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SUMÁRIO
PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO......................................................................................................... 2
FASES DO PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO ................................................................................. 2
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO ......................................................................................... 4
AUSÊNCIAS........................................................................................................................................... 5
INSTRUÇÃO CRIMINAL ......................................................................................................................... 6
REQUERIMENTO DE DILIGÊNCIAS ......................................................................................................... 7

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PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO


Vamos começar esse tópico diferenciando procedimento de processo. Procedimento é
uma ação realizada nos termos de uma lei. Já o processo é o conjunto de atos procedimentais
específicos e aplicados de acordo com o crime praticado. O processo é uma verdadeira relação
jurídica instalada dentro do ordenamento jurídico, com o fim de se fazer justiça, assegurando-
se os princípios constitucionais.
Sendo assim, o artigo 394 salienta:
Art. 394. O procedimento será comum ou especial.
§ 1º O procedimento comum será ordinário, sumário ou
sumaríssimo:
I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima
cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa
de liberdade;
II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima
cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de
liberdade;
III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial
ofensivo, na forma da lei.
O procedimento comum é a regra, aplicando-se a todos os processos, salvo disposições
em contrário no CPP ou em lei especial. No tocante aos procedimentos especiais, comum
sumário e comum sumaríssimo, o § 5º do art. 394 estatui que a eles será aplicada,
subsidiariamente, a disciplina do procedimento comum ordinário.
OBS.: perceba que a pena de multa, nessas hipóteses, é indiferente para a aferição
do tipo de procedimento, que é definido pela pena PRIVATIVA DE LIBERDADE em
abstrato.
Para a definição do procedimento devem ser levadas em conta as qualificadoras, bem
como as causas de aumento e de diminuição de pena, pois influenciam no montante da pena
máxima em abstrato.
Assim, o crime de associação criminosa armada segue o rito ordinário porque o
parágrafo único do art. 288 do Código Penal determina que a pena (reclusão, de 1 a 3 anos)
seja aumentada em até metade se os integrantes atuarem mediante arma de fogo ou se houver
envolvimento de criança ou adolescente. Logo, a pena máxima é de 4 anos e 6 meses,
seguindo, por isso, o rito ordinário.
Por outro lado, o crime de tentativa de furto simples tem pena máxima inferior a 4 anos
exatamente em razão do redutor de 1/3 a 2/3 que deve ser aplicado em decorrência da
tentativa sobre sua maior pena (4 anos).
OBS.: quando houver conexão com crime de competência do tribunal do Júri,
ambos serão julgados no tribunal do Júri.

FASES DO PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO


Estão previstas no artigo 395 até 405 do CPP, e se resumem da seguinte forma:
 Após oferecida a denúncia pelo MP ou a queixa-crime pelo querelante (nos
termos do art. 41 do CPP), o juiz, EM 5 DIAS, deverá aceitar ou rejeitar;

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No caso de rejeição da denúncia, nos termos do artigo 395, caberá recurso em sentido
estrito (RESE);
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:
I - for manifestamente inepta (defeito formal);
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da
ação penal;
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.
1. No caso de recebimento da denúncia, por se tratar de decisão interlocutória simples,
NÃO CABE RECURSO. Caberá, neste caso, Habeas corpus trancativo, alegando, por
exemplo, plena atipicidade do ato. A partir do recebimento, a prescrição fica
suspensa;
OBS.: o recebimento da denúncia não suspende o andamento da ação, salvo se o
relator, liminarmente, determinar a sustação do ato.
Súmula 707 do STF: “constitui nulidade a falta de intimação do
denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição
da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo”.

2. Será feita logo a citação do acusado e oportunizada a resposta escrita, em 10 dias, a


contar da citação. Trata-se de defesa técnica, produzida por advogado, em cuja falta
será nomeado um defensor dativo. Sendo assim, trata-se de prazo impróprio (não
preclui).
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a
denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-
la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação,
por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a
defesa começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do
acusado ou do defensor constituído.
Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares
e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer
documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e
arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua
intimação, quando necessário.
§ 1º A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts.
95 a 112 deste Código.
§ 2º Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado,
citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para
oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias.

OBS.: cada parte poderá arrolar até 8 testemunhas. Vale lembrar que não
entram nesse rol as testemunhas referidas, descompromissadas e a vítima.

3. Apresentada a resposta escrita, caso tenha sido arguida alguma preliminar ou


apresentado documento, o juiz dará vista dos autos ao Ministério Público ou ao
querelante para manifestação (5 dias).

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OBS.: É possível ao Juiz reconsiderar a decisão de recebimento da denúncia,


para rejeitá-la, quando acolhe matéria suscitada na resposta preliminar defensiva
relativamente às hipóteses previstas nos incisos do art. 395 do Código de Processo
Penal” (STJ, Quinta Turma, AgRg no REsp 1.291.039/ES – julgado em 2013).

4. O juiz poderá absolver sumariamente o acusado diante das hipóteses do artigo 397
do CPP quando houver plena certeza:
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e
parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o
acusado quando verificar:
I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato;
II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do
agente, salvo inimputabilidade (aqui a inimputabilidade deverá
ser avaliada ao longo do processo, se absoluta ou relativa,
para ser aplicada a medida de segurança – ABSOLVIÇÃO
IMPRÓPRIA);
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime;
IV - extinta a punibilidade do agente.

OBS.: a absolvição sumária faz coisa julgada material, não admitindo novas
provas. Neste caso, o recurso cabível é a apelação (nos casos I, II e III) ou RESE
(IV).

5. Será decretada a revelia, nos termos do artigo 367 do CPP, cujos efeitos em Processo
Penal são diversos de outros processos, acarretando apenas que o réu não será mais
intimado pessoalmente dos atos processuais posteriores (salvo sentença), não
impedindo, entretanto, que o acusado produza normalmente sua defesa. Por isso, seu
defensor será sempre notificado da realização de todo e qualquer ato processual.
Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado
ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer
sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residência, não
comunicar o novo endereço ao juízo.

OBS.: ao contrário do que ocorre no processo civil, a revelia não induz à


presunção de que são verdadeiros os fatos descritos na denúncia ou queixa. Em
razão do PRINCÍPIO DA VERDADE REAL, a acusação continua com a incumbência
de provar os fatos que atribui ao acusado e, se não o fizer, será este absolvido.

6. Após transpassado todos esses passos e o juiz der prosseguimento à ação, será
instaurada a audiência de Instrução e Julgamento.
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO
O juiz, não absolvendo sumariamente o réu nem rejeitando a denúncia, deverá marcar a
audiência de instrução e julgamento (AIJ) EM 60 DIAS e ordenará a intimação do Ministério
Público, do acusado, de seu defensor e, se for o caso, do querelante e do assistente de
acusação.
Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora
para a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu
defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do
assistente.

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§ 1º O acusado preso será requisitado para comparecer ao


interrogatório, devendo o poder público providenciar sua
apresentação.
§ 2º O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença.
Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada
no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de
declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas
pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no
art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às
acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-
se, em seguida, o acusado.
§ 1º As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz
indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou
protelatórias.
§ 2º Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio
requerimento das partes.

AUSÊNCIAS
 A ausência injustificada do querelante na ação penal privada implica
PEREMPÇÃO caso seu comparecimento pessoal tenha sido determinado. Em
havendo justificativa, a audiência é adiada.
 Em se tratando de ação penal pública subsidiária, a falta injustificada do
querelante faz com que o Ministério Público reassuma a titularidade da ação e a
audiência é realizada.
 Se o réu solto faltar, o assistente de acusação ou o advogado do querelante, desde
que notificados, não ocorrerá o adiamento (art. 457 do CPP).
Art. 457, caput. O julgamento não será adiado pelo não
comparecimento do acusado solto, do assistente ou do advogado do
querelante, que tiver sido regularmente intimado.
 ATENÇÃO! A falta do representante do Ministério Público importará
adiamento do ato. Caso injustificada a ausência, deverá o juiz expedir ofício ao
Procurador-Geral de Justiça para eventuais providências administrativas.
Inviável a nomeação de promotor ad hoc em face da vedação constitucional.
 A audiência será também adiada se, por motivo justificado, o defensor não puder
comparecer (art. 265, § 1º, do CPP).
Incumbe ao defensor provar seu impedimento até a abertura da audiência. Se não o
fizer, o juiz determinará a realização do ato, devendo nomear defensor substituto (ad hoc),
ainda que provisoriamente, ou só para o efeito do ato (art. 265, § 2º, do CPP).
Se o réu estiver preso, será requisitada sua apresentação para o dia da audiência. A não
apresentação ou a falta de requisição impedem a realização do ato. Se houver testemunha que
tenha que ser ouvida por carta precatória, o juiz processante dará prazo razoável para que
seja cumprida e devolvida e intimará as partes de sua expedição. A expedição de precatória
não suspende a instrução.

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Sujeito processual Efeito da ausência

Perempção
Querelante
*Em A.P. subsidiária, o MP retoma a ação

Réu solto + assistente de acusação + advogado do


Atos se realizam sem as partes, sem adiamento.
querelante

Adia
MP + advogado dativo *Injustificação MP  Procurador geral para que tome
as devidas medidas administrativas.

INSTRUÇÃO CRIMINAL
Terminado o prazo concedido pelo juiz, o julgamento poderá ser realizado. Na audiência
de instrução serão realizados os seguintes atos, nesta ordem:
1) OITIVA DA VÍTIMA;
Serão tomada as declarações pelo Juiz. Em seguida, poderão o MP e o defensor
reperguntar, diretamente. Se o ofendido não comparecer na audiência, poderá ser conduzido
coercitivamente.
2) OITIVA DAS TESTEMUNHAS DE ACUSAÇÃO E DE DEFESA (NESTA ORDEM);
Art. 401. Na instrução poderão ser inquiridas até 8 (oito)
testemunhas arroladas pela acusação e 8 (oito) pela defesa.
§ 1º Nesse número não se compreendem as que não prestem
compromisso e as referidas.
§ 2º A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das
testemunhas arroladas, ressalvado o disposto no art. 209 deste
Código.
As testemunhas deverão ser inquiridas individualmente, de modo que uma não saiba do
teor do depoimento das outras, isso para que uma não influa no testemunho de outra. Antes
do início da audiência e durante sua realização, serão reservados espaços separados no
Fórum para garantir a incomunicabilidade das testemunhas (art. 210).
Segundo Alexandre Cebrian: “Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar
humilhação, temor ou sério constrangimento à testemunha ou vítima, de modo que
prejudique a veracidade do depoimento, fará a inquirição por videoconferência onde for
possível e, na falta do equipamento (que é o mais comum), determinará a retirada do réu da
sala, prosseguindo na inquirição na presença do defensor (art. 217 do CPP)”.
O rito de inquirição das testemunhas será realizado, em termos breves, da seguinte
forma:
 A testemunha será advertida sobre o crime de falso testemunho;
 As partes perguntarão diretamente à testemunha sobre os fatos. O juiz poderá
indeferir perguntas impertinentes, que induzam respostas ou inúteis;
 Ao término, o juiz pode pedir esclarecimentos.

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3) ESCLARECIMENTOS DOS PERITOS;


4) ACAREAÇÃO E RECONHECIMENTO;
5) INTERROGATÓRIO DO RÉU
Como citado, o último ato da AIJ é o interrogatório do réu, isso para oportunizar melhor
a defesa. A forma que se deve dar o interrogatório, por ser meio de prova e de defesa, está
previsto nos arts. 185 a 196 do CPP, obedecendo-se ao sistema presidencialista.
REQUERIMENTO DE DILIGÊNCIAS
Terminado o interrogatório, o Ministério Público, o querelante e o assistente e, a seguir,
o acusado poderão requerer diligências cuja necessidade se origine de circunstâncias ou fatos
apurados na instrução. O próprio juiz também poderá, de ofício, requisitar diligências.
Ordenada a diligência, a audiência será declarada encerrada sem o oferecimento de
alegações finais orais. Realizada a diligência determinada, as partes oferecerão suas alegações
finais por memoriais (por escrito), no prazo sucessivo de 5 DIAS. Em seguida, no prazo de 10
DIAS, o juiz proferirá sentença.
A NÃO APRESENTAÇÃO de alegações finais pela defesa constitui causa de NULIDADE
da ação penal caso o magistrado profira a sentença sem ela. Em tal caso, o juiz deve dar
oportunidade de o acusado nomear novo defensor e, se este não o fizer, nomear defensor
dativo para apresentar as alegações. Se o juiz indeferir a realização da diligência, cabe à parte
alegar cerceamento, de acusação ou defesa, em sede de APELAÇÃO, caso a decisão final lhe
seja desfavorável.
Não havendo necessidade de novas diligências ou indeferimento, seguirá o DEBATE
ORAL. Serão concedidos 20 minutos à acusação, seguida de mais 20 minutos para a
defesa do acusado, ambos prorrogáveis por mais 10. Ao assistente de acusação será
concedido 10 minutos após a manifestação do MP, proferindo, em seguida, o juiz a sentença.
Assim, o término da audiência segue o rito do artigo 405:
Art. 405 Do ocorrido em audiência será lavrado termo em livro
próprio, assinado pelo juiz e pelas partes, contendo breve resumo
dos fatos relevantes nela ocorridos.
§ 1º Sempre que possível, o registro dos depoimentos do
investigado, indiciado, ofendido e testemunhas será feito pelos
meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou
técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior
fidelidade das informações.
§ 2º No caso de registro por meio audiovisual, será encaminhado às
partes cópia do registro original, sem necessidade de transcrição.

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