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CONSTITUIÇÃO FEDERAL

ESTUDOS IURIS LEGIS


CF/88

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

PREÂMBULO

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir
um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem
interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a
seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como FUNDAMENTOS:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.

FUNDAMENTOS DA RFB
(SOCIDIVAPLU)

• Soberania;
• Cidadania;
• Dignidade da pessoa humana;
• Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
• Pluralismo político.

⇾ Princípios estruturantes (art. 1º, CF):


• republicano;
• federativo;
• do Estado Democrático de Direito.
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• Súmula nº 647, STJ. São IMPRESCRITÍVEIS as ações indenizatórias por danos morais e materiais decorrentes de atos
de perseguição política com violação de direitos fundamentais ocorridos durante o regime militar.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituição.
↳ Princípio representativo.
• O titular do poder sempre será o povo, enquanto o exercício pode ser feito na forma direta ou indireta. ⇾ Democracia
mista ou semidireta (ou representativa).
• O voto direto, secreto, universal e periódico é uma das cláusulas pétreas (art. 60, CF).
No entanto, a obrigatoriedade do voto NÃO está dentro das cláusulas pétreas.
↳ É possível transformar o voto e o alistamento facultativos, desde que a alteração seja feita via EC.
⇾ Instrumentos de democracia direta ou de soberania popular: plebiscito, referendo e iniciativa popular.

Art. 2º. São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário.
• Separação não rígida. ⇾ Cláusula pétrea explícita.
↳ Um não é maior que o outro – cada um pode controlar (frear) a atuação do outro ⇾ Teoria dos freios e contrapesos
(check and balances ou checks and counterchecks).

• Súmula nº 649, STF. É inconstitucional a criação, por Constituição estadual, de órgão de controle administrativo do
Poder Judiciário do qual participem representantes de outros Poderes ou entidades.

Art. 3º. Constituem OBJETIVOS FUNDAMENTAIS da República Federativa do Brasil:


I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, SEM preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação.

OBJETIVOS FUNDAMENTAIS DA RFB

• Construir uma sociedade livre, justa e solidária;


• Garantir o desenvolvimento nacional;
• Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
• Promover o bem de todos, SEM preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação.
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Art. 4º. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas RELAÇÕES INTERNACIONAIS pelos seguintes
PRINCÍPIOS:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político. ⇾ Ato discricionário.

PRINCÍPIOS QUE REGEM A RFB EM SUAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

• Independência nacional;
• Prevalência dos direitos humanos;
• Autodeterminação dos povos;
• Não-intervenção;
• Igualdade entre os Estados;
• Defesa da paz;
• Solução pacífica dos conflitos;
• Repúdio ao terrorismo e ao racismo;
• Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
• Concessão de asilo político.

Asilo político Refúgio político

É motivado pela perseguição por crimes políticos. É motivado pela perseguição de natureza política,
religiosa, racial, de nacionalidade ou de grupo social.

Normalmente, é usado para perseguição individualizada. Necessidade de proteção atinge número elevado de
pessoas, tendo a perseguição aspecto mais
generalizado.
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Decisão de caráter político, com a concessão Ato administrativo de caráter vinculado.


discricionária.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e
cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, SEM distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade,
à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
• Isonomia formal: todos são iguais perante a lei.
• Isonomia/igualdade material: tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de suas
desigualdades.

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de LEI;
↳ Princípio da legalidade.
• Súmula Vinculante nº 44/ Súmula nº 686, STF. Só POR LEI se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de
candidato a cargo público.
• Súmula nº 636, STF. Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio constitucional da legalidade,
quando a sua verificação pressuponha rever a interpretação dada a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida.

III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;


• Súmula Vinculante nº 11. Só é lícito o uso de algemas em casos de RESISTÊNCIA e de FUNDADO RECEIO DE FUGA ou
de PERIGO À INTEGRIDADE FÍSICA PRÓPRIA OU ALHEIA, por parte do preso ou de terceiros, justificada a
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de
nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo VEDADO o anonimato;


V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano
material, moral ou à imagem;
↳ Resposta proporcional ao agravo + indenização.
↳ Norma de eficácia plena.
• Súmula nº 37, STJ. São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato.
• Súmula nº 227, STJ. A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.
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• Súmula nº 362, STJ. A correção monetária do valor da indenização do dano moral incide desde a data do arbitramento.
• Súmula nº 387, STJ. É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral.
↳ É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral, ainda que derivados de um mesmo fato, mas
desde que um e outro possam ser reconhecidos autonomamente, sendo, portanto, passíveis de identificação em
separado (REsp 812.506/SP, julgado em 19/04/2012).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 387-STJ. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/c12d1f7cc7c4b41a125b5752d1238b03>.
Acesso em: 28/03/2023
• Súmula nº 388, STJ. A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral.

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares
de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
política, SALVO se as invocar para EXIMIR-SE de obrigação legal a todos imposta E recusar-se a cumprir
prestação alternativa, fixada em lei;
↳ Escusa de consciência.
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença;
X - são INVIOLÁVEIS a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
• Súmula nº 370, STJ. Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado.
• Súmula nº 403, STJ. Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada de imagem de
pessoa com fins econômicos ou comerciais.
↳ Exceções:
- A Súmula nº 403 do STJ é inaplicável às hipóteses de divulgação de imagem vinculada a fato histórico de repercussão
social.
STJ, 3ª Turma, REsp 1.631.329-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. Acd. Min. Nancy Andrighi, j. em 24/10/2017.
- A Súmula 403/STJ é inaplicável às hipóteses de representação da imagem de pessoa como coadjuvante em obra
biográfica audiovisual que tem por objeto a história profissional de terceiro.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.454.016-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
12/12/2017 (Info 621).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 403-STJ. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/3df07fdae1ab273a967aaa1d355b8bb6>.
Acesso em: 28/03/2023

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar SEM consentimento do
morador, SALVO em caso de FLAGRANTE DELITO ou DESASTRE, ou PARA PRESTAR SOCORRO, ou, durante
o dia, por determinação judicial;
⇾ Regra: a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador.
⇾ Exceções:
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• em caso de flagrante delito;


• em caso de desastre;
• para prestar socorro;
• durante o dia, por determinação judicial.

XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das


comunicações telefônicas, SALVO, no último caso, por ORDEM JUDICIAL, nas hipóteses e na forma que a lei
estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer;
↳ Norma de eficácia contida.
É inconstitucional a suspensão realizada por conselho de fiscalização profissional do exercício laboral de seus inscritos
por inadimplência de anuidades, pois a medida consiste em sanção política em matéria tributária.
STF. Plenário. RE 647885, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 27/04/2020 (Repercussão Geral – Tema 732) (Info 978).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É inconstitucional a suspensão do exercício profissional em razão do inadimplemento de
anuidades devidas à entidade de classe. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/b36ed8a07e3cd80ee37138524690eca1>.
Acesso em: 20/04/2023

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário
ao exercício profissional;
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos
da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
↳ Norma de eficácia contida.
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, SEM ARMAS, em locais abertos ao público,
INDEPENDENTEMENTE DE AUTORIZAÇÃO, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido PRÉVIO AVISO à autoridade competente;
• O direito de reunião é norma de eficácia contida (pode sofrer restrição ou suspensão em períodos de estado de
defesa ou estado de sítio) e não cabe mandado de injunção.
↳ MI somente é cabível quando uma norma de eficácia limitada não tiver sido regulamentada.
• O direito de reunião deverá ser protegido por mandado de segurança.

XVII - é plena a liberdade de associação para fins LÍCITOS, VEDADA a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas INDEPENDEM de autorização,
sendo VEDADA a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas
por DECISÃO JUDICIAL, exigindo-se, no primeiro caso (dissolução), o trânsito em julgado;
• Dissolução: decisão judicial + trânsito em julgado.
• Suspensão: decisão judicial.

XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;


XXI - as entidades associativas, QUANDO EXPRESSAMENTE AUTORIZADAS, têm legitimidade para
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
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• Súmula nº 629, STF. A impetração de mandado de segurança COLETIVO por entidade de classe em favor dos
associados independe da autorização destes.
↳ Não é necessária autorização dos associados porque se trata de substituição processual, situação na qual a entidade
defenderá, em nome próprio, interesse alheio (de seus associados).
↳ A Lei nº 12.016/2009, que é posterior à referida súmula, previu, expressamente, que, para a impetração de mandado
de segurança coletivo, a organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída não precisa de
autorização especial (art. 21).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 629-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/af44c4c56f385c43f2529f9b1b018f6a>.
Acesso em: 28/03/2023

XXII - é garantido o direito de propriedade;


↳ Eficácia contida (pode ser restringido).
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para DESAPROPRIAÇÃO por necessidade ou utilidade
pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização EM DINHEIRO, ressalvados os casos
previstos nesta Constituição;
• Desapropriação para fins de reforma agrária: indenização em títulos da dívida agrária (até 20 anos);
• Desapropriação de imóvel não edificado, subutilizado ou não utilizado: indenização em títulos da dívida pública (até
10 anos).
• Desapropriação confiscatória: SEM indenização.
a) Exploração de mão de obra escrava;
b) Cultivo ilegal de plantas psicotrópicas.

⇾ Súmulas – STF:
• Súmula nº 23. Verificados os pressupostos legais para o licenciamento da obra, não o impede a declaração de utilidade
pública para desapropriação do imóvel, mas o valor da obra não se incluirá na indenização, quando a desapropriação
for efetivada.
• Súmula nº 157. É necessária prévia autorização do Presidente da República para desapropriação, pelos Estados, de
empresa de energia elétrica.
↳ Prevalece que ainda é válida.
↳ Dec.-lei nº 3.365/41: "Art. 2º (...) § 3º. É VEDADA a desapropriação, pelos Estados, Distrito Federal, Territórios e
Municípios de ações, cotas e direitos representativos do capital de instituições e empresas cujo funcionamento dependa
de autorização do Governo Federal e se subordine à sua fiscalização, SALVO mediante prévia autorização, por decreto
do Presidente da República."
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 157-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/b85d65c39e12a5515c19fd72b6f48199>.
Acesso em: 28/03/2023
• Súmula nº 164. No processo de desapropriação, são devidos juros compensatórios desde a antecipada imissão de
posse, ordenada pelo juiz, por motivo de urgência.
• Súmula nº 378. Na indenização por desapropriação incluem-se honorários do advogado do expropriado.
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• Súmula nº 416. Pela demora no pagamento do preço da desapropriação não cabe indenização complementar além
dos juros.
• Súmula nº 475. A Lei nº 4.686, de 21-6-65, tem aplicação imediata aos processos em curso, inclusive em grau de
recurso extraordinário.
↳ Válida, mas sem nenhuma relevância atualmente.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 475-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/859b00aec8885efc83d1541b52a1220d>.
Acesso em: 28/03/2023
• Súmula nº 561. Em desapropriação, é devida a correção monetária até a data do efetivo pagamento da indenização,
devendo proceder-se à atualização do cálculo, ainda que por mais de uma vez.
• Súmula nº 617. A base de cálculo dos honorários de advogado em desapropriação é a diferença entre a oferta e a
indenização, corrigidas ambas monetariamente.
• Súmula nº 652. Não contraria a Constituição o art. 15, § 1º, do Dl. 3.365/41 (Lei da Desapropriação por utilidade
pública).
↳ Em regra, a posse do expropriante sobre o bem somente ocorre quando tiver concluído o processo de desapropriação
e paga a indenização. No entanto, o art. 15 do Decreto-Lei 3.365/41 prevê a possibilidade de imissão provisória na posse
em caso de urgência. Para o STF, a imissão provisória não viola o princípio da justa e prévia indenização (art. 5º, XXIV,
da CF/88).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 652-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/e8d66338fab3727e34a9179ed8804f64>.
Acesso em: 28/03/2023
⇾ Súmulas – STJ:
• Súmula nº 56. Na desapropriação para instituir servidão administrativa são devidos os juros compensatórios pela
limitação de uso da propriedade.
• Súmula nº 67. Na desapropriação, cabe a atualização monetária, ainda que por mais de uma vez, independente do
decurso de prazo superior a 1 (um) ano entre o cálculo e o efetivo pagamento da indenização.
• Súmula nº 69. Na desapropriação direta, os juros compensatórios são devidos desde a antecipada imissão na posse
e, na desapropriação indireta, a partir da efetiva ocupação do imóvel.
• Súmula nº 113. Os juros compensatórios, na desapropriação direta, incidem a partir da imissão na posse, calculados
sobre o valor da indenização, corrigido monetariamente.
• Súmula nº 114. Os juros compensatórios, na desapropriação indireta, incidem a partir da ocupação, calculados sobre
o valor da indenização, corrigido monetariamente.
• Súmula nº 131. Nas ações de desapropriação incluem-se no cálculo da verba advocatícia as parcelas relativas aos juros
compensatórios e moratórios, devidamente corrigidas.
• Súmula nº 141. Os honorários de advogado em desapropriação direta são calculados sobre a diferença entre a
indenização e a oferta, corrigidas monetariamente.
• Súmula nº 354. A invasão do imóvel é causa de suspensão do processo expropriatório para fins de reforma agrária.

XXV - no caso de IMINENTE PERIGO PÚBLICO, a autoridade competente poderá usar de propriedade
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, SE HOUVER DANO;
↳ É a chamada requisição administrativa.
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• Súmula nº 637, STJ. O ente público detém legitimidade e interesse para intervir, incidentalmente, na ação
possessória entre particulares, podendo deduzir qualquer matéria defensiva, inclusive, se for o caso, o domínio.

XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, NÃO
será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei
sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
• Súmula nº 63, STJ. São devidos direitos autorais pela retransmissão radiofônica de músicas em estabelecimentos
comerciais.
• Súmula nº 228, STJ. É inadmissível o interdito proibitório para a proteção do direito autoral.
• Súmula nº 261, STJ. A cobrança de direitos autorais pela retransmissão radiofônica de músicas, em estabelecimentos
hoteleiros, deve ser feita conforme a taxa média de utilização do equipamento, apurada em liquidação.

XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:


a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz
humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que
participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização,
bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros
signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
XXX - é garantido o direito de herança;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de
cujus;
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou
de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja IMPRESCINDÍVEL À SEGURANÇA DA SOCIEDADE E DO ESTADO;
• Súmula Vinculante nº 14. É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de
prova que, JÁ DOCUMENTADOS em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia
judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.

XXXIV - são a TODOS assegurados, INDEPENDENTEMENTE do pagamento de taxas:


a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
poder;
• Súmula Vinculante nº 21. É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens
para admissibilidade de recurso administrativo.
↳ Essa exigência viola o art. 5º, LV, da CF/88.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula vinculante 21-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/4fc28b7093b135c21c7183ac07e928a6>.
Acesso em: 28/03/2023
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• Súmula nº 373, STJ. É ILEGÍTIMA a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso administrativo.

b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de


situações de interesse pessoal;
XXXV - a lei NÃO excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
↳ Princípio do acesso à justiça, da efetividade do processo e da inafastabilidade da atuação jurisdicional.
• Súmula Vinculante nº 28. É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de
ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário.

XXXVI - a lei NÃO prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
↳ Limites à eficácia retroativa da lei.
• Súmula nº 654, STF. A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5º, XXXVI, da Constituição da República, não
é invocável pela entidade estatal que a tenha editado.

XXXVII - NÃO haverá juízo ou Tribunal de exceção;


XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos; (≠ de imutabilidade dos veredictos).
d) a competência para o julgamento dos CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA; + conexos.
⇾ Tribunal do Júri:
- Competências:
• Crimes dolosos contra a vida + conexos.
↳ Dolosos: homicídio; aborto; infanticídio; induzimento, auxílio ou instigação ao suicídio.
Obs.: o feminicídio é um homicídio qualificado, então também vai para o júri.

• Súmula Vinculante nº 45/ Súmula nº 721, STF. A competência constitucional do Tribunal do Júri PREVALECE sobre
o foro por prerrogativa de função, estabelecido exclusivamente pela Constituição ESTADUAL.
• Súmula nº 603, STF. A competência para o processo e julgamento de LATROCÍNIO é do JUIZ SINGULAR e não do
Tribunal do Júri. ⇾ É crime contra o patrimônio (forma qualificada do crime de roubo, com aumento de pena, quando
a violência empregada resultada em morte)!

XXXIX - NÃO há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
XL - a lei penal NÃO retroagirá, SALVO para beneficiar o réu;
• Súmula Vinculante nº 26. Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou
equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990,
sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo
determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico.

LI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;


XLII - a prática do RACISMO constitui crime INAFIANÇÁVEL E IMPRESCRITÍVEL, sujeito à pena de
RECLUSÃO, nos termos da lei;
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XLIII - a lei considerará crimes INAFIANÇÁVEIS E INSUSCETÍVEIS DE GRAÇA OU ANISTIA a prática da


TORTURA, o TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES E DROGAS AFINS, o TERRORISMO e os definidos como
CRIMES HEDIONDOS, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se
omitirem;
• Súmula nº 631, STJ. O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão executória), mas NÃO atinge
os efeitos secundários, penais ou extrapenais.

XLIV - constitui crime INAFIANÇÁVEL E IMPRESCRITÍVEL a ação de grupos armados, civis ou militares,
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

Crimes INAFIANÇÁVEIS E IMPRESCRITÍVEIS Crimes INAFIANÇÁVEIS E INSUSCETÍVEIS DE GRAÇA OU


ANISTIA
(TTTH)

• Racismo; • Tortura;

• Ação de grupos armados, civis ou militares, contra a • Tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins;
ordem constitucional e o Estado Democrático.
• Terrorismo;

• Crimes Hediondos.

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
↳ Princípio da personalidade ou da intranscendência da pena.
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;

PENAS QUE PODEM SER ADOTADAS NO BRASIL

• Privação ou restrição da liberdade;

• Perda de bens;

• Multa;

• Prestação social alternativa;

• Suspensão ou interdição de direitos.

XLVII - NÃO haverá penas:


ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

a) de morte, SALVO em caso de GUERRA DECLARADA, nos termos do art. 84, XIX;
Art. 84, CF. Compete privativamente ao Presidente da República: [...]
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele,
quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a
mobilização nacional;

b) de caráter perpétuo;
• Súmula nº 527, STJ. O tempo de duração da medida de segurança NÃO deve ultrapassar o limite máximo da pena
abstratamente cominada ao delito praticado.

c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;

• De morte.
↳ SALVO em caso de guerra declarada.

• De caráter perpétuo;
PENAS PROIBIDAS NO BRASIL
• De trabalhos forçados;

• De banimento;

• Cruéis.

XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a
idade e o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante
o período de amamentação;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, SALVO o NATURALIZADO, em caso de crime comum,
praticado ANTES da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, na forma da lei;
LII - NÃO será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
⇾ Extradição:
• Extraditando brasileiro NATO: em nenhuma hipótese poderá ser extraditado.
• Extraditando brasileiro naturalizado ou português residente no Brasil equiparado a brasileiro naturalizado: somente
poderá ocorrer em 2 casos:
a) Prática de crime comum ANTES da naturalização;
b) Envolvimento com tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ANTES OU DEPOIS da naturalização.
• Extraditando estrangeiro:
Poderá ser extraditado, SALVO por prática de crime político ou de opinião.
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CF/88

Asilo político Refúgio político

É motivado pela perseguição por crimes políticos. É motivado pela perseguição de natureza política,
religiosa, racial, de nacionalidade ou de grupo social.

Normalmente é usada para perseguição individualizada. Necessidade de proteção atinge número elevado de
pessoas, tendo a perseguição aspecto mais generalizado.

Decisão de caráter político, com a concessão Ato administrativo de caráter vinculado.


discricionária.

LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
↳ Princípio do juiz natural.
• Súmula nº 704, STF. Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por
continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados.

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens SEM o devido processo legal;
↳ Princípio do devido processo legal.
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados
o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
↳ Princípio do contraditório e da ampla defesa.
• Súmula Vinculante nº 05. A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a
Constituição.
↳ Refere-se ao típico processo administrativo disciplinar – aquele que tramita no âmbito da Administração Pública.
↳ Este enunciado NÃO se aplica para o processo administrativo que apura infrações cometidas no sistema penitenciário.
III - O Plenário do col. Pretório Excelso, em julgamento do RE n.398.269/RS, Rel. Exmo. Min. Gilmar Mendes, DJe
26/2/2010, concluiu pela inaplicabilidade da Súmula Vinculante n. 5 aos procedimentos administrativos disciplinares
realizados em sede de execução penal, ressaltando a imprescindibilidade da defesa técnica nesses procedimentos, sob
pena de afronta aos princípios do contraditório e da ampla defesa, aos ditames da LEP e à legislação processual penal.
(HC 517.663/MG, Rel. Ministro LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE), QUINTA
TURMA, julgado em 01/10/2019, DJe 11/10/2019)
⚠ A oitiva do condenado pelo Juízo da Execução Penal, em audiência de justificação realizada na presença do defensor
e do Ministério Público, afasta a necessidade de prévio Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD), assim como
supre eventual ausência ou insuficiência de defesa técnica no PAD instaurado para apurar a prática de falta grave
durante o cumprimento da pena.
STF. Plenário. RE 972598, Rel. Roberto Barroso, julgado em 04/05/2020 (Repercussão Geral – Tema 941) (Info 985 –
clipping)
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula vinculante 5-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/5fc7c9bd1fcb12799f02da8adfa4954f>.
Acesso em: 28/03/2023
• Súmula Vinculante nº 14. É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de
prova que, JÁ DOCUMENTADOS em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia
judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
• Súmula Vinculante nº 21. É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para
admissibilidade de recurso administrativo.
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

• Súmula Vinculante nº 28. É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação
judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário.

LVI - são INADMISSÍVEIS, no processo, as provas obtidas por meios ILÍCITOS;


LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
↳ Princípio da presunção de inocência, estado de inocência ou não culpabilidade.
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, SALVO nas hipóteses
previstas em lei;
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;
⇾ Ação penal privada subsidiária da pública.
LX - a LEI só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou
o interesse social o exigirem;
↳ Princípio da publicidade dos atos processuais.
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente, SALVO nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar,
definidos em lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao
juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório
policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com
ou sem fiança;
LXVII - NÃO haverá prisão civil por dívida, SALVO a do responsável pelo inadimplemento voluntário
e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
• Súmula Vinculante nº 25. É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito.
• Súmula nº 419, STJ. Descabe a prisão civil do depositário judicial infiel.

LXVIII - conceder-se-á HABEAS CORPUS sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
VIOLÊNCIA OU COAÇÃO em sua LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO, por ilegalidade ou abuso de poder;
⇾ Súmulas – STF:
• Súmula nº 208. O assistente do Ministério Público não pode recorrer, extraordinariamente, de decisão concessiva
de habeas corpus.
↳ Comentário do Dizer o Direito: “a maioria da doutrina defende que essa súmula foi superada. Isso porque a Lei nº
12.403/2011 alterou o art. 311 do CPP permitindo que o assistente do MP tenha legitimidade para requerer a
decretação da prisão preventiva do réu. Logo, ele também tem legitimidade para recorrer contra a decisão concessiva
de habeas corpus. Nesse sentido: Renato Brasileiro.
Apesar da posição da doutrina, como ainda não houve julgados do STF em sentido contrário, a súmula continua sendo
válida para fins de provas objetivas de concurso. Assim, se a redação da súmula for cobrada em uma prova objetiva,
esta alternativa deverá ser apontada como correta”.
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 208-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/b59307fdacf7b2db12ec4bd5ca1caba8>.
Acesso em: 28/03/2023
• Súmula nº 299. O recurso ordinário e o extraordinário interpostos no mesmo processo de mandado de segurança, ou
de habeas corpus, serão julgados conjuntamente pelo Tribunal Pleno.
• Súmula nº 319. O prazo do recurso ordinário para o Supremo Tribunal Federal, em habeas corpus ou mandado de
segurança, é de 5 dias.
↳ ⚠ Superada em parte.
↳ Prazo do recurso ordinário para o STF em habeas corpus: 5 dias (corridos), com fulcro no art. 310 do RISTF. Nesse
sentido: STF. 1ª Turma. RHC 121748 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 04/08/2015.
↳ Prazo do recurso ordinário para o STF em mandado de segurança: 15 dias (úteis), com fundamento no art. 1.003, §
5º, do CPC/2015.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 319-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/0fc170ecbb8ff1afb2c6de48ea5343e7>.
Acesso em: 28/03/2023
• Súmula nº 344. Sentença de primeira instância concessiva de habeas corpus, em caso de crime praticado em
detrimento de bens, serviços ou interesses da União, está sujeita a recurso ex officio.
• Súmula nº 395. NÃO se conhece de recurso de habeas corpus cujo objeto seja resolver sobre o ônus das custas, por
não estar mais em causa a liberdade de locomoção.
• Súmula nº 431. É NULO o julgamento de recurso criminal, na segunda instância, SEM prévia intimação, ou publicação
da pauta, SALVO em habeas corpus.
• Súmula nº 606. NÃO cabe habeas corpus originário para o Tribunal Pleno de decisão de Turma, ou do Plenário,
proferida em habeas corpus ou no respectivo recurso.
↳ Cabe habeas corpus contra decisão monocrática de Ministro do STF?
NÃO. Não cabe pedido de habeas corpus originário para o Tribunal Pleno contra ato de Ministro ou outro órgão
fracionário da Corte.
STF. Plenário. HC 170263/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 22/06/2020.
↳ Não cabe ao Supremo Tribunal Federal conhecer de Habeas Corpus impetrado contra decisão proferida por Ministro
do STF. Incidência, por analogia, da Súmula 606/STF.
STF. Plenário. HC 208219 ED, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 23/11/2021.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 606-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/ddcb155487b88aaa80aed158006bdbdf>.
Acesso em: 28/03/2023
• Súmula nº 691. NÃO compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do
Relator que, em habeas corpus requerido a Tribunal Superior, indefere a liminar.
⚠ Válida, mas com ressalva.
↳ A Súmula 691 pode ser afastada em casos excepcionais, quando houver teratologia, flagrante ilegalidade ou abuso de
poder que possam ser constatados ictu oculi.
STF. 2ª Turma. HC 143476/RJ, rel. orig. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o ac. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em
6/6/2017 (Info 868).
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

↳ Embora a Súmula n. 691 do STF vede a utilização de habeas corpus impetrado ante decisão de relator que, em writ
impetrado perante o Tribunal de origem, indefere o pedido liminar, admite-se, em casos excepcionais, configurada
flagrante ilegalidade, a superação do entendimento firmado no referido enunciado sumular.
STJ. 6ª Turma, HC 551.676/RN, Rel. Min. Antônio Saldanha, julgado em 19/05/2020.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 691-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/c5658c711ba9170700fc7d3ee3f63e40>.
Acesso em: 28/03/2023
• Súmula nº 692. NÃO se conhece de habeas corpus contra omissão de relator de extradição, se fundado em fato ou
direito estrangeiro cuja prova não constava dos autos, nem foi ele provocado a respeito.
• Súmula nº 693. NÃO cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em
curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.
• Súmula nº 694. NÃO cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de patente
ou de função pública.
↳ O STF entende que nesses casos não há risco ou ameaça à liberdade de locomoção.
↳ Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares (art. 142, § 2º, da CF/88).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 694-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/85ae750ad1dbdc5c2703bcfe97e77152>.
Acesso em: 28/03/2023
• Súmula nº 695. NÃO cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade.

LXIX - conceder-se-á MANDADO DE SEGURANÇA para proteger DIREITO LÍQUIDO E CERTO, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder
for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
• A recusa do fornecimento de uma certidão pelo Estado deve ser combatida com mandado de segurança.
↳ A recusa deve ser combatida com o mandado de segurança, e não com o habeas data. Isso porque o que está sendo
violado é o direito líquido e certo de o cidadão ter acesso à certidão (RE n. 472.489, STF).

⇾ Súmulas – STF:
• Súmula nº 101. O mandado de segurança NÃO substitui a ação popular.
• Súmula nº 248. É competente, originariamente, o Supremo Tribunal Federal, para mandado de segurança contra ato
do Tribunal de Contas da União.
↳ Atualmente, essa competência encontra-se expressamente prevista no art. 102, I, “d”, da CF/88.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 248-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/e07bceab69529b0f0b43625953fbf2a0>.
Acesso em: 30/03/2023
• Súmula nº 266. Não cabe mandado de segurança contra lei em tese.
↳ Alguns autores apontam que uma exceção a essa súmula seria a lei de efeitos concretos.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 266-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/25766f01628f3d34b93a36a2301dffc9>.
Acesso em: 30/03/2023
• Súmula nº 267. Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição.
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

↳ O art. 5º, II, da Lei 12.016/2009 prevê regra semelhante, falando, contudo, em recurso com efeito suspensivo.
↳ Exceção: o STJ admite MS contra ato judicial passível de recurso se houver, no caso concreto, uma situação
teratológica, abusiva, que possa gerar dano irreparável e desde que o recurso previsto não tenha ou não possa obter
efeito suspensivo. (STJ AgRg no MS 18.995/DF, julgado em 16/09/2013).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 267-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/5dc126b503e374b0e08231344a7f493f>.
Acesso em: 30/03/2023
• Súmula nº 268. NÃO cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado.
• Súmula nº 269. O mandado de segurança NÃO é substitutivo de ação de cobrança.
• Súmula nº 270. Não cabe mandado de segurança para impugnar enquadramento da L. 3.780, de 12.7.60, que envolva
exame de prova ou de situação funcional complexa.
↳ Deve-se ressaltar que o raciocínio da súmula pode ser aplicado para outros casos de enquadramento que não apenas
o da Lei nela mencionada. Assim, não cabe mandado de segurança para impugnar enquadramento que envolva exame
de prova ou de situação funcional complexa.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 270-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/6624b6d8217cf71640993409df58204f>.
Acesso em: 30/03/2023
• Súmula nº 271. Concessão de mandado de segurança NÃO produz efeitos patrimoniais em relação a período pretérito,
os quais devem ser reclamados administrativamente ou pela via judicial própria.
• Súmula nº 272. Não se admite como ordinário recurso extraordinário de decisão denegatória de mandado de
segurança.
↳ Se algum Tribunal Superior (ex: STJ) denega um mandado de segurança, a impugnação cabível é o recurso ordinário
constitucional (art. 102, II, “a”, da CF/88). Não há dúvida quanto a isso. Logo, se a parte interpõe recurso extraordinário
contra essa decisão, incorre em erro grosseiro, não se podendo aplicar o princípio da fungibilidade.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 272-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/60ad83801910ec976590f69f638e0d6d>.
Acesso em: 30/03/2023
• Súmula nº 299. O recurso ordinário e o extraordinário interpostos no mesmo processo de mandado de segurança, ou
de habeas corpus, serão julgados conjuntamente pelo Tribunal Pleno.
• Súmula nº 304. Decisão denegatória de mandado de segurança, não fazendo coisa julgada contra o impetrante, NÃO
impede o uso da ação própria.
↳ Se for discutido o mérito da demanda pela via mandamental, opera-se a coisa julgada, NÃO sendo possível o reexame
do tema por meio de ação própria (STJ AgRg no REsp 1198803/DF, julgado em 06/10/2011).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 304-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/892c3b1c6dccd52936e27cbd0ff683d6>.
Acesso em: 30/03/2023
• Súmula nº 319. O prazo do recurso ordinário para o Supremo Tribunal Federal, em habeas corpus ou mandado de
segurança, é de 5 (cinco) dias.
↳ Superada, em parte.
↳ Prazo do recurso ordinário para o STF em habeas corpus: 5 dias (corridos), com fulcro no art. 310 do RISTF. Nesse
sentido: STF. 1ª Turma. RHC 121748 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 04/08/2015.
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

↳ Prazo do recurso ordinário para o STF em mandado de segurança: 15 dias (úteis), com fundamento no art. 1.003, §
5º, do CPC/2015.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 319-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/0fc170ecbb8ff1afb2c6de48ea5343e7>.
Acesso em: 31/03/2022
• Súmula nº 330. O Supremo Tribunal Federal NÃO é competente para conhecer de mandado de segurança contra atos
dos Tribunais de Justiça dos Estados.
↳ MS contra ato do TJ é julgado pelo próprio TJ.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 330-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/ad8e88c0f76fa4fc8e5474384142a00a>.
Acesso em: 31/03/2023
• Súmula nº 392. O prazo para recorrer de acórdão concessivo de segurança conta-se da publicação oficial de suas
conclusões, e não da anterior ciência à autoridade para cumprimento da decisão.
• Súmula nº 405. Denegado o mandado de segurança pela sentença, ou no julgamento do agravo, dela interposto, fica
SEM EFEITO a liminar concedida, retroagindo os efeitos da decisão contrária.
↳ O entendimento constante da súmula continua válido e pode ser entendido como a regra geral.
Assim, a regra geral é no sentido de que a revogação da liminar opera efeitos ex tunc (retroativos).
Vale ressaltar, no entanto, que o STF afirma que, excepcionalmente, é possível reconhecer que essa revogação tenha
efeitos ex nunc. Veja:
Ementa: DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO EM MANDADO DE SEGURANÇA. TCU. APOSENTADORIA.
EXCLUSÃO DE ÍNDICES DE PLANOS ECONÔMICOS. REPOSIÇÃO AO ERÁRIO. VALORES RECEBIDOS ATÉ A REVOGAÇÃO DE
MEDIDA LIMINAR ANTES DEFERIDA.
1. Esta Corte vem reconhecendo que a revogação da liminar opera-se, excepcionalmente, com efeitos ex nunc nos
mandados de segurança denegados com base no entendimento resultante do RE 596.663-RG, mas que tiveram a
medida precária concedida anteriormente com fundamento na jurisprudência vigente à época, favorável aos
impetrantes. Proteção da confiança legítima. Nesse sentido: MS 25.430 (Rel. Min. Eros Graus, redator para o acórdão
Min. Edson Fachin) e MS 30.556 AgR (Rel. Min. Rosa Weber).
2. Agravo a que se nega provimento.
(MS 34350 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 07/11/2017, PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-261 DIVULG 16-11-2017 PUBLIC 17-11-2017)
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 405-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/dc20d1211f3e7a99d775b26052e0163e>.
Acesso em: 31/03/2023
• Súmula nº 429. A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o uso do mandado de
segurança contra omissão da autoridade.
↳ Lei nº 12.016/2009, art. 5º. Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 429-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/c429429bf1f2af051f2021dc92a8ebea>.
Acesso em: 31/03/2023
• Súmula nº 430. Pedido de reconsideração na via administrativa NÃO interrompe o prazo para o mandado de
segurança.
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

↳ O pedido de reconsideração (revisão) do ato administrativo e a interposição de recurso administrativo destituído de


efeito suspensivo não têm o condão de interromper o prazo de 120 dias para impetração do MS.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 430-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/4b21cf96d4cf612f239a6c322b10c8fe>.
Acesso em: 31/03/2023
• Súmula nº 433. É competente o Tribunal Regional do Trabalho para julgar mandado de segurança contra ato de seu
Presidente em execução de sentença trabalhista.
• Súmula nº 474. NÃO há direito líquido e certo, amparado pelo mandado de segurança, quando se escuda em lei cujos
efeitos foram anulados por outra, declarada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal.
• Súmula nº 510. Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela cabe o mandado de
segurança ou a medida judicial.
↳ A Lei nº 9.784/99, que trata sobre o processo administrativo federal, possui disposição no mesmo sentido, ao dizer
que as decisões adotadas por delegação se consideram editadas pelo delegado (art. 14, § 3º).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 510-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/8fc687aa152e8199fe9e73304d407bca>.
Acesso em: 31/03/2023
• Súmula nº 512. NÃO cabe condenação em honorários de advogado na ação de mandado de segurança.
• Súmula nº 623. NÃO gera por si só a competência originária do Supremo Tribunal Federal para conhecer do mandado
de segurança com base no art. 102, I, n, da Constituição, dirigir-se o pedido contra deliberação administrativa do
Tribunal de origem, da qual haja participado a maioria ou a totalidade de seus membros.
• Súmula nº 624. NÃO compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer originariamente de mandado de segurança
contra atos de outros Tribunais.
↳ O STF não dispõe de competência originária para processar e julgar MS impetrado contra ato de outros Tribunais
judiciários, ainda que se trate do STJ. Compete ao próprio STJ julgar os mandados de segurança impetrados contra seus
atos ou omissões.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 624-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/c9efe5f26cd17ba6216bbe2a7d26d490>.
Acesso em: 31/03/2023
• Súmula nº 625. Controvérsia sobre matéria de direito NÃO impede concessão de mandado de segurança.
• Súmula nº 626. A suspensão da liminar em mandado de segurança, SALVO determinação em contrário da decisão que
a deferir, vigorará até o trânsito em julgado da decisão definitiva de concessão da segurança ou, havendo recurso, até
a sua manutenção pelo Supremo Tribunal Federal, desde que o objeto da liminar deferida coincida, total ou
parcialmente, com o da impetração.
• Súmula nº 627. No mandado de segurança contra a nomeação de magistrado da competência do Presidente da
República, este é considerado autoridade coatora, ainda que o fundamento da impetração seja nulidade ocorrida em
fase anterior do procedimento.
• Súmula nº 631. Extingue-se o processo de mandado de segurança se o impetrante não promove, no prazo assinado,
a citação do litisconsorte passivo necessário.
↳ É o que diz o art. 24 da Lei nº 12.016/2009 c/c o art. 115, parágrafo único do CPC/2015.
• Súmula nº 632. É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a impetração de mandado de segurança.
↳ O prazo decadencial do MS é de 120 dias (art. 23 da Lei nº 12.016/2009).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 632-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/8e930496927757aac0dbd2438cb3f4f6>.
Acesso em: 31/03/2023
• Súmula nº 701. No mandado de segurança impetrado pelo Ministério Público contra decisão proferida em processo
penal, é obrigatória a citação do réu como litisconsorte passivo.
⇾ Súmulas – STJ:
• Súmula nº 41. O Superior Tribunal de Justiça NÃO tem competência para processar e julgar, originariamente, mandado
de segurança contra ato de outros Tribunais ou dos respectivos órgãos.
↳ MS contra ato do TJ é julgado pelo próprio TJ.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 41-STJ. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/bc4e356fee1972242c8f7eabf4dff517>.
Acesso em: 31/03/2023
• Súmula nº 105. Na ação de mandado de segurança NÃO se admite condenação em honorários advocatícios.
• Súmula nº 177. O Superior Tribunal de Justiça é incompetente para processar e julgar, originariamente, mandado de
segurança contra ato de órgão colegiado presidido por Ministro de Estado.
• Súmula nº 202. A impetração de segurança por terceiro, contra ato judicial, NÃO se condiciona a interposição de
recurso.
↳ Válida, mas com ressalvas.
↳ Afasta-se a incidência da Súmula nº 202/STJ na hipótese em que a impetrante tenha tido ciência do processo e já
postulado no feito, inclusive requerendo a reconsideração da decisão impugnada no writ.
É entendimento do STJ que o enunciado da Súmula n. 202 socorre tão somente aquele que não teve condições de tomar
ciência da decisão que lhe prejudicou, ficando impossibilitado de se utilizar do recurso cabível.
STJ. 3ª Turma. RMS 42.593/RJ, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 08/10/2013.
↳ Outra observação importante é que esse enunciado deve ser interpretado em conjunto com a Súmula 267 do STF.
A Súmula 202 do STJ (“a impetração de segurança por terceiro, contra ato judicial, não se condiciona a interposição de
recurso”) deve ser conjugada com o teor do enunciado 267 da Súmula do STF (“não cabe mandado de segurança contra
ato judicial passível de recurso ou correição”).
Assim, é permitido que o terceiro se utilize da via mandamental sempre que não tenha obtido condições de tomar
ciência do ato judicial que lhe prejudicou, a impossibilitar a utilização do recurso cabível.
STJ. 3ª Turma. AgInt no RMS 50.779/SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 18/02/2019.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 202-STJ. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/b6617980ce90f637e68c3ebe8b9be745>.
Acesso em: 31/03/2023
• Súmula nº 213. O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito à compensação
tributária.
• Súmula nº 333. Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida por sociedade de economia
mista ou empresa pública.
↳ Lei nº 12.016/2009, art. 1º. [...] § 2º. Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados
pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público.
• A súmula refere-se a atos administrativos e não a atos de gestão, razão pela qual permanece válida.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 333-STJ. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/42853a61b26fef79e2ae788d97356799>.
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

Acesso em: 31/03/2023


• Súmula nº 376. Compete a turma recursal processar e julgar o mandado de segurança contra ato de juizado especial.
• Súmula nº 460. É incabível o mandado de segurança para convalidar a compensação tributária realizada pelo
contribuinte.
• Súmula nº 604, STJ. O mandado de segurança NÃO se presta para atribuir efeito suspensivo a recurso criminal
interposto pelo Ministério Público.

LXX - o MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO pode ser impetrado por:


a) PARTIDO POLÍTICO com representação no Congresso Nacional;
b) ORGANIZAÇÃO SINDICAL, ENTIDADE DE CLASSE OU ASSOCIAÇÃO legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;
• Súmula nº 629, STF. A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados
INDEPENDE da autorização destes.
↳ Não é necessária autorização dos associados porque se trata de substituição processual, situação na qual a entidade
defenderá, em nome próprio, interesse alheio (de seus associados).
↳ A Lei nº 12.016/2009, que é posterior à súmula, previu, expressamente, que, para a impetração de mandado de
segurança coletivo, a organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída não precisa de
autorização especial (art. 21).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 629-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/af44c4c56f385c43f2529f9b1b018f6a>.
Acesso em: 31/03/2023
• Súmula nº 630, STF. A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão
veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.
↳ Essa regra foi prevista expressamente no art. 21 da nova Lei do Mandado de Segurança (Lei nº 12.016/2009).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 630-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/0f21f0349462cacdc5796990d37760ae>.
Acesso em: 31/03/2023

QUEM PODE IMPETRAR MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO

• PARTIDO POLÍTICO com representação no Congresso Nacional;

• ORGANIZAÇÃO SINDICAL, ENTIDADE DE CLASSE OU ASSOCIAÇÃO legalmente constituída e em


funcionamento há pelo menos 1 ano, EM DEFESA DOS INTERESSES DE SEUS MEMBROS OU
ASSOCIADOS;

LXXI - conceder-se-á MANDADO DE INJUNÇÃO sempre que a falta de norma regulamentadora torne
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade,
à soberania e à cidadania;

MANDADO DE INJUNÇÃO

⇾ Será concedido sempre que a falta de norma regulamentadora torne INVIÁVEL:


ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

• o exercício dos direitos e liberdades constitucionais;


• o exercício das prerrogativas inerentes à:
↳ nacionalidade;
↳ soberania;
↳ cidadania.

LXXII - conceder-se-á HABEAS DATA:


a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo;

HABEAS DATA

⇾ Será concedido:
• para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
• para a retificação (correção) de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial
ou administrativo;

• Súmula nº 02, STJ. NÃO cabe o habeas data (CF, art. 5, LXXII, letra "a") se não houve RECUSA de informações por
parte da autoridade administrativa.
↳ Se não houve recusa administrativa, não tem motivo para o autor propor a ação. Falta interesse de agir (interesse
processual).
↳ Lei nº 9.507/97 (regulamenta o habeas data):
Art. 8º. [...]
Parágrafo único. A petição inicial deverá ser instruída com prova:
I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de 10 (dez) dias sem decisão;
II - da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de 15 (quinze) dias, sem decisão; ou
III - da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2º do art. 4º ou do decurso de mais de 15 (quinze) dias sem
decisão.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 2-STJ. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/28d437661d95291767e7402dfe969962>.
Acesso em: 31/03/2023

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor AÇÃO POPULAR que vise a anular ato lesivo
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, SALVO comprovada MÁ-FÉ, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência;

AÇÃO POPULAR
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

⇾ Qualquer cidadão é parte legítima para propor AÇÃO POPULAR que vise:
• anular ato lesivo:
↳ ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe;
↳ à moralidade administrativa;
↳ ao meio ambiente; e
↳ ao patrimônio histórico e cultural.
⚠ Ficando o autor, SALVO comprovada MÁ-FÉ, ISENTO de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
recursos;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do
tempo fixado na sentença; ⇾ Responsabilidade civil objetiva do Estado.
LXXVI - são GRATUITOS para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
LXXVII - são GRATUITAS as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania.
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo
e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
↳ Princípio da celeridade ou da duração razoável do processo.
LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos dados pessoais, inclusive nos meios
digitais.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 115, de 2022)

§ 1º. As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm APLICAÇÃO IMEDIATA.
• Aplicação imediata ⇾ Não tem vacatio legis.

§ 2º. Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime
e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil
seja parte.
§ 3º. Os tratados e convenções internacionais sobre DIREITOS HUMANOS que forem aprovados, em
cada Casa do Congresso Nacional, em 2 (dois) turnos, por 3/5 (três quintos) dos votos dos respectivos
membros, serão EQUIVALENTES às emendas constitucionais.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

• Tem que versar sobre DIREITOS HUMANOS, ser aprovado em CADA CASA do Congresso Nacional em 2 TURNOS por
3/5 dos votos ⇾ serão EQUIVALENTES às emendas constitucionais.
• Se forem aprovados pelo rito ordinário, terão apenas status SUPRALEGAL.
• Poder Constituinte Supranacional.
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

§ 4º. O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado
adesão.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS

Art. 6º. São DIREITOS SOCIAIS a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o
transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência
aos desamparados, na forma desta Constituição.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015).
↳ Rol não exaustivo.

DIREITOS SOCIAIS

• Educação;
• Saúde;
• Alimentação;
• Trabalho;
• Moradia;
• Transporte;
• Lazer;
• Segurança;
• Previdência social;
• Proteção à maternidade e à infância;
• Assistência aos desamparados.
⚠ Direitos de 2ª geração (prestações positivas a serem implementadas pelo Estado ⇾ isonomia
substancial e social).

Parágrafo único. Todo brasileiro em situação de vulnerabilidade social terá direito a uma renda básica
familiar, garantida pelo poder público em programa permanente de transferência de renda, cujas normas
e requisitos de acesso serão determinados em lei, observada a legislação fiscal e orçamentária.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 114, de 2021)

Art. 7º. São DIREITOS DOS TRABALHADORES URBANOS E RURAIS, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III - fundo de garantia do tempo de serviço; (FGTS).
IV - salário-mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades
vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene,
transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo
VEDADA sua vinculação para qualquer fim;
• Súmula Vinculante nº 04. SALVO nos casos previsto na Constituição, o salário-mínimo NÃO pode ser usado como
indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão
judicial.
• Súmula Vinculante nº 06. NÃO viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário-mínimo
para as praças prestadoras de serviço militar inicial. ⇾ Soldado recruta.
• Súmula Vinculante nº 15. O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor público não incide sobre o abono
utilizado para se atingir o salário-mínimo.

V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;


VI - irredutibilidade do salário, SALVO o disposto em convenção ou acordo coletivo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
VIII - 13º (décimo terceiro) salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
↳ Adicional noturno.
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo CRIME sua retenção DOLOSA;
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente,
participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

XIII - duração do trabalho normal não superior a 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) horas
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
coletiva de trabalho;
XIV - jornada de 6 (seis) horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento,
SALVO negociação coletiva;
• Súmula nº 675, STF. Os intervalos fixados para descanso e alimentação durante a jornada de 6 (seis) horas não
descaracterizam o sistema de turnos ininterruptos de revezamento para o efeito do art. 7º, XIV da Constituição.

XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;


XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% (cinquenta por cento) à
do normal;
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, 1/3 (um terço) a mais do que o salário
normal;
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

XVIII - licença à gestante, SEM prejuízo do emprego e do salário, com a duração de 120 (cento e vinte)
dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da
lei;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de 30 (trinta) dias, nos termos
da lei;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da
lei;
XXIV - aposentadoria;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade
em creches e pré-escolas;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;


XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, SEM excluir a indenização a
que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de 5
(cinco) anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de 2 (dois) anos após a extinção do
contrato de trabalho;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 2000)

a) (Revogada).
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 2000)

b) (Revogada).
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 2000)

XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo
de sexo, idade, cor ou estado civil;
• Súmula nº 683, STF. O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da
Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.

XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador


portador de deficiência;
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais
respectivos;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 (dezoito) e de
qualquer trabalho a menores de 16 (dezesseis) anos, SALVO na condição de aprendiz, a partir de 14
(quatorze) anos;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o


trabalhador avulso.
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos
incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as
condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias,
principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I,
II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 72, de 2013)

⇾ Direitos dos trabalhadores domésticos:


• Salário-mínimo;
• Irredutibilidade do salário;
• Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
• 13º salário;
• Proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
• Duração do trabalho normal não superior a 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais;
• Repouso semanal remunerado;
• Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% à do normal;
• Férias anuais;
• Licença à gestante;
• Licença-paternidade;
• Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço;
• Redução dos riscos inerentes ao trabalho;
• Aposentadoria;
• Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
• Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor
ou estado civil;
• Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 (dezoito) e de qualquer trabalho a menores de
16 (dezesseis) anos, SALVO na condição de aprendiz, a partir de 14 (quatorze) anos.

Art. 8º. É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:


I - a lei NÃO poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro
no órgão competente, VEDADAS ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical;
II - é VEDADA a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de
categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou
empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;
• Súmula nº 677, STF. Até que lei venha a dispor a respeito, incumbe ao Ministério do Trabalho proceder ao registro
das entidades sindicais e zelar pela observância do princípio da unicidade.
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive
em questões judiciais ou administrativas;
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será
descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva,
independentemente da contribuição prevista em lei;
• Súmula Vinculante nº 40/ Súmula nº 666, STF. A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV da Constituição,
só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.

• ADI 5794/DF: a supressão do caráter compulsório da contribuição sindical não viola a autonomia sindical, nem
caracteriza retrocesso social e violação aos direitos básicos do trabalhador.
São compatíveis com a Constituição Federal os dispositivos da Lei nº 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) que
extinguiram a obrigatoriedade da contribuição sindical e condicionaram o seu pagamento à prévia e expressa
autorização dos filiados.
STF. Plenário ADI 5794/DF, Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, julgado em 29/6/2018 (Info 908).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É constitucional a lei que extinguiu a contribuição sindical obrigatória. Buscador Dizer o Direito,
Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/eecccd8ff4107946c78d42265cd474b5>.
Acesso em: 03/04/2023

V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;


VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
VIII - é VEDADA a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo
de direção ou representação sindical e, SE ELEITO, ainda que suplente, até 1 (um) ano após o final do
mandato, SALVO se cometer falta GRAVE nos termos da lei.
• Estabilidade sindical ⇾ Dirigentes sociais.
* A partir do registro da candidatura até 1 ano após o final do mandato.
↳ Aplica-se aos suplentes.
↳ Não é absoluta, poderá haver dispensa do dirigente sindical se ele cometer falta GRAVE.

Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de


colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.

Art. 9º. É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade
de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
§ 1º. A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das
necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º. Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos
públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.

Art. 11. Nas empresas de mais de 200 (duzentos) empregados, é assegurada a eleição de um
representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os
empregadores.

CAPÍTULO III
DA NACIONALIDADE

ESPÉCIES DE NACIONALIDADE

• É aquela que resulta de um fato natural (o nascimento).


• A pessoa se torna nacional NATO.
⇾ Critérios para atribuição da nacionalidade originária:
Nacionalidade ORIGINÁRIA a) Critério territorial (jus soli): se a pessoa nascer no território do país, será
considerada nacional deste.
(também chamada de primária,
atribuída ou involuntária) b) Critério sanguíneo (jus sanguinis): a pessoa irá adquirir a nacionalidade de
seus ascendentes, não importando que tenha nascido no território de outro
país.
⚠ No Brasil, adota-se, como regra, o critério do jus soli, havendo, no
entanto, situações nas quais o critério sanguíneo é aceito.

• É aquela decorrente de um ato voluntário da pessoa, que decide


Nacionalidade SECUNDÁRIA adquirir, para si, uma nova nacionalidade. A isso se dá o nome de
NATURALIZAÇÃO.
(também chamada de derivada,
adquirida ou voluntária) ⚠ Atenção: esse ato voluntário pode ser expresso ou tácito.
• A pessoa se torna nacional NATURALIZADO.

Dizer o Direito. Disponível em:


<https://www.dizerodireito.com.br/2013/03/nacionalidade.html>
Acesso em: 10/04/2023.

Art. 12. São brasileiros:


I - NATOS:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes
NÃO estejam a serviço de seu país;
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

↳ Critério do jus soli. ⇾ No Brasil, a regra é o critério do solo (jus soli) – com mitigações previstas no art. 12, I, b e c.
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles ESTEJA
A SERVIÇO da República Federativa do Brasil;
↳ Critério: jus sanguinis + a serviço da RFB (funcional).
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam REGISTRADOS
em repartição brasileira competente ou venham a RESIDIR na República Federativa do Brasil e optem, em
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)

↳ Nacionalidade originária potestativa (depende de opção confirmativa, que só pode ser dada após a maioridade – 18
anos).
↳ Critério: jus sanguinis + residência no Brasil + opção confirmativa.
1) jus sanguinis + registro em repartição brasileira.
2) jus sanguinis + residência + opção pela nacionalidade (ação judicial proposta na Justiça Federal).
(Nacionalidade potestativa). ⇾ Efeitos ex tunc (será considerado brasileiro nato desde o nascimento).
- Modelo adotado pelo Brasil: territorial temperado ou territorial com exceções.

• Nacionalidade originária potestativa: art. 12, I, “c”, parte final da CF – fica na dependência da vontade do indivíduo
nascido no exterior, mas filho de pais brasileiros (jus sanguinis), vir a residir no país e postular, depois de atingida a
maioridade, para ser brasileiro NATO.

II - NATURALIZADOS:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de
língua portuguesa apenas residência por 1 (um) ano ininterrupto e idoneidade moral;
↳ Naturalização ordinária (comum) ⇾ ato discricionário.
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais
de 15 (quinze) anos ininterruptos e SEM condenação PENAL, desde que requeiram a nacionalidade
brasileira.
(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
↳ Naturalização extraordinária: ato vinculado ⇾ Direito subjetivo ⇾ Efeito declaratório).
• Países originários de língua portuguesa:
Residência por 1 ano ininterrupto + idoneidade moral.
• Estrangeiros de qualquer nacionalidade:
Residência por 15 anos ininterruptos + não ter condenação PENAL + requerimento.

BRASILEIROS NATOS BRASILEIROS NATURALIZADOS

• os nascidos na República Federativa do Brasil, • os que, na forma da lei, adquiram a


ainda que de pais estrangeiros, desde que estes nacionalidade brasileira, exigidas aos originários
NÃO estejam a serviço de seu país; de países de língua portuguesa apenas residência
por 1 ano ininterrupto e idoneidade moral;
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

• os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou • os estrangeiros de qualquer nacionalidade,


mãe brasileira, desde que qualquer deles ESTEJA residentes na República Federativa do Brasil há
a serviço da República Federativa do Brasil; mais de 15 anos ininterruptos e SEM condenação
PENAL, desde que REQUEIRAM a nacionalidade
• os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou brasileira.
de mãe brasileira, desde que sejam REGISTRADOS
em repartição brasileira competente ou venham
a RESIDIR na República Federativa do Brasil e
OPTEM, em qualquer tempo, depois de atingida
a maioridade, pela nacionalidade brasileira;

§ 1º. Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de
brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro (naturalizado), SALVO os casos previstos nesta
Constituição.
(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

§ 2º. A lei NÃO poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, SALVO nos casos
previstos nesta Constituição.

Como regra, a CF/88 determina que a lei não pode estabelecer discriminação entre brasileiros natos
e naturalizados.
⚠ O Texto Constitucional, no entanto, previu 5 distinções excepcionais e taxativas (só podem existir
essas).
Assim, os brasileiros natos e os naturalizados são iguais perante a lei, SALVO nas seguintes hipóteses:

• Somente o naturalizado pode ser extraditado (o nato nunca!).

a) Extradição • O naturalizado pode ser extraditado por crime cometido antes da


naturalização ou então mesmo depois da naturalização se o crime cometido
foi o tráfico ilícito de entorpecentes.

Há alguns cargos privativos de brasileiro nato. São eles:


I - Presidente e Vice-Presidente da República;
II - Presidente da Câmara dos Deputados;
III - Presidente do Senado Federal;
b) Cargos privativos
IV - Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - de carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa.

c) Atividade nociva ao Somente o brasileiro naturalizado poderá perder a nacionalidade em virtude


interesse nacional da prática de atividade nociva ao interesse nacional (art. 12, § 4º, I, da CF/88).

d) Conselho da Participam do Conselho da República, além de outros membros, seis


República cidadãos brasileiros natos, segundo o art. 89 da CF/88.
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

e) Empresa Para que o brasileiro naturalizado seja proprietário de empresa jornalística e


jornalística e de de radiodifusão no Brasil é necessário que tenha se naturalizado há mais de
radiodifusão 10 anos.

Dizer o Direito. Disponível em:


<https://www.dizerodireito.com.br/2013/03/nacionalidade.html>
Acesso em: 10/04/2023.

§ 3º. São PRIVATIVOS DE BRASILEIRO NATO os cargos:


I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas;
VII - de Ministro de Estado da Defesa.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)

⇾ Cargos privativos de brasileiro NATO:


MP3.COM
Ministro do STF;
Presidente e Vice- Presidente da República;
Presidente da Câmara dos Deputados;
Presidente do Senado Federal;
Carreira diplomática;
Oficial das Forças Armadas;
Ministro do Estado da Defesa.

§ 4º. Será declarada a PERDA DA NACIONALIDADE do brasileiro que:


I - tiver CANCELADA sua naturalização, por SENTENÇA JUDICIAL, em virtude de atividade nociva ao
interesse nacional;
• Somente o brasileiro naturalizado pode perder sua nacionalidade em virtude de atividade nociva ao interesse
nacional.
• Cancelamento da naturalização ⇾ sentença judicial transitada em julgado + Perda dos direitos políticos.
- Reaquisição: por meio de ação rescisória.

II - ADQUIRIR OUTRA NACIONALIDADE, SALVO nos casos:


(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

a) de reconhecimento de nacionalidade ORIGINÁRIA pela lei estrangeira;


(Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

b) de IMPOSIÇÃO DE NATURALIZAÇÃO, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado


estrangeiro, como CONDIÇÃO PARA PERMANÊNCIA em seu território ou para o EXERCÍCIO DE DIREITOS
CIVIS;
(Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

PERDA DA NACIONALIDADE

⇾ Será declarada a PERDA da nacionalidade do brasileiro que:

tiver CANCELADA sua naturalização, por SENTENÇA JUDICIAL, em virtude de ATIVIDADE NOCIVA AO
INTERESSE NACIONAL;
• A doutrina chama de “perda-punição”.
⚠ Somente o brasileiro NATURALIZADO pode perder sua nacionalidade em virtude de atividade
nociva ao interesse nacional.
↳ Esta hipótese de perda somente atinge o brasileiro naturalizado.
Assim, o brasileiro nato NÃO pode perder a sua nacionalidade, mesmo que pratique atividade nociva
ao interesse nacional.
• Essa perda ocorre por meio de processo judicial, no qual é assegurado contraditório e ampla defesa,
com tramitação na Justiça Federal (art. 109, X, CF).
↳ A lei não descreve o que é considerado como “atividade nociva ao interesse nacional”.
↳ Após a tramitação do processo, a perda efetiva-se por meio de sentença que deve ter transitado em
julgado.
↳ Os efeitos da sentença serão ex nunc.
• Havendo a perda da nacionalidade por este motivo, a sua reaquisição somente poderá ocorrer caso
a sentença que a decretou seja rescindida por meio de ação rescisória.
Desse modo, NÃO é permitido que a pessoa que perdeu a nacionalidade por esta hipótese a obtenha
novamente por meio de novo procedimento de naturalização.

ADQUIRIR OUTRA NACIONALIDADE.


• A doutrina denomina de “perda-mudança”.
• Se um brasileiro, nato ou naturalizado, adquirir voluntariamente uma nacionalidade estrangeira,
perderá, então, a brasileira.
• Esta perda ocorre por meio de um processo administrativo, assegurado contraditório e ampla defesa,
que tramita no Ministério da Justiça.
• Após a tramitação do processo, a perda efetiva-se por meio de Decreto do Presidente da República.
↳ Os efeitos do Decreto serão ex nunc.
• Esta hipótese de perda atinge tanto o brasileiro nato como o naturalizado.
• Havendo a perda da nacionalidade por este motivo, a sua reaquisição será possível por meio de pedido
dirigido ao Presidente da República, sendo o processo instruído no Ministério da Justiça. Caso seja
concedida a reaquisição, esta é feita por meio de Decreto.
↳ Alexandre de Moraes defende que o brasileiro nato que havia perdido e readquire sua nacionalidade,
passa a ser brasileiro naturalizado (e não mais nato).
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

↳ Por outro lado, José Afonso da Silva afirma que o readquirente recupera a condição que perdera: se
era brasileiro nato, voltará a ser brasileiro nato; se naturalizado, retomará essa qualidade.

⇾ EXCEÇÕES:
A CF traz duas hipóteses em que a pessoa NÃO perderá a nacionalidade brasileira, mesmo tendo
adquirido outra nacionalidade.
Assim, será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que adquirir outra nacionalidade, SALVO
nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade ORIGINÁRIA pela lei estrangeira;
b) de IMPOSIÇÃO DE NATURALIZAÇÃO, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado
estrangeiro, como CONDIÇÃO PARA PERMANÊNCIA em seu território ou para o EXERCÍCIO DE
DIREITOS CIVIS;
Aqui, o objetivo da exceção é preservar a nacionalidade brasileira daquele que, por motivos de
trabalho, acesso aos serviços públicos, moradia etc., praticamente se vê obrigado a adquirir a
nacionalidade estrangeira, mas que, na realidade, jamais teve a intenção ou vontade de abdicar da
nacionalidade brasileira.

Dizer o Direito. Disponível em:


<https://www.dizerodireito.com.br/2013/03/nacionalidade.html>
Acesso em: 10/04/2023.

Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.


§ 1º. São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.

Bandeira;

Hino;

Símbolos da RFB

Armas;

Selo nacionais.

§ 2º. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.

CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

Art. 14. A SOBERANIA POPULAR será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto,
com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.

SOBERANIA POPULAR

⇾ Será exercida:
• pelo SUFRÁGIO UNIVERSAL; e
• pelo VOTO DIRETO E SECRETO, com valor igual para todos.

⇾ Mediante:
• plebiscito;
• referendo;
• iniciativa popular.

• Plebiscito: consulta prévia. O plebiscito é convocado com anterioridade a ato legislativo ou administrativo, cabendo
ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido.
• Referendo: consulta a posteriori. Apenas para ratificar ou rejeitar. É convocado com posterioridade.
• Decreto legislativo é o instrumento legal apto a convocar plebiscitos e referendos no Brasil.

⇾ Voto:
• direto;
• secreto;
• universal;
• periódico;
• obrigatório (única característica do voto que não é cláusula pétrea); e
• igual.

§ 1º. O ALISTAMENTO ELEITORAL e o VOTO são:


I - OBRIGATÓRIOS para os maiores de 18 (dezoito) anos;
II - FACULTATIVOS para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de 70 (setenta) anos;
c) os maiores de 16 (dezesseis) e menores de 18 (dezoito) anos.
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

ALISTAMENTO ELEITORAL E VOTO

OBRIGATÓRIOS FACULTATIVOS

• Para os maiores de 18 anos. ⇾ Para:


• os analfabetos;
• os MAIORES de 70 anos;
• os maiores de 16 e menores de 18 anos.

⚠ NÃO podem alistar-se como eleitores:


• estrangeiros;
• conscritos (durante o período de serviço militar obrigatório).

§ 2º. NÃO podem alistar-se como ELEITORES os estrangeiros e, durante o período do serviço militar
obrigatório, os conscritos.
↳ Inalistáveis.
↳ Aqui também se encaixa os apátridas (também conhecidos como heimatlos).
§ 3º. São CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE, na forma da lei:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
↳ Pressupõe o alistamento eleitoral – até 6 meses antes da eleição que pretende concorrer (art. 9º da Lei nº 9.504/97
– Lei das Eleições.).
Art. 9º, Lei nº 9.504/97. Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva
circunscrição pelo prazo de 6 (seis) meses e estar com a filiação deferida pelo partido no mesmo prazo.
(Redação dada pela Lei nº 13.488, de 2017)
Parágrafo único. Havendo fusão ou incorporação de partidos após o prazo estipulado no caput, será considerada, para
efeito de filiação partidária, a data de filiação do candidato ao partido de origem.

V - a filiação partidária;
↳ Até 6 meses antes da eleição que pretende concorrer (art. 9º da Lei nº 9.504/97).
VI - a idade mínima de:
(Data da posse).
a) 35 (trinta e cinco) anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) 30 (trinta) anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) 21 (vinte e um) anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-
Prefeito e juiz de paz;
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

(No pedido de registro de candidatura).


d) 18 (dezoito) anos para Vereador.

CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE

• Nacionalidade brasileira;

• Pleno exercício dos direitos políticos;

• Alistamento eleitoral;

• Domicílio eleitoral na circunscrição;

• Filiação partidária;

• Idade mínima de: 35 anos Presidente, Vice-Presidente da República e


Senador.

30 anos Governador e Vice-Governador de Estado e do


Distrito Federal.

21 anos Deputado Federal, Deputado Estadual ou


Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e Juiz de Paz.

18 anos Vereador

Comprovação na DATA DA POSSE:

• Presidente da República;
35 anos • Vice-Presidente da República; e
• Senador.

30 anos • Governador de Estado ou do Distrito Federal; e


• Vice-Governador de Estado ou do Distrito Federal.

• Deputado Federal;
21 anos • Deputado Estadual ou Distrital;
• Prefeito;
• Vice-Prefeito; e
• Juiz de Paz.

⇾ Cargos do Poder Executivo:


• Presidente e Vice-Presidente da República: 05 de janeiro do ano seguinte à sua
eleição (art. 82, CF):
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

⚠ Mudança na data com a EC nº 111/2021.


• Governador e Vice-Governador: 06 de janeiro do ano seguinte à sua eleição (art.
DATA DA POSSE 28, CF).
⚠ Mudança na data com a EC nº 111/2021.
• Prefeito e Vice-Prefeito: 1º de janeiro do ano subsequente ao da eleição (art. 29,
III, CF).
⇾ Senador e Deputado Federal: 1º de fevereiro do ano seguinte à sua eleição (art.
57, § 4º, CF)
↳ Sessão preparatória dá posse aos novos Parlamentares e realiza eleição para a
Mesa Diretora.
⇾ Deputado Estadual e Distrital: cada estado/DF estabelece o dia da posse (princípio
constitucional do poder constituinte derivado decorrente – autonomia de cada
entidade federativa).

Comprovação no momento do PEDIDO DE REGISTRO DE CANDIDATURA:

18 anos Vereador.

§ 4º. São INELEGÍVEIS os inalistáveis e os analfabetos.


↳ Inalistáveis = estrangeiros e conscritos.

Estrangeiros;

Inalistáveis

INELEGÍVEIS Conscritos.

Analfabetos

§ 5º. O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e


quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para UM ÚNICO
período subsequente.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)

§ 6º. Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do


Distrito Federal e os Prefeitos devem RENUNCIAR aos respectivos mandatos até 6 (seis) meses antes do
pleito.
↳ Desincompatibilização – Chefes do Executivo.

⇾ Desincompatibilização (renúncia):
↳ Até 6 meses antes do pleito.
• Presidente da República, Governador ou Prefeito (Chefes do Executivo):
1) Permite que estes participem das eleições para outro cargo.
2) Afasta a inelegibilidade de seus parentes.
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

§ 7º. São INELEGÍVEIS, no território de jurisdição (circunscrição) do titular, o cônjuge e os parentes


consanguíneos ou afins, até o 2º (segundo) grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador
de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos 6 (seis)
meses anteriores ao pleito, SALVO se já titular de mandato eletivo e candidato à REELEIÇÃO.
↳ Inelegibilidade reflexa.

CIRCUNSCRIÇÃO

País • Presidente da República;


• Vice-Presidente.

• Governador;
• Vice-Governador;
Estado/DF • Deputado Estadual;
• Deputado Distrital;
• Senador da República.

• Prefeito;
Município • Vice-Prefeito;
• Vereador.

⇾ Condições para a configuração da inelegibilidade:


• O titular paradigma deve ser ocupante de cargo eletivo no Poder Executivo.
• Cônjuge e parentes até o 2º grau ou por adoção, consanguíneos ou afins desejam concorrer a qualquer cargo eletivo
no âmbito territorial em que o titular exerça o seu mandato.
↳ Aplica-se a quem houver substituído o Chefe do Poder Executivo nos 6 meses anteriores ao pleito (período de
desincompatibilização).
⚠ ATENÇÃO! Caso o parente do ocupante de cargo eletivo do Poder Executivo já seja titular de mandato eletivo e
esteja se candidatando à REELEIÇÃO, ele é elegível (exceção à regra).
⚠ O parentesco com o Vice NÃO gera inelegibilidade, a menos que ele tenha substituído ou sucedido o titular dentro
dos 6 meses anteriores ao pleito.

• Súmula nº 06, TSE. São INELEGÍVEIS para o cargo de chefe do Executivo o cônjuge e os parentes, indicados no § 7º do
art. 14 da Constituição Federal, do titular do mandato, SALVO se este, reelegível, tenha falecido, renunciado ou se
afastado definitivamente do cargo até 6 (seis) meses antes do pleito.
• Súmula Vinculante nº 18. A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, NÃO AFASTA a
inelegibilidade prevista no § 7º do art. 14 da Constituição Federal (inelegibilidade reflexa).
↳ A inelegibilidade do art. 14, § 7º, da Constituição NÃO ALCANÇA o cônjuge supérstite (sobrevivente, viúvo) quando o
falecimento tiver ocorrido no primeiro mandato, com regular sucessão do Vice-Prefeito, e tendo em conta a construção
de novo núcleo familiar.
↳ A Súmula Vinculante nº 18 do STF NÃO SE APLICA aos casos de extinção do vínculo conjugal pela MORTE de um dos
cônjuges.
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

STF. Plenário. RE 758461/PB, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 22/5/2014 (repercussão geral) (Info 747).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula vinculante 18-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/4625d8e31dad7d1c4c83399a6eb62f0c>.
Acesso em: 10/04/2023

§ 8º. O MILITAR ALISTÁVEL é elegível, atendidas as seguintes condições:


* Alistável: pode se alistar como eleitor. Exclui-se o conscrito.

I - se contar MENOS de 10 (dez) anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;


II - se contar MAIS de 10 (dez) anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito,
passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
• Se o militar tiver menos de 10 anos de efetivo exercício: nesse caso, ele deverá se afastar definitivamente para que
possa concorrer a cargos políticos-eletivos.
↳ Caso não seja eleito, não poderá retornar à carreira militar anteriormente ocupada.
• Se o militar tiver mais de 10 anos de efetivo exercício: nesse caso, há um afastamento temporário (a CF fala em
agregação pela autoridade superior).
↳ Caso não seja eleito, o militar poderá retornar ao cargo anteriormente ocupado.
↳ Caso seja eleito, será “aposentado” na carreira militar (a CF fala em inatividade).

§ 9º. Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a
fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada a vida
pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder
econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.
(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994)
↳ Moralidade eleitoral ⇾ LC nº 64/1990 (Lei das Inelegibilidades).

• Súmula nº 13, TSE. Não é autoaplicável o § 9º do art. 14 da Constituição, com a redação da Emenda Constitucional de
Revisão nº 4/1994.

§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de 15 (quinze) dias
contados da DIPLOMAÇÃO, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou
fraude.
↳ Ação de impugnação de mandato eletivo – AIME.
§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na
forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
§ 12. Serão realizadas concomitantemente às eleições municipais as consultas populares sobre
questões locais aprovadas pelas Câmaras Municipais e encaminhadas à Justiça Eleitoral até 90 (noventa)
dias antes da data das eleições, observados os limites operacionais relativos ao número de quesitos.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021)

§ 13. As manifestações favoráveis e contrárias às questões submetidas às consultas populares nos


termos do § 12 ocorrerão durante as campanhas eleitorais, SEM a utilização de propaganda gratuita no
rádio e na televisão.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021)
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

Art. 15. É VEDADA a CASSAÇÃO de direitos políticos, cuja PERDA OU SUSPENSÃO só se dará nos casos
de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; (Perda).
II - incapacidade civil ABSOLUTA; (Suspensão).
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus EFEITOS; (Suspensão).
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
(Perda/suspensão - divergência).

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. (Suspensão).

Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, NÃO se
aplicando à eleição que ocorra até 1 (um) ano da data de sua vigência.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 4, de 1993)
↳ Princípio da anualidade, princípio da anterioridade eleitoral ou princípio da antinomia eleitoral.
↳ Cláusula pétrea (ADI 3685).
• Lei que alterar o processo eleitoral: entra em vigor na data de sua publicação.
↳ Contudo, não é aplicável à eleição que ocorra até 1 ano da data de sua vigência.

CAPÍTULO V
DOS PARTIDOS POLÍTICOS

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a
soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa
humana e observados os seguintes PRECEITOS:
I - caráter nacional;
II - PROIBIÇÃO de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de
subordinação a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

⇾ É livre:
• criação;
• fusão;
• incorporação; e dos partidos políticos;
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

• extinção

⇾ Resguardados:
• soberania nacional;
• regime democrático;
• pluripartidarismo;
• direitos fundamentais da pessoa humana.

⇾ Preceitos que devem ser observados:


• caráter nacional;
• proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes;
• prestação de contas à Justiça Eleitoral;
• funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

§ 1º. É assegurada aos partidos políticos AUTONOMIA para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre
sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas
eleições MAJORITÁRIAS, VEDADA A SUA CELEBRAÇÃO NAS ELEIÇÕES PROPORCIONAIS, SEM
obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal,
devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
↳ Princípio da autonomia partidária. (NÃO tem caráter absoluto).

PRINCÍPIO DA LIBERDADE E AUTONOMIA

Prerrogativa p/ adotar os
Prerrogativa p/ definir a
critérios de escolha e regime
estrutura interna e o
de suas coligações eleitorais
funcionamento.
(nas eleições majoritárias).

• Os estatutos dos partidos políticos devem obrigatoriamente dispor sobre:


1) Normas de disciplina (tem relação com o dever de os filiados dos partidos políticos observarem as obrigações e os
impedimentos).
2) Fidelidade partidária (dever de lealdade que o filiado eleito tem com o seu partido e seus eleitores)

§ 2º. Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão
seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
1º: adquirir personalidade jurídica (registrar seus atos constitutivos no cartório).
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

2º: comprovar o caráter nacional.


3º: registrar seu estatuto no TSE (vai poder participar do processo eleitoral; exclusividade de sua sigla, nome e símbolo;
ter acesso aos recursos do Fundo Partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão).
Art. 7º, Lei nº 9.096/95. O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil, registra seu
estatuto no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 1º. Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional, considerando-se como tal
aquele que comprove, no período de 2 (dois) anos, o apoiamento de eleitores não filiados a partido político,
correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a Câmara
dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por 1/3 (um terço), ou mais, dos Estados,
com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que haja votado em cada um deles.
(Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
§ 2º. Só o partido que tenha registrado seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral pode participar do processo
eleitoral, receber recursos do Fundo Partidário e ter acesso gratuito ao rádio e à televisão, nos termos fixados nesta
Lei.
§ 3º. Somente o registro do estatuto do partido no Tribunal Superior Eleitoral assegura a exclusividade da sua
denominação, sigla e símbolos, VEDADA a utilização, por outros partidos, de variações que venham a induzir a erro
ou confusão.

§ 3º. Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão,
na forma da lei, os partidos políticos que ALTERNATIVAMENTE:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
↳ Cláusula de barreira ou de desempenho.
↳ Só passa a produzir todos os seus efeitos a partir das eleições de 2030.
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos
válidos, distribuídos em pelo menos 1/3 (um terço) das unidades da Federação, com um mínimo de 2%
(dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; OU
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)

II - tiverem elegido pelo menos 15 (quinze) Deputados Federais distribuídos em pelo menos 1/3 (um
terço) das unidades da Federação.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)

⇾ Terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão os partidos políticos que
ALTERNATIVAMENTE:
1) Obtiverem, nas eleições para a CÂMARA DOS DEPUTADOS, no mínimo 3% dos votos válidos, distribuídos em pelo
menos 1/3 das unidades da Federação, com um mínimo de 2% dos votos válidos em cada uma delas;
OU
2) Tiverem elegido pelo menos 15 Deputados Federais distribuídos em pelo menos 1/3 das unidades da Federação.
Obs.: o partido que não atingir a cláusula de desempenho não terá direito a recursos do fundo partidário e nem acesso
gratuito ao rádio e à televisão.

§ 4º. É VEDADA a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.


§ 5º. Ao eleito por partido que NÃO preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo é
assegurado o mandato e facultada a filiação, SEM perda do mandato, a outro partido que os tenha
atingido, NÃO sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de
acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

(Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)

§ 6º. Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados Distritais e os Vereadores que


se desligarem do partido pelo qual tenham sido eleitos PERDERÃO O MANDATO, SALVO nos casos de
ANUÊNCIA DO PARTIDO ou de outras hipóteses de JUSTA CAUSA estabelecidas em lei, não computada, em
qualquer caso, a migração de partido para fins de distribuição de recursos do fundo partidário ou de outros
fundos públicos e de acesso gratuito ao rádio e à televisão.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021)

Art. 22-A, Lei nº 9.096/1995 (Lei dos Partidos Políticos). Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se
desfiliar, SEM justa causa, do partido pelo qual foi eleito.
(Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)
Parágrafo único. Consideram-se JUSTA CAUSA para a desfiliação partidária somente as seguintes hipóteses:
(Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)
I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
(Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)
II - grave discriminação política pessoal; e
(Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)
III - mudança de partido efetuada durante o período de 30 (trinta) dias que antecede o prazo de filiação exigido em
lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente.
(Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)

§ 7º. Os partidos políticos devem aplicar no mínimo 5% (cinco por cento) dos recursos do fundo
partidário na criação e na manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das
mulheres, de acordo com os interesses intrapartidários.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 117, de 2022)

§ 8º. O montante do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e da parcela do fundo partidário


destinada a campanhas eleitorais, bem como o tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão a ser
distribuído pelos partidos às respectivas candidatas, deverão ser de no mínimo 30% (trinta por cento),
proporcional ao número de candidatas, e a distribuição deverá ser realizada conforme critérios definidos
pelos respectivos órgãos de direção e pelas normas estatutárias, considerados a autonomia e o interesse
partidário.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 117, de 2022)

TÍTULO III
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

⇾ Elementos constitutivos do Estado:


• Território;
• Povo;
• Governo soberano.
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

⇾ Autonomia política: União, Estados, DF e Municípios.


• Capacidade de auto-organização;
Ex: Constituições Estaduais, Leis Orgânicas.
• Autolegislação: editar suas próprias leis.
• Autoadministração: natureza administrativa, tributária e orçamentária.
• Autogoverno: poder para escolher seus próprios representantes.

CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União,


os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
↳ Autonomia FAP (Financeira, Administrativa e Política).
↳ Repartição de atribuições conferidas a cada um dos entes da Federação.

§ 1º. Brasília é a Capital Federal.


§ 2º. Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou
reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.
↳ Territórios federais não possuem autonomia política e nem integram a federação. São meras descentralizações
administrativas da União. São autarquias territoriais.

§ 3º. Os ESTADOS podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem
a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante APROVAÇÃO da população
diretamente interessada, através de PLEBISCITO, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
§ 4º. A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de MUNICÍPIOS, far-se-ão por lei
ESTADUAL, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e DEPENDERÃO de CONSULTA
PRÉVIA, mediante PLEBISCITO, às populações dos Municípios envolvidos, após DIVULGAÇÃO DOS ESTUDOS
DE VIABILIDADE MUNICIPAL, apresentados e publicados na forma da lei.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 15, de 1996)

ESTADOS MUNICÍPIOS

⇾ Podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou ⇾ A criação, a incorporação, a fusão e o


desmembrar-se para se anexarem a outros ou desmembramento de Municípios, far-se-ão:
formarem novos Estados ou Territórios Federais:
• por lei estadual, dentro do período determinado
- Mediante: por Lei Complementar federal, e:
• aprovação da população diretamente - Dependerão:
interessada, através de plebiscito;
• de consulta prévia, mediante plebiscito, às
• aprovação do Congresso Nacional, por lei populações dos Municípios envolvidos;
complementar.
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

• após divulgação dos estudos de viabilidade


municipal, apresentados e publicados na forma
da lei.

(Vedações federativas).
Art. 19. É VEDADO à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou
manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, RESSALVADA, na forma da
lei, a colaboração de interesse público;
II - recusar fé aos documentos públicos;
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

CAPÍTULO II
DA UNIÃO

Art. 20. São BENS DA UNIÃO:


(Rol não exaustivo).
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções
militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
• As terras devolutas, via de regra, pertencem aos Estados.
• Quando forem indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de
comunicação e à preservação ambiental serão bens da União.

III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais
de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele
provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas
oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, EXCETO aquelas áreas
afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 46, de 2005)

⇾ Ilhas fluviais e lacustres:


• Zonas limítrofes com outros países ⇾ Bens da União.
• Outras ilhas fluviais e lacustres ⇾ Bens dos Estados.
⇾ Ilhas oceânicas e costeiras:
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

• Ilhas oceânicas: em regra, são bens da União. EXCETO aquelas que contenham a sede de Município – nesse caso será
bem do Município.
⚠ Se a ilha estiver afetada ao serviço público ou à unidade ambiental federal serão bens da União.

V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;


VI - o mar territorial;
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
• Bens da União: mar territorial; terrenos da Marinha; recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica
exclusiva.

• Súmula nº 496, STJ. Os registros de propriedade particular de imóveis situados em terrenos de marinha não são
oponíveis à União.

VIII - os potenciais de energia hidráulica;


IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
• Súmula nº 650, STF. Os incisos I e XI do art. 20 da CF não alcançam terras de aldeamentos extintos, ainda que ocupadas
por indígenas em passado remoto.
↳ Segundo critério construído pelo STF, somente são consideradas “terras tradicionalmente ocupadas pelos índios”
aquelas que eles habitavam na data da promulgação da CF/88 (marco temporal) e, complementarmente, se houver a
efetiva relação dos índios com a terra (marco da tradicionalidade da ocupação). Assim, se, em 05/10/1988, a área em
questão não era ocupada por índios, isso significa que ela não se revestirá da natureza indígena de que trata o art. 231
da CF/88.
↳ As terras ocupadas, em passado remoto, por aldeamentos indígenas não são bens da União (STF AI-AgR 307401/SP).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 650-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/298f587406c914fad5373bb689300433>.
Acesso em: 12/04/2023

§ 1º. É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a
participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de
geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental,
mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 102, de 2019).

§ 2º. A faixa de até 150 km (cento e cinquenta quilômetros) de largura, ao longo das fronteiras
terrestres, designada como FAIXA DE FRONTEIRA, é considerada fundamental para defesa do território
nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei.

Art. 21. Compete à UNIÃO:


I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais;
II - declarar a guerra e celebrar a paz;
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

III - assegurar a defesa nacional;


IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo
território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;
↳ Mecanismos de estabilização constitucional.
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;
VII - emitir moeda;
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira,
especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada;
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de
desenvolvimento econômico e social;
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de
telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão
regulador e outros aspectos institucionais;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 1995)

• Súmula nº 606, STJ. NÃO SE APLICA o princípio da insignificância a casos de transmissão clandestina de sinal de
internet via radiofrequência, que caracteriza o fato típico previsto no art. 183 da Lei n. 9.472/1997.

XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:


a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 1995)

b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água,


em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais,
ou que transponham os limites de Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios
(MPDFT) e a Defensoria Pública dos Territórios;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012)

⚠ Vale frisar que quem irá organizar e manter a Defensoria Pública do Distrito Federal é o próprio DF! O restante é tudo
organizado e mantido pela União.

XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar
do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços
públicos, por meio de fundo próprio;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019)
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

• Súmula Vinculante nº 39. Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil
e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal.

XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito


nacional;
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e
televisão;
XVII - conceder anistia;
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as
secas e as inundações;
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga
de direitos de seu uso;
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e
transportes urbanos;
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal
sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios
nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
a) toda atividade nuclear em território nacional SOMENTE será admitida para fins PACÍFICOS e
mediante APROVAÇÃO DO CONGRESSO NACIONAL;
b) sob regime de PERMISSÃO, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para
pesquisa e uso agrícolas e industriais;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 118, de 2022)

c) sob regime de PERMISSÃO, são autorizadas a produção, a comercialização e a utilização de


radioisótopos para pesquisa e uso médicos;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 118, de 2022)

d) a responsabilidade civil por danos nucleares INDEPENDE da existência de culpa;


(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)

XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;


XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma
associativa;
XXVI - organizar e fiscalizar a proteção e o tratamento de dados pessoais, nos termos da lei.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 115, de 2022)

(Competência legislativa da União)


Art. 22. Compete PRIVATIVAMENTE à União legislar sobre:
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do
trabalho;

COMPETÊNCIA LEGISLATIVA PRIVATIVA DA UNIÃO

C CIVIL

A AGRÁRIO

P PENAL

A AERONÁUTICO

C COMERCIAL

E ELEITORAL

T TRABALHO

E ESPACIAL

P PROCESSUAL

M MARÍTIMO

• Súmula Vinculante nº 46. A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas
de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União.

II - desapropriação;
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra;
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
V - serviço postal;
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;
VIII - comércio exterior e interestadual;
IX - diretrizes da política nacional de transportes;
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;
XI - trânsito e transporte;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;
XIV - populações indígenas;
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;
XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões;
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da


Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização administrativa destes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012)

XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;


XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;
XX - sistemas de consórcios e sorteios;
• Súmula Vinculante nº 02. É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas
de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.
↳ Competência privativa da União.

XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação, mobilização,
inatividades e pensões das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais;


XXIII - SEGURIDADE SOCIAL;
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;
XXV - registros públicos;
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações
públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o
disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art.
173, § 1º, III;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Art. 37, CF. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
também, ao seguinte: [...]
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados
mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas
que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual
somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações.
Art. 173, § 1º, CF. A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas
subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços,
dispondo sobre: [...]
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional;
XXIX - propaganda comercial.
XXX - proteção e tratamento de dados pessoais.
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

(Incluído pela Emenda Constitucional nº 115, de 2022)

Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões
ESPECÍFICAS das matérias relacionadas neste artigo.

Competências administrativas (competências comuns).


Art. 23. É competência COMUM da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o
patrimônio público;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de
deficiência;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor
histórico, artístico ou cultural;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à
inovação;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;


VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de
saneamento básico;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social
dos setores desfavorecidos;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos
hídricos e minerais em seus territórios;
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em
âmbito nacional.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

Competências legislativas – Competências concorrentes (União, Estados e DF).


Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar CONCORRENTEMENTE sobre:
⚠ Município não!
I - direito TRIBUTÁRIO, FINANCEIRO, PENITENCIÁRIO, ECONÔMICO e URBANÍSTICO;
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

II - orçamento;
III - juntas comerciais;
IV - custas dos serviços forenses;
• Súmula nº 178, STJ. O INSS não goza de isenção do pagamento de custas e emolumentos, nas ações acidentárias e de
benefícios propostas na Justiça Estadual.

V - produção e consumo;
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais,
proteção do meio ambiente e controle da poluição;
É constitucional lei municipal, regulamentada por decreto, que preveja a aplicação de multas para os proprietários de
veículos automotores que emitem fumaça acima de padrões considerados aceitáveis.
O Município tem competência para legislar sobre meio ambiente e controle da poluição, quando se tratar de interesse
local.
STF. Plenário. RE 194704/MG, rel. orig. Min. Carlos Velloso, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 29/6/2017 (Info
870).
• O controle da poluição ambiental, especialmente aquele destinado a impedir a degradação dos índices de qualidade
do ar, consiste em matéria que se insere na esfera de competência legislativa dos Municípios, observado o interesse
local e desde que as medidas de regulação normativa não transgridam nem conflitem com o âmbito de atuação que a
Constituição atribuiu à União e aos Estados-membros.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Normas municipais podem prever multas para os proprietários de veículos que emitem fumaça
acima dos padrões aceitáveis. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/53fdae58e861476b182b0cd6beade809>.
Acesso em: 12/04/2023

VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;


VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

Obs.: legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional é competência privativa da União (art. 22, XXIV).

X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;


XI - PROCEDIMENTOS em matéria processual;
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
Obs.: legislar sobre seguridade social é competência privativa da União (art. 22, XXIII).

XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;


XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;
XV - proteção à infância e à juventude;
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
§ 1º. No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas
gerais.
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

- União: normas gerais.


- Estados/DF: normas específicas (competência suplementar).
⇾ Competência suplementar:
• Complementar: normas específicas (mas compatíveis com as normas da União).
• Supletiva: quando a União for omissa e não tiver editado lei federal de normas gerais. Estados e DF exercem a
competência plena (normas gerais e específicas).
↳ Superveniência de lei federal sobre normas gerais SUSPENDE a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.

§ 2º. A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.
§ 3º. INEXISTINDO lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa
plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º. A superveniência de lei federal sobre normas gerais SUSPENDE a eficácia da lei estadual, no que
lhe for contrário.

CAPÍTULO III
DOS ESTADOS FEDERADOS

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os
princípios desta Constituição.
↳ Poder Constituinte Derivado Decorrente.
§ 1º. São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.
§ 2º. Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás
canalizado, na forma da lei, VEDADA a edição de medida provisória para a sua regulamentação.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 5, de 1995)

§ 3º. Os Estados poderão, mediante lei complementar (estadual), instituir regiões metropolitanas,
aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para
integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.

Art. 26. Incluem-se entre os BENS DOS ESTADOS:


I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste
caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob
domínio da União, Municípios ou terceiros;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao TRIPLO da representação


do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de 36 (trinta e seis), será acrescido de tantos
quantos forem os Deputados Federais acima de 12 (doze).
⇾ O artigo pode ser dividido em duas partes:
• 1ª parte: número de Deputados Federais até 12:
↳ Nesse caso, o número de Deputados Estaduais será:
Número de Deputados Federais x 3
Ex.: o nº de Deputados Federais do Acre é de 8 (portanto, menos de 12).
Quantos Deputados Estaduais pelo Acre serão eleitos?
8 x 3 = 24.
• 2ª parte: número de Deputados Federais acima de 12:
↳ Nesse caso, o número de Deputados Estaduais será:
(Número de Deputados Federais - 12) + 36
Ex.: o nº de Deputados Federais do Ceará é de 22 (portanto, acima de 12).
Quantos Deputados Estaduais pelo Ceará serão eleitos?
Nº de Deputados Estaduais = (Nº de Deputados Federais - 12) + 36
Nº de Deputados Estaduais = (22 - 12) + 36 = 10 + 36 = 46.

§ 1º. Será de 4 (quatro) anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-se-lhes as regras desta
Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato,
licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
Por força do § 1º do art. 27 da Constituição Federal, as imunidades materiais e formais conferidas aos membros do
Congresso Nacional (deputados federais e senadores) estendem-se aos deputados estaduais.
Assim, são constitucionais dispositivos da Constituição do Estado que estendem aos Deputados Estaduais as imunidades
formais previstas no art. 53 da Constituição Federal para Deputados Federais e Senadores.
STF. Plenário. ADI 5824/RJ e ADI 5.825/MT, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 16/12/2022 (Info 1081).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Deputados Estaduais gozam das mesmas imunidades formais previstas para os parlamentares
federais no art. 53 da CF/88. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/189e3f782cbb3f4cc1ae9702adca884e>.
Acesso em: 03/05/2023

§ 2º. O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa,
na razão de, no máximo, 75% (setenta e cinco por cento) daquele estabelecido, em espécie, para os
Deputados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

⇾ Subsídio dos Deputados Estaduais:


• Fixado por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa.
• Razão de, no máximo, 75% do estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais.
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

§ 3º. Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu regimento interno, polícia e serviços
administrativos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos.
§ 4º. A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.

Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de 4 (quatro) anos,
realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em
segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a POSSE
ocorrerá em 6 DE JANEIRO do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77 desta
Constituição.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021)

§ 1º. PERDERÁ o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na administração pública
direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38, I,
IV e V.
(Renumerado do parágrafo único, pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 2º. Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado serão fixados por
lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III,
e 153, § 2º, I.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

CAPÍTULO IV
DOS MUNICÍPIOS

Art. 29. O Município reger-se-á por LEI ORGÂNICA, votada em 2 turnos, com o interstício mínimo de
10 (dez) dias, e aprovada por 2/3 (dois terços) dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará,
atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os
seguintes preceitos:
⇾ Lei Orgânica dos Municípios:
• Votada em 2 turnos;
• Interstício mínimo de 10 dias entre os turnos;
• Aprovada por 2/3 dos membros da Câmara Municipal.
• Quem promulgará a Lei Orgânica será a Câmara Municipal.
• Deve atender os princípios estabelecidos na Constituição Federal e na Constituição do respectivo Estado. Deve
observar as regras do art. 29, CF.
• Limites ao poder de auto-organização previstos na CF/88.

I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de 4 (quatro) anos, mediante
pleito direto e simultâneo realizado em todo o País;
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no 1º domingo de outubro do ano anterior ao


término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais
de 200.000 (duzentos mil) eleitores;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de1997)

• 2º turno para municípios com mais de 200 mil ELEITORES.

III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subsequente ao da eleição;


IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite máximo de:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) HABITANTES;


(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil) habitantes e de até 30.000
(trinta mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000
(cinquenta mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 (cinquenta mil) habitantes e de até
80.000 (oitenta mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000 (oitenta mil) habitantes e de até
120.000 (cento e vinte mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de
até 160.000 (cento sessenta mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000 (cento e sessenta mil) habitantes
e de até 300.000 (trezentos mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 300.000 (trezentos mil) habitantes e de até
450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil)
habitantes e de até 600.000 (seiscentos mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 600.000 (seiscentos mil) habitantes e de
até 750.000 (setecentos cinquenta mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 750.000 (setecentos e cinquenta mil)
habitantes e de até 900.000 (novecentos mil) habitantes;
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 900.000 (novecentos mil) habitantes e de
até 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil)
habitantes e de até 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil)
habitantes e de até 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil)
habitantes e de até 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil)
habitantes e de até 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil)
habitantes e de até 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos
mil) habitantes e de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 3.000.000 (três milhões) de habitantes
e de até 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 4.000.000 (quatro milhões) de


habitantes e de até 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 5.000.000 (cinco milhões) de


habitantes e de até 6.000.000 (seis milhões) de habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes
e de até 7.000.000 (sete milhões) de habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 7.000.000 (sete milhões) de


habitantes e de até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 8.000.000 (oito milhões) de


habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

COMPOSIÇÃO DAS CÂMARAS MUNICIPAIS

Nº de Vereadores Nº de habitantes

09 Até 15.000

11 + de 15.000 até 30.000

13 + de 30.000 até 50.000

15 + de 50.000 até 80.000

17 + de 80.000 até 120.000

19 + de 120.000 até 160.000

21 + de 160.000 até 300.000

23 + de 300.000 até 450.000

25 + de 450.000 até 600.000

27 + de 600.000 até 750.000

29 + de 750.000 até 900.000

31 + de 900.000 até 1.050.000

33 + de 1.050.000 até 1.200.000

35 + de 1.200.000 até 1.350.000

37 + de 1.350.000 até 1.500.000

39 + de 1.500.000 até 1.800.000

41 + de 1.800.000 até 2.400.000

43 + de 2.400.000 até 3.000.000

45 + de 3.000.000 até 4.000.000

47 + de 4.000.000 até 5.000.000

49 + de 5.000.000 até 6.000.000

51 + de 6.000.000 até 7.000.000

53 + de 7.000.000 até 8.000.000

55 + de 8.000.000
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais fixados por lei de iniciativa
da Câmara Municipal, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
(Redação dada pela Emenda constitucional nº 19, de 1998)

• Subsídio do Governador: lei de iniciativa da Assembleia Legislativa.


• Subsídio do Prefeito: lei de iniciativa da Câmara Municipal.

VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura
para a subsequente, observado o que dispõe esta Constituição, observados os critérios estabelecidos na
respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

a) em Municípios de até 10.000 (dez mil) HABITANTES, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a 20% (vinte por cento) do subsídio dos Deputados Estaduais;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

b) em Municípios de 10.001 (dez mil e um) a 50.000 (cinquenta mil) habitantes, o subsídio máximo
dos Vereadores corresponderá a 30% (trinta por cento) do subsídio dos Deputados Estaduais;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

c) em Municípios de 50.001 (cinquenta mil e um) a 100.000 (cem mil) habitantes, o subsídio máximo
dos Vereadores corresponderá a 40% (quarenta por cento) do subsídio dos Deputados Estaduais;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

d) em Municípios de 100.001 (cem mil e um) a 300.000 (trezentos mil) habitantes, o subsídio máximo
dos Vereadores corresponderá a 50% (cinquenta por cento) do subsídio dos Deputados Estaduais;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

e) em Municípios de 300.001 (trezentos mil e um) a 500.000 (quinhentos mil) habitantes, o subsídio
máximo dos Vereadores corresponderá a 60% (sessenta por cento) do subsídio dos Deputados Estaduais;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

f) em Municípios de mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a 75% (setenta e cinco por cento) do subsídio dos Deputados Estaduais;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

Subsídio máximo dos Vereadores fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a
subsequente

% sobre o subsídio dos Deputados estaduais Nº de habitantes

20% Até 10 mil.

30% 10.001 a 50.000.

40% 50.001 a 100.000.

50% 100.001 a 300.000.

60% 300.001 a 500.000.


ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

75% + de 500.000.

VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores NÃO poderá ultrapassar o montante de
5% (cinco por cento) da receita do Município;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

VIII - INVIOLABILIDADE dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato
e na CIRCUNSCRIÇÃO DO MUNICÍPIO;
(Renumerado do inciso VI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

• Imunidades formais: Vereadores não possuem.


• Imunidade material: limitada à circunscrição do Município.
- Foro por prerrogativa de função: CF/88 não prevê, mas a Constituição Estadual pode prever.
↳ Os Vereadores não possuem imunidade formal. Eles possuem apenas a imunidade material na circunscrição do
município.

IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares, no que couber, ao disposto


nesta Constituição para os membros do Congresso Nacional e na Constituição do respectivo Estado para
os membros da Assembleia Legislativa;
(Renumerado do inciso VII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;


(Renumerado do inciso VIII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

• Será julgado pelo TJ quando for crime de competência da Justiça Estadual. Se for crime federal, irá para o TRF e se for
crime eleitoral, para o TRE. ⇾ Sempre o Tribunal de 2ª instância.

• Súmula nº 702, STF. A competência do Tribunal de Justiça para julgar prefeitos restringe-se aos crimes de
competência da justiça comum estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao respectivo Tribunal de
segundo grau.

⇾ Crime doloso contra a vida:


• Se tiver praticado no exercício do mandato e estiver relacionado com as suas funções: TJ ou TRF.
• Em outros casos: Tribunal do Júri.
↳ Segundo o STF, o foro por prerrogativa aplica-se apenas aos crimes cometidos DURANTE O EXERCÍCIO DO CARGO e
RELACIONADOS ÀS FUNÇÕES DESEMPENHADAS.
(STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018).
⇾ Crimes de responsabilidade:
• Próprios (infração político-administrativa): Câmara Municipal.
• Impróprios (infração penal, punido com pena privativa de liberdade): TJ.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Foro por prerrogativa de função e prefeito. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/3937230de3c8041e4da6ac3246a888e8>.
Acesso em: 18/04/2023

XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal;


(Renumerado do inciso IX, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

XII - cooperação das associações representativas no planejamento municipal;


(Renumerado do inciso X, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de


bairros, através de manifestação de, pelo menos, 5% (cinco por cento) do eleitorado;
(Renumerado do inciso XI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo único.
(Renumerado do inciso XII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores
e excluídos os gastos com inativos, NÃO poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao
somatório da receita tributária e das transferências previstas no § 5º do art. 153 e nos arts. 158 e 159,
efetivamente realizado no exercício anterior:
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de até 100.000 (cem mil) HABITANTES;
(Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)

II - 6% (seis por cento) para Municípios com população entre 100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos
mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)

III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000
(quinhentos mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)

IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população entre 500.001
(quinhentos mil e um) e 3.000.000 (três milhões) de habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)

V - 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre 3.000.001 (três milhões e um) e
8.000.000 (oito milhões) de habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)

VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população acima de 8.000.001
(oito milhões e um) habitantes.
(Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)

TOTAL DE DESPESA DO PODER LEGISLATIVO MUNICIPAL

7% Até 100 mil habitantes.

6% Entre 100 mil e 300 mil habitantes.

5% Entre 300.001 e 500 mil habitantes.

4,5% Entre 500.001 e 3 milhões de habitantes.


ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

4% Entre 3.000.001 e 8 milhões de habitantes.

3,5% Acima de 8.000.001 habitantes.

§ 1º. A Câmara Municipal NÃO GASTARÁ mais de 70% (setenta por cento) de sua receita com folha
de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
↳ Sob pena de crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal.
§ 2º. Constitui CRIME DE RESPONSABILIDADE do Prefeito Municipal:
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo;


(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

II - não enviar o repasse até o dia 20 (vinte) de cada mês; ou


(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária.


(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

§ 3º. Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o desrespeito ao §


1º deste artigo (gastar + de 70% de sua receita com folha de pagamento).
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

Competências dos Municípios – legislativas e administrativas.


Art. 30. Compete aos MUNICÍPIOS:
I - legislar sobre assuntos de INTERESSE LOCAL;
• Súmula Vinculante nº 38. É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento
comercial.
• Súmula Vinculante nº 42. É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou
municipais a índices federais de correção monetária.
• Súmula Vinculante nº 49. Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de
estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.
Obs.: essa súmula pode ser excepcionada por razões de segurança. Ex: distância mínima entre postos de gasolina
(conforme entendimento do STF – RE 204187 e RE 199101).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula vinculante 49-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/c563c2c394023a07d56ad6b3eb09537a>.
Acesso em: 18/04/2023
• Fixação do horário de funcionamento de agências bancárias: afeta o sistema financeiro nacional ⇾ Competência
privativa da União (Súmula nº 19, STJ).
Obs.: os Municípios podem legislar sobre medidas que propiciem segurança, conforto e rapidez aos usuários de serviços
bancários (STF ARE 691591 AgR/RS, julgado em 18/12/2012).
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

Exs: tempo máximo de espera na fila (“Lei das Filas”), instalação de banheiros e bebedouros nas agências, colocação de
cadeiras de espera para idosos, disponibilização de cadeiras de rodas, medidas para segurança dos clientes etc.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 19-STJ. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/943aa0fcda4ee2901a7de9321663b114>.
Acesso em: 18/04/2023
• Meia passagem para estudantes em transporte coletivos intermunicipais: competência dos Estados.
↳ A Constituição Federal não trouxe uma regra expressa dizendo de quem seria a competência para explorar os serviços
de transporte intermunicipal. Diante disso, a competência será dos Estados-membros, que possuem competência
residual, na forma do art. 25, § 1º, da CF/88.
Logo, incumbe aos Estados-membros, como titulares da exploração do transporte rodoviário intermunicipal, a definição
da respectiva política tarifária, à luz dos elementos que possam influenciá-la, como o prazo de validade do bilhete, nos
termos do art. 175 da Constituição.
A União, ao dispor acerca do prazo de validade dos bilhetes de transporte coletivo rodoviário intermunicipal, imiscuiu-
se na competência constitucional residual do Estado-membro.
STF. Plenário. ADI 4289/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 8/4/2022 (Info 1050).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Compete aos estados-membros a definição do prazo de validade de bilhetes de transporte
rodoviário intermunicipal de passageiros. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/2747e3c644b9a085cd4d3a7718b16024>.
Acesso em: 18/04/2023

II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;


↳ Competência suplementar.
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo
da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos
de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
↳ Transporte coletivo intramunicipal (dentro do Município).

COMPETÊNCIA PARA EXPLORAR OS SERVIÇOS DE TRANSPORTE

Internacional União

Interestadual União

Intermunicipal Estado

Intramunicipal Município

CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Compete aos estados-membros a definição do prazo de validade de bilhetes de transporte
rodoviário intermunicipal de passageiros. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/2747e3c644b9a085cd4d3a7718b16024>.
Acesso em: 18/04/2023

VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação


infantil e de ensino fundamental;
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à
saúde da população;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e
controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação
fiscalizadora federal e estadual.

Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante
controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
§ 1º. O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas
dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
§ 2º. O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve
anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de 2/3 (dois terços) dos membros da Câmara
Municipal.
• Nas esferas federal e estadual o parecer é opinativo e o Poder Legislativo é livre para discordar.
• Na esfera municipal, no entanto, o parecer é vinculante, mas poderá ser derrubado por 2/3 dos membros da Câmara
Municipal.

§ 3º. As contas dos Municípios ficarão, durante 60 (sessenta) dias, anualmente, à disposição de
qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos
da lei.
§ 4º. É VEDADA a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.

CAPÍTULO V
DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

Seção I
Do Distrito Federal

Art. 32. O Distrito Federal, VEDADA sua divisão em Municípios, reger-se-á por LEI ORGÂNICA, votada
em 2 (dois) turnos com interstício mínimo de 10 (dez) dias, e aprovada por 2/3 (dois terços) da Câmara
Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.
• Natureza jurídica: natureza híbrida (acumula competências de Estados e Municípios).
Tem autonomia parcialmente tutelada pela União. Ex: PM/DF, PC/DF, CBM/DF, Polícia Penal, Poder Judiciário, MP/DFT.
Obs.: a Defensoria Pública do DF é mantida pelo próprio DF e não pela União.
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

• Auto-organização: através de Lei Orgânica (LO/DF). Votada em 2 turnos, com interstício mínimo de 10 dias e aprovada
por 2/3 da Câmara Legislativa.
• Autolegislação: leis distritais (natureza estadual ou municipal).
• Alteração dos limites territoriais: não há previsão constitucional. O DF não pode ser dividido em municípios.

§ 1º. Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e
Municípios.
• Súmula nº 642, STF. Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito Federal derivada da sua
competência legislativa municipal.
↳ O art. 102, I, “a”, da CF/88 somente admite ADI contra lei ou ato normativo federal ou estadual. Não cabe contra lei
ou ato normativo de competência municipal.
Logo, quando o DF edita uma lei no exercício de competência municipal, não cabe ADI para o STF contra este ato
normativo. Poderia ser proposta ADI no TJDFT alegando violação à Lei Orgânica do DF.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 642-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/201e5bacd665709851b77148e225b332>.
Acesso em: 18/04/2023

§ 2º. A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras do art. 77, e dos Deputados
Distritais coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual duração (4
anos).
§ 3º. Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27.
§ 4º. Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, da polícia civil, da polícia
penal, da polícia militar e do corpo de bombeiros militar.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019)

Seção II
Dos Territórios

Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios.
§ 1º. Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se aplicará, no que couber, o
disposto no Capítulo IV deste Título.
§ 2º. As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer
prévio do Tribunal de Contas da União.
§ 3º. Nos Territórios Federais com mais de 100 (cem) mil habitantes, além do Governador nomeado
na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do
Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e
sua competência deliberativa.

CAPÍTULO VI
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

DA INTERVENÇÃO

Art. 34. A União NÃO intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, EXCETO para:
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de 2 (dois) anos consecutivos, SALVO motivo
de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos
prazos estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
↳ Princípios constitucionais sensíveis.
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta;
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a
proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços
públicos de saúde.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

Art. 35. O Estado NÃO intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em
Território Federal, EXCETO quando:
I - deixar de ser paga, SEM motivo de força maior, por 2 (dois) anos consecutivos, a dívida fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento
do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios


indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

Art. 36. A DECRETAÇÃO DA INTERVENÇÃO DEPENDERÁ:


I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou
impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder
Judiciário;
Art. 34, CF. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, EXCETO para:
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;

II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribunal


Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral;
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da
República, na hipótese do art. 34, VII (princípios constitucionais sensíveis), e no caso de recusa à execução de
lei federal.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 34, CF. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, EXCETO para:
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta;
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

IV - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004).

A DECRETAÇÃO DA INTERVENÇÃO DEPENDERÁ

No caso de intervenção da União em Estado ou • De solicitação do Poder Legislativo ou do Poder


DF para garantir o livre exercício de qualquer dos Executivo coacto ou impedido; ou
Poderes nas unidades da Federação
• De requisição do STF – se a coação for exercida
contra o Poder Judiciário.

No caso de desobediência a ordem ou decisão • De requisição do STF, do STJ ou do TSE.


judiciária

No caso de intervenção da União em Estado ou • De provimento, pelo STF, de representação do


DF para assegurar a observância dos seguintes Procurador-Geral da República.
princípios constitucionais:
- forma republicana, sistema representativo e
regime democrático;
- direitos da pessoa humana;
- autonomia municipal;
- prestação de constas da Adm. Pública, direta e
indireta;
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

- aplicação do mínimo exigido da receita


resultante de impostos estaduais, compreendida
a proveniente de transferências, na manutenção
e desenvolvimento do ensino e nas ações e
serviços públicos de saúde.

No caso de recusa à execução de lei federal

§ 1º. O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e


que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da
Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas.
§ 2º. Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembleia Legislativa, far-se-á
convocação extraordinária, no mesmo prazo de 24 (vinte e quatro) horas.
§ 3º. Nos casos do art. 34, VI (prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial) e VII (assegurar a
observância dos princípios constitucionais sensíveis), ou do art. 35, IV (o Tribunal de Justiça der provimento a
representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução
de lei, de ordem ou de decisão judicial), DISPENSADA a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembleia
Legislativa, o decreto limitar-se-á a SUSPENDER a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao
restabelecimento da normalidade.
§ 4º. CESSADOS os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão,
SALVO impedimento legal.

CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Seção I
Disposições Gerais

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

L Legalidade

I Impessoalidade

M Moralidade

P Publicidade
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

E Eficiência

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público


de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

• Súmula Vinculante nº 43/ Súmula nº 685, STF. É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao
servidor investir-se, SEM prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não
integra a carreira na qual anteriormente investido.
• Súmula Vinculante nº 44/ Súmula nº 686, STF. Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de
candidato a cargo público.

III - o prazo de validade do concurso público será de até 2 (dois) anos, prorrogável uma vez, por igual
período;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso
público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para
assumir cargo ou emprego, na carreira;
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e
os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais
mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de DIREÇÃO, CHEFIA E ASSESSORAMENTO;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

• Súmula Vinculante nº 13. A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por
afinidade, até o 3º grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em
cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de
função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, VIOLA a Constituição
Federal. (Nepotismo cruzado).

VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;


VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
↳ Norma de eficácia limitada ⇾ é cabível mandado de injunção.
O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é VEDADO aos policiais civis e a todos os servidores
públicos que atuem diretamente na área de segurança pública.
É obrigatória a participação do Poder Público em mediação instaurada pelos órgãos classistas das carreiras de segurança
pública, nos termos do art. 165 do CPC, para vocalização dos interesses da categoria.
STF. Plenário. ARE 654432/GO, Rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
5/4/2017 (repercussão geral) (Info 860).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Policiais são proibidos de fazer greve. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/68d3743587f71fbaa5062152985aff40>.
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

Acesso em: 26/04/2023

VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
• Súmula nº 377, STJ. O portador de visão monocular tem direito de concorrer, em concurso público, às vagas
reservadas aos deficientes.
• Súmula nº 552, STJ. O portador de surdez UNILATERAL não se qualifica como pessoa com deficiência para o fim de
disputar as vagas reservadas em concursos públicos.

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade
TEMPORÁRIA de EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 106, de 2020).

X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão
ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão
geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Art. 39, § 4º, CF. O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais
e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, VEDADO o acréscimo de
qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido,
em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

• Súmula Vinculante nº 37. Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de
servidores públicos sob o fundamento de isonomia.

XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da


administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes
políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não,
incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, NÃO poderão exceder o subsídio mensal,
em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o
subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o
subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a 90,25% (noventa inteiros e vinte e cinco
centésimos por cento) do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no
âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos
Defensores Públicos;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, de 2003)

↳ O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que
receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de
pessoal ou de custeio em geral (§9º).

XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário NÃO poderão ser
superiores aos pagos pelo Poder Executivo;
• Súmula Vinculante nº 42/ Súmula nº 681, STF. É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de
servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária.
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

XIII - é VEDADA a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de


remuneração de pessoal do serviço público;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público NÃO serão computados nem
acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
↳ Evitar o “efeito-repique” / “adicionais em cascata”.
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são IRREDUTÍVEIS,
ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XVI - é VEDADA a acumulação remunerada de cargos públicos, EXCETO, quando houver


compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

a) a de 2 (dois) cargos de professor;


(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

b) a de 1 (um) cargo de professor com outro técnico ou científico;


(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

c) a de 2 (dois) cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões


regulamentadas;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 34, de 2001)

XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações,


empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou
indiretamente, pelo poder público;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência
e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;
XIX - somente por LEI ESPECÍFICA poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à LEI COMPLEMENTAR, neste último caso,
definir as áreas de sua atuação;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XX - DEPENDE DE AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA, em cada caso, a CRIAÇÃO de subsidiárias das


entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa
privada;
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão
contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas
da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações;
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o
compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

§ 1º. A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela NÃO podendo constar nomes, símbolos ou
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
§ 2º. A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a NULIDADE do ato e a punição da
autoridade responsável, nos termos da lei.
↳ II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de
provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas
as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
↳ III - o prazo de validade do concurso público será de até 2 (dois) anos, prorrogável uma vez, por igual período;
§ 3º. A LEI disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e
indireta, regulando especialmente:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção


de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos
serviços;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo,


observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou


função na administração pública.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 4º. Os ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA importarão a suspensão dos direitos políticos, a


perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação
previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

ATOS DE IMPROBIDADE

• SUSPENSÃO dos direitos políticos;

• Perda da função pública;


Importarão
• Indisponibilidade dos bens; e

• Ressarcimento ao erário.

• Na forma e gradação previstas em lei.


• Sem prejuízo da ação penal cabível.
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

§ 5º. A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor
ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
§ 6º. As pessoas jurídicas de Direito Público e as de Direito Privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
regresso contra o responsável nos casos de DOLO OU CULPA.
Em regra, o Estado não tem responsabilidade civil por atos praticados por presos foragidos; exceção: quando
demonstrado nexo causal direto.
Nos termos do artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, não se caracteriza a responsabilidade civil objetiva do Estado
por danos decorrentes de crime praticado por pessoa foragida do sistema prisional, quando não demonstrado o nexo
causal direto entre o momento da fuga e a conduta praticada.
STF. Plenário. RE 608880, Rel. Min. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Alexandre de Moraes, julgado em 08/09/2020
(Repercussão Geral – Tema 362) (Info 993).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Em regra, o Estado não tem responsabilidade civil por atos praticados por presos foragidos;
exceção: quando demonstrado nexo causal direto. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/0e16366727185813f59d4a9467878901>.
Acesso em: 26/04/2023

Em regra, o Estado responde de forma objetiva pelos danos causados a profissional de imprensa ferido, por policiais,
durante cobertura jornalística de manifestação pública.
O Estado responde de forma objetiva pelos danos causados a profissional de imprensa ferido, por policiais, durante
cobertura jornalística de manifestação pública em que ocorra tumulto ou conflito, desde que o jornalista NÃO haja
descumprido ostensiva e clara advertência quanto ao acesso a áreas definidas como de grave risco à sua integridade
física, caso em que poderá ser aplicada a excludente da responsabilidade por culpa exclusiva da vítima.
• Tese fixada pelo STF: “É objetiva a Responsabilidade Civil do Estado em relação a profissional da imprensa ferido por
agentes policiais durante cobertura jornalística, em manifestações em que haja tumulto ou conflitos entre policiais e
manifestantes. Cabe a excludente da responsabilidade da culpa exclusiva da vítima, nas hipóteses em que o
profissional de imprensa descumprir ostensiva e clara advertência sobre acesso a áreas delimitadas, em que haja
grave risco à sua integridade física”.
STF. Plenário. RE 1209429/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em
10/6/2021 (Repercussão Geral – Tema 1055) (Info 1021).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Em regra, o Estado responde de forma objetiva pelos danos causados a profissional de imprensa
ferido, por policiais, durante cobertura jornalística de manifestação pública. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/076ccd93ad68be51f23707988e934906>.
Acesso em: 26/04/2023

A vítima somente poderá ajuizar a ação de indenização contra o Estado; se este for condenado, poderá acionar o
servidor que causou o dano em caso de dolo ou culpa; o ofendido NÃO poderá propor a demanda diretamente contra
o agente público.
A teor do disposto no art. 37, § 6º, da Constituição Federal, a ação por danos causados por agente público deve ser
ajuizada contra o Estado ou a pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público, sendo parte ilegítima
para a ação o autor do ato, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
STF. Plenário. RE 1027633/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 14/8/2019 (repercussão geral) (Info 947).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. A vítima somente poderá ajuizar a ação de indenização contra o Estado; se este for condenado,
poderá acionar o servidor que causou o dano em caso de dolo ou culpa; o ofendido não poderá propor a demanda diretamente
contra o agente público. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/eae31887c8969d1bde123982d3d43cd2>.
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

Acesso em: 26/04/2023

§ 7º. A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da


administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 8º. A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração


direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o
poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo
à LEI dispor sobre:
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - o prazo de duração do contrato;


(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos


dirigentes;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

III - a remuneração do pessoal.


(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 9º. O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas
subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para
pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 10. É VEDADA a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou


dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos
acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de
livre nomeação e exoneração.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 11. NÃO serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput
deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito
Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite
único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a 90,25% (noventa
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento) do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
NÃO se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos
Vereadores.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser READAPTADO para exercício de cargo
cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua
capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o nível
de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de origem.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

⇾ Readaptação:
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

• Servidor com limitação física ou mental.


• Readaptação para cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido.
• Desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino.
• Mantida a remuneração do cargo de origem.

§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo,


emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o ROMPIMENTO
do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 15. É VEDADA a complementação de aposentadorias de servidores públicos e de pensões por morte


a seus dependentes que não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que não seja prevista
em lei que extinga regime próprio de previdência social.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 16. Os órgãos e entidades da administração pública, individual ou conjuntamente, devem realizar


avaliação das políticas públicas, inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado e dos resultados
alcançados, na forma da lei.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de


mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará AFASTADO de seu cargo,
emprego ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será AFASTADO do cargo, emprego ou função, sendo-lhe
facultado optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as
vantagens de seu cargo, emprego ou função, SEM prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
↳ Não havendo compatibilidade: será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua
remuneração.
• Prefeito e Vereador podem optar pela remuneração; os demais não.

IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de
serviço será contado para todos os efeitos legais, EXCETO para promoção por merecimento;
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social, permanecerá filiado a esse
regime, no ente federativo de origem.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

SERVIDOR PÚBLICO DA ADM. DIRETA, AUTÁRQUICA E FUNDACIONAL – NO EXERCÍCIO DE


MANDATO ELETIVO
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

MANDATO ELETIVO FEDERAL, ESTADUAL OU • ficará AFASTADO de seu cargo, emprego ou


DISTRITAL função;

MANDATO DE PREFEITO • será AFASTADO do cargo, emprego ou função,


sendo-lhe facultado optar pela sua
remuneração;

⇾ Havendo compatibilidade de horários:


• perceberá as vantagens de seu cargo, emprego
ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo
MANDATO DE VEREADOR
eletivo;
⇾ Não havendo compatibilidade:
• será afastado do cargo, emprego ou função,
sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.

⇾ Em qualquer caso que EXIJA O AFASTAMENTO para o exercício de mandato eletivo:


• seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais.
⚠ EXCETO para promoção por merecimento;

⇾ Na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social, permanecerá filiado a esse
regime, no ente federativo DE ORIGEM.

Seção II
Dos Servidores Públicos

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua
competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta,
das autarquias e das fundações públicas.
* Vide ADI nº 2.135.

• Súmula Vinculante nº 04. SALVO nos casos previstos na Constituição, o salário-mínimo não pode ser usado como
indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão
judicial.
O art. 7º, IV, da CF/88 afirma que é vedada a vinculação do salário-mínimo para qualquer fim. Há, no entanto, no próprio
texto constitucional situações em que o salário-mínimo é utilizado como parâmetro (ex: art. 201, § 2º).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula vinculante 4-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/494c08f7a144d3cc4cfa661ed1244039>.
Acesso em: 28/04/2023
• Súmula nº 97, STJ. Compete a Justiça do Trabalho processar e julgar reclamação de servidor público relativamente
a vantagens trabalhistas anteriores a instituição do Regime Jurídico Único.
Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações relativas às verbas trabalhistas referentes ao período em que o
servidor mantinha vínculo celetista com a Administração, antes da transposição para o regime estatutário.
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

STF. Plenário. ARE 1001075 RG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 08/12/2016 (Repercussão Geral - Tema 928).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 97-STJ. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/e2eabaf96372e20a9e3d4b5f83723a61>.
Acesso em: 28/04/2023

§ 1º. A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório
observará:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada


carreira;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - os requisitos para a investidura;


(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

III - as peculiaridades dos cargos.


(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 2º. A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o
aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para
a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes
federados.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3º. Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII,
XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando
a natureza do cargo o exigir.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

• Salário-mínimo;
• garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
• décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
• remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
• salário-família;
• duração do trabalho normal não superior a 8 horas diárias e 44 semanais, facultada a compensação de horários e a
redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
• repouso semanal remunerado;
• remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% à do normal;
• gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, 1/3 (um terço) a mais do que o salário normal;
• licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de 120 dias;
• licença-paternidade;
• proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
• redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; e
• proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor
ou estado civil.
ESTUDOS IURIS LEGIS
CF/88

• Súmula Vinculante nº 16. Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC nº 19/98), da Constituição, referem-se ao total
da remuneração percebida pelo servidor público.
• Súmula nº 683, STF. O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da
Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.

§ 4º. O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários


Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, VEDADO
o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie
remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 5º. Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação entre
a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art.
37, XI.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 6º. Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio e


da remuneração dos cargos e empregos públicos.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 7º. Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de
recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e
fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e
desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a
forma de adicional ou prêmio de produtividade.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 8º. A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do
§ 4º.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 9º. É VEDADA a incorporação de vantagens de caráter temporário ou vinculadas ao exercício de


função de confiança ou de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá caráter
contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores ativos, de
aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 1º. O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será APOSENTADO:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

I - por INCAPACIDADE PERMANENTE PARA O TRABALHO, no cargo em que estiver investido, quando
insuscetível de readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para
verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma de lei
do respectivo ente federativo;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

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