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Após o recebimento da peça acusatória, o juiz vai então determinar a citação do acusado
para que ele possa responder à acusação, sendo essa resposta por escrito e no prazo de
10 (dez) dias. Isso conforme o art. 396, caput, CPP.
A citação deve ser feita pessoalmente, via de regra. A exceção será naqueles casos em
que o acusado não for encontrado, em que haverá, então, a citação por edital. Há,
também, a situação da citação por hora certa, caso o acusado se oculte para não ser
citado, em que será nomeado defensor dativo e o processo retornará ao seu curso.
Para os casos de citação por edital = Se não apresentada a resposta à acusação, deve ser
determinada a suspensão do processo e da prescrição, nos termos do art. 366 do CPP.
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado,
ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz
determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso,
decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312.
Outra situação em que não se poderia confundir a resposta à acusação, é com a defesa
preliminar. Isto porque, enquanto a resposta a acusação vem após o recebimento da peça
acusatória e da citação do acusado, a defesa preliminar é aquela oportunidade dada ao
acusado de ser ouvido antes de o juiz receber a peça acusatória, visando impedir a
instauração de um processo. E essa defesa preliminar vem a caber em outros
procedimentos, como a lei de drogas, nos Juizados Especiais Criminais... enfim, que não
são objeto do procedimento comum ordinário.
Quadro comparativo:
A resposta à acusação tem previsão no art. 396-A do CPP, e antes de verificar o escopo
legal, é importante observar: Conforme Renato Brasileiro, a resposta à acusação visa,
principalmente, a Absolvição sumária do réu, visto que a peça acusatória já foi recebida
pela autoridade judiciária. A absolvição sumária está delineada no art. 397 do CPP,
juntamente às suas hipóteses que eventualmente poderão fazer com que o juízo encerre
o processo.
Mas defensor deverá também se ater ao 396-A, caso não venha a ocorrer a Absolvição
Sumária após os autos retornarem da conclusão ao juiz.
Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que
interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas
pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação,
quando necessário. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
Nessa resposta à acusação, a defesa também poderá arguir exceções processuais, e estas
serão processadas em apartado:
§ 1o A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste
Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
E ainda, a resposta à acusação não pode ser apresentada pelo próprio acusado, a não ser
que este seja advogado. Sendo a resposta à acusação de mérito e obrigatória, somente
profissional da advocacia pode oferecer e a contagem do prazo processual de 10 dias
para responder inicia a contagem a partir da sua efetiva citação. (e não da data da
juntada aos autos do mandado ou da carta precatória). Esse entendimento está na
Súmula 710 do STF:
Importante! O prazo para defensor público não será de 10 dias, mas sim 20 dias, já que
esses profissionais gozam do prazo em dobro.
Se o acusado for citado por edital e não apresentar resposta, vigora o art. 366 do CPP,
elencado anteriormente. Se ele tomar conhecimento, daí surge o Parágrafo único do Art.
396, CPP, em que o prazo flui a partir do seu:
Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a
fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído.
No procedimento comum ordinário, nada diz a lei acerca de oitiva do Ministério Público
(ou do querelante) após a apresentação da resposta à acusação pelo acusado, tanto que o
art. 397 do CPP segue no sentido da conclusão dos autos, para a análise de uma possível
absolvição sumária.
Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a
audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público
e, se for o caso, do querelante e do assistente. (Redação dada pela Lei nº
11.719, de 2008).
Com a ressalva de que também será necessária a notificação do ofendido, mesmo ele
não sendo querelante ou assistente do MP ou não tenha sido requerido o depoimento de
qualquer das partes. Isto porque a vítima também precisa ser comunicada dos atos
processuais.
Prazo: A lei não trata de prazo ou antecedência mínima para a intimação das partes, mas
deve-se observar uma antecedência razoável, por assim dizer, em relação à data
designada. Já houve julgados que trataram da antecedência mínima de 48 horas, ao
passo que também há a aplicação subsidiária do CPC, sendo o prazo, entre a data da
publicação da pauta e da sessão de julgamento, de pelo menos 5 (cinco) dias.
Prazo para ocorrer a audiência uma instrução e julgamento: Prazo máximo de 60 dias,
conforme art. 400, CPP. Isso em teoria, já que nada a lei diz se esse prazo do
procedimento ordinário seria quanto ao acusado solto ou preso, aplicando-se a ambos.
Para o acusado preso, há prioridade e deve-se evitar excesso. Para o acusado solto, seria
um prazo “impróprio”, que não traz maiores consequências.
Quanto à produção de provas, embora haja a faculdade para produzir e requerer elas,
é completamente possível que haja decisão judicial fundamentada recusando certa
prova ou afastando-as quando forem ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou
protelatórias.
a) Prova irrelevante: é aquela que, apesar de tratar do objeto da causa, não possui
aptidão de influir no julgamento da causa (v.g., acareação por precatória);
b) Prova impertinente: é aquela que não diz respeito à questão objeto de discussão no
processo;
Juiz também pode negar perícia requerida pelas partes, quando não for necessário o
esclarecimento da verdade (exceção: corpo de delito) e na oitiva de testemunhas,
também pode indeferir perguntas que não tenham relação com a causa ou que torne a
repetir pergunta já respondida.
- As alegações são o último ato postulatório das partes antes da prolação da sentença.
Primeiro a acusação, depois o assistente deste, se houver, e por fim o Defensor.
Corrente minoritária: Acredita que não são termos essenciais do processo, sendo mera
faculdade das partes.
Na ótica do MP: A não apresentação pode ser tratada pelo Magistrado como tentativa
de desistência do processo. O que é incompatível com o dever legal do MP, em razão da
indisponibilidade da ação penal pública. Tal entendimento está ligado ao doutrinador
Renato Brasileiro. Obs: Julgados do STJ que vão a contrario sensu e hoje entendem
que a não apresentação compõe mera irregularidade.
E se for ação penal privada? Sendo crime de ação penal privada subsidiária da
pública, e evidenciada essa negligência do querelante, o MP retomará a ação como parte
principal. Se for exclusivamente privada e personalíssima: Daí o querelante não
postulou a condenação do acusado, acarretando na extinção da punibilidade em face da
perempção.