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Olá, futuro(a) servidor público do Ministério Público da Paraíba (MP PB)!

Esse material é totalmente focado no certame e aborda os principais pontos da


legislação que será prevista no edital.

Nele foi inserido títulos em cada artigo, para facilitar a sua compreensão, e
marcações das partes mais importantes.

Além disso, nos dispositivos mais importantes para a sua prova, constam alguns
esquemas e comentários com foco no concurso do MP PB para facilitar a compreensão do
aluno.

A leitura da lei é fundamental para a sua aprovação, pois, em análise estatística,


verificou-se que 95% das questões de direito cobradas no concurso do MP PB são
resolvidas somente com base da lei seca.

No material completo para o cargo de Técnico Ministerial – sem especialidade - você


terá acesso as seguintes disciplinas:

Dia 1 Direito Constitucional


Dia 2 Direito Administrativo
Dia 3 Direito Penal
Dia 4 Português e Legislação Específica aplicada ao Ministério Público da Paraíba
Dia 5 Direito Processual Penal
Dia 6 Direito Civil
Dia 7 Direito Processual Civil

E mais: como forma de demonstrar a qualidade de nosso material, apresentaremos a seguir


a amostra do: Legislação Mapeada Extreme para o MP PB – 2023 (PÓS-EDITAL):

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TÍTULO I: DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

O tema Princípios Fundamentais é de suma importância para sua prova, estando elencado no título
I da CF/88, por isso, leia atentamente as disposições a seguir.

Fundamentos da República Federativa do Brasil

Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios
e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I – a soberania; Mnemônico: So – Ci – Di – Va - Plu

II – a cidadania;

III – a dignidade da pessoa humana;

IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V – o pluralismo político.

Todo poder emana do povo

Art. 1º, parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Harmonia entre os poderes

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e
o Judiciário.

Objetivos da República Federativa do Brasil

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - Construir uma sociedade livre, justa e solidária;


Mnemônico: Con – Ga – Erra – Pro
II - Garantir o desenvolvimento nacional;

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IIII - Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

IV - Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação.

Princípios das relações internacionais

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:

I - Independência nacional;

II - Prevalência dos direitos humanos;

III - Autodeterminação dos povos;

IV - Não-intervenção;

V - Igualdade entre os Estados;

VI - Defesa da paz;

VII - Solução pacífica dos conflitos;

VIII - Repúdio ao terrorismo e ao racismo;

XI - Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

X - Concessão de asilo político.

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Independência Nacional

Prevalência dos direitos humanos

Autodeterminação dos povos

Não - intervenção

Princípios regentes das Igualdade entre os Estados


relações internacionais da
República Federativa do
Brasil Defesa da paz

Solução pacífica dos conflitos

Repúdio ao terrorismo e ao racismo

Cooperação entre os povos para o progresso


da humanidade

Concessão de asilo político

Integração econômica, política, social e cultural

Art. 4º, parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica,
política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade
latino-americana de nações.

TÍTULO II: DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Esse tema corresponde ao título II da Constituição Federal, que aborda os direitos e garantias
fundamentais e é de altíssima incidência no seu concurso. Portanto, muita atenção!

Nesse tópico, estudaremos os seguintes assuntos:

Direitos e deveres individuais e coletivos (art. 5º, CF);

Direitos sociais (arts. 5º ao 11, CF);

Nacionalidade (arts. 12 e 13, CF);

Direitos políticos (arts. 14 ao 16, CF);

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Capítulo I: Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos

Em direito constitucional, sem dúvidas, esse é o assunto mais importante, uma vez que se verificou
a alta taxa de cobrança da sua banca em relação a este tema.

Conforme ensina Alexandre de Moraes: “O conjunto institucionalizado de direitos e garantias do ser


humano, que tem por finalidade básica o respeito a sua dignidade, por meio de sua proteção contra
o arbítrio do poder estatal e o estabelecimento de condições mínimas de vida e desenvolvimento da
personalidade humana, pode ser definido como direitos fundamentais”.

Direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

Súmula Vinculante 6: Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior


ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial.

Igualdade de gênero / igualdade material

I - Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

Ações afirmativas: discriminação positiva, buscam realizar a igualdade material.

Exemplos:

I – Cotas raciais para negros e índios ingressarem em Universidades Públicas

II – Bolsas de estudo em universidades privadas para alunos de baixa renda

Limite de idade em concurso público: É autorizado, porém não pode apenas o edital prever essa
limitação, é necessário a previsão em lei

Súmula vinculante 37: Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa,
aumentar vencimentos de servidores públicos sob fundamento de isonomia.
Legalidade

II - Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

Comentário: O princípio da legalidade requer especial atenção quanto a sua aplicação na esfera da
administração pública e na esfera dos particulares. Enquanto os particulares podem fazer tudo aquilo que a lei
não proíbe, a administração pública fica adstrita àquilo que a lei permite, ou seja, sua margem de atuação é
mais restrita, estando definida na lei.

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Vedação à tortura

III - Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

Liberdade de pensamento

IV - É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

Direito de resposta

V - É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano


material, moral ou à imagem;

Liberdade de consciência e de crença

VI - É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos


cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

Prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva

VII - É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e
militares de internação coletiva;

Escusa de Consciência

VIII - Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
prestação alternativa, fixada em lei;

Liberdade de expressão da atividade intelectual

IX - É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,


independentemente de censura ou licença;

Comentário: A liberdade de imprensa constitui o direito a crítica jornalística, porém não exclui a possibilidade
de o jornalista ser responsabilizado, direito de resposta e indenização. A censura estatal é vedada, pois é
incompatível com a liberdade de expressão.

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Direito à intimidade

X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

Direito à inviolabilidade do domicílio

XI - A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,
por determinação judicial;

Sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas

XII - É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das


comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que
a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;

Atenção: A administração penitenciária pode violar o sigilo da correspondência dos presos por questões
de segurança

Livre exercício profissional

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações


profissionais que a lei estabelecer;

Acesso à informação

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando


necessário ao exercício profissional;

Liberdade de locomoção em tempo de paz

XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos
termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

Liberdade de reunião

XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

Jurisprudência

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O STF, através do Recurso Extraordinário n° 806339/SE, cujo Relator foi o Ministro Marco Aurélio, entendeu
que não há nenhuma forma pré-estabelecida para o prévio aviso, de modo que basta que o conhecimento
sobre a reunião chegue ao conhecimento do Poder público.

Nesse sentido: “A exigência constitucional de aviso prévio relativamente ao direito de reunião é satisfeita com
a veiculação de informação que permita ao poder público zelar para que seu exercício se dê de forma pacífica
ou para que não frustre outra reunião no mesmo local”. STF. Plenário. RE 806339/SE, Rel. Min. Marco Aurélio,
redator do acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 14/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 855) (Info 1003).

Liberdade de associação

XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;

Criação de associações e cooperativas

XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização,


sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;

Dissolução e suspensão das associações

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas
por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;

Dissolução compulsória – exige ordem judicial trânsito em julgado

Suspensão das atividades – exige decisão judicial

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TÍTULO II: DO INQUÉRITO POLICIAL

O assunto inquérito policial é muito importante para a sua prova do MP PB. Por isso, você deve
dominá-lo. É essencial que você, candidato, conheça todos os pontos desse tema previsto no Código
Processo Penal. Afinal, trata-se de poucos dispositivos legais (artigos 4º ao 23).

Finalidade da Polícia Judiciária

Art. 4º - A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas
circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.

Parágrafo único - A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades


administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.

Comentário:

O inquérito policial serve, essencialmente, para averiguar as condutas que aparentam ser delitos
penais, ou seja, trata-se do momento de colheita de provas preparatórias para o exercício da
pretensão acusatória posteriormente exercida pelo Estado ou particular no processo penal.

Início do Inquérito Policial

Art. 5º - Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:

I - de ofício;

II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do


ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.

§ 1º - O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:

a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;

b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de


presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;

c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.

Comentário:

Importante

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Para a instauração do inquérito policial é necessário que haja uma probabilidade de que o acusado
seja autor/coautor/partícipe de um fato aparentemente punível.

§ 2º - Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o


chefe de Polícia.

§ 3º - Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que
caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta,
verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.

§ 4º - O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem
ela ser iniciado.

§ 5º - Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a
requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.

Atos da autoridade policial após o conhecimento da prática da infração penal

Art. 6º - Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:

I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas,
até a chegada dos peritos criminais;

II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais;

III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;

IV - ouvir o ofendido;

V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título
Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham
ouvido a leitura;

VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;

VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;

VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos
autos sua folha de antecedentes;

IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua
condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e
quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.

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X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma
deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela
pessoa presa.

Da reprodução simulada dos fatos

Art. 7º - Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a
autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie
a moralidade ou a ordem pública.

Prisão em Flagrante

Art. 8º - Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capítulo II do Título IX deste
Livro.

Art. 9º - Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou
datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.

Prazo do inquérito policial

Art. 10 - O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em
flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em
que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança
ou sem ela.

PRAZOS PARA CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL

Preso Solto

Regra do CPP
10 dias 30 dias

Justiça federal 15 + 15 dias 30 dias

Crimes contra a economia popular 10 dias 10 dias


Legislação especial

Lei de drogas 30 + 30 dias 90 + 90 dias

Inquérito militar 20 dias 40 + 20 dias

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§ 1º - A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz
competente.

Comentário:

Após o recebimento do relatório pela autoridade policial, o Ministério Público poderá apresentar
denúncia, requisitar o arquivamento, solicitar ou realizar diligências complementares.

§ 2º - No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas,
mencionando o lugar onde possam ser encontradas.

§ 3º - Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer
ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado
pelo juiz.

Instrumentos do crime

Art. 11 - Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão
os autos do inquérito.

Art. 12 - O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma
ou outra.

Competência da Autoridade policial

Art. 13 - Incumbirá ainda à autoridade policial:

I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos


processos;

II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;

III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias;

IV - representar acerca da prisão preventiva.

Fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à


instrução e julgamento dos processos

Realizar diligências requisitadas pelo Juiz ou Ministério Público

Incumbe à autoridade policial


Cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades
judiciárias

Representar acerca da prisão preventiva

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REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO

1) Nota introdutória

O Direito Administrativo é dividido em dois grupos: o Direito Público, o qual tem a finalidade de
regular os interesses da coletividade e o Direito Privado que tem por objetivo regulamentar os
interesses entre os particulares.

O regime jurídico administrativo é o conjunto de regras relativas a Administração Pública objetivando


equilibrar os interesses coletivos e a liberdades individuais.

Nesse viés é possível afirmar que o administrador público somente poderá realizar o que está
descrito na lei, enquanto que o administrador privado pode realizar tudo o que a lei não proíba.

A Administração Pública é composta de entes políticos e entes administrativos, que, por sua vez, são
compostos por órgãos públicos.

Além disso, a competência conferida à administração é irrenunciável.

As prerrogativas da administração são típicas do direito público, fato que não existe no direito
privado, no qual predomina a igualdade entre as partes.

De acordo com Marçal Justen Filho, “o regime jurídico de direito público consiste no conjunto de
normas jurídicas que disciplinam o desempenho de atividades e de organizações de interesse
coletivo, vinculadas direta ou indiretamente à realização dos direitos fundamentais, caracterizado
pela ausência de disponibilidade e pela vinculação à satisfação de determinados fins.”

2) Supraprincípios do Direito Administrativo

Os Supraprincípios, também chamados de Superprincípios, derivam dos demais princípios e normas


do Direito Administrativo.

Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, são dois os supraprincípios: a) supremacia do interesse
público sobre o privado; b) indisponibilidade do interesse público.

a) Supremacia do interesse público sobre o privado

O princípio da supremacia do interesse público coloca a Administração Pública em uma posição de


superioridade, ou seja, acima dos interesses de particulares.

Isso significa que os interesses da coletividade são mais importantes do que os interesses individuais,
razão pela qual a Administração Pública, como defensora dos interesses públicos, recebe da lei
poderes especiais não extensivos aos particulares.

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O princípio da supremacia pode ser encontrado expressamente na Lei 9.784/1999 e na


Constituição Federal de forma implícita.

Além do mais é possível afirmar que tal princípio trata da possibilidade de constituir obrigações para
terceiros mediante atos unilaterais, sendo tais atos imperativos como quaisquer atos do Estado.

O interesse público é indisponível.

Exemplos: a) desapropriação; b) requisição de bens; c) possibilidade de convocação de particulares;


d) prerrogativas processuais; e) cláusulas exorbitantes nos contratos.

b) Indisponibilidade do interesse público

De acordo com o princípio da indisponibilidade do interesse público, a Administração Pública deverá


realizar as condutas levando em consideração os interesses coletivos, entretanto, não poderá dispor
dos bens que administra, pois o verdadeiro titular desses bens é o povo.

Em resumo, é possível dizer que os agentes públicos não são donos do interesse por eles defendido
e, por essa razão, não se admite que renunciem aos poderes legalmente conferidos ou que
transacionem em juízo.

Mazza nos traz dois exemplos de mitigação desse princípio: 1) possibilidade de a Fazenda transigir
nos JEFs; 2) utilização dos mecanismos privados para resolução de disputas nos contratos de
concessão e nas PPPs.

DOS PRINCÍPIOS

1) Princípios Implícitos

1.1) Princípio da segurança jurídica

Trata-se da estabilidade das relações jurídicas, evitando mudanças abruptas, sobressaltos e surpresas
decorrentes de ações governamentais.

Em tese, havendo conflito entre os princípios da legalidade x segurança, prevalece o princípio da


segurança jurídica.

Ex.: proibição de aplicação retroativa de novas interpretações da lei e das normas administrativas.

1.2) Princípio da confiança legítima

Conforme explica Humberto Ávila, o princípio da proteção da confiança legítima integra uma
aplicação subjetivada da segurança jurídica, que é, “representante da eficácia reflexiva do princípio
da segurança jurídica, e igualmente serve de proteção do cidadão em face do Estado”.

Ou seja, é basicamente a crença do administrado de que os atos administrativos serão mantidos e


respeitados pela Administração, tendo em vista a presunção de que esses atos são sempre lícitos;

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Faz-se necessário, portanto, a manutenção dos atos administrativos, ainda que estes sejam
qualificados como antijurídicos, quando verificada a expectativa legítima.

1.3) Teoria do fato consumado

De acordo com Teoria do fato consumado as relações jurídicas consolidas pelo decorrer do tempo,
“amparadas por decisão judicial, não devem ser desconstituídas, em razão do princípio da segurança
jurídica e da estabilidade das relações sociais” (STJ REsp 709.934/RJ).

Os atos das partes podem influenciar a aplicação da teoria, tais como: ausência de dolo e sem
contestação de ninguém, vigorando por anos com aparência de legalidade;

Não se aplica essa teoria nos seguintes casos:

Remoção ilegal de servidor (STJ);

Em tema de Direito Ambiental (súmula 613 do STJ);

Nas tutelas provisórias contra a Fazenda Pública.

Quando o assunto for concurso público e tutela provisória para nomeação, é necessário defender
que não poderá haver o instituto da posse precária (quando alguém assume cargo mediante tutela
provisória), porque depende de prévia aprovação.

Conforme o STJ a teoria do fato consumado estabelece que “as situações jurídicas consolidadas pelo
decurso do tempo, amparadas por decisão judicial, não devem ser desconstituídas, em razão do
princípio da segurança jurídica e da estabilidade das relações sociais” (STJ, REsp n.º 709.934/RJ, Rel.
Min. HUMBERTO MARTINS, J. 21/06/2007).

1.4) Princípio da continuidade dos serviços públicos

O princípio da continuidade dos serviços públicos significa que o fornecimento de serviço prestado
ao cidadão não pode ser interrompido, pois são serviços relevantes.

Tome nota!

Entretanto, existem algumas exceções à esse princípio, como: (I) situações emergenciais; (II) caso
fortuito e força maior; (III) interrupção por aviso prévio, quando justificada por razões de ordem
técnica; (IV) inadimplência do usuário.

As exceções à continuidade do serviço público estão presentes em situações emergenciais, como,


por exemplo, quedas de energia elétrica em razão de tempestade, ou situações de caso fortuito e
força maior.

Outra exceção ao princípio é a interrupção por aviso prévio, quando justificada por razões de ordem
técnica, em função de manutenções para segurança ou mesmo melhor funcionamento do sistema.

Cumpre frisar que o aviso prévio também é necessário quando há inadimplência do usuário, o que
se dá para priorizar a coletividade, que não pode ser prejudicada.

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A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça já estabeleceu que nem sempre os serviços
prestados ao usuário inadimplente poderão ser interrompidos. É dizer: o corte no fornecimento de
energia elétrica em razão de débito irrisório é ilegítimo. Do mesmo modo, o corte pressupõe o
inadimplemento da conta relativa ao mês do consumo, sendo inviável a suspensão do abastecimento
por débitos antigos.

1.5) Princípio da autotutela

É o direito que a Administração tem de anular e revogar seus atos, poderá anular os atos ilegais e
revogar os inoportunos ou inconvenientes.

A anulação ocorre quando o ato é iLegal = anuLação;

A revogação ocorre quando o ato não é mais de interesse da Administração, pois passou a ser
inoportuno ou inconveniente (ou seja, não tem a ver com a legalidade).

Anula Ato ilegal


Administração
Pública
Revoga Ato inoportuno

1.6) Princípio da proporcionalidade

O princípio da proporcionalidade tem a finalidade de manter o equilíbrio entre os direitos individuais


e os anseios da sociedade. Pode-se dizer que é a adequação entre meios e fins, vedada a imposição
de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao
atendimento do interesse público. Ou seja, é o princípio que está relacionado com a vedação de
excessos os quais devem ser evitados pela Administração Pública.

1.7) Princípio da oficialidade

A oficialidade é um princípio que torna o impulso oficial muito mais amplo no processo
administrativo do que no judicial. Trata-se do poder-dever de instaurar, fazer andar e rever de ofício
a decisão. É assegurado ao administrador o impulsionamento do processo para que sejam
esclarecidas e resolvidas as questões pendentes. Tal princípio está previsto no inciso XII, do art. 2º,
da Lei n. 9.784/99.

1.8) Princípio da especialidade

O princípio da especialidade entende que as entidades não poderão alterar ou modificar as


finalidades para a qual foram constituídas. Esse princípio reflete a ideia de descentralização da
administração, onde são criadas entidades (por meio de lei) para o desempenho de finalidades
específicas.

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2) Princípios expressos

Os princípios da Administração Pública expressos no artigo 37 da Constituição Federal são:


legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

Legalidade

Impessoalidade

Princípios expressos da Adm


Pública Moralidade

Publicidade
Mnemônico: L-I-M-P-E

Eficiência

2.1) Princípio da legalidade

O princípio da legalidade dispõe que a administração tem o poder-dever de fazer somente o que
estiver previsto em lei. Diferentemente do que ocorre na órbita privada, onde o indivíduo pode fazer
tudo o que a lei não vede.

A lei baliza toda a atuação da administração pública. Ninguém pode fazer ou deixar de fazer alguma
coisa senão em virtude de lei.

O princípio da legalidade pode ser analisado sob dois sentidos:

a) aos particulares: ninguém é obrigado a fazer algo, senão em virtude de lei.

É dizer: o particular pode fazer tudo que não for proibido pela lei (trata-se do princípio da autonomia
da vontade)

b) à Administração Pública: a Administração Pública apenas pode agir quando houver previsão
legal (princípio da legalidade estrita)

2.2) Princípio da impessoalidade

Este princípio determina que o Estado deverá agir de maneira imparcial, ou seja, é o dever de realizar
o interesse público sem a promoção do servidor público ou autoridade que realizou o ato.

O princípio da impessoalidade possui cinco sentidos ou subprincípios como alguns doutrinadores


entendem, vejamos:

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I) Princípio da finalidade (= interesse público): o ato administrativo deve seguir o fim público e a
finalidade discriminada em lei.

II) Princípio da igualdade (= isonomia): atender todos os administrados sem discriminação


indevida.

III) Vedação à promoção pessoal

IV) Impedimento e suspeição: visa evitar que as pessoas atuem com parcialidade

V) Validado dos atos dos agentes de fato: entende-se como agente de fato aquele cuja investidura
no cargo ou seu exercício esteja maculada por algum vício, como, por ex., agente que não possui
formação universitária exigida em cargo público, etc.

2.3) Princípio da moralidade

O princípio da moralidade administrativa é aplicado nas relações entre a Administração e seus


administrados e também às atividades exercidas internamente. A moralidade administrativa é um
conceito jurídico indeterminado.

A Súmula Vinculante 13 do Supremo Tribunal Federal (nepotismo) é um exemplo da moralidade


administrativa.

Súmula Vinculante 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,


colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da
mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de
cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta
e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.

Consiste no respeito da Administração a padrões éticos, de boa-fé, decoro, lealdade, honestidade e


probidade.

O princípio da moralidade administrativa tem estreita ligação com a probidade administrativa.

Exemplo: Organizações Sociais que, apesar de não precisarem fazer concurso público para
contratar pessoal, devem adotar um processo de seleção imparcial e moral.

2.4) Princípio da publicidade

O princípio da publicidade diz respeito a divulgação dos atos praticados pela Administração Pública,
pois o poder público tem o dever de agir com transparência para que a população tenha ciência de
todos os atos praticados.

Além disso, dá início à produção de efeitos do contrato administrativo, salvo previsão de alguma
condição suspensiva, permitindo a todos os administrados o conhecimento do negócio celebrado.

A publicação resumida do contrato é condição indispensável para a eficácia e deve ser feita em até
5 dias úteis.

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“A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos
ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”.

Além do mais, existe a possibilidade de mitigação desse princípio diante de situações excepcionais
e justificadas: quando o sigilo for imprescindível à segurança do estado e da sociedade ou para
intimidade dos envolvidos (art. 5º, X, da CF).

Princípio intimamente ligado à perspectiva de transparência, dever da administração


pública e direito da sociedade.

2.5) Princípio da eficiência

Segundo fundamenta Hely Lopes Meirelles, o princípio da eficiência é caraterizado como, “o que se
impõe a todo o agente público de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento
profissional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser
desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e
satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros”, e além disso diz que
“o dever da eficiência corresponde ao dever da boa administração”

O princípio da eficiência possui dois sentidos:

a) Modo de atuação do agente público

b) Organização e funcionamento da administração pública (Administração Gerencial)

Tome nota

O princípio da eficiência é o mais recente dos princípios constitucionais da Administração Pública


brasileira, tendo sido adotado a partir da promulgação, da Emenda Constitucional nº 19, de 1998
– Reforma Administrativa.

Quando se fala em eficiência na administração pública, significa que o gestor público deve gerir a
coisa pública com efetividade, economicidade, transparência e moralidade visando cumprir as metas
estabelecidas.

Segundo Alexandre de Moraes, o princípio da eficiência é o que impõe à administração pública direta
e indireta e a seus agentes a persecução do bem comum, por meio do exercício de suas
competências de forma imparcial, neutra, transparente, participativa, eficaz, sem burocracia e sempre
em busca da qualidade, primando pela adoção dos critérios legais e morais necessários para melhor
utilização possível dos recursos públicos, de maneira a evitarem-se desperdícios e garantir-se maior
rentabilidade social.

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PARTE GERAL

O CPC/2015 foi dividido em duas partes: Geral e Especial, sendo que iniciaremos agora o estudo dos
temas da parte geral.

Inicialmente, necessário salientar que este material foi produzido com a finalidade de facilitar seu
caminho até a aprovação. Assim, faltando pouco tempo até a prova e sendo, portanto, impossível o
esgotamento da matéria, trabalharemos aqueles pontos que, de acordo com análise criteriosa da
banca e do seu concurso, possuem grande chance de cobrança. Vamos lá?!

LIVRO I: DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS

O primeiro livro do Código de Processo Civil de 2015 trata sobre as normas processuais civis, sendo
composto dos arts. 1º ao 15.

TÍTULO ÚNICO: DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E DA APLICAÇÃO DAS NORMAS


PROCESSUAIS CIVIS

O Livro I do CPC/15 é composto por apenas um título, o qual é composto por dois capítulos:

Capítulo I: Das Normas Fundamentais do Processo Civil; e

Capítulo II: Da Aplicação das Normas Processuais.

CAPÍTULO I: DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL

Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas
fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as
disposições deste Código.

Comentário:

Algumas das normas tidas como fundamentais no CPC já eram previstas na Constituição Federal.
Dentre as normas constitucionais diretivas do processo, destacam-se:

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Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
Isonomia material País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes (..,.)

Inafastabilidade da Art. 5º, XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão
Jurisdição ou ameaça a direito;

Juiz natural Art. 5º, XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção;

Devido Processo Legal Art. 5º, LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
devido processo legal;

Contraditório e ampla Art. 5º, LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
defesa acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com
os meios e recursos a ela inerentes;

Publicidade Art. 5º, LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais
quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;

Razoável duração do Art. 5º, LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são
processo assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam
a celeridade de sua tramitação;

Motivação das decisões Art. 93, X - as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e
em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria
absoluta de seus membros;

Conforme ensina Cassio Scarpinella Bueno:

o modelo constitucional do direito processual civil brasileiro compreende, para fins didáticos,
quatro grupos bem destacados:

a) Os “princípios constitucionais do direito processual civil”,

b) A “organização judiciária”,

c) As “funções essenciais à Justiça”;

d) Os “procedimentos jurisdicionais constitucionalmente identificados”.

Segundo Fredie Didier, o Devido Processo Legal pode ser dividido em:

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Formal ou procedimental Exige o respeito a um conjunto de garantias processuais mínimas.


(procedural due process ou Evidencia uma preocupação com a tutela processual, de modo que
devido processo legal em todos os cidadãos devem ter o direito de processar e ser
sentido processual) processados de acordo com garantias processuais
predeterminadas. Compreende todas as normas processuais
fundamentais delineadas no modelo constitucional de processo.

Material ou substancial É uma forma de controle de conteúdo das decisões. Se o processo


(substantive due process ou tem seu trâmite garantido por impulso oficial até o provimento final
devido processo legal em com uma sentença ou acórdão, daí é de se concluir que há devido
sentido material) processo legal se essa decisão é devida/adequada, leia-se:
proporcional e razoável.

Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as
exceções previstas em lei.

Comentário:

A primeira parte do texto concretiza o princípio da demanda, de maneira que, como regra, a atuação
jurisdicional depende do exercício do direito de ação.

Ao juiz não cabe, em regra, instaurar o processo de ofício, ou seja, sem requerimento da parte,
havendo necessidade de provocação da jurisdição para a formação da relação jurídico-processual.
Do ponto de vista instrumental, essa provocação é feita pela petição inicial.

Excepcionando tal regra, é possível que certos procedimentos se iniciem de ofício, desde que haja
previsão expressa em lei. No CPC é possível citar como exceção:

Art. 712 do CPC (restauração de autos); e


Art. 738 do CPC (arrecadação de herança jacente).

Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.

Comentário:

Também previsto no art. 5º, XXXV, da CF, preconiza este princípio que o Estado, a quem a
Constituição outorgou o poder de solucionar os litígios em caráter definitivo, não pode delegar ou
se recusar a exercer essa função.

O jurisdicionado tem direito à tutela jurisdicional adequada, efetiva e tempestiva. Este direito se
exerce por intermédio da propositura de ação.

Segundo Rinaldo Mouzalas, a inafastabilidade é princípio dirigida ao:

Poder Legislativo: o legislador não deve editar leis que impeçam ou dificultem o amplo
acesso aos órgãos do Poder Judiciário;

Poder Executivo: seus representantes não devem adotar políticas que impeçam ou mesmo
dificultem o amplo acesso aos órgãos do Poder Judiciário;

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Poder Judiciário: o juiz deve dar a correspondente e efetiva resposta ao objeto litigioso do
processo.

Salienta-se que a inafastabilidade se dá apenas nos casos de ameaça ou lesão a direito. Inexistindo
estas situações, configura-se ausência de interesse processual. Ademais, a redação do artigo 3º do
CPC fala em apreciação jurisdicional, trazendo conteúdo mais amplo que o da Constituição Federal,
que se restringe a “apreciação do Poder Judiciário”.

Art. 3º “(...)

§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.

§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.

§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão


ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público,
inclusive no curso do processo judicial. ”

Na perspectiva do CPC de 2015, a arbitragem, a conciliação e a mediação passaram a ser métodos


adequados de solução de litígios (Adequate Dispute Resolution).

Dessa forma, o CPC reconhece que a forma adequada para a solução do conflito pode não ser a
jurisdicional, implicando o chamado sistema multiportas ou multi-door courthouse.

Tome nota!

Quanto ao tema, necessário tratar acerca da chamada Teoria dos Custos dos Direitos, a qual foi
pensada pelos autores Stephen Holmes e Cass Sustein na obra The cost of rigths (“O custo dos
direitos”), e que propõe uma análise econômica do Direito. Segundo os autores, o direito nasce a
partir de sua previsão orçamentária: antes disso, não há direito a ser vindicado, pois o Estado não
pode proteger direitos sem recursos.

Não obstante a presença de tal teoria (que tem sido objeto de cobrança em concursos) o STF já se
posicionou no sentido de que a teoria dos custos dos direitos não poderia ser aplicada para legitimar
o injusto inadimplemento de deveres estatais de prestação constitucionalmente impostos ao Poder
Público. Nesse sentido:

“(...) O papel do Poder Judiciário na implementação de políticas públicas instituídas pela


Constituição e não efetivadas pelo Poder Público – A fórmula da reserva do possível na perspectiva
da teoria dos custos dos direitos: impossibilidade de sua invocação para legitimar o injusto
inadimplemento de deveres estatais de prestação constitucionalmente impostos ao Poder Público –
A teoria da “restrição das restrições” (ou da “limitação das limitações”) – Caráter cogente e vinculante
das normas constitucionais, inclusive daquelas de conteúdo programático, que veiculam diretrizes
de políticas públicas, especialmente na área da saúde (CF, arts. 6º, 196 e 197)” (ARE 745745
AgR,Rel.Min. Celso de Mello, 2a Turma, julgado em 02/12/2014)

Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a
atividade satisfativa.

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Comentário:

Nos dizeres de Fredie Didier Jr:

respeitadas as circunstâncias de cada caso, devem ser observados três critérios para que se
determine se a duração do processo é, ou não, razoável: a) a complexidade do assunto; b) o
comportamento dos litigantes e de seus procuradores ou da acusação e da defesa no
processo; c) a atuação do órgão jurisdicional.

Quanto à primazia das decisões de mérito, deve-se levar sempre em mente que a solução de mérito
tem prioridade sobre a solução que não é de mérito, ou seja, sempre que for possível ao juiz suprir
um vício processual, ele o fará, priorizando o julgamento de mérito da demanda.

A fim de que seja possível atuar assim é mandamental que as partes cooperem entre si, tendo o
dever de atuar com ética e lealdade, sempre agindo de modo a evitar a ocorrência de vícios que
extingam o processo sem resolução do mérito, bem como cumprindo os deveres mútuos de
esclarecimento e transparência.

Alguns dispositivos do CPC que dão maior concretude a esse princípio:

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: (...)

IX – determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios


processuais;

Art. 317. Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz deverá conceder à parte
oportunidade para, se possível, corrigir o vício.

Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320
ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito,
determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando
com precisão o que deve ser corrigido ou completado.

Art. 352. Verificando a existência de irregularidades ou de vícios sanáveis, o juiz determinará


sua correção em prazo nunca superior a 30 (trinta) dias.

Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à
parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485.

Art. 932, Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o
prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a
documentação exigível.

Art. 1.017 (...)

§ 3º Na falta da cópia de qualquer peça ou no caso de algum outro vício que comprometa a
admissibilidade do agravo de instrumento, deve o relator aplicar o disposto no art. 932,
parágrafo único.

Art. 1.029 (...)

§ 3º O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça poderá desconsiderar vício


formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o repute grave.

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Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a
boa-fé.

Comentário:

De acordo com Rinaldo Mouzalas, a boa-fé objetiva possui uma tríplice função:

Função interpretativa (hermenêutica): a interpretação do pedido, dos atos postulatórios em


geral e das decisões judiciais, deve ser guiada por padrões de eticidade (arts. 489, § 3º, e 322,
§ 2º, ambos do CPC).

Função integrativa: são criados deveres anexos à relação jurídica processual, que devem ser
respeitados pelas partes e pelo juiz. E dessa função que se extrai a cooperação.

Função limitadora: visa inibir o exercício abusivo de posições processuais pelas partes e pelo
juiz.

Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo
razoável, decisão de mérito justa e efetiva.

Comentário:

Decorre da boa-fé objetiva, orientando uma participação ética dentro do processo e implicando a
colaboração na identificação das questões de fato e de direito e de abster-se de provocar incidentes
desnecessários e procrastinatórios.

A cooperação implica deveres processuais que devem ser respeitados por todos aqueles que atuam
no processo:

Deveres

Obrigação do juiz de esclarecer as partes.

Tem duas faces:

Esclarecimento: a) A primeira é a de produzir decisões claras.

b) A segunda dimensão é a de o juiz pedir esclarecimento nas situações em


que tenha dúvida.

Segundo Didier, “é variante processual do dever de proteção”. Cabe ao


magistrado apontar as deficiências postulatórias das partes, para que possam
ser supridas. O CPC prevê:

Art. 321 do CPC. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os
requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades
Prevenção:
capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no
prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o
que deve ser corrigido ou completado.

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Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição


inicial.

Art. 932 do CPC. “(...)

Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator


concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício
ou complementada a documentação exigível. ”

De acordo com Didier, “é variante processual do dever de informar, aspecto do


dever de esclarecimento, compreendido em sentido amplo”

O art. 10 do CPC estabelece a impossibilidade de o órgão jurisdicional, em


Consulta (ou de diálogo) qualquer grau de jurisdição, decidir com base em fundamento a respeito do
qual não se tenha oportunizado a manifestação das partes, mesmo que a
matéria possa ser reconhecida de ofício.

Obrigação do juiz de auxiliar a parte a superar eventuais obstáculos que


dificultem ou impeçam o exercício de seus ônus ou deveres processuais.
Contudo, não pode o juiz suprir deficiência técnica da parte.

Art. 772. O juiz pode, em qualquer momento do processo: III – determinar que
sujeitos indicados pelo exequente forneçam informações em geral
Auxílio:
relacionadas ao objeto da execução, tais como documentos e dados que
tenham em seu poder, assinando-lhes prazo razoável

Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e


faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções
processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.

Comentário:

Fredie Didier Jr. leciona que a igualdade processual deve observar quatro aspectos:
a) imparcialidade do juiz (equidistância em relação às partes);

b) igualdade no acesso à justiça, sem discriminação (gênero, orientação sexual, raça,


nacionalidade etc.);

c) redução das desigualdades que dificultem o acesso à justiça, como a financeira (ex.:
concessão do benefício da gratuidade da justiça, arts. 98 a 102 do CPC), a geográfica (ex.:
possibilidade de sustentação oral por videoconferência, art. 937, § 4º, do CPC), a de
comunicação (ex.: garantir a comunicação por meio da Língua Brasileira de Sinais, nos casos
de partes e testemunhas com deficiência auditiva, art. 162, lll, do CPC) etc.;

d) igualdade no acesso às informações necessárias ao exercício do contraditório.

Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem
comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a
proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.

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Comentário:

Quanto à dignidade da pessoa humana, Luiz Guilherme Marinoni ensina que:


Em primeiro lugar, a dignidade da pessoa humana determina a compreensão do processo civil
como um meio para tutela dos direitos. Vale dizer: o processo civil não pode ser visto como
um instrumento a serviço do Estado, como um instrumento que não se encontre orientado à
realização dos fins da pessoa humana. Em outras palavras, o processo civil serve para
realização dos direitos e para orientação das pessoas a respeito do significado do direito.

Em segundo lugar, a dignidade da pessoa humana conecta-se com o direito à liberdade e à


autonomia privada, o que explica a necessidade de respeito, dentro dos limites constitucionais
e legais, aos negócios processuais realizados entre as partes (art. 190, CPC) e constitui estímulo
à realização de calendários processuais entre o juiz e as partes como instrumento para
eficiente gestão do tempo no processo civil (art. 191, CPC).

Em terceiro lugar, a dignidade da pessoa humana veda a transformação das partes em objeto
da atividade jurisdicional. É por essa razão que dignidade da pessoa humana tem estreita
ligação com o direito de participação das partes na construção dos provimentos jurisdicionais
– isto é, na previsão do direito ao contraditório como direito de influência (arts. 9 e 10, CPC)
e o dever de fundamentação como dever de debate (arts. 11 e 489, §§ 1º e 2º, CPC).

O juiz ao aplicar o ordenamento jurídico e ao conduzir o processo deve resguardar promover


a dignidade da pessoa humana, o que significa encarar o processo como um meio para tutela
dos direitos, respeitar a liberdade das partes nos seus espaços de autodeterminação e adotar
o contraditório como método de trabalho.

Quanto ao princípio da legalidade, esclarece Didier:


o princípio da legalidade pode funcionar como norma processual ou como norma de decisão.
Como norma processual, observá-lo nada mais é do que aplicar o devido processo legal, em
sua dimensão formal. Não existe uma dimensão processual do princípio da legalidade que se
distinga da dimensão formal do devido processo legal.

Como norma material (ou norma de decisão), o princípio da legalidade impõe que o juiz
decida os casos em conformidade com o Direito, com o ordenamento jurídico, e não apenas
com base na lei, que é apenas uma de suas fontes.

Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.

Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:

I – à tutela provisória de urgência;

II – às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;

III – à decisão prevista no art. 701 (monitória).

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DA PARTE GERAL

O Código Penal é dividido em duas partes: a parte geral e a parte especial. A parte geral aborda os
temas que norteia o juiz na verificação de determinada ocorrência de cunho penal, como por
exemplo os requisitos para a fixação da pena após a condenação por um crime.

Já na parte especial do código estão localizados crimes em espécie, ou seja, o tipo penal de
determinado crime e sua respectiva pena, como por exemplo o crime de furto. L

TÍTULO II: DO CRIME

Trata-se do título II do Código Penal, que está previsto no arts. 13 ao 25. Este tema é extremamente
importante para o MP PB.

Comentário:

O código penal adota a teoria tripartida do crime, no qual os elementos do crime é fato típico,
antijurídico e culpável. Desta forma, a culpabilidade integra o crime em si. Caso não houver
culpabilidade, não haverá crime.

Fato típico

Crime Antijurídico

Culpável

Relação de causalidade

Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu
causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.

Comentário:

Importante

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A relação de causalidade é o vínculo entre a conduta praticada pelo agente e o resultado obtido.
Desta relação, o código penal adotou a teoria da equivalência dos antecedentes, na qual será
penalmente relevante toda contribuição para o resultado obtido.

Superveniência de causa independente

Art. 13, § 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando,


por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.

Comentário:

As causas relativamente independentes supervenientes podem ser de duas formas: a) não


produziram por si só o resultado e b) produziram por si só o resultado.

Ex.:

a) O indivíduo A, com intenção de matar, efetua disparos de arma no tronco de B. Em razão da sua
má pontaria, atinge o pulmão direito de B, que é conduzido até o hospital mais próximo e, por
imperícia do médico de plantão B vem a falecer.

Neste caso, B provavelmente morreria pelo tiro efetuado por A. Sob este aspecto, A responderá pelo
resultado, como no caso, homicídio consumado.

b) O indivíduo A, com intenção de matar, efetua disparos de arma de fogo contra B. B é devidamente
socorrido e enquanto se recupera no hospital a ala que estava pega fogo e B vem a falecer em
decorrência do fogo.

Já neste outro caso, B morreu por uma circunstância imprevisível. Desta forma, A responderá
somente pelos atos praticados e não pelo resultado, como no caso, a tentativa de homicídio.

Relevância da omissão

Art. 13, § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar
o resultado. O dever de agir incumbe a quem:

a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância (a posição de garante);

b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;

c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.

Comentário:

Importante

A omissão não é típica, por não estar pelo tipo penal, somente se torna penalmente relevante
quando estiver presente o dever de agir. Ademais, além da necessidade do dever agir, é necessário
verificar, no caso concreto, o poder de agir sendo a possibilidade real e efetiva de evitar o resultado.

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Crime consumado

Art. 14 - Diz-se o crime:

I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;

Comentário:

Crime Instantâneo Crime Permanente Crimes instantâneo de efeitos


permanentes

Consumação ocorre em Consumação ocorre em momento Consumação ocorre em momento


momento determinado determinado determinado, mas o efeito
causado é irreversível.
Ex.: a consumação do roubo Ex.: a consumação do roubo
ocorre com a inversão da posse ocorre com a inversão da posse Ex.: homicídio
do bem do bem

Momento da jurisprudência

Súmula 610, STF: há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o
agente a subtração de bens da vítima.

Súmula 96, STJ: o crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem


indevida.

Tentativa

Art. 14 - Diz-se o crime:

II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do
agente.

Parágrafo único - salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente
ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.

Comentários:

Requisitos da tentativa – “Quero prosseguir, mas não posso”

Início da execução do crime


Não consumação por circunstancias alheias à vontade do agente
Dolo na consumação

Pena da Tentativa

Art. 14, Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.

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Comentário:

Qual o critério utilizado pelo magistrado para diminuir a pena no caso de tentativa?

É a proximidade da consumação, ou seja, quanto mais próximo esteja o agente menor o redutor a
ser aplicado.

Importante

Exceções do CP – Equiparação de tentativa e consumação

Crimes de atentado ou empreendimento (crimes em que o tipo penal equipara tentativa e


consumação)

Ex.: Art. 352 do CP – Evasão mediante violência contra a pessoa

Importante

Teoria adotada pelo Código Penal

I) Teoria objetiva ou realística: a tentativa deve ser punida de forma mais branda, porque o bem
jurídico não foi lesado, portanto o sujeito será punido proporcionalmente aos atos praticados.
Adotada pelo CP.

II) Teoria subjetiva ou voluntarística: a tentativa deve ser apenada do mesmo modo que o crime
consumado, pois o dolo é o mesmo. Não diferencia o crime tentado do consumado, já que leva em
conta a intenção do agente. Adotada como exceção nos crimes de atentado ou empreendimento.

III) Teoria sintomática: concentra-se na análise da periculosidade, autorizando a punição pelos atos
preparatórios. Não se aplica no direito penal brasileiro (direito penal do autor).

IV) Teoria subjetivo-objetiva ou da impressão: o fundamento da punição é representado pela


junção da avaliação da vontade criminosa com um princípio de risco ao bem jurídico protegido.

Espécies de tentativa:

Tentativa cruenta (vermelha) O objeto material (pessoa ou coisa que recai a conduta) é atingido.

Tentativa incruenta (branca) O objeto material não é atingido.

Tentativa perfeita (crime Ocorre o esgotamento dos atos executórios. Arrependimento eficaz
falho)

Tentativa imperfeita Ocorre uma interrupção dos meios executórios.

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Tentativa abandonada Desistência voluntária

Tentativa inidônea ou Crime impossível


inadequada

Tentativa fracassada Quando o agente desiste de prosseguir na execução, não porque

voluntariamente não quer a consumação não ocorre, mas por supor que

não conseguirá a consumação com os meios que tem a sua disposição.

Importante

Não admitem a tentativa - Mnemônico: CHOUP CULPOSO

Contravenção penal Não se admite a tentativa por expressa previsão legal (art. 4º, LCP). Não é que
faticamente não exista, mas que juridicamente não interessa.

Crime Habitual O crime habitual não admite a tentativa porque, ou existe a reiteração de atos e o
delito está consumado, ou há um só ato e o fato é atípico.

Crimes omissivos A tentativa é incompatível com o crime omissivo próprio porque basta a omissão
próprios para a configuração do crime, não havendo espaço para a tentativa. O tipo penal
não exige resultado naturalístico.

Ex.: Crime de omissão de socorro – art. 135 (o agente presta o socorro e não comete
o crime ou não presta assistência e o crime é consumado).

Crime Nos crimes unissubsistentes, a execução não admite fracionamento do iter criminis.
unissubsistente
Exemplos: i) delito omissivo puro; e ii) delito de mera conduta (cuidado, pois a
violação de domicílio, na modalidade entrar, é um crime de mera conduta que
admite a tentativa, por sua execução poder ser fracionada.

Crime preterdoloso Não há dolo de consumação em relação ao subsequente culposo, mas o dolo
existente no antecedente (que é doloso).

Ex.: lesão corporal seguida de morte. O dolo de consumação era para a lesão
corporal, pois a morte não foi visualizada como certa.

Crime culposo O crime se consuma porque o agente não observou o dever objetivo de cuidado e
não porque havia dolo de consumação.

Exceção: culpa imprópria (o agente quer um resultado certo, ainda que sob
descriminante putativa).

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Desistência voluntária e arrependimento eficaz

Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o


resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.

Comentário:

Aprenda de uma vez todas as diferenças: vem comigo e não erre mais esse assunto nas provas!

Desistência Voluntária Arrependimento Eficaz

Desiste antes de encerrar os atos executórios Desiste depois de encerrar os atos executórios

O agente desiste de continuar a execução do ato que Pratica nova conduta para impedir o resultado
levaria ao resultado delitivo

Crime unissubsistente (composto por um único ato) – O agente executa toda a ação criminosa, encerra
não comporta desistência voluntária os atos executórios, porém consegue evitar o
resultado

“Eu posso prosseguir, mas não quero” Instituto somente é cabível para crimes materiais

Tentativa abandonada Tentativa perfeita ou acabada

Importante

Tanto para a desistência voluntária quanto para o arrependimento eficaz é necessário que haja a
voluntariedade do agente e a eficácia capaz de evitar o resultado.

Consequência dos dois institutos: só responde pelos atos já praticados. Ex.: não responde por
tentativa de homicídio, mas lesão corporal.

Arrependimento posterior

Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou
restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena
será reduzida de um a dois terços.

Comentário:

Desistência voluntária e arrependimento eficaz Arrependimento posterior

O agente retoma a situação de licitude e desiste de Aqui o agente não retoma a situação de licitude,
dar continuidade ao que se propôs, por não sendo beneficiado pela excludente de
circunstâncias inerentes à sua vontade (diferente da tipicidade, mas terá sua pena reduzida.
tentativa)

Não houve consumação Houve consumação

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Desistência voluntária: o agente desiste, mas ainda Requisitos:
tem meios executórios disponíveis.
1) Crime sem violência ou grave ameaça à pessoa;
Arrependimento eficaz: o agente desiste após
A violência contra a coisa ou a violência culposa
esgotar todos os meios executórios disponíveis.
não excluem o benefício.

2) Reparação do dano ou restituição da coisa

Essa atitude deve ser voluntária (sem coação


física ou moral e não precisa ser espontânea),
pessoal (salvo em comprovada impossibilidade,
ex.: preso) e integral (STF tem julgamento
entendendo pela possibilidade de reparação
parcial do dano quando analisadas as
circunstâncias fáticas)

No concurso de pessoas, a reparação do dano ou


restituição da coisa se estende a todos os
coautores, em razão da sua natureza objetiva.

3) Até o recebimento da denúncia ou queixa

Se ocorrer até esse momento, mas antes do


julgamento, aplica-se a atenuante genérica.

Causa de excludente da tipicidade (prevalece) Causa de diminuição de pena (tem aplicação na 3º


fase de aplicação da PPL)

Momento da jurisprudência

Súmula 554, STF: O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento
da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal.

Informativo 973: É possível o reconhecimento da causa de diminuição de pena prevista no art. 16


do Código Penal (arrependimento posterior) para o caso em que o agente fez o ressarcimento da
dívida principal (efetuou a reparação da parte principal do dano) antes do recebimento da denúncia,
mas somente pagou os valores referentes aos juros e correção monetária durante a tramitação da
ação penal. É suficiente que ocorra arrependimento, uma vez reparada parte principal do dano, até
o recebimento da inicial acusatória, sendo inviável potencializar a amplitude da restituição. STF. 1ª
Turma. HC 165312, Rel. Min. Marco Aurélio, j. em 14/04/2020 - Informativo 973.

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LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 - CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO

Institui o Código Civil.

TÍTULO I: DAS PESSOAS NATURAIS

O Título I se refere às Pessoas Naturais, um dos principais temas em Direito Civil para concursos
públicos. Dessa forma, o candidato deverá ter bastante atenção neste assunto.

Capítulo I - Da personalidade e da capacidade

Art. 1º Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.

CAPACIDADE DA PESSOA NATURAL

Capacidade de Capacidade para ser sujeito de direitos e deveres na ordem civil. Todas pessoas
direito (jurídica ou de possuem.
gozo)

Capacidade de fato Capacidade para exercer direito. Algumas pessoas não possuem.
(exercício)
De acordo com o Código Civil, a capacidade de fato ocorre quando a pessoa faz
18 anos.

Capacidade civil Trata-se da reunião da capacidade de direito e capacidade de fato.


plena

Personalidade São os direitos subjetivos existenciais, que tutelam atributos que são inerentes à
pessoa humana.

Legitimidade Trata-se de capacidade processual

Corresponde a uma das condições da ação previstas no art. 17 do CPC/15

Legitimação Trata-se de capacidade especial para o exercício de determinado ato jurídico.

Ex.: necessidade de outorga conjugal para venda de imóvel.

Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo,
desde a concepção, os direitos do nascituro.

Jornadas de Direito Civil:

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Jornada de Direito Civil 1: A proteção que o Código defere ao nascituro alcança o natimorto no
que concerne aos direitos da personalidade, tais como: nome, imagem e sepultura.

Jornada de Direito Civil 2: Sem prejuízo dos direitos da personalidade nele assegurados, o art. 2º
do Código Civil não é sede adequada para questões emergentes da reprogenética humana, que deve
ser objeto de um estatuto próprio.

Comentário:

Pessoa é o ser (pessoa natural) ou ente (pessoa jurídica) dotado de personalidade.

A pessoa natural é reconhecida pelo ordenamento (preexiste ao ordenamento), já a pessoa jurídica


é concebida pelo ordenamento jurídico. Ambas são dotadas de personalidade.

Por sua vez, a personalidade é um vocábulo que no Direito Civil tem duplo sentido técnico.

No capítulo I, do Título I da Parte Geral do CC a personalidade mencionada é a personalidade jurídica


ou personalidade civil (Art. 1º a 10, CC). Refere-se à ideia de titularidade de bens ou relações jurídicas.
A Personalidade jurídica/civil é uma aptidão genérica para que o sujeito possa ser titular de direitos
e deveres na ordem jurídica. Essa personalidade é um atributo da pessoa natural e da pessoa
jurídica.

No capítulo II, encontram-se os Direitos da Personalidade (Art.11 a 21, CC), que são os direitos
subjetivos existenciais, que tutelam atributos que são inerentes à pessoa humana. Só serão
titularizados por pessoas naturais. Pessoa Jurídica não é titular de direitos de personalidade.

Fique atento

O art. 52 do Código Civil diz que se pode aplicar às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção
conferida as pessoas naturais. Mas não significa que elas são titulares de direitos da personalidade.

Quando se inicia a proteção à personalidade? Nosso ordenamento possui algumas teorias sobre o
início da personalidade que não são recentes, pois foram construídas sob a vigência do Código
Civil de 1916. Essas teorias foram criadas para regulamentar a personalidade sob a ótica do Código
de 1916, e, portanto, é importante lembrar que a personalidade prevista era a personalidade jurídica
ou civil.

O Código passado não estabelecia qualquer previsão para a proteção aos direitos da personalidade,
que foram normatizados apenas no Código Civil de 2002.

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TEORIAS

Teoria natalista O início da personalidade jurídica ou civil se dá a partir do momento em que há o

nascimento com vida – Art. 2º, primeira parte, CC/02.

Teoria O início da personalidade estaria ligado ao momento da concepção. Quando o óvulo


concepcionista feminino é fecundado pelo espermatozoide masculino temos a formação de um

embrião que se dá por meios naturais ou por técnicas de reprodução assistida.

Teoria da Uma subcorrente da teoria concepcionista, pois prevê que o início da personalidade
personalidade se dará desde a concepção, desde que houvesse o nascimento com vida. Ou seja, o
condicionada nascimento com vida seria uma condição, um evento futuro e incerto, que quando

implementado faria com a proteção à personalidade se desse de maneira retroativa e

fictícia desde o momento em que houve a concepção.

Para aplicar essas teorias, analisa se a proteção está relacionada à personalidade civil ou aos direitos da

personalidade.

O Código Civil foi claro: o sujeito só poderá se tornar titular de direitos e deveres no momento em que

nascer com vida. Para a personalidade civil aplicaremos a teoria natalista.

Comentário:

Nascituro é aquele sujeito que já foi concebido, mas ainda não nasceu.

O nascituro não detém personalidade jurídica. Somente com o nascimento com vida ele poderá
ser titular de direitos de caráter patrimonial. Até pode ser feito uma doação ou um testamento para
o nascituro, mas enquanto não nascer com vida existe uma mera expectativa de direito que se
converterá em direito subjetivo a partir do momento em que nascer com vida.

Já a teoria concepcionista, segundo o STJ e a doutrina majoritária, será aplicável para os direitos da
personalidade.

Resumindo:

Os direitos da personalidade são protegidos desde a concepção.

O nascituro tem proteção aos seus direitos de personalidade? Sim. Ex.: direitos à honra,
imagem, ao corpo, à integridade física e psíquica.

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Teoria natalista: personalidade jurídica

Teoria concepcionista: direitos da personalidade

Resumo sobre Nascituro

Não tem personalidade jurídica (aplicação da teoria natalista – ainda não nasceu com vida);

Quanto a direitos patrimoniais tem mera expectativa de direito;

Pode ser contemplado em liberalidades (Ex.: 542, CC - doação);

Já terá proteção a seus direitos da personalidade (aplicação da teoria concepcionista);

Poderá ser contemplado em indenizações por dano moral (STJ), pois possui proteção aos direitos

da personalidade;

Se nascer morto (natimorto) terá proteção existencial (Enunciados do CJF e Doutrina).

Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de
16 (dezesseis) anos. Lei nº 13.146/15

I - (Revogado); Lei nº 13.146/15

II - (Revogado); Lei nº 13.146/15

III - (Revogado). Lei nº 13.146/15

Não é admitida, pelo ordenamento jurídico, a declaração de incapacidade absoluta às


pessoas com enfermidade ou deficiência mental. STJ. 3ª Turma. REsp 1.927.423/SP, Rel. Min. Marco
Aurélio Bellizze, j. 27/04/2021 (Info 694)

Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: Lei nº 13.146/15

I - os maiores de dezesseis e menores de 18 anos;

II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; Lei nº 13.146/15

III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; Lei nº
13.146/15

IV - os pródigos.

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os maiores de dezesseis e menores de 18


anos;

os ébrios habituais e os viciados em


São incapazes, relativamente a tóxico;
certos atos ou à maneira de os
exercer:
aqueles que, por causa transitória ou
permanente, não puderem exprimir sua
vontade;

os pródigos.

Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. Lei nº 13.146/15

Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática
de todos os atos da vida civil.

Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:

I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público,
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor
tiver dezesseis anos completos;

II - pelo casamento;

III - pelo exercício de emprego público efetivo;

IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;

V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que,
em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.

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TIPOLOGIA TEXTUAL

1) TIPOS TEXTUAIS

Os tipos textuais são o conjunto de estruturas que constituem textos de diferentes gêneros textuais,
em outras palavras, é o modo como um texto se apresenta.

Eles se dividem em cinco: narrativo, descritivo, expositivo (informativo), argumentativo


(dissertativo) e injuntivo.

1.1) Narrativo

O texto narrativo retrata uma sucessão de fatos, e é composto pelos seguintes elementos:
personagens, tempo, espaço e enredo (sucessão de acontecimentos).

É o relato de uma história vivida por personagens ao longo do tempo e do espaço, trazendo consigo
sempre uma progressão temporal.

No texto narrativo, contém, ainda, trechos descritivos.

1.2) Descritivo

O texto descritivo faz menção as características ou qualidades de alguém ou de alguma coisa.


Características são atributos específicos ao ser, enquanto qualidades determinam a essência ou a
natureza de um ser ou coisa a serem descritos.

A tipologia textual na forma de descrição pode se referir, por exemplo, a uma pessoa, um ambiente,
um processo, ou uma cena, de forma simultânea.

1.3) Expositivo (informativo)

O texto expositivo apresenta um assunto sem apresentar uma opinião ou uma tese.

Esta tipologia textual se pauta numa linguagem objetiva, isto é, uma linguagem direcionada ao
objeto apresentado, e não ao sujeito em questão.

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1.4) Argumentativo (dissertativo)

No texto argumentativo o assunto é apresentado sob a perspectiva do autor, trazendo trechos


expositivos ou informativos para compor uma análise.

Neste tipo texto identifica-se os seguintes elementos: uma introdução (tese), argumentos
(desenvolvimento) e uma conclusão, a fim de consolidar os argumentos.

Diferentemente dos textos descritivos e expositivos onde há predominantemente fatos, o texto


argumentativo contém uma opinião a partir dos fatos apresentados.

1.5) Injuntivo

O texto injuntivo (ou conhecido como instrucional), que se propõe a orientar, prescrever e instruir.

Frequentemente há verbos no imperativo.

Utilizado também para apontar acontecimentos e comportamentos.

ESQUEMATIZANDO O CONTEÚDO

TIPO OBJETIVO CARACTERÍSTICAS

Narrativo Retratar uma sucessão de Apresenta uma progressão temporal


fatos

Descritivo Retratar uma realidade Apresenta fatos e ações


estática simultaneamente

Expositivo Informar Linguagem objetiva, sem opinião do


(informativo) autor

Argumentativo Desenvolver um tema a partir Apresenta fatos e argumentos a fim de


(dissertativo) da perspectiva do autor fundamentar uma tese

Injuntivo Orientar, prescrever e instruir Linguagem imperativa

2) GÊNEROS TEXTUAIS

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Os gêneros textuais são as classificações utilizadas para definir os textos de acordo com as
características comuns em relação à linguagem e ao conteúdo.

São identificados com base no objetivo, função e no contexto do texto.

Há diversos gêneros textuais, os quais estabelecem uma interação entre os interlocutores (emissor e
receptor) de determinado enunciado. Abaixo os principais exemplos:

2.1) Crônica

É um texto curto na forma de prosa que retrata acontecimentos cotidianos.

A linguagem utilizada é subjetiva (uso de primeira pessoa e juízo de valor).

Geralmente produzido para meios de comunicação (jornais, revistas, etc.).

2.2) Conto

É um texto de narrativa curta, que contém enredo, personagens, tempo e espaço.

2.3) Artigo de opinião

Texto que retrata de temas da atualidade e é veiculado geralmente nos meios de comunicação
(televisão, rádio, jornais ou revistas).

2.4) Editorial

Dispõe sobre a opinião de um jornal ou revista em relação a um relevante assunto.

2.5) Notícia

Texto que informa sobre fatos e acontecimentos da atualidade.

2.6) Reportagem

Retrata fenômenos sociais ou políticos e acontecimentos gerados no espaço público e que são de
interesse de todos.

Apresenta reiteradamente polifonia (participação de outras pessoas em entrevistas, além do autor).

As opiniões, quando apresentadas, geralmente não são do autor, mas sim dos entrevistados.

ESQUEMATIZANDO O CONTEÚDO

A seguir o tipo textual correspondente a cada gênero textual apresentado:

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Narrativo Descritivo Expositivo Argumentativo Injuntivo

Conto,
Manual de
crônica e Cardápio Texto didático Carta aberta
instrução
romance

Relato Tese, editorial


Notícia Palestra Propaganda
descritivo e crônica

Artigo de
Biografia /
Reportagem Reportagem opinião/ Receita
Autobiografia
científico

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