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DIREITO PROCESSUAL PENAL

COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS


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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................................................3
1.1 REVELIA NO PROCESSO PENAL......................................................................................................................3
2. CITAÇÃO.........................................................................................................................................................4
2.1 CITAÇÃO REAL E FICTA..................................................................................................................................7
2.1.1 CITAÇÃO POR EDITAL.................................................................................................................................8
2.1.2 CITAÇÃO POR HORA CERTA......................................................................................................................10
3. NOTIFICAÇÃO...............................................................................................................................................12
4. INTIMAÇÃO..................................................................................................................................................12
5. DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO.................................................................................................15
6. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA..............................................................................................................................15
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ATUALIZADO EM 09/03/20221

COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS

1. Introdução

A comunicação dos atos processuais no processo penal pode ocorrer através de notificação, intimação
ou citação. Todos esses instrumentos se apresentam como essenciais à efetivação dos princípios constitucionais
do contraditório e da ampla defesa, na medida em que possibilitam ao investigado/acusado a ciência do
procedimento que contra ele vem tramitando.

#ATENÇÃO: A falha na comunicação processual viola o contraditório e conduz à nulidade absoluta.

1.1 Revelia no processo penal

Como sujeitos processuais, têm as partes o ônus de colaborar com o regular desenvolvimento do feito.
O comparecimento aos atos processuais é uma dessas obrigações, cujo descumprimento dá origem à contumácia.
A contumácia do acusado acarreta a declaração de sua revelia. Como efeito da revelia, o processo seguirá apenas
com a presença da defesa técnica, deixando de haver a necessidade de intimação ou notificação do acusado para
os demais atos processuais, ressalvada a sentença condenatória ou absolutória imprópria.

No âmbito processual penal, por força do princípio da presunção de inocência, mesmo que o acusado
venha a confessar a prática do delito, subsiste o ônus da acusação de comprovar a imputação constante da peça
acusatória. Portanto, mesmo que seja decretada a revelia do acusado com fundamento no art. 362, parágrafo
único, ou art. 367, ambos do CPP, não há falar em confissão ficta ou presumida no processo penal, com a
consequente presunção da veracidade dos fatos narrados na peça acusatória. Ainda que se trate de acusado
revel, o órgão ministerial deverá desincumbir-se a contento de seu ônus probatório, sob pena de o pedido
condenatório ser julgado improcedente. Por isso, a única consequência da revelia no processo penal é a
desnecessidade de intimação do acusado para a prática dos demais atos processuais, exceção feita à intimação da
sentença, que deve ser realizada sob quaisquer circunstâncias (CPP, art. 392).

#DEOLHONAJURIS:
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As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de
diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura
identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o
número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca
do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos
anteriormente citados.
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"(...) A mera decretação de revelia do acusado não é fundamento suficiente para legitimar, só por si, a decretação
ou a manutenção da prisão cautelar de qualquer pessoa.(...) Mesmo que se trate de pessoa acusada da suposta
prática de crime hediondo, e até que sobrevenha sentença penal condenatória irrecorrível, não se revela possível
- por efeito de insuperável vedação constitucional (CF, art. 5o, LVII) - presumir-lhe a culpabilidade. Ninguém,
absolutamente ninguém, pode ser tratado como culpado, qualquer que seja o ilícito penal cuja prática lhe tenha
sido atribuída, sem que exista, a esse respeito, decisão judicial condenatória transitada em julgado. O princípio
constitucional do estado de inocência, tal como delineado em nosso sistema jurídico, consagra uma regra de
tratamento que impede o Poder Público de agir e de se comportar, em relação ao suspeito, ao indiciado, ao
denunciado ou ao réu, como se estes já houvessem sido condenados, definitivamente, por sentença do Poder
Judiciário. Precedente". (STF, 2a Turma, HC 84.619/SP, Rei. Min. Celso de Mello, 27.3.2007).

2. Citação

A citação consiste na comunicação ao réu da existência de uma acusação contra ele. A partir dessa
informação, cria-se a necessária condição de possibilidade para eficácia do direito de defesa pessoal e técnica.

A citação por mandado é a forma usual e formal de citação, valendo-se o juiz do oficial de justiça, que
busca o acusado, dando-lhe ciência, pessoalmente, do conteúdo da acusação, bem como colhendo o seu ciente.

#SELIGA: a citação deve ser feita na pessoa do acusado (não se pode citar na pessoa do procurador). Porém,
existe uma exceção: o réu inimputável pode ser citado na pessoa de seu curador.

Art. 363. O processo terá completada a sua formação quando realizada a citação do acusado. (Redação
dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
II - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 1o Não sendo encontrado o acusado, será procedida a citação por edital. (Incluído pela Lei nº 11.719, de
2008).
§ 2o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 3o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 4o Comparecendo o acusado citado por edital, em qualquer tempo, o processo observará o disposto nos arts.
394 e seguintes deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

A citação é também veiculada para que o acusado possa responder à acusação no prazo de 10 dias.
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Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar
liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de
10 (dez) dias. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do
comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de
2008).

#SELIGA: Nulidade processual.


Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:
III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando presente, e os prazos concedidos à
acusação e à defesa;

Se o réu devidamente citado não apresentar a resposta escrita no prazo legal, deverá o juiz nomear um
defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 dias.

Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa,
oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e
requerendo sua intimação, quando necessário. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 1o A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código. (Incluído pela Lei
nº 11.719, de 2008).
§ 2o Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz
nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei nº
11.719, de 2008).

A citação no processo penal deve ser feita através de mandado, cumprido por oficial de justiça, devendo
constar os requisitos previstos nos arts. 352 e 357 do CPP (chamados requisitos intrínsecos e extrínsecos,
respectivamente, do mandado de citação).

Art. 352. O mandado de citação indicará:


I - o nome do juiz;
II - o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa;
III - o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais característicos;
IV - a residência do réu, se for conhecida;
V - o fim para que é feita a citação;
VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer;
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VII - a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz.

Art. 357. São requisitos da citação por mandado:


I - leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contrafé, na qual se mencionarão dia e hora da citação;
II - declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé, e sua aceitação ou recusa.

Quando o réu residir em local diverso daquele onde tramita o processo, a citação será feita através de
carta precatória ou rogatória, se cumprida em outro país (nesse caso, o juiz deve encaminhar ao Ministério da
Justiça a rogatória, buscando a sua remessa, pelo Ministério das Relações Exteriores, à sede diplomática ou ao
Estado estrangeiro).

Art. 351. A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu estiver no território sujeito à jurisdição do juiz que
a houver ordenado.

Art. 353. Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz processante, será citado mediante
precatória.

Art. 354. A precatória indicará:


I - o juiz deprecado e o juiz deprecante;
II - a sede da jurisdição de um e de outro;
Ill - o fim para que é feita a citação, com todas as especificações;
IV - o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer.

Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta rogatória, suspendendo-
se o curso do prazo de prescrição até o seu cumprimento. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996)

Art. 369. As citações que houverem de ser feitas em legações estrangeiras serão efetuadas mediante carta
rogatória. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996)

#OLHAOGANCHO: Precatória itinerante.


É o nome que se dá à precatória enviada pelo juízo deprecado diretamente a outro juízo, onde provavelmente
encontra-se o réu. Assim, quando o juiz deprecante, crendo estar o acusado na Comarca X, envia-lhe a precatória,
para a citação e interrogatório, pode ocorrer do juiz desta última Comarca verificar que o acusado está, de fato,
na Comarca Y, para onde enviará, diretamente, os autos da precatória, sem haver necessidade desta voltar à
origem para nova emissão. Trata-se de medida que privilegia o princípio da economia processual.
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#DEOLHONASÚMULA:
Súmula 155-STF: É relativa a nulidade do processo criminal por falta de intimação da expedição de precatória para
inquirição de testemunha.

Se o réu se ocultar, no juízo deprecado, o oficial deve providenciar a citação por hora certa.

Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz deprecante, independentemente de traslado, depois de lançado o
"cumpra-se" e de feita a citação por mandado do juiz deprecado.
§ 1o Verificado que o réu se encontra em território sujeito à jurisdição de outro juiz, a este remeterá o juiz
deprecado os autos para efetivação da diligência, desde que haja tempo para fazer-se a citação.
§ 2o Certificado pelo oficial de justiça que o réu se oculta para não ser citado, a precatória será imediatamente
devolvida, para o fim previsto no art. 362.

#SELIGA:
SITUAÇÕES ESPECÍFICAS
CITAÇÃO DO Art. 358. A citação do militar far-se-á por intermédio do chefe do respectivo serviço.
MILITAR Trata-se de providência que tem em vista resguardar a intangibilidade do quartel, bem
como a hierarquia e a disciplina, características inerentes à conduta militar.
CITAÇÃO DO Quando se faz a citação do funcionário público, expede-se, concomitantemente, um ofício
FUNCIONÁRIO de requisição ao seu superior, para que tenha ciência da ausência e providencie substituto.
PÚBLICO Art. 359. O dia designado para funcionário público comparecer em juízo, como acusado,
será notificado assim a ele como ao chefe de sua repartição.
CITAÇÃO DO Deve ser feita pessoalmente, por mandado, recebendo cópia da denúncia e podendo
RÉU PRESO preparar-se, a tempo, para o interrogatório.
Art. 360. Se o réu estiver preso, será pessoalmente citado.

#DEOLHONASÚMULA:
Súmula 351-STF: É nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da federação em que o juiz exerce a
sua jurisdição.

2.1 Citação real e ficta

A citação real é aquela feita através de mandado, cumprido por meio de oficial de justiça, que comunica
ao réu – pessoalmente – do inteiro teor da acusação e de que deverá responder à acusação, por escrito, no prazo
de 10 dias. É a efetiva comunicação da existência da acusação, com a entrega de cópia da denúncia ou queixa.
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A citação ficta é aquela realizada através de edital e somente poderá ser utilizada quando esgotadas
todas as possibilidades de encontrar-se o réu para realizar-se a citação real.

2.1.1 Citação por edital

A citação por edital é a modalidade de citação denominada ficta, porque não é realizada pessoalmente,
presumindo-se que o réu dela tomou conhecimento. Publica-se em jornal de grande circulação, na imprensa
oficial ou afixa-se o edital no átrio do fórum, admitindo-se a possibilidade de que o acusado, ou pessoa a ele
ligada, leia, permitindo a ciência da existência da ação penal.

Art. 361. Se o réu não for encontrado, será citado por edital, com o prazo de 15 (quinze) dias.

A citação por edital é o meio excepcional que somente pode ocorrer se esgotados todos os meios
disponíveis para a localização do acusado.

#REPETINDO: deve haver o prévio esgotamento dos meios de localização do acusado para a utilização da via
editalícia.

Art. 363. O processo terá completada a sua formação quando realizada a citação do acusado. (Redação
dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
II - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 1o Não sendo encontrado o acusado, será procedida a citação por edital. (Incluído pela Lei nº 11.719, de
2008).
§ 2o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 3o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 4o Comparecendo o acusado citado por edital, em qualquer tempo, o processo observará o disposto nos arts.
394 e seguintes deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

Citado por edital, a qualquer tempo, pode o réu integrar a relação processual, inclusive substituindo o
defensor público ou dativo por advogado de sua confiança, mas ingressará no estado em que se encontrar o feito.

Art. 365. O edital de citação indicará:


I - o nome do juiz que a determinar;
II - o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais característicos, bem como sua residência e profissão,
se constarem do processo;
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III - o fim para que é feita a citação;


IV - o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá comparecer;
V - o prazo, que será contado do dia da publicação do edital na imprensa, se houver, ou da sua afixação.
Parágrafo único. O edital será afixado à porta do edifício onde funcionar o juízo e será publicado pela imprensa,
onde houver, devendo a afixação ser certificada pelo oficial que a tiver feito e a publicação provada por exemplar
do jornal ou certidão do escrivão, da qual conste a página do jornal com a data da publicação.

#DEOLHONASÚMULA:
Súmula 366 STF: Não é nula a citação por edital que indica o dispositivo da lei penal, embora não transcreva a
denúncia ou queixa, ou não resuma os fatos em que se baseia.

Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo
e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas
urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. (Redação dada
pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996)
§ 1o (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 2o (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).

O art. 366 do CPP não se aplica caso o réu tenha sido citado pessoalmente. Se o réu não comparecer ao
interrogatório, nem constituir advogado, deverá o juiz nomear defensor dativo (ou remeter os autos à Defensoria)
e dar seguimento normal ao curso do processo.

*(Atualizado em 26/01/2021) #DEOLHONAJURIS No caso do art. 366 do CPP, o prazo prescricional ficará
suspenso pelo tempo de prescrição da pena máxima em abstrato cominada ao crime. Em caso de inatividade
processual decorrente de citação por edital, ressalvados os crimes previstos na Constituição Federal como
imprescritíveis, é constitucional limitar o período de suspensão do prazo prescricional ao tempo de prescrição da
pena máxima em abstrato cominada ao crime, a despeito de o processo permanecer suspenso. Art. 366. Se o
acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do
prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for
o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. STF. Plenário. STF. Plenário. RE 600851,
Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 04/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 438) (Info 1001). No mesmo sentido:
Súmula 415-STJ: O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada.

*(Atualizado em 07/06/2021) No caso do art. 366 do CPP, o prazo prescricional ficará suspenso pelo tempo de
prescrição da pena máxima em abstrato cominada ao crime. Em caso de inatividade processual decorrente de
citação por edital, ressalvados os crimes previstos na Constituição Federal como imprescritíveis, é constitucional
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limitar o período de suspensão do prazo prescricional ao tempo de prescrição da pena máxima em abstrato
cominada ao crime, a despeito de o processo permanecer suspenso. STF. Plenário. STF. Plenário. RE 600851, Rel.
Min. Edson Fachin, julgado em 04/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 438) (Info 1001). No mesmo sentido:
Súmula 415-STJ: O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada

Considerando que a prescrição voltará a correr, é possível que o processo também volte a tramitar?
NÃO. Isso contraria o próprio sentido da alteração promovida no art. 366 pela Lei nº 9.271/96. Por ser
a citação por edital uma ficção jurídica, pretendeu-se com a alteração legislativa obstar que alguém fosse
processado e julgado sem que se tivesse a certeza de que tomara conhecimento do processo, em prejuízo à
ampla defesa, ao contraditório e ao devido processo legal.
Além de não prestigiar as garantias inerentes ao devido processo legal, a retomada do processo coloca o réu em
situação mais gravosa do que a suspensão do processo e da prescrição ad aeternum. Igualmente, não está em
harmonia com diplomas internacionais, que, à luz da cláusula de abertura prevista no texto constitucional, têm
força normativa interna e natureza supralegal. STF. Plenário. RE 600851, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em
04/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 438) (Info 1001).

O STJ acompanhou essa conclusão do STF:


Citado o réu por edital, nos termos do art. 366 do CPP, o processo deve permanecer suspenso enquanto
perdurar a não localização do réu ou até que sobrevenha o transcurso do prazo prescricional.
STJ. 6ª Turma. RHC 135.970/RS, Rel. Min. Sebastião Reis Junior, julgado em 20/04/2021 (Info 693).

Vale ressaltar que se trata de mudança de entendimento do STJ porque este Tribunal entendia, antes da decisão
do STF no RE 600851, que esgotado o prazo máximo de suspensão processual, nos termos do art. 366 do CPP,
feito deveria voltar a tramitar mesmo com a ausência do réu, mediante a constituição de defesa técnica (STJ. 6ª
Turma. RHC 112.703/RS, Min. Nefi Cordeiro, DJe de 22/11/2019).

Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer
ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo
endereço ao juízo. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996)

#ATENÇÃO: Não é só a citação ficta que detona a suspensão, sendo indispensável a ausência do réu.

O art. 366 fala também em suspensão da prescrição. Segundo entendimento do STJ, consubstanciado no
enunciado da súmula 415, o período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena
cominada, de maneira que não se estenda indefinidamente no tempo, em prejuízo do réu e da segurança jurídica
constitucionalmente assegurada.
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Finalmente, o art. 166 se refere à necessidade de produção de provas urgentes. Consoante ensina Nucci,
“a modificação ocorrida no art. 366, pela Lei 9.271/96, teve a finalidade de garantir a ampla defesa e o
contraditório efetivos do acusado em processo penal. Citado por edital, de maneira fictícia, portanto, a grande
probabilidade é que não tenha a menor ciência de que é réu, razão por que não se defenderá. Suspende-se,
então, o andamento do processo, não afetando seu direito de defesa. Mas, pode haver provas urgentes a
produzir, cujo atraso implicaria a sua perda, fundamento pelo qual se abriu a exceção de, sem a certeza de ter
sido o acusado cientificado da existência do processo-crime, determinar o juiz a realização de provas
consideradas imprescindíveis e imediatas.”

#DEOLHONASÚMULA:
Súmula 455 STJ: A decisão que determina a produção antecipada de provas com base no art. 366 do CPP deve
ser concretamente fundamentada, não a justificando unicamente o mero decurso do tempo

É cabível a aplicação da suspensão do processo, em face da citação por edital do réu e consequente
ausência, a todos os procedimentos previstos em legislação especial, salvo quando houver expressa disposição
em contrário. É o que ocorre, por exemplo, com a Lei de Lavagem de Capitais (Lei 9.613/1998):

Art. 2º. § 2o No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no art. 366 do Decreto-Lei nº
3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que não comparecer nem
constituir advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com a nomeação de defensor
dativo. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)

#OLHAOGANCHO: Juizados Especiais Criminais.


A expedição de carta rogatória não se coaduna com o sistema dos Juizados Especiais Criminais, de modo que, no
caso de o acusado estar no estrangeiro, as peças existentes devem ser encaminhadas ao Juízo comum, nos
moldes do que ocorre no caso de o acusado não ser encontrado para citação pessoal, eis que o procedimento da
citação por edital, da mesma maneira que o da carta rogatória, não apresenta compatibilidade com os princípios
adotados pela Lei 9.099/95.

2.1.2 Citação por hora certa

É cabível a citação por hora certa, modalidade de citação ficta, nos casos em que se verifique que um
réu se oculta para não ser citado. Segundo entendimento do STF, essa modalidade de citação não compromete o
direito de ampla defesa, constitucionalmente assegurado a todos os acusados em processo criminal.
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Aqui, deve ser observado o procedimento do art. 252 do Código de Processo CIVIL!

Art. 252. Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou
residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa da família ou, em
sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar.
Parágrafo único. Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso, será válida a intimação a
que se refere o caput feita a funcionário da portaria responsável pelo recebimento de correspondência.

Art. 253. No dia e na hora designados, o oficial de justiça, independentemente de novo despacho, comparecerá
ao domicílio ou à residência do citando a fim de realizar a diligência.
§ 1º Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça procurará informar-se das razões da ausência, dando
por feita a citação, ainda que o citando se tenha ocultado em outra comarca, seção ou subseção judiciárias.
§ 2º A citação com hora certa será efetivada mesmo que a pessoa da família ou o vizinho que houver sido
intimado esteja ausente, ou se, embora presente, a pessoa da família ou o vizinho se recusar a receber o
mandado.
§ 3º Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé com qualquer pessoa da família ou vizinho,
conforme o caso, declarando-lhe o nome.
§ 4º O oficial de justiça fará constar do mandado a advertência de que será nomeado curador especial se houver
revelia.

Citado por hora certa e não comparecendo, o juiz providenciará a nomeação de defensor dativo ou fará
remessa dos autos à Defensoria Pública.

#DEOLHONAJURIS:
É constitucional a citação com hora certa no âmbito do processo penal. STF. Plenário. RE 635145/RS,
rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Luiz Fux, julgado em 1º/8/2016 (repercussão geral) (Info
833).
Existe um argumento no sentido de que se as testemunhas forem policiais, deverá haver autorizada a
sua oitiva como prova antecipada, considerando que os policiais lidam diariamente com inúmeras ocorrências e,
se houvesse o decurso do tempo, eles iriam esquecer dos fatos. Esse argumento é aceito pela jurisprudência? A
oitiva das testemunhas que são policiais é considerada como prova urgente para os fins do art. 366 do CPP?
Prevalece que SIM. É justificável a antecipação da colheita da prova testemunhal com arrimo no art. 366 do CPP
nas hipóteses em que as testemunhas são policiais. O atuar constante no combate à criminalidade expõe o
agente da segurança pública a inúmeras situações conflituosas com o ordenamento jurídico, sendo certo que as
peculiaridades de cada uma acabam se perdendo em sua memória, seja pela frequência com que ocorrem, ou
pela própria similitude dos fatos, sem que isso configure violação à garantia da ampla defesa do acusado. STJ. 3ª
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Seção. RHC 64086-DF, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel. para acórdão Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em
23/11/2016 (Info 595). Veja precedente do STF no mesmo sentido: (...) Produção antecipada de provas, ao
fundamento de que haveria a possibilidade de “não serem mais localizadas as testemunhas” e porque uma das
testemunhas é “policial militar” e pode se esquecer dos fatos. 4. Medida necessária, considerando a gravidade do
crime praticado e a possibilidade concreta de perecimento (testemunhas esquecerem de detalhes importantes
dos fatos em decorrência do decurso do tempo). (...) STF. 2ª Turma. HC 135386, Rel. Min. Ricardo Lewandoski,
Relator p/ Acórdão: Min. Gilmar Mendes, julgado em 13/12/2016.
A citação editalícia, como medida de exceção, só tem lugar quando esgotados todos os meios
disponíveis para localizar o réu. A inobservância dessa providência acarreta a nulidade insanável do processo a
partir da citação. STJ. 5ª Turma. HC 213600-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 4/10/2012.

3. Notificação

A notificação é a comunicação da existência de uma acusação, gerando a chance de oferecimento de


uma defesa prévia ao recebimento da denúncia.

O art. 55 da Lei n. 11.343/2006 estabelece que, oferecida a denúncia, “o juiz ordenará a notificação do
acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias”.

No mesmo sentido, o art. 514 do CPP determina, no rito dos crimes de responsabilidade dos
funcionários públicos, que o juiz “ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do prazo
de 15 (quinze) dias”.

4. Intimação

A intimação é a comunicação de determinado ato processual feita ao acusado, testemunha ou pessoas


que devam tomar conhecimento do ato, como peritos, intérpretes e demais auxiliares da justiça. Em relação aos
últimos (testemunhas e demais pessoas que participem do processo), a intimação poderá revestir um caráter
coercitivo, verdadeiro dever de agir ou comparecer.

A intimação das testemunhas, peritos, intérpretes etc. deverá ser feita pessoalmente, através do
respectivo mandado.

Art. 370. Nas intimações dos acusados, das testemunhas e demais pessoas que devam tomar conhecimento de
qualquer ato, será observado, no que for aplicável, o disposto no Capítulo anterior. (Redação dada pela Lei
nº 9.271, de 17.4.1996)
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§ 1o A intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e do assistente far-se-á por publicação no


órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do
acusado. (Incluído Lei nº 9.271, de 17.4.1996)
§ 2o Caso não haja órgão de publicação dos atos judiciais na comarca, a intimação far-se-á diretamente pelo
escrivão, por mandado, ou via postal com comprovante de recebimento, ou por qualquer outro meio
idôneo. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996)
§ 3o A intimação pessoal, feita pelo escrivão, dispensará a aplicação a que alude o § 1o. (Incluído pela Lei nº
9.271, de 17.4.1996)
§ 4o A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será pessoal. (Incluído pela Lei nº 9.271, de
17.4.1996)

#ATENÇÃO:
INTIMAÇÃO DOS DEFENSORES
DEFENSOR CONSTITUÍDO DEFENSOR PÚBLICO E DATIVO
poderá ser intimado através de publicação no Diário O defensor público será sempre intimado
da Justiça (ou órgão incumbido da publicação) ou, pessoalmente, em igualdade de tratamento com o
caso não exista, a intimação poderá ser através de Ministério Público, atendendo assim ao
mandado ou via postal. chamado princípio da pessoalidade. Para o defensor
dativo ou entidade de assistência jurídica gratuita
predomina o entendimento de que a intimação
também deverá ser pessoal, salvo se o próprio
defensor declinar a prerrogativa.

#DEOLHONASÚMULA:
Súmula 273-STJ: Intimada a defesa da expedição da carta precatória, torna-se desnecessária intimação da data da
audiência no juízo deprecado. • Importante. • Atenção: se o réu for assistido pela Defensoria Pública e, na sede
do juízo deprecado, a Instituição estiver instalada e estruturada, será obrigatória a intimação da Defensoria
acerca do dia do ato processual designado, sob pena de nulidade (STF RHC 106394/MG, j. em 30/10/2012).

#OLHAOGANCHO: Contagem de prazos no processo penal.


Os prazos processuais, nos termos do art. 798 do CPP, correm em cartório, sendo contínuos e peremptórios, não
se interrompendo por férias, domingo ou feriados. Uma vez iniciada sua contagem, não serão interrompidos.
Nesse cômputo, não se considera o dia da intimação, ou seja, exclui-se o dia em que se dá a comunicação do ato,
começando a fluir no dia seguinte, se útil. Logo, se a intimação ocorreu numa sexta-feira, o prazo começa a correr
na segunda-feira e não no sábado. Da mesma forma, quando um prazo terminar no sábado, domingo ou feriado,
será automaticamente prorrogado para o primeiro dia útil.
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Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por
férias, domingo ou dia feriado.
§ 1o Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento.
§ 2o A terminação dos prazos será certificada nos autos pelo escrivão; será, porém, considerado findo o prazo,
ainda que omitida aquela formalidade, se feita a prova do dia em que começou a correr.
§ 3o O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado até o dia útil imediato.
§ 4o Não correrão os prazos, se houver impedimento do juiz, força maior, ou obstáculo judicial oposto pela
parte contrária.
§ 5o Salvo os casos expressos, os prazos correrão:
a) da intimação;
b) da audiência ou sessão em que for proferida a decisão, se a ela estiver presente a parte;
c) do dia em que a parte manifestar nos autos ciência inequívoca da sentença ou despacho. 2

#DEOLHONASÚMULA:
Súmula 710 STF: No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos do
mandado ou da carta precatória ou de ordem.

*Atualizado em 02/07/2021 #DEOLHONAJURIS


PROCESSO PENAL. RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO DO ART. 619 DO CPP. NÃO OCORRÊNCIA. INEXISTÊNCIA DE
CITAÇÃO PESSOAL OU POR MEIO DE EDITAL. PROCESSO QUE SE DESENVOLVEU ENTRE O ADVOGADO
CONTRATADO NA DATA DA PRISÃO EM FLAGRANTE, O JUIZ E O PROMOTOR. NÃO COMPARECIMENTO DO
ACUSADO A NENHUM DOS ATOS DO PROCESSO. INEXISTÊNCIA DE PROVA INEQUÍVOCA DA CIÊNCIA DA
DENÚNCIA. DECLARAÇÃO DA NULIDADE, DE OFÍCIO, PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA. POSSIBILIDADE. PREJUÍZO À
AUTODEFESA. RECURSO ESPECIAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO NÃO PROVIDO.
1. Não ocorre a violação do art. 619 do CPP quando o acórdão, apesar de contrário à pretensão da parte, se
manifesta expressamente sobre a matéria controvertida. 2. Em matéria de nulidade, aplica-se o princípio pas de
nullité sans grief, segundo o qual não há nulidade sem que o ato tenha gerado prejuízo para a acusação ou para a
defesa, o que, em alguns casos, pode ser evidente, por raciocínio lógico do julgador. 3. Deve ser mantido o
acórdão estadual que, de ofício, reconheceu a irregular constituição do processo, desenvolvido sem a presença do
réu, pois a citação pessoal foi frustrada e, determinada sua realização por meio de edital, a diligência também
deixou de ser cumprida. 4. A citação é pressuposto de existência da relação processual e sua obrigatoriedade não
pode ser relativizada somente porque o réu constituiu advogado particular quando foi preso em flagrante. O fato
de o Juiz ter determinado a juntada, nos autos da ação penal, de cópia da procuração outorgada ao advogado no

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*Atualizado em 02/07/2021 #JÁCAIU Esse tema foi cobrado na oral do TJMT/2021:
Explique o que se entende por "ciência inequívoca" para fins de dispensa de intimação e dê exemplo. A
apresentação de petição nos autos após a decisão, por si só, caracteriza ciência inequívoca?
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processo apenso, relacionado ao pedido de liberdade provisória, bem como que o causídico apresentasse
resposta à acusação, não supre a falta de citação e nem demonstra, sem o comparecimento espontâneo do réu a
nenhum ato do processo, sua ciência inequívoca da denúncia e nem que renunciou à autodefesa.
5. O prejuízo para a ampla defesa foi registrado no acórdão estadual, não havendo falar em violação do art. 563
do CPP. A ampla defesa desdobra-se na defesa técnica e na autodefesa, esta última suprimida do réu, pois não lhe
foram oportunizadas diversas possibilidades, tais como a presença em juízo, o conhecimento dos argumentos e
conclusões da parte contrária, a exteriorização de sua própria argumentação em interrogatório etc.
6. Recurso especial não provido. (REsp 1580435/GO, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA,
julgado em 17/03/2016, DJe 31/03/2016).

#DEOLHONAJURIS:
O termo inicial da contagem do prazo para impugnar decisão judicial é, para o Ministério Público, a data
da entrega dos autos na repartição administrativa do órgão, sendo irrelevante que a intimação pessoal tenha se
dado em audiência, em cartório ou por mandado. STJ. 3ª Seção. REsp 1349935-SE, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz,
julgado em 23/8/2017 (recurso repetitivo) (Info 611).
A LC 80/94 (Lei Orgânica da Defensoria Pública) prevê, como uma das prerrogativas dos Defensores
Públicos, que eles devem receber intimação pessoal (arts. 44, I, 89, I e 128, I). Se uma decisão ou sentença é
proferida pelo juiz na própria audiência, estando o Defensor Público presente, pode-se dizer que ele foi intimado
pessoalmente naquele ato ou será necessário ainda o envio dos autos à Defensoria para que a intimação se torne
perfeita? Para que a intimação pessoal do Defensor Público se concretize, será necessária ainda a remessa dos
autos à Defensoria Pública. A intimação da Defensoria Pública, a despeito da presença do defensor na audiência
de leitura da sentença condenatória, somente se aperfeiçoa com sua intimação pessoal, mediante a remessa dos
autos. Assim, a data da entrega dos autos na repartição administrativa da Defensoria Pública é o termo inicial da
contagem do prazo para impugnação de decisão judicial pela instituição, independentemente de intimação do ato
em audiência. STJ. 3ª Seção. HC 296759-RS, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 23/8/2017 (Info 611). STF.
2ª Turma. HC 125270/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 23/6/2015 (Info 791).
No caso de intimação por Diário de Justiça eletrônico, o termo inicial dos prazos processuais será o
primeiro dia útil seguinte ao da data da publicação. Considera-se como data da publicação o primeiro dia útil
seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico. STF. 1ª Turma. HC 120478/SP, Rel.
Min. Roberto Barroso, julgado em 11/3/2014 (Info 738).
No processo PENAL, o MP e a Defensoria Pública possuem algum benefício de prazo? MP: NÃO. Em
matéria penal, o Ministério Público não goza da prerrogativa da contagem dos prazos recursais em dobro. STJ. 3ª
Seção. AgRg no EREsp 1.187.916-SP, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 27/11/2013 (Info 533). Defensoria
Pública: SIM. Também em matéria penal, são contados em dobro todos os prazos da Defensoria Pública (STJ.
AgRg no AgRg no HC 146823, julgado em 03/09/2013). No processo CIVIL, o MP e a Defensoria Pública possuem
algum benefício de prazo? Contam-se em dobro todos os seus prazos (arts. 180 e 186 do CPC/2015).
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(*) ATUALIZADO EM 09/03/2022: #DEOLHONAJURIS: É possível a utilização de WhatsApp para a citação de


acusado, desde que sejam adotadas medidas suficientes para atestar a autenticidade do número telefônico, bem
como a identidade do indivíduo destinatário do ato processual. STJ. 5ª Turma. HC 641877/DF, Rel. Min. Ribeiro
Dantas, julgado em 09/03/2021 (Info 688). OBS.: No caso concreto, o STJ decidiu anular a citação feita via
WhatsApp, porque não houve nenhum comprovante quanto à autenticidade da identidade do citando,
ressaltando, porém, a possibilidade de o comparecimento do acusado suprir o vício, bem como a possibilidade de
se usar a referida tecnologia, desde que, com a adoção de medidas suficientes para atestar a identidade do
indivíduo com quem se travou a conversa.

5. DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO

DIPLOMA DISPOSITIVOS
Código de Processo Penal Art. 351 a 372

6. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA

Jurisprudência do site Dizer o Direito;

Código de Processo Penal Comentado – Renato Brasileiro;

Manual de Processo Penal – Aury Lopes Júnior;

Código de Processo Penal Comentado – Guilherme de Souza Nucci.

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