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Fundamentos da República
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem
como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
V - o pluralismo político.
Obs.: A forma federativa de Estado não pode ser abolida, encontrando-se entre as
cláusulas pétreas do art. 60, §4º, que trataremos em outra oportunidade.
SOBERANIA
CIDADANIA
DIGINIDADE DA PESSOA HUMANA
OS VALORES SOCIAIS DO TRABALHO E DA LIVRE INICIATIVA
PLURALISMO POLÍTICO
Origem do Poder
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
O povo age através de seus representantes eleitos. Mas a participação do povo, por vezes,
se dá diretamente como ocorre na iniciativa popular do projeto de lei, ou no plebiscito, ou
no referendo. (Vide Art. 14)
Poderes da União
Objetivos Fundamentais
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.
Construir
Garantir
Erradicar/Reduzir
Promover
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:
I - independência nacional;
IV - não-intervenção;
VI - defesa da paz;
OBS.: Asilo político: consiste no acolhimento de estrangeiro perseguido pelo seu Estado
de origem, ou outro, em razão de dissidência política, de crimes políticos, de crimes de
opinião ou contra a segurança do Estado. Não se incluem nos motivos para o asilo as
infrações penais comuns.
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS > DOS DIREITOS E
DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Igualdade
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
Trata-se de igualdade formal, ou seja, igualdade diante da lei e da sociedade. Não se trata,
evidentemente, de igualdade material (real ou absoluta), uma vez que cada indivíduo vive
dentro de características e circunstâncias próprias.
Liberdade de ação
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
Proibição da tortura
O inciso XLIII do mesmo artigo prevê a tortura como crime inafiançável e insuscetível de
graça ou anistia. Mas não é imprescritível.
Liberdade de Pensamento
O inciso IV, ao enunciar a livre manifestação do pensamento, defende não só o seu direito
de pensar, mas principalmente a sua liberdade de expressá-lo. O Estado não pode entrar
em sua mente e julgá-lo, portanto, ele atua e tutela sobre a materialização do que se passa
por lá, que é a transmissão do pensamento para o meio verbal, físico ou simbólico. Dessa
forma, a proibição do anonimato só faz sentido se estiver ligada à liberdade manifestação
do pensamento, pois ele pode, por exemplo, encobrir violações da honra e da imagem de
terceiros, algo protegido pelo inciso X da Constituição.
Direito de Resposta
Assim, o direito de resposta garante que quando há uma ofensa ou divulgação de notícia
incorreta sobre uma pessoa ou organização, mesmo que por um erro de informação não
intencional, lhe seja concedido o direito de se defender da ofensa ou de corrigir a
informação incorreta no mesmo veículo de comunicação que a ofendeu. Isto é, o veículo
responsável por publicar a ofensa ou a informação incorreta deverá divulgar a defesa ou a
correção no seu próprio canal de comunicação – seja no jornal impresso, na televisão, na
rádio, em blogs, entre outros.
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta
e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
Inviolabilidade domiciliar
O §4º do art. 150 do Código Penal estabelece que a expressão “casa” compreende:
III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.
Em regra, ninguém pode entrar em uma casa (nem mesmo o proprietário) sem a
permissão do respectivo morador. Em outras palavras, qualquer pessoa, a qualquer hora
do dia ou da noite, pode entrar em uma casa apenas com a permissão do seu respectivo
morador.
Mas, o direito à inviolabilidade da casa não é um direito absoluto, pois apresenta algumas
exceções dispostas na própria Constituição Federal. A violação do domicílio é
permitida, sem o consentimento do morador, nas seguintes situações:
Flagrante delito;
Desastre;
Prestação de socorro;
Por determinação judicial (durante o dia).
Direito à privacidade
Mais adiante, nos artigos 136 e 139, você verá que no estado de defesa pode haver
restrições aos direitos de sigilo de correspondência e sigilo de comunicação telegráfica, e
no estado de sítio poderão se adotadas medidas de restrições relativas à inviolabilidade da
correspondência, ao sigilo das comunicações. Então, essas são as exceções da
inviolabilidade ao sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas.
Quanto ao sigilo das comunicações telefônicas a quebra será permitida nas hipóteses e na
forma que a lei estabelecer e para fins de investigação criminal ou instrução processual
penal.
No que tange a inviolabilidade de dados o tema é controverso de modo que não deve ser
fruto de questão do CHS.
Liberdade de profissão
Porém, como dito acima, para que a profissão seja legal, suas ações não podem ir contra
as leis. Portanto, o livre exercício profissional pode ser, sim, restringido. Existem limites a
essa liberdade. Alguns trabalhos, ofícios e profissões podem, por exemplo, exigir uma
qualificação extra, isto é, conhecimentos necessários e essenciais para a prática da
atividade profissional que estão previstos em lei federal, como o exame de ordem (OAB –
Ordem dos Advogados do Brasil) para o exercício da profissão de advogado ou
a inscrição no Conselho Regional de Medicina (CRM) para médicos.
Liberdade de locomoção
Porém, como o próprio inciso deixa claro em seu texto, existem limites à liberdade de
locomoção. O primeiro deles é que esse direito só é válido em tempos de paz, podendo ser
impedido esse exercício caso seja decretado Estado de Sítio (Art. 137, CF), como em
casos de guerra. Outro ponto importante é que a liberdade de locomoção vale apenas para
os espaços públicos, dando poder de restrição às propriedades privadas. Dentro do próprio
artigo 5º, no inciso LIV, apresenta-se mais uma forma de privação da liberdade de
locomoção, mas a partir de decisão do Poder Judiciário. Nele, é consentido ao Estado,
seguindo os devidos processos legais (Art.93º, inciso IX, CF), a privação de liberdade e/ou
dos bens da pessoa.
Liberdade de Reunião
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade
competente;
- Caso haja outra reunião marcada para a mesma data, horário e local, a que se organizou
primeiro tem o direito de realizar o evento, enquanto a seguinte deverá alterar o dia, a hora
ou o espaço em que a manifestação será feita;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
Dissolução de associações
OBS.: Para utilizar da propriedade, o Estado não precisa desembolsar nenhum valor. Mas,
se durante o tempo de utilização, acontecer algo que cause danos ou perda de valor da
propriedade, o proprietário tem o direito de pedir uma indenização posterior.
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela
família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua
atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua
utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos
nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei
brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais
favorável a lei pessoal do "de cujus";
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena
de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado;
Inafastabilidade da jurisdição
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
O ato jurídico perfeito é o que já foi regularmente concluído de acordo com as normas
vigentes na data de sua constituição.
Coisa julgada é a questão que foi objeto de decisão judicial de que já não caiba recurso.
Júri
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei,
assegurados:
a) a plenitude de defesa;
Compete ao Júri o julgamento dos crimes dolosos contra a vida (Art. 121 a 127 do CP).
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
Racismo
ATENÇÃO
A injúria racial está prevista no artigo 140, parágrafo 3º, do Código Penal, que estabelece a
pena de reclusão de um a três anos e multa, além da pena correspondente à violência,
para quem cometê-la. De acordo com o dispositivo, injuriar seria ofender a dignidade ou o
decoro utilizando elementos de raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa
idosa ou portadora de deficiência.
b) perda de bens;
c) multa;
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus
filhos durante o período de amamentação;
Extradição de brasileiro
Quanto ao brasileiro naturalizado a regra é que não possa ser extraditado, salvo em
relação a crime comum cometido antes da naturalização ou envolvido em tráfico de
entorpecentes e drogas afins.
O estrangeiro pode ser extraditado, em regra, mas não pode ser extraditado no caso de
crime político ou de opinião.
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas
hipóteses previstas em lei;
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no
prazo legal;
Ação Penal Privada Subsidiária da Pública – são aqueles casos em que, diversamente das
ações penais privadas exclusivas, a lei não prevê a ação como privada, mas sim como
pública (condicionada ou incondicionada). Ocorre que o Ministério Público, Titular da Ação
Penal, fica inerte, ou seja, não adota uma das três medidas que pode tomar mediante um
Inquérito Policial relatado ou quaisquer peças de informação (Propor o arquivamento,
Denunciar ou requerer diligências). Para isso o Ministério Público tem um prazo que varia
em regra de 5 dias para réu preso a 15 dias para réu solto. Não se manifestando (ficando
inerte) nesse prazo, abre-se a possibilidade para que o ofendido, seu representante legal
ou seus sucessores (art. 31, CPP c/c art. 100, § 4º., CP), ingressem com a ação penal
privada subsidiária da pública.
Isso tem previsão constitucional (artigo 5º., LIX, CF) e ordinária (artigos 100, §
3º., CP e 29, CPP). Assim é conteúdo do CHS tanto em Direito Constitucional, quanto
Direito Penal e Processual Penal.
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada
de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado,
sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
provisória, com ou sem fiança;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
Habeas Corpus
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de
poder;
É um “remédio” constitucional que garante o direito individual de locomoção, a liberdade de
ir, vir e permanecer.
Cabe contra ato ilegal de autoridade. Mas, por exceção, tem-se admitido a impetração
também contra arbitrariedades particulares quando evidente o constrangimento ilegal,
como no exemplo de uma internação forçada de pessoa em casa de saúde mental.
É gratuito (LXXVII). Pode ser impetrado por qualquer pessoa, com ou sem advogado, em
benefício próprio ou alheio.
Mandado de segurança
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público;
O mandado de segurança é uma ação (ou remédio constitucional) para proteger direito
líquido e certo. Direito líquido e certo é o que independe de qualquer outra prova além da
documentação juntada na inicial.
Primeiramente, tem legitimidade para impetrar a ação coletiva o partido político com
representação no Congresso Nacional. Para configurar essa representação, basta apenas
1 (um) parlamentar do partido eleito para a Câmara dos Deputados ou Senado Federal.
Além dos partidos políticos, são também legitimados para a impetração de mandado de
segurança coletivo organização sindical, entidade de classe e a associação, desde que
atendam aos requisitos constitucionais. São eles estar legalmente constituída, atuar em
defesa de interesses de membro ou associados e ainda, para o caso exclusivo das
associações, estar funcionando há pelo menos 1 (um) ano. (Atenção!)
Mandado de injunção
Deve ser interposto perante o STF ou STJ conforme o caso (ver art. 102, I, “q” / art. 105, I,
“h”)
Habeas data
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial
ou administrativo;
Habeas data é uma ação para obter o acesso do interessado ao que consta sobre ele em
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público, ou para
alcançar sua retificação.
Não cabe habeas data se a entidade não recusou as informações ou a retificação dos
dados. Desta forma, é necessário pedido prévio junto à Administração.
É gratuito (LXXVII)
Ação Popular
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
Ação popular é a ação pela qual o cidadão (eleitor) pode pleitear a anulação de ato lesivo
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, ou lesivo à moralidade
administrativa, ao meio ambiente ou ao patrimônio histórico e cultural.
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso
além do tempo fixado na sentença;
b) a certidão de óbito;
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os
atos necessários ao exercício da cidadania.
Note-se que não são todos os tratados e convenções que terão o status de Emenda
Constitucional, mas aqueles que versarem sobre Direitos Humanos e forem aprovados
duas vezes no Senado Federal e na Câmara de Deputados com o quórum específico de
três quintos dos votos dos respectivos membros.