado pela parte Ré no mercado de consumo
nã o trá s a segurança necessá ria para o mercado de consumo, vez que cobra da parte autora valor nã o
pactuado, logo, este deve ser declarado como defeituoso, pois consiste em disponibilizaçã o de
produto/serviço que gera risco ao consumidor, por hora parte autora.
Como ninguém tem o direito de causar sofrimento a outrem, impunemente, a dor
representada pelos transtornos, aborrecimentos, humilhaçõ es, constrangimentos e prejuízos financeiros
podem ser perfeitamente enfeixados como danos morais, que, por sua vez, não podem deixar de ter
uma reparação jurídica. A funçã o de reparabilidade do dano moral restou consagrada na CRFB em seu
artigo 5º, incisos V e X, ipsis litteris:
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além de
indenização por dano material, moral ou à imagem;
[...]
X - sã o invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrentes de
sua violaçã o; (grifos nossos)
Com efeito, dispõ em os artigos 186 e 927 do atual Diploma Civil, que:
Artigo 186 do CC/02: Aquele que por açã o ou omissã o voluntá ria, negligência ou
imprudência, violar direito ou causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.
Artigo 927 do CC/02: Aquele que, por ato ilícito (arts 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará -lo.
Como se nã o bastasse à legislaçã o mencionada em linhas pretéritas, o CDC em seu art. 14
dispô s que nas relaçõ es de consumo é dever do fornecedor de serviços/produtos responder
objetivamente pelos danos causados pela disponibilizaçã o defeituosa de seus serviços, in verbis:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência
de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos
relativos à prestaçã o dos serviços, bem como por informaçõ es insuficientes ou
inadequadas sobre sua fruiçã o e riscos.
Inegá vel é que a parte RÉ , efetivamente, realizou conduta lesiva contra a parte autora. Desse
modo, estes dispositivos volvidos asseguram cristalinamente o direito da preservaçã o da dignidade
humana, da intimidade, da intangibilidade dos direitos da personalidade.
Com efeito, em situaçõ es tais, o ato lesivo por disponibilizaçã o de serviço defeituoso, afeta a
personalidade do indivíduo, sua honra, sua integridade psíquica, seu bem-estar íntimo, suas virtudes,
enfim, causando-lhe mal-estar, desgostos, afliçõ es, interrompendo-lhes o equilíbrio psíquico constitui
causa suficiente para a obrigaçã o de indenizar pelo dano moral, proporcionando à vítima uma
compensaçã o para a mitigaçã o da dor.
Assim, a reparaçã o, nesses casos, reside no pagamento de uma soma pecuniá ria, arbitrada
pelo consenso do juiz, que possibilite ao lesionador uma penalizaçã o e consequentemente compense os
dissabores sofridos pela vítima e repare sua dor íntima, em virtude da ação ilícita do lesionador.
No mesmo sentido lecionam Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho:
O dano moral consiste na lesã o de direitos cujo conteú do nã o é pecuniá rio, nem
comercialmente redutível a dinheiro. Em outras palavras, podemos afirmar que dano moral
é aquele que lesiona a esfera personalíssima da pessoa (seus direitos da personalidade),
violando, por exemplo, sua intimidade, vida privada, honra e imagem, bens jurídicos
tutelados constitucionalmente. (Novo Curso de Direito Civil – Responsabilidade Civil. Sã o
Paulo: Saraiva, 11ª Ed., p. 105).
O professor Caio Má rio da Silva Pereira mantém o mesmo entendimento:
“A vítima de uma lesã o a algum daqueles direitos sem cunho patrimonial efetivo, mas
ofendida em um bem jurídico que em certos casos pode ser mesmo mais valioso do que os
integrantes de seu patrimô nio, deve receber uma soma que lhe compense a dor ou o
sofrimento, a ser arbitrada pelo juiz, atendendo à s circunstâ ncias de cada caso, e tendo em
vista as posses do ofensor e a situaçã o pessoal do ofendido. Nem tã o grande que se converta
em fonte de enriquecimento, nem tã o pequena que se torne inexpressiva.”
(Responsabilidade Civil, 4ª ed. Pá g. 57)
Conclui-se que a Ré deve COMPENSAR a parte autora e ser PUNIDA por disponibilizar
serviços/produtos defeituosos no mercado de consumo, devendo pagar uma indenizaçã o a titulo de danos
morais.
O STF tem proclamado que “a indenização, a título de dano moral, não exige
comprovação de prejuízo” (RT 614/236), por ser este uma consequência irrecusá vel do fato e um
“direito subjetivo da pessoa ofendida” (RT 124/299).
As decisõ es partem do princípio de que a prova do dano (moral) está no pró prio fato, “não
sendo correto desacreditar na existência de prejuízo diante de situações potencialmente capazes de infligir
dor moral”. Assim, é correto admitir-se a responsabilidade objetiva do fornecedor de serviços/produtos,
nos casos de ofensa à honra, à imagem ou ao conceito da pessoa, pois se subentendem feridos seus íntimos
direitos, estes, inerentes a sua personalidade, lesionando sua condiçã o como ser humano. Como já
proclamava José de Aguiar Dias, nesses casos “acreditar na presença de dano é tudo quanto há de mais
natural”. [1] (Da Responsabilidade Civil, vol. II, p. 368).
Quanto ao valor pecuniá rio do dano moral, deve-se medir o grau da sequela produzida. A
humilhaçã o, o descaso e as situaçõ es vexató rias, devem somar-se nas conclusõ es do magistrado para que
este saiba dosar com justiça a condenaçã o do ofensor. Vejamos o seguinte aresto:
O valor da indenização para garantir compensação ao lesionado e penalidade ao
lesionador, por certo, nã o pode se descurar da capacidade econô mica de cada envolvido no litígio. É
válido mencionar, desta feita, que tanto na Doutrina quanto na Jurisprudência, o valor deve ser
fixado com caráter dúplice, tanto punitivo do agente, quanto compensatório em relação à vítima.
[1](TJSP – 7ª Câ m. – Ap. – Rel.: Campos Mello - RJTJESP 137/186-187).
Neste sentido, a jurisprudência do nosso TRIBUNAL tem-se firmado no seguinte
entendimento:
Trata-se de agravo (art. 544 do CPC) interposto por BANCO GMAC S. A, em face de
decisã o denegató ria de seguimento ao recurso especial (fls. 170/176 e-STJ). O apelo
extremo, fundamentado no artigo 105, inciso III, alínea c, da Constituiçã o Federal,
desafia acó rdã o proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul,
assim ementado: APELAÇÃ O CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE NEGATIVA DE
DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. QUITAÇÃO DO
CONTRATO. INSCRIÇÃO INDEVIDA DO NOME DO AUTOR EM CADASTROS DE
INADIMPLENTES. PROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS DECLARATÓRIO E
INDENIZATÓRIO (DANOS MORAIS). VALOR DA INDENIZAÇÃO. Embora o dano
moral nã o possa ser causa de enriquecimento ilícito do ofendido, o seu valor deve ser
fixado levando em consideraçã o o cará ter punitivo da indenizaçã o e a situaçã o
financeira do ofensor, razã o pela qual; deve ser majorado o quantum
indenizatório para R$ 36.200,00, equivalente a 50 salários mínimos. TERMO
INICIAL DA INCIDÊ NCIA DOS JUROS MORATÓ RIOS. Os juros morató rios, incidentes
sobre o valor da condenaçã o, devem ser contados da data do envento danoso
(Sú mula nº 54 do STJ). DANOS MATERIAIS (DESPESA COM O PAGAMENTO DE
HONORÁ RIOS ADVOCATÍCIOS CONVENCIONAIS). Os honorá rios advocatícios
convencionados entre a parte e seu procurador nã o caracteriza dano material, pois a
contraçã o decorreu do livre acerto entre o autor e seu mandatá rio, vinculando tã o
somente as partes contratantes. Apelaçã o parcialmente provida. Em suas razõ es de
recurso especial (fls. 114/126), o recorrente aponta dissídio jurisprudencial no
tocante à aplicaçã o dos arts. 186 e 962 do CC/02, sustentando, em síntese: a) a
necessidade de revisã o do valor indenizató rio; e b) o termo incial dos juros de mora
como sendo a data do arbitramento. Contrarrazõ es à s fls. 157/168 e-STJ. O Tribunal
de origem inadmitiu o recurso sob o fundamento de incidir a Sú mula 7 do STJ. Daí o
presente agravo (fls. 180/192 e-STJ), buscando destrancar o processamento daquela
insurgência, no qual o insurgente refuta o ó bice aplicado pela Corte estadual.
Contraminuta à s fls. 196/205.
Assim, conforme linha volvidas, clarividente que ao disponibilizar serviços/produtos defeituosos (art. 14,
§ 1º CDC) e lesionar a parte autora, a Ré, atribuiu a si a responsabilidade objetiva (art. 14, caput, CDC) em
reparar moralmente a parte autora (art. 5º, V e X da CRFB), conforme entendimento da doutrina e
jurisprudência, por este motivo, requer a condenaçã o da Ré em indenizar moralmente a parte autora
pelos transtornos provocados ao patrimô nio da Autora (art. 186, 927, CC) e lesã o a sua personalidade (art.
5, V e X, CRFB) ao disponibilizar serviço defeituoso no mercado de consumo (art. 14, caput e § 1º, CDC).

4. DA JUSTIÇA GRATUITA
A parte autora requer a concessã o dos benefícios da Justiça Gratuita para o tramite deste
pleito, em caso de RECURSOS, por se tratar de pessoa pobre na concepçã o legal do termo e, nã o possuir
condiçõ es de arcar com as custas de um recurso neste Juizado, sem prejuízo pró prio e que pode replicar
em sua família.
Faz-se este requerimento com base no principio constitucional de acesso à justiça sem
empecilhos (art. 5º, XXXV, CRFB), corroborado pelo principio da proteçã o ao consumidor (art. 5º, XXXII,
CRFB), e pela garantia constitucional de isençã o de custas aos pobres (art. 5º, LVXXIV, CRFB).
Destaca-se que a comprovaçã o de pobreza se firma em declaraçã o assinada de pró prio
punho anexa, que é o requisito legal solicitado pelas Leis n. 1.060/50 e 7.115/83, que dispõ e:
Art. 4º. Lei 1060-50 - A parte gozará dos benefícios da assistência judiciá ria, mediante
simples afirmação, na pró pria petiçã o inicial, de que nã o está em condiçõ es de pagar as custas do
processo e os honorá rios de advogado, sem prejuízo pró prio ou de sua família.
[...]
Art. 1º. Lei 7115 - A declaração destinada a fazer prova de vida, residência, pobreza,
dependência econô mica, homonímia ou bons antecedentes, quando firmada pelo pró prio interesse ou por
procurador bastante, e sob as penas da Lei, presume-se verdadeira.
Assim, a parte autora possui plausibilidade para o caso de recorrer ter garantido sua isençã o de custas.

5. DOS PEDIDOS
Isto posto, a parte autora requer providências de Vossa Excelência no sentido de:
1. Citar a RÉ , caso inerte, suporte os efeitos da confissã o e revelia;
2. CONCEDER a antecipação dos efeitos da tutela, por estar presente no pleito as condicionais do
Fumus Boni Iuris e o Periculum in Mora, de forma initio littis e inaudita altera pars, para
determinar a exclusão do nome da parte autora dos órgãos de proteção/restrição ao crédito feito
pela parte RÈ, bem como para impedir nova inclusã o, ilidindo qualquer negativaçã o correspondente ao
débito impugnado nesta peça de ingresso e ainda, cominando multa diá ria em caso de descumprimento. E,
no mérito, requer-se a confirmaçã o da medida liminar porventura deferida;
3. A aplicaçã o do CDC nos termos do art. 2º e 3º, e a concessã o da inversã o do ô nus da prova, haja vista se
tratar a parte Autora de vítima do evento danoso e parte mais vulnerá vel e hipossuficiente da relaçã o de
consumo (art. 5º, caput, CRFB com o art. 6º, VIII, e art. 17 do CDC).
4. A procedência total dos pedidos para:
4.1 - DECLARAR A INEXISTÊNCIA DOS DÉBITOS pelos quais a parte autora se encontra negativada
indevidamente pela parte Ré, eis que trata-se de objeto de produto/serviço defeituoso, comutado
com ato ilegal (negativação indevida);
4.2 - Condenar a parte Ré ao pagamento da indenização a ser arbitrado por este Douto Juízo, com
base nos julgados delineados pelo STJ, supracitados, levando-se em consideração a extensão do
dano causado a parte autora (vexame em público; perda de tempo; impossibilidade de compra;
fama de mal pagador;), bem como o grau de culpa da parte ré (promoveu a inclusão indevida do
nome da parte autora junto aos Órgãos de Proteção ao Crédito, mesmo havendo desconhecimento
do débito objeto da negativação pela parte autora – ERRO COMPROVADO) e sua imensurá vel
possibilidade financeira;
5. Pugna-se para que a correçã o monetá ria e aplicaçã o dos juros no quantum indenizató rio arbitrado
desde a data da ocorrência do evento danoso, conforme prescriçã o das Sú mulas 43 e 54 do C. STJ;
6. Esgotadas as oportunidades de conciliaçã o, requer o julgamento antecipado da lide por tratar
unicamente de matéria de Direito, com todas as provas necessá rias já acostadas aos autos.
8. Conceder os benefícios da assistência judiciá ria gratuita, nos termos do art. 5º, V e X da CRFB e Lei n.
1.060/50, por se tratar de parte autora hipossuficiente que nã o consegue arcar com as custas de uma açã o
dessa natureza sem o prejuízo de seu sustente e o de sua família.
Por fim, o autor protesta pela produçã o de todos os meios de prova em direito admitidos, nos termos do
art. 332 e 397 do CPC;
Atribuí-se à causa o valor de R$ 10.0000 DEZ MIL REAIS.
Nestes termos, Pede deferimento.
Sã o Luís, Ma 12 de dezembro de 2022
Helena Salomão
advogada
Avenida Antares, n.913, Recanto dos Vinhais, São Luís - MA.
(98) 98858-2629 / 98590-8162 (Whatsapp).

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