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Resposta do Réu
RESPOSTA DO RÉU
1. Respostas do Réu
O réu, integrado à relação jurídica processual por meio da citação, passa a ter ciência da
existência da demanda movida contra ele, sendo essa a sua primeira informação dentro do
procedimento.
Desse modo, o réu, pelos princípios do contraditório e da ampla defesa, tem o direito de
estruturar sua forma de atuar no processo, defendendo-se daquilo que pretende o autor, bem
como, se for o caso, pedindo e até reconvindo.
Apesar das inúmeras espécies de resposta do réu, analisaremos somente duas delas: a
contestação e a reconvenção.
1.1 Contestação
A contestação será oferecida em um prazo de 15 dias, incumbindo ao réu alegar toda a sua
matéria de defesa (Princípio da Eventualidade ou Concentração de defesa), expondo as razões
de fato ou de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que serão
produzidas. Em outras palavras, ela deve ser protocolada em Cartório em 15 dias, não basta
que seja despachada pelo juiz. A pretensão constante da contestação é sempre declarativa
negativa. Outrossim, como a reconvenção é apresentada no corpo da contestação, seu prazo é
o mesmo.
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Ainda, havendo litisconsórcio passivo, o prazo de cada um terá termo inicial autônomo,
contado do protocolo do respectivo pedido de não realização da audiência (a qual, não custa
frisar, para a maioria da doutrina, somente não será realizada se todos os litisconsortes, ativos
e passivos, declararem desinteresse – em caso contrário, ela será realizada e todos deverão
comparecer, obrigatoriamente).
O prazo para resposta será duplicado se o réu for Fazenda Pública ou Ministério Público,
se o réu for defendido pela Defensoria Pública ou se houver litisconsórcio com procuradores
diferentes.
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Além do mencionado, deve o réu alegar toda a matéria de defesa na contestação (art. 336,
do CPC), de acordo com o princípio da eventualidade/concentração da defesa. Nesse sentido,
não há que se falar em ampliação dos limites objetivos da demanda com a contestação: o
pedido e a causa de pedir estão na petição inicial. Somente os fundamentos de fato e de direito
da petição inicial que formam a causa de pedir; os fundamentos de defesa, não. Todavia, é
certo dizer que a contestação amplia a cognição do magistrado, já que este deverá analisá-la
ao sentenciar.
Neste sentido, antes de analisar as defesas de mérito propriamente ditas, o juiz deve avaliar
as chamadas de defesas processuais, referentes com à regularidade processo. As defesas de
mérito podem ser divididas em duas: i) diretas, as quais tratam de negação do fato constitutivo
do direito do autor; ou ii) indiretas, quando, apesar de o réu reconhecer fato constitutivo, ele
opõe outro, impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do demandante.
Quando o réu apresentar qualquer fato que possa modificar, impedir ou extinguir o direito
do autor, este será intimado para apresentar impugnação à contestação, no prazo também de
15 dias, por meio de réplica. Isso porque, em respeito ao princípio do contraditório, o autor
tem o direito de influenciar na decisão do julgador a respeito das alegações do réu em sua
contestação.
Note-se, por oportuno, que ao autor cumpre tão somente responder às alegações novas do
réu. De forma que, se trouxer novas alegações também, o réu poderá triplicar, naturalmente,
em respeito aos princípios da isonomia e contraditório. Mas isso ocorrerá excepcionalmente,
ok?
No que tange às defesas relacionadas à regularidade do processo, o art. 337 (do CPC) prevê
as hipóteses de alegações preliminares à contestação1, sendo que, por ter incluído diversas
novas hipóteses, que antes eram alegadas por meio de exceção, é um assunto recorrentemente
cobrado em prova. Assim, o candidato deve ter conhecimento claro sobre todo o rol de
preliminares. No entanto, este não é taxativo.
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São tratadas como defesas preliminares em razão do local ideal dentro da contestação para
serem alegadas (antes das defesas de mérito). Frise-se, cabe ao juiz analisar as defesas
processuais antes das defesas de mérito (defesas substanciais). O ponto em comum que reúne
todas essas espécies de defesa é a sua característica de não dizerem respeito propriamente
ao direito material alegado pelo autor, mas tão somente à regularidade formal do processo.
Desse modo são defesas processuais, segundo o art. 337, do CPC, são:
Quando a citação não foi efetivamente realizada, por não ter sequer existido a citação como
ato notificatório do réu. Outra situação que pode ser tratada em preliminar vem a ser a nulidade
da citação, quando em verdade o ato citatório se realizou, mas de forma inválida.
Nesse ponto, convém fazer um destaque: caso o réu alegue incompetência como preliminar
de contestação, ele poderá apresentar a defesa no foro do seu próprio domicílio, o que deverá
ser comunicado ao juiz da causa de imediato e, se possível, por meio eletrônico. Nesta hipótese,
a distribuição da contestação será feita por dependência para o juízo que recebeu a carta
precatória de citação do réu. Outrossim, reconhecida a competência do foro indicado pelo réu
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(diferente daquele indicado pelo autor, pois), o juízo para o qual foi distribuída a contestação
ou a carta precatória será considerado prevento (art. 340, §2º, CPC), desde que seja competente
para a causa (Enunciado 426 do FPPC).
Busca-se aqui, antes de discutir o mérito, evitar desnecessária discussão sobre o valor da
causa, fazendo com que, em sede de preliminar de mérito, na contestação, o réu traga esta
questão para que possa, de imediato, ser resolvida pelo juiz, pois, conforme estruturado o valor
da causa, há de ser recolhido o valor de distribuição da demanda e potencial forma de fixação
dos honorários sucumbenciais.
• Perempção
• Litispendência
Haverá litispendência quando se constatar que se repete ação (337, § 3º, do CPC) que está
em curso (ação idêntica, mesmas partes, mesma causa de pedir e mesmo pedido),
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anteriormente ajuizada e ainda em curso (sem trânsito em julgado), competindo ao réu alegar
como preliminar, sendo que o acolhimento poderá acarretar a extinção sem resolução de
mérito do processo cujo registro ou a distribuição da petição inicial tenha sido realizado
por último.
• Coisa julgada
Ocorre quando se repete uma ação idêntica que já foi estabilizada pela imutabilidade e,
consequente, indiscutibilidade, provenientes da formação da coisa julgada, não sendo mais
possível, em decorrência disto, recorrer. Assim, o acolhimento da preliminar terá como
consequência a extinção do processo sem resolução de mérito.
• Conexão
• Convenção de arbitragem
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possibilidade de alguma questão decidida na arbitragem ser apreciada pelo Poder Judiciário;
portanto, se o autor ingressa com ação judicial, caberá ao réu alegar em preliminar a convenção
de arbitragem, sob pena de preclusão.
Quando o réu alegar que é parte ilegítima ou que não é o responsável pelo prejuízo
invocado, o autor será ouvido para, querendo, aditar a inicial e substituir o réu originário pelo
que foi indicado na contestação, em 15 dias. Nesse caso, os honorários advocatícios serão
fixados entre 3 e 5%. Note, no entanto, que o autor não é obrigado a aditar e sequer precisar
fundamentar sua posição.
Aqui é interessante notar que o NCPC trouxe esse mecanismo para suprir ilegitimidade da
parte, cuja amplitude é muito maior do que a da nomeação à autoria do CPC/73.
Enunciado 123 da II Jornada de Processo Civil do CJF/STJ: Aplica-se o art. 339 do CPC à
autoridade coatora indicada na inicial do mandado de segurança e à pessoa jurídica que
compõe o polo passivo.
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Enunciado 152 do FPPC: O autor terá prazo único para requerer a substituição ou inclusão
de réu (arts. 338, caput; 339, §§ 1º e 2º), bem como para a manifestação sobre a resposta (arts.
350 e 351).
Enunciado 511 do FPPC: A técnica processual prevista nos arts. 338 e 339 pode ser usada,
no que couber, para possibilitar a correção da autoridade coatora, bem como da pessoa jurídica,
no processo de mandado de segurança.
Nos casos em que a lei exige que o autor preste caução para ingressar com a ação, a ausência
deverá ser alegada em preliminar, acarretando um vício processual, o qual, não sanado, terá
como consequência a extinção do processo sem resolução de mérito, pois indispensável o
pagamento referido
Se não for caso de concessão de gratuidade da justiça, nos termos da lei, comprovando tal
fenômeno, pode o réu arguir, a título de preliminar de mérito, a situação de que a concessão
foi indevida.
Ao se analisar o art. 337, do CPC, percebemos que o réu, nas preliminares da contestação,
deve alegar todas as questões processuais. Frise-se, ademais, que o rol do mencionado artigo
não é taxativo.
Já as defesas de mérito dizem respeito justamente ao direito material alegado pelo autor.
Na defesa de mérito o objetivo do réu é convencer o juiz de que o direito material que o autor
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alega possuir, em sua petição inicial, não existe. É, portanto, o conteúdo da pretensão do autor
o objeto de impugnação por meio da defesa de mérito.
Os fatos extintivos são aqueles que colocam fim a um direito, conforme o próprio nome
sugere, sendo necessariamente posteriores ao surgimento da relação jurídica de direito material.
Segundo o art. 341, do CPC, serão presumidos verdadeiros os fatos que não sejam
impugnados especificamente pelo réu em sua contestação. A impugnação específica é um
ônus do réu de rebater pontualmente todos os fatos narrados pelo autor com os quais não
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concorda, tornando-os controvertidos e em consequência fazendo com que componham o
objeto da prova.
Mesmo que o réu não possa se valer da negativa geral, o art. 341 do CPC, em seus três
incisos, prevê exceções ao princípio da impugnação específica dos fatos, impedindo que um
fato alegado pelo autor que não tenha sido impugnado especificamente seja presumido
verdadeiro:
• Princípio da Eventualidade
Também conhecido como princípio da concentração de defesa, exige-se que de uma vez
só o réu apresente todas as matérias que possui em sua defesa, ainda que os eventos
narrados sejam incompatíveis entre si. A cumulação é eventual porque o réu alegará as matérias
de defesa indicando que a posterior seja enfrentada na eventualidade de a matéria defensiva
anterior ser rejeitada pelo juiz.
1.2 Reconvenção
Alexandre Câmara conceitua a reconvenção como uma “demanda proposta pelo réu em
face do autor”. Marcus Vinicius Gonçalves, no mesmo sentido, ensina que “haverá duas ações
em um mesmo processo”. Em outras palavras, trata-se de um mecanismo de contra-ataque, o
qual deve ser exercido no mesmo prazo da contestação (15 dias), sob pena de preclusão
consumativa (art. 343, do CPC). Em regra, não se permite que o réu formule pretensão em face
do autor na contestação, salvo nas ações de natureza dúplice.
Portanto, caso o réu pretenda formular pedidos em face do autor, deverá fazê-lo por meio
da reconvenção (a qual, como visto, possui a natureza de uma nova ação). Já que, na
contestação, o juiz se limitará a apreciar os pedidos formulados pelo autor, acolhendo-os ou
não. Na reconvenção, o juiz terá de decidir não apenas os pedidos do autor, mas também os
apresentados pelo réu, na reconvenção. E não é necessário que a natureza da ação de
reconvenção seja a mesma da ação do autor. Por ex.: é possível uma reconvenção condenatória
do réu em ação declaratória e vice-versa.
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inequivocamente o pedido de tutela jurisdicional qualitativa ou quantitativamente maior que
a simples improcedência da demanda inicial.
Súmula 237, STF: O usucapião pode ser arguido pela defesa. – Isso pode ser feito em ação
possessória, desde que para fins de proteção da posse, e não para registrá-la. Há, todavia, uma
exceção legal, podendo o reconhecimento da usucapião alegada em defesa ser usado para
registro: usucapião especial urbano (art. 10, §2º do Estatuto da Cidade).
Súmula 258, STF: É admissível reconvenção em ação declaratória. – Nesse caso, o réu deve
formular um tipo diferente de pretensão, sem ser a existência ou inexistência da relação jurídica.
Afinal, esta já é a pretensão do autor de uma ação declaratória, concorda? Então faltaria interesse
processual. Caso o réu deseje apenas negar a existência da relação jurídica, deve fazê-lo por
meio de contestação.
Devemos tomar muita atenção nos casos em que o juiz indefere a reconvenção de plano,
pois, nesse caso, NÃO se está diante de uma sentença, mas, sim, de uma decisão interlocutória,
já que o juiz ainda não encerrou o processo.
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Neste tema, é mister entender que, no caso de o autor ser substituto processual de outrem,
ao réu só cabe reconvir contra o substituído, e desde que o primeiro tenha legitimidade
extraordinária para ser substituto do substituído em questão também na reconvenção (art. 343,
§5º do CPC). Em resumo: o que não pode é que a reconvenção seja formulada somente por
quem não é réu, tampouco em face apenas de quem não é autor.
Ademais, o autor da ação principal pode contestar (em 15 dias) a reconvenção formulando
pedido de denunciação da lide ou chamamento ao processo. Outrossim, apesar de haver
celeuma na doutrina a respeito, prevalece que o autor, além de contestar, pode reconvir
oferecendo reconvenção da reconvenção (reconventio reconventionis) na mesma peça, criando
a situação de reconvenções sucessivas. Ainda com relação ao autor da ação principal, se este
não contestar a reconvenção, não deve ser considerado revel.
Vale informar, ainda, que o réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer
contestação.
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O curador especial tem legitimidade para propor reconvenção em favor do réu cujos
interesses está defendendo (STJ REsp 1.088.068-MG, Info 613).
Segundo disciplina o Superior Tribunal de Justiça, a compensação de dívida pode ser alegada
em contestação. A compensação é meio extintivo da obrigação, caracterizando-se como defesa
substancial de mérito ou espécie de contradireito do réu. A compensação pode ser alegada em
contestação como matéria de defesa, independentemente da propositura de reconvenção, em
obediência aos princípios da celeridade e da economia processual2.
• Independência da Reconvenção
Dispõe o art. 343, § 2º, do CPC que na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para
manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.
Como já foi dito, a reconvenção é uma nova ação, em que pese não forme um novo processo.
Desse modo, apresentada a reconvenção, esta passa a ser autônoma relativamente à ação
originária, de forma que, se por qualquer razão, a ação originária for extinta sem resolução do
mérito, inclusive a desistência do autor, tal extinção não afetará a reconvenção, que prosseguirá
normalmente (art. 343, § 2°, do CPC). O mesmo ocorre se a reconvenção for prematuramente
extinta, prosseguindo normalmente a ação originária.
Assim, a desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu
mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção.
Outrossim, quando as pretensões do réu não forem conexas com a ação principal nem com
os fundamentos de defesa, o réu não poderá reconvir, devendo ajuizar processo autônomo.
Sobre isso, Alexandre Câmara faz, com razão, uma interessante observação: o termo “conexão”
do art. 343 do CPC (dispositivo que traz a norma em comento) não utiliza o mesmo conceito
dos demais artigos deste diploma legal, mormente o art. 55. Para que haja a conexão entre a
ação principal e a reconvenção ou entre a reconvenção e os fundamentos da defesa, basta que
haja “algum traço comum capaz de justificar a reunião em um só processo”. Neste sentido,
2
STJ. 3ª Turma. REsp 1524730-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 18/8/2015 (Info 567).
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afirma-se que não é necessária a identidade de causa de pedir ou de pedido, que é o que se
dá no art. 55 do CPC.
A respeito disso, Marcus Vinicius Gonçalves, apesar de apontar que o conceito de conexão
está no art. 55 do CPC, conclui de forma semelhante, ao ensinar que há conexão quando
houver relação entre os objetos das ações ou, ainda, entre as razões de fato e de direito
expostas pelo réu justificarem que o pedido inicial seja desacolhido pelo julgador. Ex.: em
ação declaratória de inexigibilidade de título de crédito, o réu pode reconvir pedindo a
condenação do autor ao pagamento da dívida; há conexão porque o objeto das duas ações
guarda relação com a mesma dívida.
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ser idêntica à outra, pode guardar com a mesma um vínculo de identidade quanto a um de seus elementos
caracterizadores. Esse vínculo entre as ações por força da identidade de um de seus elementos denomina-se,
tecnicamente, de conexão. (FUX, Luiz. Curso de direito processual civil. Rio de Janeiro: Forense, 2001). 2. A
moderna teoria materialista da conexão ultrapassa os limites estreitos da teoria tradicional e procura
caracterizar o fenômeno pela identificação de fatos comuns, causais ou finalísticos entre diferentes ações,
superando a simples identidade parcial dos elementos constitutivos das ações. 3. É possível a conexão entre
um processo de conhecimento e um de execução, quando se observar entre eles uma mesma origem, ou seja,
que as causas se fundamentam em fatos comuns ou nas mesmas relações jurídicas, sujeitando-as a uma análise
conjunta. 4. O efeito jurídico maior da conexão é a modificação de competência, com reunião das causas em um
mesmo juízo. A modificação apenas não acontecerá nos casos de competência absoluta, quando se
providenciará a suspensão do andamento processual de uma das ações, até que a conexa seja, enfim,
contrário não se terá por satisfeito o disposto no § 2º do art. 255 do RISTJ. 6. Recurso especial a que se nega
provimento. (REsp 1221941/RJ, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 24/02/2015, DJe
14/04/2015) (Info 559).
3
STJ. 2ª Turma. REsp 1528049-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 18/8/2015 (Info 567).
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➢ deve ter fundamento conexo com a ação principal ou com o fundamento da defesa;
➢ para que seja cabível, o mesmo juízo que tenha competência para julgar a ação principal,
tenha competência para julgá-la; e
➢ é preciso que tenha, ela e a ação principal, procedimentos compatíveis.
2. Revelia
2.1 Conceito
Como já referido, o réu possui a faculdade de se defender dos fatos alegados pelo autor,
caso opte em não se defender, sofrerá as consequências de tal omissão (art. 250, II, do CPC).
Diz-se que ocorre a revelia quando o réu, regularmente citado, deixa de apresentar
contestação no prazo legal. A revelia é a condição do réu que não apresentou contestação
ou apresentou-a fora do prazo, pois. É a omissão do réu, entende? Assim, mesmo que o réu
tenha constituído advogado nos autos, se não apresentar contestação será revel. Por outro lado,
se o réu reconvir, mas não contestar, não será revel.
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A revelia é uma espécie do gênero contumácia (inércia de qualquer das partes, que deixa de
praticar ato processual que era ônus seu), específica para a hipótese de o réu não apresentar
defesa.
A ausência jurídica de resistência do réu diante da pretensão do autor faz com que o juiz
repute verdadeiros os fatos alegados pelo autor.
Reputam-se verdadeiros somente os fatos alegados pelo autor, de forma que a matéria
jurídica naturalmente estará fora do alcance desse efeito da revelia. Aplicando-se o princípio
do iura novit curia (o juiz sabe o direito), é inadmissível a vinculação do magistrado à
fundamentação jurídica do autor somente porque o réu não contesta a demanda, tornando-se
revel. A exclusão da matéria de direito da presunção gerada pela revelia é o que explica o
julgamento de improcedência do pedido do autor mesmo sendo revel o réu e ocorrendo a
presunção de veracidade dos fatos alegados na petição inicial no caso concreto.
Além disso, há quatro hipóteses previstas nos incisos do art. 345, do CPC em que a revelia
não gerará a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor, vejamos:
Aqui é importante observar que só não haverá presunção de veracidade dos fatos da petição
inicial se:
Assim, se for um fato específico que diga respeito a apenas um dos réus, a presunção de
veracidade não será afastada para os outros.
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➢ Quando o litígio versar sobre direitos indisponíveis
São disponíveis os direitos patrimoniais e privados, sobre os quais se pode transigir. Neste
sentido, via de regra, são indisponíveis os direitos extrapatrimoniais ou públicos, não sendo
cabível confissão.
➢ Quando a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere
indispensável à prova do ato
O juiz, naturalmente, não pode presumir verdadeiro um ato jurídico que somente pode ser
provado por meio de documentos. Ex.: contrato de venda de um imóvel. O art. 406 do CPC vai
ao encontro desse raciocínio.
Aqui é interessante verificar que, caso o réu não seja revel – em razão de ter contestado –,
porém deixe de impugnar alguns fatos, estes serão, sim, considerados verdadeiros (se não forem
as exceções suso mencionadas) e dispensarão, consequentemente, produção de provas.
• Desnecessidade de intimação do réu (que não tenha patrono nos autos) para os
demais atos do processo
Diz o art. 346, do CPC, que contra o revel que não tenha patrono nos autos os prazos fluirão
da data de publicação de cada ato decisório no órgão oficial. Importante notar que para a
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geração desse efeito (dispensa de intimação) não basta que o réu seja revel, sendo também
indispensável que não esteja representado por patrono nos autos.
Nesses casos, ainda que o réu não se manifeste especificamente a respeito dos fatos narrados
na inicial, eles não serão considerados verdadeiros:
Enunciado 167 do FONAJE: não se aplica nos Juizados Especiais a necessidade de publicação
no Diário Eletrônico quando o réu for revel.
O art. 355, II, do CPC, prevê que o juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença
com resolução de mérito, quando o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não
houver requerimento de prova, na forma do art. 349.
Além disso, o julgamento antecipado não será admitido se o réu, fazendo-se representar
nos autos a tempo, requerer a produção de provas. Aliás, cumpre mencionar que o revel pode
intervir em qualquer fase procedimental, mas recebe o processo no estado em que estiver,
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nos termos do parágrafo único do art. 346 e do art. 349, ambos do CPC. Portanto, para produzir
provas, deve intervir no momento oportuno.
Súmula 231, STF: O revel, em processo civil, pode produzir provas, desde que compareça
em tempo oportuno.
O réu revel é bem-vindo ao processo, podendo dele passar a participar a qualquer momento.
Segundo o art. 346, parágrafo único, do CPC, o revel poderá intervir no processo em qualquer
fase, recebendo o processo no estado em que se encontrar. Significa dizer que, apesar de o réu
revel ser bem-vindo, permitindo-se o seu ingresso a qualquer momento do processo, essa
intervenção tardia deve respeitar as regras de preclusão, de forma que não se admitirá o
retrocesso procedimental. O réu revel terá participação garantida a partir do momento de sua
intervenção, mas atos processuais passados, já protegidos pela preclusão, não poderão ser
repetidos ou praticados originariamente.
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