Você está na página 1de 13

lenasalomao@hotmail.

com

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO TITULAR DO JUIZADO ESPECIAL

DA FAZENDA PÚBLICA DO TERMO JUDICIÁRIO DE SÃO LUÍS.

REQUERENTE: HELENA AMÉLIA SALOMÃO ROCHA

OBJETO: OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

Número: 0841674-97.2022.8.10.0001

HELENA AMÉLIA SALOMÃO ROCHA, já qualificada no processo acima

epigrafado, vem através desta apresentar MANIFESTAÇÃO a respeito da CONTESTAÇÃO exarada

pela PROCURADORIA DO ESTADO DO MARANHÃO, aduzindo, para tanto, questões:

Inicialmente iremos esclarecer a nossa inicial no que tange o PEDIDO, O OBJETO e a

CAUSA DE PEDIR, conforme elencamos abaixo:

1. A Ação em epígrafe trata-se de OBRIGAÇAO DE FAZER PARA A PARTICIPAÇÃO

EM OUTRAS ETAPAS DO CONCURSO PÚBLICO POR PRETERIÇÃO POR ABUSO DE

PODER DO REQUERIDO uma vez que : SEM NOTICIFICAÇAO PRÉVIA, a autora NÃO

foi CONVOCADA PARA participar das OUTRAS ETAPAS DO CONCURSO.

2. Entrementes, a Contestação do ESTADO fala em Prescrição da pretensão do direito

alegando que a Prescrição dar-se-á do momento de passados 5 cinco anos das nomeações

elencadas PELA REQUERIDA, ou seja, das nomeações ditas arbitrárias.

II- DO PRINCÍPIO ACTIO NATA


3. Exa. As alegações não merecem prosperar, uma vez que NUNCA HOUVE POR PARTE

DA ADMINISTRAÇÃO NENHUM CHAMAMENTO PARA AS OUTRAS ETAPAS DO

CONCURSO, nem para a Autora recorrente nem mesmo para outros concorrentes,

demonstrando por não ter obedecido a ordem de chamamento e classificação de acordo com

Edital, pois o dado legal seria o de chamar todos os outros candidatos aprovados na primeira

etapa para a execução de outra etapa do concurso.

DESSA FORMA EXCELÊNCIA, PERGUNTA-SE: COMO PODE CORRER A PRESCRIÇÃO

DO DIREITO DA AUTORA SE NEM AO MENOS SE FAZIA CONHECER A

ILEGALIDADE DOS ATOS DA REQUERIDA? COMO OCORRER A PRESCRIÇÃO DE

UM ATO QUE NEM AO MENOS ACONTECEU?

O termo inicial dos prazos decadencial e prescricional para ações que objetivam

impugnar atos ilegais praticados em concursos públicos deve ser fixado com base no interesse

processual. Portanto, não houve desídia da parte Impetrante e nem desistência expressa da

vaga.

E apenas se deu o conhecimento da Autora por parte de “todos” os envolvidos e casos

aos quais essa trouxe a baila, porque procurou aleatoriamente após saber da morte de uma

das delegadas, no caso, a delegada Claudia Maciel, dessa forma, do mesmo modo que uma

convocação o prazo inicia-se e da data da ciência do ato lesivo a autora vem salientar que o

artigo 189 do Código Civil consagra o princípio da actio nata, segundo o qual a prescrição só

começa a correr após a efetiva lesão do direito. Reza esse dispositivo legal:

Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue,

pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.

Veja-se o Enunciado 14 do Conselho da Justiça Federal:

O início do prazo prescricional ocorre com o surgimento da pretensão, que decorre da

exigibilidade do direito subjetivo;


O art. 189 diz respeito a casos em que a pretensão nasce imediatamente após a violação do

direito absoluto ou da obrigação de não fazer.

De tal modo, o art. 189 do CC/02 presume a ciência imediata do indivíduo que teve seu direito

violado, o que nem sempre ocorre.

Consagra-se a Teoria da Actio Nata, portanto, para a proteção daqueles que não tiveram a

possibilidade da imediata ciência, como bem aponta a súmula 278 do STJ:

O termo inicial do prazo prescricional, na ação de indenização, é a data em que o segurado

teve ciência inequívoca da incapacidade laboral.

Destarte, faz-se a Teoria da Actio Nata importante proteção ao direito do indivíduo de ver

seu direito reparado a tempo.

Consistindo a prescrição na extinção da pretensão pelo decurso do tempo, parece

elementar que a violação em si do direito não basta para deflagrar a sua fluência, pelo simples

fato de que apenas o conhecimento da lesão possibilita ao respectivo titular o exercício eficaz

do direito de ação.

Na elucidativa explanação de Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald:

Efetivamente, o início da fluência do prazo prescricional deve decorrer não da

violação, em si, a um direito subjetivo, mas, sim, do conhecimento da violação ou

lesão ao direito subjetivo pelo seu respectivo titular. Com isso, a boa-fé é prestigiada

de modo mais vigoroso, obstando que o titular seja prejudicado por não ter tido

conhecimento da lesão que lhe foi imposta. Até porque, e isso não se põe em dúvida, é

absolutamente possível afrontar o direito subjetivo de alguém sem que o titular

tenha imediato conhecimento. (Curso de Direito Civil, Vol. 1, 10ª ed., JusPodivm, p.

726).” (grifamos)

Assim também entende-se o princípio no SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA:


PROCESSO CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO NO

AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CONCURSO PÚBLICO. PRETENSÃO

DE NOMEAÇÃO EM VIRTUDE DA OCORRÊNCIA DE PRETERIÇÃO.

PRAZO PRESCRICIONAL. PRINCÍPIO DA ACTIO NATA. TERMO INICIAL.

RECONHECIMENTO DA PRETERIÇÃO. INOCORRÊNCIA DA

PRESCRIÇÃO. AGRAVO INTERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO/ES

A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hipótese em que se discute o direito de

nomeação dos agravados no concurso público para ingresso no cargo de

investigador de Polícia Civil do Estado do Espírito Santo realizado em 1993,

ante a reclassificação realizada em decorrência de determinação judicial. 2. O

acórdão afastou a prescrição da ação, por entender que apenas a partir do

Decreto 616-S/2009 (decreto que nomeou candidatos em posição inferior à dos

autores) se iniciou a contagem do prazo prescricional. Este fundamento não foi

impugnado, sendo autônomo e suficiente à manutenção do aresto recorrido,

motivo pelo qual inafastável o óbice da Súmula 283 do STF. 3. Ademais, esta

Corte Superior consolidou entendimento de que o curso do prazo prescricional

somente tem início com a efetiva lesão ao direito, em respeito ao princípio da

actio nata. Precedentes: AgInt no REsp. 1.279.735/RS, Rel. Min. GURGEL DE

FARIA, DJe 8.8.2018; REsp. 1.666.688/SP, Rel. Min. HERMAN BENJAMIN, DJe

9.10.2017 4. Portanto, reafirma-se a inocorrência da prescrição, tendo em vista

que a caracterização da preterição deu-se pelo ato de nomeação dos candidatos

em posição inferior ocorrido no ano 2009, e a parte autora propôs a ação em

2012. 5. Agravo Interno do ESTADO DO ESPÍRITO SANTO a que se nega

provimento.

(STJ - AgInt no AREsp: XXXXX ES XXXXX/XXXXX-6, Relator: Ministro

NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Data de Julgamento: 27/11/2018, T1 -

PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 07/12/2018)

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. PRETERIÇÃO.

PRESCRIÇÃO DO FUNDO DE DIREITO. INOCORRÊNCIA. 1. O Plenário do STJ


decidiu que "aos recursos interpostos com fundamento no CPC/1973 (relativos a

decisões publicadas até 17 de março de 2016) devem ser exigidos os requisitos

Documento: 1777090 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 07/12/2018

Página 6 de 4 Superior Tribunal de Justiça de admissibilidade na forma nele prevista,

com as interpretações dadas até então pela jurisprudência do Superior Tribunal de

Justiça" (Enunciado Administrativo n. 2). 2. Esta Corte tem o entendimento de que a

prescrição é regida pelo princípio da actio nata, sendo certo que o curso do prazo

somente tem início com a efetiva lesão do direito tutelado, oportunidade em que nasce

a pretensão a ser deduzida em juízo, caso resistida. 3. O ajuizamento de ação após o

término do prazo de validade de concurso público não caracteriza caducidade,

decadência ou falta de interesse processual, quando a parte tenta demonstrar a

existência de ilegalidade em seu curso. 4. Hipótese em que foi manejada ação ordinária

que alega preterição em concurso público dentro do prazo previsto no art. 1o. do

Decreto 20.910/1932. 5. Agravo interno desprovido (AgInt no REsp. 1.279.735/RS, Rel.

Min. GURGEL DE FARIA, DJe 8.8.2018). ² ²

²ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. CONCURSO PÚBLICO. CARGO DE

PSICÓLOGO. APROVAÇÃO DENTRO DO NÚMERO DE VAGAS. DIREITO LÍQUIDO E

CERTO. INEXISTÊNCIA DE PRESCRIÇÃO. TEORIA DE ACTIO NATA.

1. A apontada divergência deve ser comprovada, cabendo a quem recorre demonstrar as

circunstâncias que identificam ou assemelham os casos confrontados, com indicação da

similitude fática e jurídica entre eles. Indispensável a transcrição de trechos do relatório e

do voto dos acórdãos recorrido e paradigma, realizando-se o cotejo analítico entre ambos,

com o intuito de bem caracterizar a interpretação legal divergente. O desrespeito a esses

requisitos legais e regimentais (art. 541, parágrafo único, do CPC e art. 255 do RI/STJ)

impede o conhecimento do Recurso Especial com base na alínea c, III, do art. 105 da

Constituição Federal. 2. A insurgência fundamentada na alínea c do permissivo

constitucional não admite como paradigmas acórdãos referentes a julgamento de

Mandado de Segurança ou de Recurso em Mandado de Segurança, por não apresentarem o

mesmo grau de cognição do Recurso Especial. Documento: 1777090 - Inteiro Teor do

Acórdão - Site certificado - DJe: 07/12/2018 Página 7 de 4 Superior Tribunal de Justiça 3. O

Tribunal bandeirante, soberano na análise do contexto fático-probatório, concluiu que a

recorrida foi aprovada em concurso público para psicóloga judiciária dentro do número de
vagas previstas no edital do certame. 4. O STJ orienta-se no sentido de não é lícito à

Administração, no prazo de validade do concurso público, omitir-se de praticar atos de

nomeação dos aprovados dentro do limite das vagas ofertadas, em respeito às suas

legítimas expectativas quanto à assunção do cargo público. 5. Pelo princípio do actio nata,

o curso do prazo prescricional apenas tem início com a efetiva lesão do direito tutelado,

pois nesse momento nasce a pretensão a ser deduzida em juízo, acaso resistida. No caso

sub examine, a pretensão nasceu quando a recorrida constatou que não seria mais

convocada. 6. Recurso Especial parcialmente conhecido e, nessa parte, não provido (REsp.

1.666.688/SP, Rel. Min. HERMAN BENJAMIN, DJe 9.10.2017).

Portanto, reafirma-se a inocorrência da prescrição, tendo em vista que a caracterização


da preterição.

III - PRINCÍPIOS DA ISONOMIA E LEGALIDADE


Violar um princípio é muito mais grave do que violar uma norma. A
desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico
mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos. É mais
grave forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o
escalão do princípio violado, porque representa insurgência contra
todo o sistema, subversão de seus valores fundamentais. (BANDEIRA
DE MELLO, 2009, p. 53).

A Administração não pode agir ao seu “bel prazer”. Ao contrário, deve estrita observância ao
cumprimento da lei, bem como aos princípios da igualdade e da razoabilidade. Assim, constatou-se, no caso em apreço,
que a Administração Pública violou os princípios da igualdade.

Diante de tamanhas aberrações, e convolando os Princípios acima a autora também recorre ao


Judiciário para garantir o seu Direito a prosseguir nas faz do concurso uma vez que diversos candidatos assumiram
tomando a vaga que seria sua não obedecendo o critério de classificação caracterizando ato, abusivo, ilegal e arbitrário.

Até porque, é impossível por Parte da autora – parte mais frágil- uma listagem de todos os

candidatos classificados no concurso de que trata a presente demanda, convocados e/ou nomeados para

tomar posse no cargo de, indicando quais critérios determinaram a convocação de cada um deles, a fim de

que se possa verificar a regularidade das convocações e nomeações promovidas pelo réu frente ao que

determina a Lei e o Edital do concurso.


Lembrando que as convocações ocorreram inclusive sem nenhuma motivação por dos outros

favorecidos requerentes:

Então perguntamos: É certo o Estado a seu bel-prazer escolher de forma espontânea sem nenhuma

provocação quem irá da continuação nas próximas etapas do certame?

IV- VINCULAÇÃO DO EDITAL

A Ré declina em sua contestação o que declinamos abaixo:

“Dessa forma, a desclassificação da parte autora se deu em cumprimento aos


termos do Edital, de modo que a demandante não pode alegar qualquer prejuízo,
vez que foi integralmente cumprido o que dispõe o edital do certame.

Esses parâmetros foram elaborados para todos os candidatos, traçados dentro dos
princípios do Direito Administrativo, e primam pela forma igualitária de
tratamento.”

Ocorre, Exa. Que não houve desclassificação, porque a Autora nem chegou a fazer ser oportunizada a
fazer as outras etapas do concurso, conforme diz o Edital.

O inciso VII. Edital que trata DO JULGAMENTO DA PROVA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS II é bem claro
em seu inciso item 1:

1. Para Delegado de Polícia a prova de Conhecimentos Específicos II será aplicada para todos os candidatos
e será corrigida somente a dos candidatos habilitados nas provas objetivas, na forma do Capítulo VI.

“É preciso ter em mente que o edital é a base para qualquer concurso público. Na
ausência de uma legislação própria que regula os certames, as normas editalícias dão o norte para
o regular curso do processo de seleção. Daí se dizer no popular que o edital é lei entre as partes. Em
que pese o edital do certame ter força de lei e vincular a administração pública e os administrados,
ele não pode e nem deve conter previsão ou interpretação que vá de encontro às normas legais.” (
WELITON SOUSA CARVALHO Juiz de Direito da Fazenda Pública, Timon 31/03/2021Processo N.: 0803769-
80.2019.8.10.0060 Autor(a): HELKER DE CASTRO FEITOSA Advogado(s) do reclamante: ARTHUR ALVES DIAS,
THIAGO RIBEIRO BARRETO Réu: ESTADO DO MARANHÃO (CNPJ=06.354.468/0001-60)

A autora já demonstrou que foi habilitada nas provas objetivas. Saindo em edital.
Porem não foi convocada para a próxima Etapa.
V- DO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA PUBLICIDADE 

É dever da Administração executar seus atos com a mais ampla divulgação

possível, principalmente quando os administrados forem individualmente afetados pela prática do

ato.

Não é razoável a comunicação de candidatos apenas via Diário Oficial, uma vez

que é permitido ao órgão público responsável pelo concurso fazer a convocação pessoal dos

aprovados por meio de carta com aviso de recebimento ou por telegrama.

É desumano e desproporcional exigir do candidato a leitura sistemática do Diário

Oficial, ainda mais durante anos.

Mesmo que inexista previsão editalícia, o que NÃO É O CASO! acerca da

notificação ou intimação pessoal do candidato, é dever da Administração Pública utilizar de todos os

meios para a ampla divulgação de todos os atos relativos ao certame, pois, além do interesse

individual do candidato aprovado, há interesse público em prover as vagas oferecidas no concurso,

para que o governo possa prestar os serviços à coletividade com maior eficiência.

O Superior Tribunal de Justiça, sobre o assunto em questão, firmou o seguinte

entendimento:

“Esta Corte Superior possui entendimento pacífico no sentido que há violação

ao princípio da razoabilidade a convocação para determinada fase de concurso

público apenas mediante publicação do chamamento em diário oficial quando

passado considerável lapso temporal entre a realização ou a divulgação do

resultado da etapa imediatamente anterior e a referida convocação, uma vez que

é inviável exigir que o candidato acompanhe, diariamente, com leitura atenta,

as publicações oficiais”, relata o Ministro Mauro Campbell Marques da

Segunda Turma do STJ.


Logo, o candidato que perdeu o prazo por não ter tido ciência de sua convocação, tem direito de

requerer novamente sua convocação, nomeação e posse para o cargo público utilizando as vias

judiciais, pois a exigência de um acompanhamento contínuo por vários anos do Diário Oficial fere,

inclusive, o princípio da dignidade da pessoa humana.

ORDINÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO.

CONCURSO PÚBLICO. CONVOCAÇÃO MEDIANTE PUBLICAÇÃO NO DIÁRIO

OFICIAL. PRINCÍPIOS DA PUBLICIDADE E DA RAZOABILIDADE. NÃO

OBSERVÂNCIA. PRECEDENTES. 1. Muito embora não houvesse previsão expressa

no edital do certame de intimação pessoal do candidato acerca da sua convocação, em

observância aos princípios constitucionais da publicidade e da razoabilidade, a

Administração Pública deveria convocar pessoalmente o candidato, para que pudesse

exercer, se fosse de seu interesse, seu direito à nomeação e posse. 2. De acordo com o

princípio constitucional da publicidade, insculpido no art. 37, caput, da Constituição

Federal, é dever da Administração conferir aos seus atos a mais ampla divulgação

possível, principalmente quando os administrados forem individualmente afetados

pela prática do ato. Precedentes. 3. Agravo regimental improvido. (AgRg no RMS

23.467/PR, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA,

julgado em 15/03/2011, DJe 25/03/2011)

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO

EM MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. CONVOCAÇÃO PARA

NOVA ETAPA. EDITAL PUBLICADO EM DIÁRIO OFICIAL. LAPSO TEMPORAL

CURTO ENTRE TAL CHAMAMENTO E A REALIZAÇÃO DA Documento: 1086470 -

Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 14/09/2011 Página 6de 8 Superior

Tribunal de Justiça FASE IMEDIATAMENTE ANTERIOR. PRINCÍPIO DA

RAZOABILIDADE. 1. Trata-se de mandado de segurança impetrado por candidato

aprovado em concurso público que não cumpriu com um dos requisitos do edital, qual

seja, frequência mínima em curso de formação, etapa obrigatória para aprovação no

concurso. 2. Alega o recorrente que devido a não-intimação pessoal para o curso de

formação, não tomou conhecimento do início do curso, tendo frequentado apenas 20%

das aulas. 3. Em primeiro lugar, existe determinação pelo edital, que é a "lei do
concurso", que o candidato aprovado na primeira fase do concurso, deve possuir

frequência mínima de 85% no curso de formação, segunda etapa do certame. E o

recorrente teve frequência de apenas 20% das aulas, não cumprindo, desta forma, com

requisito essencial para a aprovação no concurso. 4. Em segundo lugar, há

entendimento pacífico nesta Corte no sentido de que caracteriza violação ao princípio

da razoabilidade a convocação para determinada fase de concurso público apenas

mediante publicação do chamamento em diário oficial quando passado considerável

lapso temporal entre a realização ou a divulgação do resultado da etapa imediatamente

anterior e a referida convocação, uma vez que é inviável exigir que o candidato

acompanhe, diariamente, com leitura atenta, as publicações oficiais. 5. Na espécie, o

recorrente foi aprovado na primeira fase do certame em edital publicado em 2.4.2009,

sendo convocado nesse mesmo edital para o curso de formação realizado nos dias 23,

24 e 25 de abril de 2009 (fl. 4). 6. Recurso ordinário em mandado de segurança não

provido. (RMS 33.077/DF, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA

Essas formas de comunicação com o candidato, servem inclusive para resguardar a

administração, que poderá comprovar no processo judicial por exemplo, que tentou contato com o

candidato por meio dos dados informados no ato de cadastro, e mesmo assim ele ficou inerte, aí sim o

ato será válido, pois ficou registrado as tentativas de contato, e caberia ao próprio candidato atualizar

seus dados, o que lembramos que não é o caso da presente ação uma vez que a Autora nem chegou

sequer a ser chamada.

Agora, apenas publicar o ato no diário oficial anos após a última atualização do

concurso não atente ao requisito da ampla publicidade. Já temos entendimento pacificado no STJ, que

há violação ao princípio da razoabilidade a convocação para determinada fase de concurso público

apenas mediante publicação do chamamento em diário oficial quando passado considerável lapso

temporal.

Assim, o seu direito nasce no momento em que você tomou conhecimento da

convocação, ou seja, da ciência do fato e terá até 5 anos, a contar dessa data, para acionar o judiciário

e comprovar a ilegalidade do ato de convocação, requerendo a nulidade do mesmo.


Desse modo requer que o juiz determine que a administração retifique o ocorrido, e

proceda com nova convocação por meios válidos de publicação.

É direito dos candidatos serem convocados para o cargo que tanto batalharam,

estudaram e se dedicaram de forma pública e correta.

VI- DO PEDIDO:

Ante o exposto, requer a AUTORA seja dado regular seguimento ao feito,

reiterando os pedidos consignados na inicial, requerendo ainda seja reconsiderada a decisão de

liminar,

para o fim de determinar que o RÉU chame a Autora para participar das outras fases

do concurso adotando todas as providências necessárias para a efetivação dessa medida

Nestes termos, pede e espera deferimento.

São Luís/MA, 23 outubro de 2022

Helena Amelia Salomão Rocha

(assinada digitalmente)
Helena Salomão Avenida Antares, n.913, Recanto dos Vinhais, São Luís -

advogada MA. (98) 98858-2629 / 98590-8162 (Whatsapp).

Você também pode gostar