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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

JORNALISMO

Disciplina: Direito e Deontologia em Comunicação

Prof. José Arnold da Serra Costa Filho

Discente: Dyego Márcio Amorim Silva

TÍTULO I DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide Lei nº 13.874, de 2019)

V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

O Art 1º da constituição está relacionado ao caráter de soberania do país, isto


significa que o Brasil não se submete a nenhum outro país.
Inciso IV se refere aos fundamentos que reforçam que o país é um Estado
capitalista. A Liberdade de Iniciativa é a liberdade de contratos um principio essencial
para o liberalismo, desta forma o IV inciso fundamenta uma ordem econômica e
autoriza o livre exercício de qualquer atividade econômica, com exceção é claro dos
casos previstos em lei.
Inciso V, pluralismo político é o inciso que garante a participação de diferentes
grupos sociais dentro do processo político, dando liberdade politica aos cidadãos a
escolher qualquer grupo político. Esse inciso é uma proteção contra medidas autoritárias
como no período do regime militar no Brasil que era o Bipartidarismo.
Parágrafo único deixa claro que o poder de decisão deve vir do povo a partir de
seus representantes, nesse momento já é possível notar o direito à cidadania.

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;

Art 4º Conta com princípios gere o Brasil em suas relações internacionais. Esses
parâmetros são fundamentais para orientar qualquer atuação politica externa do País. O
inciso II trata da prevalência dos direitos humanos em relações internacionais, sendo
assim, o Estado brasileiro deve tratar toda a vida humana de forma digna, seja dentro ou
fora do Brasil, além de repudiar toda forma de tratamento degradante.
O inciso III se refere a autodeterminação dos povos, ou seja, garante a todo país
o direito de autogovernar, sem nenhuma intervenção do Brasil. Desta forma o Estado
deixa claro que não vai intervir na soberania de nenhum outro país.
O Inciso IV complementa o inciso III, pois trata da não-intervenção, isto
significa que o país não irá utilizar de proibições e ameaças contra a independência
politica e as integridades territoriais de outros países.

TÍTULO II DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO I DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS


Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de
lei;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por
dano material, moral ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre
exercício
dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias
O Art 5º da constituição determina quais são os nossos direitos e deveres
fundamentais. Logo no Caput já apresenta a ideia principal do artigo e dos seus incisos,
sendo o direito à vida, liberdade, igualdade, segurança e a propriedade. Esses termos são
inclusive semelhantes aos da revolução francesa.
No inciso I é tratado das relações de igualdade de homens e mulheres perante a
lei, mas isso não de forma absoluta, apenas em questões de isonomia formal, pois no
final do inciso I é dito, nos termos desta constituição, pois a exemplo do imposto de
renda existe um tratamento desigual entre os contribuintes, então em situações
isonômicas formais somos tratados da mesma forma.
Inciso II, todo cidadão é livre para fazer tudo o que a lei não proíbe, sendo
assim, enquanto não houver uma regulação em caráter de lei ou de caráter provisório é
possível fazer, desta forma a lei nos protege de atuações jurídicas de forma
indiscriminada, já que não é possível alegar que seja imperativo de consciência.
Inciso IV, está relacionado a liberdade de expressão e protege o cidadão conta a
censura, uma das principais características do modelo de governo anterior a constituição
de 1988. Esse inciso além de garantir a liberdade de expressão, se complementa com o
inciso XIV que assegura o direito ao sigilo a fonte. Desta forma ressalta a liberdade de
pensamento dentro da democracia.
Inciso V complementa o inciso IV, assegurando a liberdade de expressão com
um direito de resposta proporcional ao do agravo.
Inciso VI está ligado a liberdade de crença e consciência, o Brasil garante a
liberdade de culto religioso, desde que não vá contra nenhuma lei.

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado
o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante
o dia, por determinação judicial;
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando
necessário ao exercício profissional;

Incisos X e XI estão relacionados ao direito da privacidade, regula os limites da


liberdade de informar sem invadir a invadir as intimidades de alguém, se houver uma
extrapolação quem fez isso fica sujeito a processos de danos morais, materiais ou de
imagem.
Inciso XIII diz que todo cidadão é livre para escolher qualquer profissão que seja
condicionada pela lei, ou seja, a profissão deve atender aos requisitos da lei.
Inciso XIV está relacionado ao inciso IV que trata sobre a liberdade de
expressão, no caso do inciso XIV é garantido o direito ao sigilo de fonte durante o
exercício profissional.

XXII - é garantido o direito de propriedade;


XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade
pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os
casos previstos nesta Constituição;

Incisos XXII e XXIII garantem o direito à propriedade, esse direito precisa


atender uma função social, pois a direito a propriedade é fundamental para garantir a
dignidade da pessoa humana. A função social serve para impor limites a liberdade
individual e garantir a harmonia em sociedade, por exemplo, se a casa estiver
abandonada ela não estará servindo a pessoa e ainda colocara toda a vizinhança em
perigo pois irá atrair a proliferação de pragas e animais.
Inciso XXIV é uma medida drástica de intervenção do Estado caso a
propriedade não atenda a função social, nesse momento os interesses do país sobrepõem
o interesse privado.

XXX - é garantido o direito de herança;


XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira
em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei
pessoal do "de cujus";
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei,
assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
O Inciso XXX se trata do direito de Herança, é o momento que um bem privado
é transferido a outra pessoa, esse inciso garante que ocorrerá essa transferência
conforme a lei.
Inciso XXXI trata de uma regra relacionada ao direito internacional, esse inciso
garante benefícios ao cônjuge estrangeiro ou os filhos brasileiros, sempre que a lei
brasileira seja mais favorável. Sendo assim se alguma lei estrangeira traga mais
benefícios para esses indivíduos esta lei irá prevalecer no lugar da lei brasileira.
Inciso XXXV trata de questões processuais, dando ênfase no dever do judiciário
de mitigar conflitos.
Inciso XXXVIII esse inciso se refere ao direito penal, apresentando algumas
regras para o júri popular, além de deixar claro a soberania dos vereditos, mas vale
lembrar que esse vereditos não são absolutos e apenas um júri refeito pode alterar esse
veredito, sendo assim nem o STF pode mudar essas decisões. Só se tem um júri em
casos de crimes dolosos contra a vida.

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da
tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como
crimes
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se
omitirem; (Regulamento)
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o
dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores
e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;

Inciso XXXIX se refere ao principio da reserva legal. A reserva legal são áreas
destinadas legalmente dentro de uma propriedade que devem ser mantidas intactas,
sendo assim, todas as outras áreas que não forem reservas legais podem ser devastadas
sem qualquer crime de lei.
Inciso XL, significa que a lei pode apenas favorecer o réu mesmo em casos
anteriores com sentenças julgadas.
Inciso XLII, XLII e XLIV, estão todos relacionados a crimes inafiançáveis, ou
seja, estes crimes não admitem pagamento de fiança e como consequência a liberdade
provisória. Os crimes citados são de racismo, pratica de tortura, tráfico ilícito de
entorpecentes, e terrorismo. Ou seja, pois todos esses crimes uma possível liberdade
provisória pode admitir um risco a sociedade.
Inciso XLV se trata do limite da ação penal, nenhuma pena pode ser transferida
de um condenado para outra pessoa, esse inciso assegura a harmonia da sociedade, pois
sem ela uma pessoa condenada poderia pagar para um cidadão comum cumprir a sua
pena, desta forma a pessoa condenada sairia impune de seus crimes.

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:


a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;

XLVII - não haverá penas:


a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;

O inciso XLVI trata de princípios para individualização da pena, esse inciso é


importante pois dessa forma é possível garantir uma pena assertiva para cada infrator.
Pois mesmo que dois infratores tenham cometido crimes idênticos, existem questões
subjetivas como os históricos pessoais que devem ser levados em consideração no
momento de se aplicar uma pena.
Inciso XLVII estabelece quais penas não devem ocorrer dentro do direito
brasileiro, apenas em situações de guerra declarada. É só permitido salvo em questões
militares pois esses tipos de penalidades vão contra os direitos fundamentais, por
exemplo o direito à vida.

LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente
militar, definidos em lei;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso
de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
Poder
Público;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados;

Inciso LXI trata da liberdade de ir e vir, e só podemos ter esse direito retirado
por meio de uma autoridade judiciaria competente, um juiz natural ou um policial
militar. A não ser em casos crimes militares onde a lei poderá indicar prisão.
Inciso LXVII é proibido prisão civil por dívida, existindo apenas três exceções.
Inciso LXVIII é direito de qualquer presidiário que se sentir ameaçado, ou
quando houver algum abuso de poder ou de autoridade, solicitar “habeas corpus”, ou
seja, uma ordem escrita para que se continue em liberdade.
Inciso LXIX trata dos requisitos para o mandado de segurança. É usado quando
uma ação necessita de muitas provas.
Inciso LXX se trata dos requisitos para o mandado de segurança coletivo. É
preciso ser de um partido político com representação no congresso, fazer parte de uma
organização sindical ou entidade de classe constituída a mais de um ano.

LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração


do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes
do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados,
em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004) (Atos aprovados na forma deste parágrafo: DLG nº 186,
de 2008 , DEC 6.949, de 2009 , DLG 261, de 2015 , DEC 9.522, de 2018 )
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha
manifestado adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Inciso LXXVIII trata da velocidade de um processo judicial e administrativo,


para isso são assegurados um tempo de duração estipulado.
O paragrafo 1º trata que esse processo deve seguir as normas definidoras dos
direitos e garantias, ou seja, é preciso se submeter as regras impostas pelo Estado.
O paragrafo 2º os direitos e garantias devem servir para dissolução de conflitos,
exercer um caráter apaziguador.
O paragrafo 3° trata do processo jurídico e de uma ordem jurídica em duas
perspectivas, o Estado como regulador normativo a partir do congresso nacional e o
Estado como protetor do individuo e da dignidade humana, assim previsto nas
convenções internacionais.
O paragrafo 4° assegura ao cidadão um processo jurídico justo, pois o Brasil se
submete à jurisdição de um Tribunal Penal Internacional.

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