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• 1. PODER CONSTITUINTE
(AULA 01) – Prof. Ricardo Beckman Cruz
• Constitucionalismo: É o estudo do Direito Constitucional ao longo do tempo, o que
permite traçar a evolução do desenvolvimento do próprio conceito de constituição.
Consubstancia o movimento histórico-cultural de natureza jurídica, política, filosófica
e social, com vistas à limitação do poder e à garantia dos direitos, que levou a
maioria dos Estados à adoção de Constituições formais.
• Canotilho define o conceito ideal de Constituição e seus 3 elementos
fundamentais:
• → Documento Escrito (Forma)
• → Garantia das liberdades (previsão de direitos fundamentais) e da
participação política do povo (participação popular no parlamento)
• → Limitação ao poder (separação de poderes) por meio de programas
constitucionais

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- O conceito contemporâneo de constituição foi adotado a partir do
advento da Constituição dos Estados Unidos de 1787.
Desde então, o Direito Constitucional passou a ser considerado um
ramo da ciência jurídica que tem 02 finalidades principais:
Organizar o Estado (forma federativa de Estado; separação de poderes;
forma republicana de governo; sistema presidencialista de governo)
Limitar o poder estatal (direitos e garantias fundamentais)

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1.2. Poder Constituinte
O Poder Constituinte é o poder que tem duas funções:
Criar a constituição => poder constituinte originário ou de 1º grau
Aperfeiçoar a constituição criada => poder constituinte derivado ou de 2º grau

A teoria do poder constituinte foi criada na França, no século XVIII, no período que
antecedeu a Revolução Francesa, apresentando-se as principais bases sobre a
manifestação do poder constituinte:
O Povo é o titular do Poder Constituinte, e essa titularidade é inalienável
Compete ao Povo o decidir o momento adequado de criar uma nova Constituição
Poder Constituinte ≠ Poder Constituído
(Povo) (Criados pelo povo e que integram a estrutura do Estado)

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a) Poder constituinte originário: Estabelece a Constituição de um novo
Estado. Atua tanto no surgimento de uma primeira Constituição quanto
na elaboração de qualquer Constituição posterior.
Originário Histórico: cria a 1ª constituição de um país (ex: Constituição
do Brasil de 1824)
Original Revolucionário: cria as demais constituições de um país (ex: o
poder que criou a CF/88, e a Constituição de 1891, 1934, 1937, 1946,
1497-69 do Brasil)

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Principais características do Poder constituinte originário:
a.1) Natureza política ou não-jurídica: o surgimento de uma nova constituição depende da
confluência de uma série de fatores políticos, sociais, econômicos e históricos.
a.2) Poder inicial: em termos jurídicos, a criação de uma nova constituição inaugura um
novo Estado.
a.3) Poder juridicamente ilimitado: não existem limites jurídicos à atuação do poder
constituinte originário. No entanto, existem limites metajurídicos, ou seja, limites sociais,
históricos, políticos e culturais.
a.4) Poder Autônomo: compete ao Povo/Nação decidir como será elaborada a nova
constituição.
a.5) Poder incondicionado: Não há um momento pré-fixado para a atuação do Poder
Constituinte originário. Cabe ao Povo/Nação decidir quando criar a constituição
a.6) Poder permanente: o Povo/Nação não se esgota com a criação da constituição. Após
elaborar a constituição, o povo entra em estado de latência até o momento de criar uma
nova constituição.
Obs: A Assembleia Nacional Constituinte de 1987/1988 foi o órgão criado para representar
o poder constituinte (povo). Esse órgão foi dissolvido com a criação da Constituição de
1988.

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b) Poder constituinte derivado: É proveniente da própria Constituição, pois decorre de uma regra
jurídica de autenticidade constitucional. Distingue-se, principalmente, por conhecer limitações
constitucionais expressas e implícitas e é passível de controle de constitucionalidade. Tem o papel
de aperfeiçoar a Constituição. Está previsto e limitado pela própria Constituição.
Poder constituinte derivado reformador: É responsável pela alteração do texto constitucional,
respeitada regulamentação especial prevista na própria Constituição e exercida por órgãos de
caráter representativo (no Brasil, pelo Congresso Nacional).
OBS: O art. 60, §4º da CF/88 contém as cláusulas pétreas. Tal dispositivo proíbe a deliberação das
propostas de emendas que pretendam abolir: a forma federativa do Estado; voto direto, secreto,
universal e periódico; separação dos Poderes e direitos e garantias individuais. Note que o
constituinte mencionou abolir, razão por que foi possível alargar, por exemplo, o rol dos direitos
fundamentais.
Poder constituinte derivado decorrente: Consiste na possibilidade que os Estados membros têm,
em virtude de sua autonomia político-administrativa, de se auto organizarem por meio de suas
respectivas Constituições estaduais, sempre respeitando a Constituição Federal.

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Principais características do Poder constituinte derivado:
b.1) Natureza jurídica (e não política)

b.2) Poder não-inicial

b.3) Poder juridicamente limitado

b.4) Poder não-autônomo, vinculado às regras já postas

b.5) Poder condicionado

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Classificação ou Tipologia das Constituições
Existem alguns critérios segundo os quais é possível estabelecer classificações às
constituições de acordo com suas características:
1) Quanto ao conteúdo:
Constituição material: Consiste no conjunto de regras materialmente constitucionais,
estejam ou não codificadas em um único documento.
Constituição formal: É aquela consubstanciada de forma escrita, por meio de um
documento solene estabelecido pelo poder constituinte originário.
2) Quanto à forma:
Constituição escrita: É aquela codificada e sistematizada em um texto único. Portanto, é o
mais alto estatuto jurídico de determinada comunidade.
Constituição não escrita: É o conjunto de regras não aglutinadas em um texto solene, mas
baseado em leis esparsas, costumes, jurisprudências e convenções (ex.: Constituição
inglesa).

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3) Quanto ao modo de elaboração:
Constituição dogmática: Apresenta-se como produto escrito e
sistematizado por um órgão constituinte, a partir de princípios e ideias
fundamentais da teoria política e do direito dominante.
Constituição histórica ou costumeira: É fruto da lenta e contínua
síntese da história e tradições de determinado povo.

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4) Quanto à origem:
• Constituição promulgada (popular ou democrática): Deriva do trabalho de
uma Assembleia Nacional Constituinte composta de representantes do
povo, eleitos com a finalidade de sua elaboração (ex.: CF de 1891, 1934,
1946 e 1988).
• Constituição outorgada: É estabelecida sem a participação popular, por
meio de imposição do poder da época (ex.: CF de 1824, 1937, 1967 e
1969).
• Constituição cesarista: o povo participa de sua origem de modo reduzido.
É a constituição elaborada unilateralmente e que é posteriormente
submetida a um referendo (consulta popular retardada, depois de entrar
em vigor) ou plebiscito (consulta popular prévia, antes da entrada em
vigor).

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5) Quanto à estabilidade:
• Constituição imutável: É aquela em que se veda qualquer alteração,
tornando-se relíquia histórica.
• Constituição rígida: É a Constituição escrita que pode ser alterada por
um processo legislativo mais solene e dificultoso; alguns autores
apontam nossa Constituição como superrígida, devido à existência
das cláusulas pétreas.
• Constituição flexível: Pode ser livremente modificada segundo o
mesmo processo estabelecido para as leis ordinárias.
• Constituição semirrígida ou semiflexível: É um meio-termo entre as
duas anteriores, em que algumas regras podem ser alteradas por um
processo legislativo ordinário.

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6) Quanto à extensão:
Constituição analítica ou prolixa: Examina e regulamenta todos os
assuntos que entenda relevantes à formação, destinação e
funcionamento do Estado.
Constituição sintética: Prevê somente os princípios e as normas gerais
de regência do Estado.

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7) Quanto à finalidade:
Constituição garantia ou liberal: é criada com a finalidade de impor
limites à atuação estatal. Concentra-se em direitos individuais (direitos
negativos, de non facere). Ex: Constituição dos EUA de 1787.
Constituição dirigente ou social: tem a finalidade de promover, além
dos direitos individuais, os direitos sociais (direitos positivos, de
prestação)
*Anote aí: Nossa atual Constituição é classificada como formal, escrita,
dogmática, promulgada, rígida, analítica e dirigente.

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Aplicabilidade Das Normas Constitucionais
Todas as normas constitucionais são dotadas de eficácia jurídica, porém
nem todas possuem efetividade, e, segundo a doutrina majoritária,
podem ser classificadas em:
→ Normas constitucionais de eficácia plena: São aquelas de
aplicabilidade imediata, direta, integral, independentemente de
legislação infraconstitucional para sua inteira operatividade.
Ex: normas constitucionais que fixam competências (Art. 21; art. 84 CF)

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→ Normas constitucionais de eficácia contida ou restringível: São
aquelas que têm aplicabilidade imediata, integral, plena, mas podem
ter reduzido o seu alcance pela atividade do legislador ordinário, em
virtude de autorização constitucional. São também chamadas de
normas de eficácia redutível ou restringível
Ex: art. 5º, XIII, da CF/88, que prevê a liberdade de trabalho, ofício ou
profissão, desde que atendidas as qualificações previstas em lei.
→ Normas constitucionais de eficácia limitada: São aquelas que
dependem da emissão de uma normatividade futura, em que o
legislador ordinário, integrando-lhes a eficácia, mediante lei, lhes dê
capacidade de execução em termos de regulamentação dos interesses
visados.
Ex: art. 37, VII, da CF/88, que prevê greve para os servidores públicos
civis, desde que atendidos os limites previstos em lei específica.

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Estas podem ser:
Normas programáticas: são aquelas que estabelecem programas a
serem desenvolvidos mediante legislação integrativa da vontade
constituinte. Trazem direitos sociais. (ex: art. 6º da CF: saúde,
educação, trabalho, cultura, transporte)
Normas de princípio institutivo: São aquelas que dependem da lei para
dar corpo às instituições, pessoas e órgãos previstos na Constituição.
(art. 125, §3º; art. 98, §1º da CF)

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QUESTÕES
1) Conforme estabelecido na CF, o poder constituinte derivado
reformador: (Adaptada)
(Ano: 2017, Banca: CESPE, Órgão: PGE-SE, Prova: Procurador do
Estado)
a) não sofre qualquer tipo de limitações.
b) pode ampliar as cláusulas pétreas.
c) é poder de natureza política, também sendo denominado
poder constituinte difuso.
d) pode ser limitado em determinadas circunstâncias, exceto no
que diz respeito às cláusulas pétreas
e) não pode ampliar os direitos fundamentais.

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2) De acordo com a teoria constitucional majoritária, a constituição é
classificada como: (Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: TRT - 7ª Região -
CE)
a) consuetudinária, se fundamentada em documentos formais,
rejeitando a possibilidade de as regras serem embasadas nos costumes
constitucionais.
b) rígida, se for passível de alterações por meio de um processo
legislativo mais restrito do que o previsto para a edição de leis
ordinárias.
c) cesarista, se promulgada sem nenhuma submissão à
ratificação popular.
d) material, se for escrita e representada por meio de um único
documento solene.

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3) Classifica-se a Constituição Federal de 1988 (CF) como:
(Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: TRT - 7ª Região (CE) Técnico Judiciário
- Área Administrativa)

a) Parte superior do formulário


b) histórica, pelo critério do modo de elaboração.
c) cesarista e outorgada, pelo critério de origem.
d) eclética e ortodoxa, pelo critério da dogmática.
e) prolixa, pelo critério da extensão das matérias contempladas
no texto constitucional.

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4) Em relação a sua eficácia jurídica, as normas de eficácia contida:
(Ano: 2017 Banca: FCC Órgão: TST Juiz do Trabalho)
a) produzem efeitos plenos na ausência de lei que contenha sua
eficácia.
b) são ineficazes na ausência de lei regulamentadora.
c) não são autoaplicáveis.
d) não podem ser restringidas por lei.
e) são ineficazes na ausência de política pública.

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(AULAS 02 e 03) - Prof. Ricardo Beckman Cruz
2. SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO E CONTROLE DE
CONSTITUCIONALIDADE
O controle de constitucionalidade tem 02 pressupostos para ser realizado:
1) Princípio da Supremacia ou do Primado da Constituição: A
Constituição Federal é o fundamento de validade e de existência de todos os
demais atos normativos do ordenamento jurídico. Desse modo, conclui-se
que será nulo o ato normativo que contrarie a Constituição, haja vista que
não terá validade nem existência jurídica.
*Pegadinha: existe um ato normativo imune ao controle de
constitucionalidade, ou seja, que não pode ser declarado inconstitucional.
Trata-se das normas constitucionais originárias. [lembre-se de que o poder
constituinte originário é juridicamente ilimitado]. Além disso, o STF não
adota a teoria alemã das normas constitucionais inconstitucionais (teoria
utilizada na Alemanha a respeito de normas originárias, visando combater
elementos do nazismo em sua constituição).

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2) Princípio da Rigidez Constitucional: A alteração do texto
constitucional exige a edição de um ato normativo solene e mais dificultoso,
a Emenda Constitucional. Desse modo, a lei que contraria a Constituição não
irá modificar o texto constitucional. Essa lei será considerada nula, porque é
inconstitucional. (Lei não altera a nossa constituição!)
Anote aí: Não existe controle de constitucionalidade em constituições
flexíveis, pois se não houver rigidez constitucional, não haverá hierarquia da
Constituição e, por consequência, não será possível declarar a nulidade de
leis que contrariam a constituição.
*Pegadinha: não se pode afirmar que qualquer constituição escrita admite
controle de constitucionalidade, pois caso a constituição seja escrita e
flexível, não haverá controle de constitucionalidade. Isso ocorre porque, sem
rigidez constitucional, não há controle de constitucionalidade.

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Sentença do Controle de Constitucionalidade e
seus Efeitos no Tempo
Como regra geral, possui efeitos “Ex tunc”, efeitos retroativos. Significa
dizer que a sentença declaratória de inconstitucionalidade apaga os
efeitos já produzidos pela lei ou ato normativo, uma vez que a lei ou
ato normativo é nulo (não tem validade, nem existência jurídica).

*Exceção: o art. 27 da lei 9.868/99 prevê a possibilidade de modulação


temporal de efeitos da sentença declaratória de inconstitucionalidade,
que poderá adquirir os seguintes efeitos:
“Ex nunc”: efeitos não retroativos, isto é, a lei ou ato normativo
inconstitucional deixará de ser aplicado a partir do trânsito em julgado
da decisão. Os efeitos produzidos antes da sentença serão mantidos.
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“Pró-futuro ou Prospectivos”: a sentença que clara a
inconstitucionalidade fixa um momento futuro para deixar de aplicar a
lei ou o ato normativo inconstitucional. Dessa forma, o ato normativo
ou lei inconstitucional, apesar da nulidade reconhecida, será aplicado
por mais tempo até um futuro determinado pela sentença.

*Anote aí: a modulação de efeitos só será possível para assegurar a


observância de dois valores: Segurança Jurídica e Excepcional Interesse
Social.
Obs: embora o art. 27 da lei 9868/99 traga a previsão de que o STF
necessita de decisão de 2/3 de seus membros (08 dos 11 ministros)
para aplicar a teoria da modulação temporal de efeitos, o próprio STF já
decidiu que qualquer juiz, ao declarar a inconstitucionalidade no
julgamento de um caso concreto, poderá, por decisão monocrática,
realizar a modulação temporal de efeitos da decisão.

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CONTROLE PREVENTIVO DE CONSTITUCIONALIDADE
É definido a partir de seu objeto, ou seja, do ato que sofre esse
controle. Tem como objeto o Projeto de Lei ou Projeto de Emenda
Constitucional.
- No Brasil o Controle Preventivo de Constitucionalidade é realizado
pelos 03 poderes do Estado: Executivo, Legislativo e Judiciário.
1) Poder Executivo: realiza controle preventivo por meio do
mecanismo de veto.
*Anote aí: O veto cabe apenas para Projeto de Lei! Projeto de Emenda
Constitucional não sofre esse tipo de controle. PEC sofre controle
preventivo apenas no Legislativo e no Judiciário.

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CF88: Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei
ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.
§ 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte,
inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente,
no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará,
dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do
veto.
§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de
inciso ou de alínea.
§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da República
importará sanção.
§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de
seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos
Deputados e Senadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 76, de
2013)
§ 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação, ao
Presidente da República.
§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será colocado
na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua
votação final. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
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2) Poder Legislativo: atua com destaque no controle preventivo
de constitucionalidade e exerce controle sobre Projetos de Lei e de
Emenda Constitucional de dois modos:
a) Parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)
b) Votação dos Projetos de Lei e de Emenda

3) Poder Judiciário: a jurisprudência do STF admite controle


preventivo de constitucionalidade no Judiciário apenas por meio de
uma única ação judicial (Mandado de Segurança) e por meio de apenas
01 legitimado (parlamentar que votaria o referido projeto, ou melhor,
que participaria do processo legislativo)

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Nesse caso específico, devem ser observadas as
seguintes regras:
a) O Mandado de Segurança tem por objetivo arquivar o projeto de lei
ou de emenda constitucional manifestamente inconstitucional
b) O Mandado de Segurança busca defender o direito líquido e certo
do parlamentar à higidez do processo legislativo
c) O STF admite que o Mandado de Segurança do controle preventivo
que questione Projeto de Lei aborde apenas eventuais
inconstitucionalidades formais (vícios do processo legislativo: quórum,
etapas de votação, etc)
Já em relação aos Projetos de Emenda Constitucional, o STF entende que o
Mandado de Segurança de controle preventivo pode tratar de
inconstitucionalidades materiais (conteúdo) e formais (procedimento)
*Anote aí: a justificativa para esse entendimento do STF para controle de
vício não só formal mas também material para Projeto de Emenda
Constitucional, em sede de controle preventivo, é o art. 60, §4º da CF/88.

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Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
(...)
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a
abolir: (cláusulas pétreas)
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.

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CONTROLE REPRESSIVO DE CONSTITUCIONALIDADE
É definido a partir de seu objeto, ou seja, do ato que sofre esse
controle. O controle repressivo de constitucionalidade alcança a lei ou
o ato normativo já promulgado.
Acontece, portanto, APÓS encerrado o processo legislativo.
*Anote aí: No Brasil, o controle repressivo de constitucionalidade não
alcança apenas 01 tipo de ato normativo já promulgado: as Normas
Constitucionais Originárias.
- No Brasil o Controle Repressivo de Constitucionalidade é realizado
pelos 03 poderes do Estado: Executivo, Legislativo e Judiciário

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1) Poder Executivo: realiza controle repressivo de
constitucionalidade por meio da chamada AUTOTUELA, ou seja, o chefe
do Poder Executivo expede uma ordem para que os órgãos subalternos
da Administração deixem de aplicar uma lei ou ato normativo
manifestamente inconstitucional.

2) Poder Legislativo: realiza controle repressivo por meio de


votação de conversão da Medida Provisória em Lei.
A Medida Provisória é um ato normativo de vigência precária (60 dias
prorrogáveis por mais 60) que é promulgado no dia de sua publicação.
Logo, na votação da conversão em lei, o Poder Legislativo não aprecia
um projeto de ato normativo, mas sim um ato normativo já
promulgado, o que configura controle repressivo.

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Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República
poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo
submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
(...)
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre
o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o
atendimento de seus pressupostos constitucionais.
*Anote aí: o Legislativo não pode realizar controle repressivo de
constitucionalidade por meio da criação de uma lei que revogue outra
lei inconstitucional. A revogação alcança apenas leis válidas e existentes
(que, contudo, passam a perder a vigência com a revogação), que
deixaram de ter conveniência e oportunidade. A lei inconstitucional
não pode ser revogada porque é uma lei nula, não possui validade nem
existência jurídica.
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3) Poder Judiciário: atua com destaque no controle repressivo de
constitucionalidade. Tamanha é a importância do controle repressivo
jurisdicional que o Judiciário atua por meio de 02 sistemas:

a) Controle Concreto ou Difuso de Constitucionalidade: a


declaração de inconstitucionalidade pode ser feita por qualquer órgão
do Poder Judiciário em qualquer grau de jurisdição diante do
julgamento do caso concreto

b) Controle Abstrato ou Concreto de Constitucionalidade: é


realizado apenas por dois órgãos do Poder Judiciário. STF ao analisar lei
ou ato normativo (inclusive EC) em abstrato, isto é, em tese ou
teoricamente em face da Constituição Federal. TJ Estadual analisar lei
ou ato normativo em abstrato, isto é, em tese ou teoricamente em face
da Constituição Estadual.
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Controle Difuso ou Concreto de Constitucionalidade
O sistema difuso ou concreto de controle de constitucionalidade é caracterizado por 06
aspectos que definem o seu funcionamento. Cada um desses aspectos acaba sendo
empregado como sinônimo desta modalidade de controle.
1) Controle Norte-Americano ou Estadunidense: o controle difuso de
constitucionalidade surgiu nos EUA, no início do Século XIX, com o julgamento do caso
Madison x Marbury.
A lógica que orienta o controle difuso ou concreto de constitucionalidade é baseado, em
grande parte, nos contornos do Estado Liberal (“cada um com seus problemas”)

2) Controle Concreto: a lógica do controle difuso de constitucionalidade exige que


as partes de um caso concreto provoquem o Poder Judiciário, mediante o ajuizamento de
casos concretos. Se as partes não levarem casos concretos para análise do Poder Judiciário,
não é possível que se realize o controle difuso (princípio da inércia da jurisdição)
*Pegadinha: no controle difuso ou concreto (cujo pressupostos é que as partes provocaram
o Poder Judiciário), o juiz pode DE OFÍCIO, isto é, SEM PROVOCAÇÃO ESPECÍFICA das
partes, declarar a inconstitucionalidade no caso concreto.

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3) Controle Difuso: O controle concreto também é chamado de
controle difuso porque pode ser realizado por qualquer juiz e em qualquer
grau de jurisdição. No Brasil, todos os juízes e tribunais têm competência
para julgar casos concretos. Logo, a competência para realizar o controle
difuso está difundida entre todos os órgãos do Poder Judiciário
*Anote aí: Competência
____________________________________________
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______________________________________________________________
______________________________________________________________
______

4) Controle com efeitos “Inter Partes”: A declaração de


inconstitucionalidade no controle difuso produz efeitos apenas para o autor
e o réu do caso concreto. Desse modo, eventual lei ou ato normativo
declarado inconstitucional no controle difuso ou concreto não é retirado do
ordenamento jurídico.

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5) Controle incidental, indireto ou prejudicial: Em termos jurídicos, a
questão incidental ou prejudicial é uma discussão processual que
antecede o mérito ou conteúdo da ação judicial (questão principal) e
irá afetá-la diretamente.
No controle concreto ou difuso, a questão incidental é a
constitucionalidade da lei, isto é, verificar se a lei ou ato normativo
questionado pode ou não ser aplicado no caso concreto. Assim, o juiz
terá de tomar duas decisões:
i) Sobre a questão incidental: se a lei ou ato normativo
questionado é ou não adequado à CF/88;
ii ) Questão principal do caso concreto: trata-se do “bem da vida”
que as partes pleiteiam no Poder Judiciário no caso concreto (Decisão
de Mérito)

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6) Controle por via de defesa ou via de exceção: a matéria constitucional é
apresentada como argumentação de defesa dos interesses jurídicos das
partes no caso concreto.
Desse modo, conclui-se que no controle difuso ou concreto, não existe ação
judicial típica que deve ser ajuizada para a declaração de
inconstitucionalidade. Pode-se empregar qualquer ação judicial adequada
para resolver o caso concreto.
#FicaaDica: na prova, se a questão mencionar as 05 ações típicas de controle
de constitucionalidade ou qualquer uma delas – ADI, ADC, ADPF, ADO, IF – a
questão tratará de controle abstrato ou concentrado.

*Anote aí: Cláusula de reserva de plenário


(Art. 97 da CF/88 e súmula vinculante n° 10)
Trata-se de regra procedimental que diz respeito à declaração de
inconstitucionalidade pelos tribunais (2ª instância e tribunais superiores)
Nos tribunais, a declaração de inconstitucionalidade é realizada por maioria
absoluta do plenário ou órgão especial.

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CF/88: Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou
dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
Súmula vinculante n° 10: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo
97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare
expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder
Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.

E o que são Súmulas Vinculantes?

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação,


mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões
sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação
na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do
Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas
federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou
cancelamento, na forma estabelecida em lei

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São criadas apenas pelo STF após reiteradas decisões sobre matéria
constitucional. A súmula vinculante é obrigatória para:
a) Os demais órgãos do Poder Judiciário (não é obrigatória para o
STF, que pode cancelar e rever as súmulas vinculantes)
b) A administração pública direta e indireta da União, Estados, DF
e municípios (não é obrigatória para o Poder Legislativo. Senão,
fossilização do legislativo)
*Anote aí: segundo jurisprudência do STF, Súmula vinculante não é ato
normativo, logo, não sofre nenhuma das ações de controle de
constitucionalidade (ADI, ADC, ADO, ADPF e IF). O STF pode ser
provocado para rever Súmula Vinculante por meio de pedido
administrativo, não mediante ação judicial.

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Controle Abstrato ou Concentrado de Constitucionalidade
O controle abstrato ou concentrado de constitucionalidade é caracterizado por 06
aspectos que definem o seu funcionamento. Cada um desses aspectos acaba sendo
empregado como sinônimo desta modalidade de controle.
1) Controle Europeu, Austríaco ou Kelseniano: a modalidade abstrata ou
concentrada de controle de constitucionalidade surgiu com a Constituição da
Áustria de 1921 e foi idealizada por Hans Kelsen.
A lógica que inspirou o controle abstrato ou concentrado de constitucionalidade é a
adoção da feição social democrática do Estado no período pós 1ª Guerra Mundial.

2) Controle abstrato ou em tese: não há casos concretos apreciados pelo


Poder Judiciário na realização do controle concentrado.
Existem legitimados (autoridades públicas ou entidades representativas) que
provocam o Poder Judiciário para que se realize uma análise em abstrato, teórica
ou em tese da lei ou ato normativo questionado.

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No controle abstrato verifica-se apenas a compatibilidade da lei ou ato
normativo em relação à constituição. Desse modo:
a) Se a lei for considerada inconstitucional: será retirada do
ordenamento jurídico.
b) Se a lei for considerada constitucional: será mantida na ordem
jurídica e não mais poderá ser questionada. Terá que ser aplicada
obrigatoriamente pelos órgãos do Poder Judiciário.

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3) Controle concentrado: em virtude de se tratar de um controle altamente
especializado, apenas determinados órgãos do Poder Judiciário concentram a
competência para realiza-lo.
No Brasil, apenas 02 órgãos do Poder Judiciário concentram a competência para
realizar o controle abstrato:
a) STF: realiza o controle abstrato se o paradigma adotado for a Constituição
Federal (art. 102, I, “a”, CF/88)
“Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,
cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação
declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; (...)”

b) TJ estadual: realiza o controle abstrato se o paradigma adotado for a


constituição estadual. (art. 125,§2º da CF/88)
“Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta
Constituição.
§ 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de
organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.
§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos
normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da
legitimação para agir a um único órgão. (...)”
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4) Controle com decisão “erga omnes” e vinculante: no controle
abstrato ou concentrado, a sentença que declara a inconstitucionalidade
equipara-se à uma “lei negativa”, haja vista que retira do ordenamento
jurídico a lei ou ato normativo inconstitucional.
Dessa forma, a sentença declaratória de inconstitucionalidade do controle
abstrato produz efeitos “erga omnes” e vinculantes, já que a lei ou ato
normativo inconstitucional não poderá mais ser aplicado.
*Anote aí: são vinculantes para I) os demais órgãos do Poder Judiciário
(exceto o STF), e II) à Administração Pública federal, estadual e municipal
(exceto o legislativo no exercício da função legislativa.
*Atenção: No controle abstrato ou concentrado de constitucionalidade,
tanto a sentença de procedência quanto a sentença de improcedência têm
efeitos “erga omnes” e vinculantes. Assim, pode-se concluir que:
i) uma ADI procedente = ADC improcedente (a lei é inconstitucional)
ii) uma ADI improcedente = ADC procedente (a lei é constitucional)

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5) Controle principal ou direto: no controle abstrato, a única questão apreciada pela Corte
Constitucional é a matéria constitucional, a constitucionalidade da lei ou ato normativo impugnado.
Por isso, Kelsen defendia que a finalidade do controle abstrato ou concentrado é manter a higidez
do ordenamento jurídico.

6) Controle por via de ação: Existem 05 ações judiciais típicas para a sua realização, são
elas:

- ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade)


- ADC (Ação Declaratória de Constitucionalidade)
- ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental)
- ADO (Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão)
- IF (Ação ou Representação Interventiva/ Intervenção Federal)

*Anote aí: De acordo com a jurisprudência do STF, é importante registrar que:


a) o STF reconhece a fungibilidade entre as ações do controle abstrato, isto é, no curso do processo,
ao se verificar a inadequação da ação ajuizada, esta poderá ser convertida na ação adequada.
b) Não se admite desistência nas ações de controle concentrado ajuizadas. São ações indisponíveis
porque defendem o interesse da coletividade à higidez da ordem jurídica.

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Legitimados do Controle Abstrato ou Concentrado
Das 05 ações típicas, apenas 01 delas tem legitimado diferente e 04 possuem os mesmos
legitimados.
A ação que tem legitimado diferente é a IF (ação ou representação interventiva). Apenas o
PGR pode ajuizar a ação interventiva.
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
(...)
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da
República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal.
Art. 34 A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
(...)VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a
proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços
públicos de saúde.

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Os legitimados da ADI, ADC, ADPF e ADO são os mesmos e constam no art.
103 da CF/88. O STF reconhece a existência de duas categorias de
legitimados no art. 103:
i) Legitimados Universais: não precisam provar a chamada
pertinência temática, isto é, uma aderência entre a área de atuação e a
matéria questionada na ação.
- São eles: Presidente da República, Mesa da Câmara dos Deputados, Mesa
do Senado Federal, o PGR, o Conselho Federal da OAB, Partido Político com
representação no Congresso (Deputado Federal ou Senador eleito).
ii) Legitimados Especiais: devem provar a chamada pertinência
temática para ajuizarem as ações do controle abstrato.
- São eles: Governador de Estado e do DF, Mesa da Assembleia estadual e da
Câmara Distrital; e Confederação Sindical e Entidade de Classe de Âmbito
Nacional.

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Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de
constitucionalidade:
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
V o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
§ 1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de
inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal.
§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma
constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias
e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.
§ 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal
ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto
impugnado.

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Ações Típicas do Controle Abstrato ou Concentrado
Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI)
→ Objeto: Lei ou ato normativo federal ou estadual
→ Competência: STF
→ Legitimidade para a propositura da Ação (art. 103, CF)
→ Processo:
• Uma vez proposta, não admite desistência.
• Em caso de possibilidade de lesão irreparável, poderá ser concedida medida liminar,
suspendendo-se a eficácia da norma apontada como inconstitucional, essa medida tem
efeitos erga omnes e ex tunc.
• Deferida ou não a liminar, o Advogado Geral da União (AGU) é citado para defender a
norma impugnada.
• Por fim, realiza-se o julgamento pelo STF, desde que presentes pelo menos 8 ministros,
por maioria absoluta.
• Intervenção de terceiros na ADI: Amigos da Corte (Amicus Curiae) → Em razão da
relevância da matéria e representatividade dos postulantes.

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Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC)
→ Objeto: Lei ou ato normativo FEDERAL
→ Competência: STF
→ Mesmos legitimados para propor a ADI
→ Processo:
• Petição Inicial comprovando prévia controvérsia judicial
• Em caso de possibilidade de lesão irreparável, poderá ser concedida liminar para
suspender, por 180 dias, os processos que discutem essa lei. (No caso da ADC,
não é necessário maioria absoluta)
• O Procurador Geral da República (PGR) tem o prazo de 15 dias para se manifestar
• O procedimento não prevê contestação, não sendo necessária manifestação do
AGU
• Por fim, tem-se o julgamento pelo STF, não sendo necessária maioria absoluta.

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Arguição de Descumprimento de Preceito
Fundamental (ADPF)
→ É proposta perante o STF e tem como objetivo evitar ou reparar lesão a
preceito fundamental, em decorrência de um ATO DO PODER PÚBLICO. A
jurisprudência do STF já definiu 04 tipos de atos normativos que apenas
poderão ser objeto de controle abstrato ou concentrado mediante
ajuizamento de ADPF no STF:
1) Lei municipal
2) Lei anterior ao advento da CF/88 (direito pré-constitucional)
- certifica a recepção ou não recepção da lei criada antes da CF/88
3) Lei já revogada*
4) Lei temporária já expirada*
*Anote aí: nestas duas últimas hipóteses, a ADPF pode ser empregada com a
finalidade de controlar os efeitos jurídicos produzidos durante a vigência

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→ Preceito Fundamental:
• Princípios Constitucionais Sensíveis (art. 34, VII, CF)
• Direitos e Garantias Fundamentais (art. 1° ao 5°, CF)
• Objetivos do Estado Brasileiro
• Outras disposições constitucionais que se mostrem fundamentais
para a preservação dos valores mais importantes protegidos pela CF
→ Mesmos legitimados da ADI e ADC
→ Natureza subsidiária: Só caberá ADPF quando não houver qualquer
outro meio eficaz para sanar a lesividade com efeito erga omnes (ADI
OU ADC)

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→ Processo:
• A petição inicial é distribuída e vai para o relator
• É possível concessão de medida liminar mediante maioria absoluta
dos membros, ou, em alguns casos, pelo relator ad referendum do
Tribunal do Pleno
• Posteriormente são prestadas informações das autoridades
responsáveis pelo ato
• A decisão será tomada pelo STF, por maioria absoluta

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Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão
(ADO)
→ Cabe o ajuizamento de ADO para obter uma sentença com efeitos
“erga omnes” e vinculantes, declaratória de omissão inconstitucional,
isto é, que certifique a inércia do legislador em criar uma lei
regulamentadora de uma norma constitucional de eficácia limitada.
→ Facilita o julgamento de ações do controle difuso ou concreto que
buscam combater as omissões inconstitucionais (Mandados de
Injunção)

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Intervenção Federal
→ Medida excepcional prevista na CF/88 com o objetivo de garantir a
unidade e o funcionamento da Federação brasileira diante de situações de
crises federativas:

→ A União pode realizar Intervenção Federal: (art. 34 CF)


- Nos Estados
- No DF
- Nos municípios encravados em Territórios Federais

→ Os Estados podem realizar Intervenção Estadual: (art. 35, caput, CF)


- Nos seus Municípios

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→ Caberá o ajuizamento pelo PGR, de ação ou representação interventiva
para atender às duas hipóteses previstas expressamente no art. 36, III da CF:
1) Recusa à execução de lei Federal;
2) Violação de princípio constitucional sensível, previsto no art. 34, VII da
CF/88:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos
estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços
públicos de saúde.
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QUESTÕES
1) Acerca do controle de constitucionalidade, assinale a alternativa CORRETA.
(Ano: 2017, Banca: PUC-PR Órgão: TJ-MS Prova: Analista Judiciário - Área Fim)
a) O controle difuso de constitucionalidade ocorre por via de ação direta.
b) O Senado Federal não pode suspender a execução de lei declarada
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal para o fim de atribuição de
efeitos erga omnes.
c) Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista
razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo
Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos
daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em
julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.
d) A declaração de inconstitucionalidade pode ser proferida por órgão fracionário
de Tribunal, em vista do princípio da presunção de constitucionalidade das leis.
e) A decisão de declaração de inconstitucionalidade ou de constitucionalidade de
uma norma em controle concentrado não possui efeito vinculante em relação aos
demais órgãos do Poder Judiciário.
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2) A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) foi
regulamentada pela Lei n°9.882/1999. Da mesma forma que a Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI), a ADPF é uma ação no âmbito do controle abstrato e
concentrado de constitucionalidade. Ambas as ações são iguais em diversos
aspectos. Em diversas situações, a arguição da inconstitucionalidade de uma lei
pode ser feita por meio de qualquer das duas ações, sem diferenças. Mas há
situações em que apenas uma delas é cabível. Diante disso, a constitucionalidade
de:
(Ano: 2017, Banca: FCC Órgão: TST Prova: Juiz do Trabalho Substituto)
a) leis estaduais e municipais somente pode ser questionada por meio de ADPF.
b) leis municipais e de leis anteriores à promulgação da Constituição de 1988
somente pode ser questionada por meio de ADPF.
c) emendas constitucionais e leis complementares somente pode ser questionada
por meio de ADI.
d) tratados internacionais e leis anteriores à promulgação da Constituição de 1988
somente pode ser questionada por meio de ADPF.
e) tratados internacionais e de leis que envolvem direitos fundamentais somente
pode ser questionada por meio de ADPF.

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3) De acordo com a disciplina constitucional a respeito da súmula vinculante e do
julgamento da ação direta de inconstitucionalidade,
(Ano: 2017, Banca: FCC Órgão: TER-PR Prova: Técnico Judiciário - Administrativo)

a) ambos os atos podem ser praticados pelo Supremo Tribunal Federal e pelos Tribunais de
Justiça dos Estados.
b) ambos os atos produzem efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder
Judiciário, aos órgãos do Poder Legislativo e à Administração pública direta e indireta, nas
esferas federal, estadual e municipal.
c) a prática de ambos os atos tem como pressuposto constitucional a existência de grave
insegurança jurídica e a relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica.
d) apenas pelo voto da maioria absoluta de seus membros o Supremo Tribunal Federal
poderá aprovar súmula vinculante e declarar, em ação direta de inconstitucionalidade, a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual.
e) os legitimados para ajuizar, perante o Supremo Tribunal Federal, ação direta de
inconstitucionalidade, também são legitimados para propor a aprovação de súmula
vinculante pelo mesmo Tribunal.

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4) Sobre controle de constitucionalidade, à luz da Constituição Federal, considere:
(Ano: 2016, Banca: FCC Órgão: AL-MS Prova: Agente Administrativo)

I. Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade em tese de norma legal ou ato
normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado.
II. O Ministro da Justiça deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os
processos de competência do Supremo Tribunal Federal.
III. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de
inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade, produzirão eficácia contra todos e
efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração pública direta e
indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
IV. Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será
dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão
administrativo, para fazê-lo em sessenta dias.
Está correto o que se afirma APENAS em:

a) I e III.
b) II e IV.
c) I e IV.
d) II e III.
e) III e IV.

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(AULA 04) – Prof. Ricardo Beckman Cruz
3. REGIMES POLÍTICOS E FORMAS DE GOVERNO
1)Formas de Estado
Relaciona-se com o modo de exercício do poder político em função do território de um dado
Estado.
- A existência (ou não) da repartição regional de poderes autônomos é, pois, o núcleo caracterizador
do conceito de forma de Estado.
Estado federado (federal, complexo ou composto): o poder político é repartido entre diferentes
entidades governamentais autônomas, gerando uma multiplicidade de organizações
governamentais que coexistem em um mesmo território. O Estado federado é caracterizado por ser
um modelo de descentralização política, a partir da repartição constitucional de competências entre
as entidades federadas autônomas que o integram. O poder político, em vez de permanecer
concentrado na entidade central, é dividido entre as diferentes entidades federadas dotadas de
autonomia.
*Anote aí: Não há subordinação hierárquica entre as entidades políticas que compõem o Estado
federado. Todas elas encontram-se no mesmo patamar hierárquico, para o exercício autônomo das
competências que lhes são atribuídas pela Constituição Federal. Porém, a nenhuma delas é
reconhecido o direito de secessão, pois não poderão dissolver a unidade, imprescindível para a
mantença do próprio Estado soberano.

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Estado unitário (ou simples): existe um único centro de poder político no respectivo
território. A centralização política em uma só unidade de poder é a marca dessa forma de Estado. É
o que ocorre no Uruguai, por exemplo, em que só existe um centro de poder político (nacional), que
se estende por todo o território e sobre toda a população, controlando todas as coletividades
regionais e locais.
- tipos de Estado unitário:
a) Estado unitário puro (ou centralizado) é aquele em que as competências estatais são
exercidas de maneira centralizada pela unidade que concentra o poder político.
b) Estado unitário descentralizado administrativamente (ou regional) é aquele em que as
decisões políticas estão concentradas no poder central, mas a execução das políticas adotadas é
delegada por este a pessoas e órgãos criados para esse fim administrativo.
c) Estado unitário descentralizado administrativa e politicamente é aquele em que ocorre
não só a descentralização administrativa, mas também a política, sendo esta última caracterizada
pela autonomia de que dispõem os entes descentralizados para, no momento da execução das
decisões adotadas pelo governo central, decidir no caso concreto a mais conveniente e oportuna
atitude a tomar.
*Anote aí: a opção por exercer suas atribuições de maneira centralizada (sem divisão
administrativa) ou descentralizada (com divisão administrativa) cabe unicamente ao poder central,
que poderá, portanto, promover a descentralização ou regredir para a centralização absoluta, com a
extinção das unidades administrativas criadas, na forma e no momento em que entender
conveniente.

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Confederação: consistente numa união dissolúvel de Estados
soberanos, que se vinculam, mediante a celebração de um tratado, sob
a regência do Direito Internacional, no qual estabelecem obrigações
recíprocas. A principal característica dessa forma de Estado é a
denominada dissolubilidade, isto é, cada Estado aderente mantém o
direito de, a qualquer momento, retirar-se da confederação, de acordo,
exclusivamente, com seus interesses e conveniências. Reconhece-se,
pois, aos Estados integrantes da confederação o direito de secessão.

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CONFEDERAÇÃO FEDERAÇÃO

PARTES Estados Soberanos Entes Autônomos


BASE JURÍDICA Tratado Internacional Constituição Escrita
EXISTÊNCIA DE CORTE OU Não há corte ou tribunal Existe corte ou tribunal
TRIBUNAL especializado na interpretação do constitucional especializado na
tratado interpretação da Constituição
EXISTÊNCIA DE ORGÃO Não possui um legislativo que Há um órgão legislativo cujo
LEGISLATIVO represente as partes confederadas objetivo é permitir a participação
dos entes federados na formação
da vontade do poder central
(União)
EXISTÊNCIA DO DIREITO DE É permitida a retirada ou secessão Não há o direito de secessão ou
RETIRADA OU SECESSÃO pois as partes conservam sua retirada. A federação é indissolúvel
soberania
NACIONALI-DADE Cada parte da confederação Na federação a nacionalidade é
conserva sua nacionalidade única

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2)Formas de Governo

O conceito de forma de governo refere-se à maneira como se dá a instituição do


poder na sociedade, e como se dá a relação entre governantes e governados.

Republicano: Caso a instituição do poder se dê por meio de eleições, por


um período certo de tempo, e o governante represente o povo, bem como tenha o
dever de prestar contas de seus atos, teremos a forma de governo republicana (res
publica, coisa do povo).
Características básicas da república:
a) eletividade, seja ela direta ou indireta;
b) temporalidade no exercício do poder;
c) representatividade popular;
d) responsabilidade do governante (dever de prestar contas).

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3)Sistemas de Governo

O conceito de sistema de governo está ligado ao modo como se relacionam os Poderes


Legislativo e Executivo no exercício das funções governamentais.
- Se há uma maior independência entre esses Poderes, temos o presidencialismo. Se há
maior colaboração, uma corresponsabilidade entre esses Poderes na condução das funções
governamentais, estaremos diante do sistema parlamentarista.

Características do Presidencialismo:
a) o Presidente da República exerce o Poder Executivo em toda a sua inteireza, acumulando
as funções de Chefe de Estado (quando representa o Estado frente a outros Estados
soberanos), Chefe de Governo (quando cuida da política interna) e Chefe da Administração
Pública (quando exerce a chefia superior da Administração Pública). Entre nós, por
exemplo, a chefia do Executivo é monocrática, concentrada na figura do Presidente da
República, porquanto os Ministros são meros auxiliares, de livre nomeação e exoneração;

b) o Presidente da República cumpre mandato autônomo, por tempo certo, não


dependendo do Legislativo, nem para sua investidura, nem para sua permanência no
poder;

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c) o órgão do Legislativo (Congresso, Assembleia, Câmara) não é propriamente Parlamento,
sendo seus membros eleitos por período fixo de mandato;

d) o órgão do Legislativo não está sujeito à dissolução, porque os seus membros são eleitos
para um período certo de mandato;

e) as relações entre os Poderes são mais rígidas, vigorando o princípio da divisão de


Poderes, que são independentes e autônomos entre si (embora não mais com a clássica
rigidez; modernamente fala-se em harmonia);

f) a responsabilidade pela execução dos planos de governo, mesmo quando aprovados por
lei, cabe exclusivamente ao Executivo (significa que, bem ou mal executados tais planos, ou
mesmo não executados, o Chefe do Executivo tem assegurado o direito à permanência no
poder até o término do mandato);

g) é sistema típico das repúblicas.

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Características do Parlamentarismo:
a) o Poder Executivo se divide em duas frentes distintas: chefia de
Estado (exercida pelo Monarca ou Presidente da República) e chefia de
Governo (exercida pelo Primeiro Ministro); por isso, ao contrário do
presidencialismo, em que o Executivo é monocrático, no parlamentarismo,
diz-se que sua chefia é dual;
b) o Primeiro Ministro é indicado pelo Presidente da República (feita a
indicação, cabe a ele elaborar um plano de governo e submetê-lo à
aprovação do Legislativo, a fim de obter apoio da maioria; aprovado o plano
de governo, aprovada estará sua indicação; constata-se que o Legislativo
assume responsabilidade de governo, vinculando-se politicamente perante o
povo);

c) o Legislativo (Parlamento) assume função político-governamental


mais ampla, uma vez que compreende o próprio Governo, na figura do
Primeiro Ministro;
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d) o Governo é responsável ante o Parlamento, dependendo de
seu apoio e confiança para manter-se (assim, se o Parlamento, a
qualquer tempo, retirar a confiança no Governo, ele cai, exonera-se.
para dar lugar à constituição de um novo Governo);

e) o Parlamento é responsável perante o povo (forma-se, então,


a seguinte cadeia: há responsabilidade política do Governo para com o
Parlamento e deste para com os eleitores; se o Governo perde a
confiança no Parlamento, poderá dissolvê-lo e convocar novas eleições
para a formação de um novo Parlamento);

f) classicamente é sistema típico das monarquias, embora


atualmente seja muito adotado nas repúblicas da Europa.

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Diferenças essenciais, entre Parlamentarismo e Presidencialismo:

a) no presidencialismo, existe independência entre os Poderes


no exercício das funções governamentais, ao passo que no
parlamentarismo há colaboração, corresponsabilidade entre o
Legislativo e o Executivo na condução da política governamental;

b) no presidencialismo, os governantes possuem mandatos com


prazo certo, enquanto no parlamentarismo não há prazo determinado
para o exercício do poder (o Primeiro Ministro permanecerá na chefia
de Governo sqmente enquanto possuir maioria parlamentar, o que
pode ocorrer durante vários anos, ou por apenas alguns meses; por
outro lado, é possível que os mandatos dos parlamentares sejam
abreviados, mediante a dissolução do Parlamento e a convocação de
novas eleições);
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c) no presidencialismo, a chefia do Executivo é monocrática
(unipessoal, concentrada em uma só pessoa), diversamente do que
ocorre no parlamentarismo, em que a chefia do Executivo é dual (o
Chefe do Executivo exerce a chefia de Estado; o Primeiro Ministro
exerce a chefia de Governo);

d) no presidencialismo, há responsabilidade de governo


diretamente perante o povo, enquanto no parlamentarismo a
responsabilidade ocorre ante o parlamento (se o plano de governo
perde o apoio parlamentar, o Primeiro Ministro exonera-se
imediatamente).

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4)Regimes de Governo ou Regimes Políticos

Distinguem-se os regimes de governo ou regimes políticos em democrático e autocrático, com base na


existência, ou não, de participação do povo - destinatário das ações governamentais - na escolha dos
governantes, na elaboração e controle da execução das políticas públicas e na elaboração das normas a que o
Estado e o próprio povo estarão sujeitos.
Autocracia: os destinatários das normas e da política governamental não participam da sua
produção. Trata-se de regime estruturado de cima para baixo, de imposição da vontade do governante ao
povo, sem o direito de manifestação deste.
- Também pode ser subdividida em dois outros regimes:
Regime político autoritário: No regime político autoritário, determinado grupo governante exerce o
poder dentro de um regime de legalidade preexistente, por eles estabelecido e imposto à sociedade, com
pouca ou nenhuma participação popular nas decisões.
Regime político totalitário: No regime político totalitário, existe uma corrente ideológica única,
imposta por partido de massa, também único, de forma que o poder político é exercido de forma concentrada
e centralizada, por um grupo dominante, que se perpetua no governo, somente podendo ser dele afastado por
meio de processos de ruptura, frequentemente com emprego de violência, como guerra civil, guerrilha ou
revolução.

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Democracia: temos a participação dos destinatários das normas e políticas
públicas na escolha dos titulares de cargos políticos, na produção do ordenamento jurídico
e no controle das ações governamentais. Na democracia, prevalece a vontade da maioria,
conquanto sejam reconhecidos e protegidos os direitos das minorias (papel dos direitos
fundamentais = garantias contra majoritárias). Suas principais características são: a
liberdade do povo para votar, a divisão de poderes e o controle popular da autoridade dos
governantes.
- Subdivide-se em:
Democracia direta: o povo exerce, por si mesmo, os poderes governamentais,
elaborando diretamente as leis, administrando e julgando as questões do Estado.
Democracia indireta ou democracia representativa: é aquela na qual o povo,
fonte primária do poder, não podendo dirigir os negócios do Estado diretamente, em face
da extensão territorial, da densidade demográfica e da complexidade dos problemas
sociais, outorga as funções de governo aos seus representantes, que elege periodicamente
(José Afonso da Silva).
Democracia semidireta ou participativa: combina a democracia representativa
com alguns institutos de participação direta do povo nas funções do governo, tais como o
referendo e o plebiscito. Essa a forma adotada pela Constituição Federal de 1988 (art. 1º,
parágrafo único, c/c art. 14).

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QUESTÕES
1) Acerca da organização do Estado, considere as assertivas abaixo:
(Ano: 2017, Banca: FCC Órgão: DPE-PR Prova: Defensor Público)
I. A soberania é atributo exclusivo do Estado Federal, restando aos Estados-membros a autonomia, na forma da
descentralização da atividade administrativa e do poder político. A autonomia política dos Estados-membros compreende o poder de
editar suas próprias Constituições, sujeitas a certos limites impostos pela Constituição Federal.
II. O Estado Unitário é conduzido por uma única entidade política, que centraliza o poder político; o Estado Federal é
composto por mais de um governo, todos autônomos em consonância com a Constituição; e a Confederação é a união de Estados
soberanos com lastro em um tratado internacional.
III. O pacto federativo é indissolúvel. Excepcionalmente, é possível a regulamentação da secessão desde que atendidos os
seguintes requisitos: edição de Lei Complementar específica; consulta direta, através de plebiscito, aos moradores do Estado; e
comprovação de viabilidade financeira e orçamentária da proposta.
IV. A repartição horizontal de competências se dá quando, observada a inexistência de hierarquia e respeitada a
autonomia dos entes federados, outorgam-se competências concorrentes entre a União, os Estados, o Distrito Federal e Municípios.
V. A aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde é considerado princípio
constitucional sensível, e seu descumprimento pode ensejar a intervenção federal.
Está correto o que se afirma APENAS em

a) II e IV.
b) III, IV e V.
c) I, II e V.
d) III e IV.
e) I.

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2) Sobre o modelo de federalismo brasileiro previsto na Constituição Federal,
especialmente em relação à repartição de competências entre União, Estados, Distrito
Federal e Municípios, o modelo adotado foi o do federalismo:
(Ano: 2016, Banca: FCC Órgão: PGE-MT Prova: Analista – Administrador)

a) clássico ou dual, com definição bem delimitada das competências dos entes; e
centralizado, com poderes concentrados na União.
b) clássico ou dual, com estabelecimento de competências comuns e concorrentes
entre os entes; e centralizado, com poderes concentrados na União.
c) moderno ou cooperativo, com estabelecimento de competências comuns e
concorrentes entre os entes; e centralizado, com poderes concentrados na União.
d) moderno ou cooperativo, com estabelecimento de competências comuns e
concorrentes entre os entes; e descentralizado, com poderes distribuídos aos entes
subnacionais.
e) moderno ou cooperativo, com definição bem delimitada das competências dos
entes; e descentralizado, com poderes concentrados na União.Parte superior do formulário

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3) A República Federativa do Brasil é composta pela união
indissolúvel dos seguintes entes federados:
(Ano: 2016, Banca: FCC Órgão: SEGEP-MA Prova: Auditor Fiscal da
Receita Estadual - Administração Tributária)

a) União, Estados, Distrito Federal e Municípios.


b) União, Estados, Territórios, Distrito Federal e Municípios.
c) Estados, Territórios, Distrito Federal e Municípios.
d) União, Estados e Distrito Federal.
e) União, Estados e Municípios.

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4) A Constituição Federal em seu Título III, artigo 18 dispõe sobre a
organização do Estado brasileiro, a organização político-administrativa da
República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
Destaca-se que:
(Ano: 2015, Banca: FCC Órgão: TRT 3ª Região Prova: Analista Judiciário -
Serviço Social)

a) as prioridades administrativas de cada ente federativo estão definidas


constitucionalmente.
b) cada ente federativo possui autonomia: financeira, política e
administrativa.
c) estados devem responder à União sobre o uso de recursos financeiros
estaduais.
d) a União está subordinada às Leis Orgânicas Municipais.
e) o número de municípios está definido pela Constituição Federal de 1988.

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(AULA 05) – Prof. Ricardo Beckman Cruz
4. A REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIA NA FEDERAÇÃO
O termo em destaque corresponde à Federação, isto é, à Forma de Estado
adotada pela CF/88.

1)Forma de Estado: A CF/88 adota a forma Federativa de Estado

2)Forma de Governo: A CF/88 adota a forma Republicana de Governo

3)Sistema de Governo: A CF/88 adota o sistema Presidencialista de Governo

*Anote aí: o art. 60, §4º, da CF/88 prevê que a forma Federativa de Estado é
uma das cláusulas pétreas da CF/88. Logo, a Constituição não prevê como
cláusula pétrea o atual sistema de governo e a atual forma de governo.
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- A essência da forma federativa de Estado é promover a descentralização política
do poder em prol dos entes federados dotados de autonomia.
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil
compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos
autônomos, nos termos desta Constituição.
§ 1º Brasília é a Capital Federal.
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação
em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei
complementar.
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou
desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou
Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada,
através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios,
far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar
Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos
Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal,
apresentados e publicados na forma da lei.

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Conceito de Autonomia

A autonomia é caracterizada por 04 capacidades:


1) Auto-organização: a União elabora a Constituição Federal, os Estados elaboram as
Constituições estaduais e os municípios e o DF elaboram as respectivas leis orgânicas

2) Autoadministração: cada ente federado presta seus próprios serviços públicos e possui
seus próprios servidores.

3) Auto legislação ou auto normatização: legisla suas próprias leis e regulamentações

4) Autogoverno: cada ente é responsável por governar e exercer suas atribuições

*Anote aí: embora não exista hierarquia entre os entes federados (pela própria noção de
autonomia), vigora no Brasil o chamado princípio da preponderância de interesses,
segundo o qual o interesse nacional (representado pela União) prepondera sobre o
interesse regional (representado pelo Estado e pelo DF) e sobre o interesse local
(representado pelo município e DF).

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COMPETÊNCIAS FEDERATIVAS

Competências Materiais ou Administrativas


- Tratam das competências para a prestação de serviços públicos. Podem ser:
1) Exclusivas: apenas um ente federado presta o serviço público atuando
de forma isolada.
a) União: as competências exclusivas da União estão previstas no rol
taxativo do art. 21 da CF/88.
Art. 21. Compete à União:
I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações
internacionais;
II - declarar a guerra e celebrar a paz;
III - assegurar a defesa nacional;
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças
estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam
temporariamente;
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;
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VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;
VII - emitir moeda;
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de
natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização,
bem como as de seguros e de previdência privada;
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do
território e de desenvolvimento econômico e social;
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão,
os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a
organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos
institucionais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de
15/08/95:)
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou
permissão:
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:)
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b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos
cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais
hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e
fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal
e dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de efeito)
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros
militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito
Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia
e cartografia de âmbito nacional;
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de
programas de rádio e televisão;
XVII - conceder anistia;
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades
públicas, especialmente as secas e as inundações;
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e
definir critérios de outorga de direitos de seu uso; (Regulamento)
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação,
saneamento básico e transportes urbanos;
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de
fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e
exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e
reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e
seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para
fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional;
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização
de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e
industriais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e
utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas
horas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de
culpa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de
garimpagem, em forma associativa.

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b) Municípios: o art. 30, V, CF/88 prevê que o município tem competência
exclusiva para prestar os serviços públicos de “interesse local”, incluindo o
transporte coletivo.
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas
rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes
nos prazos fixados em lei;
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os
serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem
caráter essencial;
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,
programas de educação infantil e de ensino fundamental; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços
de atendimento à saúde da população;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante
planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a
legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
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c) Estados: os Estados têm competências exclusivas previstas em
dois parágrafos do art. 25 da CF/88:
i) Art. 25, §2º: competência para explorar os serviços locais de gás
canalizado;
ii) Art. 25,§ 1º: competências remanescentes ou residuais.
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis
que adotarem, observados os princípios desta Constituição.
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam
vedadas por esta Constituição.
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão,
os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de
medida provisória para a sua regulamentação.

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d) DF: a partir da interpretação do art. 32, §1º, CF/88, conclui-se
que o DF presta os serviços estaduais e municipais.
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-
á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez
dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas
reservadas aos Estados e Municípios.

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2) Comuns: todos os entes federados prestam o serviço público.
- As competências comuns estão previstas no rol do art. 23 da CF/88
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio
público;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor
histórico, artístico ou cultural;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à
inovação;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de
saneamento básico;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos
setores desfavorecidos;

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XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de
pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus
territórios;
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do
trânsito.
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a
cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-
estar em âmbito nacional.

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Competências Legislativas
- Correspondem às competências para edição de leis. Podem ser de
duas espécies:
1) Privativas: apenas um ente federado legisla sobre o tema.
Cada ente federado atua isoladamente ao legislar:
a) União: as competências privativas da União estão previstas no
rol taxativo do art. 22 da CF/88.
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário,
marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
II - desapropriação;
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em
tempo de guerra;

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IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
V - serviço postal;
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;
VIII - comércio exterior e interestadual;
IX - diretrizes da política nacional de transportes;
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;
XI - trânsito e transporte;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;
XIV - populações indígenas;
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;
XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de
profissões;
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da
Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização administrativa destes; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de efeito)

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XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;
XX - sistemas de consórcios e sorteios;
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e mobilização
das polícias militares e corpos de bombeiros militares;
XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais;
XXIII - seguridade social;
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;
XXV - registros públicos;
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações
públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista,
nos termos do art. 173, § 1°, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional;
XXIX - propaganda comercial.
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas
das matérias relacionadas neste artigo.

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*Anote aí: o art. 22, parágrafo único, prevê que a União pode Delegar
aos Estados, mediante Lei Complementar, parte de suas competências
privativas.
*Pegadinha: a União não pode delegar competências exclusivas aos
Estados, pois a delegação de competência da União consta no art. 22,
parágrafo único, cujo conteúdo trata apenas de competências privativas em
matéria legislativa.
b) Municípios: as competências privativas do município constam no
art. 30, I, CF/88, cujo teor prevê que o município legisla sobre assuntos de
interesse local
c) Estados: por força do art. 25, §1º, CF/88, os Estados têm
competências privativas remanescentes ou residuais.
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que
adotarem, observados os princípios desta Constituição.
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam
vedadas por esta Constituição.

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d) DF: o DF legisla sobre matéria estadual e matéria municipal
(art. 32, §1º, CF/88)
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-
á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez
dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas
reservadas aos Estados e Municípios.

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2) Concorrentes: as competências concorrentes são aquelas matérias
(temas) que admitem leis criadas por mais de um ente federado.
- Para compreender as competências concorrentes, deve-se conjugar dois
artigos da CF/88:
a) art. 24, caput, CF/88: prevê competências concorrentes para a União, Estados e
DF.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
II - orçamento;
III - juntas comerciais;
IV - custas dos serviços forenses;
V - produção e consumo;
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e
dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e
paisagístico;

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VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa,
desenvolvimento e inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
85, de 2015)
X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;
XI - procedimentos em matéria processual;
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;
XV - proteção à infância e à juventude;
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.

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b) art. 30, II, CF/88: prevê a competência suplementar do município em relação à legislação federal e
estadual, “no que couber”. Assim, o município apenas poderá legislar sobre as matérias previstas no art. 24
se existir o “interesse local”.
Art. 30 (...) II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;

*Anote aí: 04 regras que orientam o exercício das competências concorrentes:


(i) A União cria leis gerais
(ii) Os Estados editam leis suplementares
(iii) Inexistindo lei geral da União, os Estados adquirem competência legislativa plena para atender às suas
especificidades
(iv) a superveniência de lei geral federal suspende a execução (não revoga) de lei estadual no que esta for
contrária àquela
Quadro resumo: (COMPETÊNCIAS FEDERATIVAS)
Competências materiais ou administrativas (p/ prestar serviços públicos)
– Exclusiva
– Comuns
Competências legislativas (p/ edição de leis)
– Privativas
– Concorrentes

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QUESTÕES
1) A câmara municipal de Aracaju, preocupada com o risco de acidentes
ambientais e com a saúde da população, publicou uma lei decretando a impossibilidade,
nos limites do município, de instalação de empresas que lidem com materiais nucleares,
bem como de realização de atividades que envolvam esses materiais.

Nesse caso, considerando-se a legislação pertinente, a norma municipal publicada é


(Ano: 2017, Banca: CESPE Órgão: PGE-SE Prova: Procurador do Estado)
a) constitucional, pois compete aos municípios legislar sobre assuntos de interesse local.
b) inconstitucional, uma vez que a competência sobre o assunto é concorrente à União, aos
estados e ao DF.
c) inconstitucional, já que a competência sobre o assunto é supletiva dos estados
d) inconstitucional, haja vista que a competência sobre o assunto é privativa da União.
e) constitucional, porque a competência sobre o assunto é concorrente à União, aos
estados, ao DF e aos municípios.

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2) Aprovada pela assembleia legislativa de um estado da Federação, determinada
lei conferiu aos delegados de polícia desse estado a prerrogativa de ajustar com o
juiz ou a autoridade competente a data, a hora e o local em que estes serão
ouvidos como testemunha ou ofendido em processos e inquéritos.

Nessa situação hipotética, a lei é:


(Ano: 2017, Banca: CESPE Órgão: PCT-MT Prova: Delegado)
a) constitucional, pois, apesar de tratar de matéria de competência privativa da
União, o estado legislou sobre procedimentos de âmbito estadual.
b) constitucional, pois trata de matéria de competência comum da União, dos
estados, do DF e dos municípios.
c) constitucional, pois trata de matéria de competência concorrente da União, dos
estados e do DF.
d) inconstitucional, pois o estado legislou sobre direito processual, que é matéria
de competência privativa da União.
e) inconstitucional, pois o estado legislou sobre normas gerais de matéria de
competência concorrente da União, dos estados e do DF.

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(AULA 06) – Prof. Ricardo Beckman Cruz
Direitos Fundamentais

A doutrina aponta que os direitos e garantias fundamentais são elementos


limitativos da Constituição, na medida em que limitam o poder estatal e
evitam arbitrariedades por parte do Estado.
- Características dos direitos fundamentais:

1) Universalidade: essa característica diz respeito ao fato de que a


titularidade dos direitos fundamentais pertence à pessoa humana,
independentemente da nacionalidade e de qualquer outro requisito.
O art. 5º, caput, CF/88 deve ser interpretado à luz da universalidade dos
direitos fundamentais. A literalidade do art. 5º, caput prevê que os direitos e
garantias são assegurados aos brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil,
entretanto, deve-se reconhecer que os estrangeiros não residentes no Brasil
também são titulares de direitos fundamentais.
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*Anote aí: o art. 5º, caput, CF/88, sofreu mutação constitucional, ou
seja, alteração informal da Constituição, em que há a alteração do
conteúdo da norma constitucional sem alteração de texto (a alteração
se dá pela mudança na interpretação daquele texto ou norma).
*Cuidado: As pessoas jurídicas também podem ser titulares de direitos
fundamentais, desde que o exercício do direito fundamental seja
compatível com sua condição. (ex: direito de propriedade, direito à
imagem, direito ao contraditório e à ampla defesa, direito de certidão).
*Pegadinha: o art. 14, §2º, CF/88 prevê que o estrangeiro é inalistável,
isto é, não possui direitos políticos. Logo, não se pode afirmar que os
estrangeiros possuem todos os direitos fundamentais, haja vista que
lhes faltam direitos políticos.

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2) Irrenunciabilidade ou indisponibilidade: os direitos e garantias fundamentais não
podem ser validamente renunciados pelos seus titulares.
São indisponíveis uma vez que não se pode abrir mão desses direitos.

3) Imprescritibilidade: prescrição é a perda do direito de ação em virtude do decurso do


tempo. Os direitos fundamentais não sofrem os efeitos da prescrição pois seus titulares
não ficam impedidos de buscar no judiciário o respeito integral a esses direitos,
independentemente do tempo que transcorreu da violação dos mesmos.

4) Historicidade: a historicidade significa que os direitos e garantias fundamentais são


construídos e aperfeiçoados ao longo do tempo. Assim, uma vez que um direito
fundamental foi reconhecido e trouxe avanços sociais, entende-se que não poderá ser
extinto, por força do princípio da vedação ao retrocesso social.
*Anote aí: entende-se por “direitos fundamentais” aqueles direitos que protegem a pessoa
humana e que estão consagrados nas Constituições. A doutrina aponta que a paternidade
dos direitos fundamentais é atribuída à Constituição dos EUA, de 1787.
- Tecnicamente não se pode confundir os 03 conceitos:
a)direitos fundamentais: são direitos que protegem a pessoa humana e que estão
previstos em constituições;

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b)direitos humanos: são os direitos que protegem a pessoa humana e que estão
previstos em constituições
c)direitos do homem: são os direitos que protegem a pessoa humana e que estão
previstos em outros documentos jurídicos ou que remetem à concepção do direito
natural.

5) Indivisibilidade: entende-se que os direitos fundamentais devem ser


assegurados em sua totalidade, uma vez que todos os direitos fundamentais têm o
mesmo propósito: proteger a pessoa humana.
- A indivisibilidade dos direitos fundamentais permite extrair duas conclusões:
a) a teoria das gerações ou dimensões dos direitos fundamentais tem importância
meramente didática, na medida que permite entender a afirmação histórica desses
direitos;
b) o art. 60, §4º, CF/88 ao prever as cláusulas pétreas, estabelece que os direitos e
garantias individuais não podem ser abolidos por emenda constitucional. A
indivisibilidade dos direitos fundamentais obriga reconhecer que os direitos
fundamentais como um todo são cláusulas pétreas, o que abarca também os
direitos sociais, econômicos e culturais e os direitos difusos e coletivos.

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6) Relativismo: o relativismo dos direitos e garantias fundamentais é
uma consequência do entendimento do STF de que todas as normas
constitucionais têm a mesma hierarquia. Desse modo, conclui-se que:
a) não existem direitos absolutos na CF/88;
b) diante da colisão de direitos fundamentais, a solução deverá ser
obtida pelo juiz do caso concreto mediante o chamado juízo de
ponderação, em que o juiz analisa o caso concreto e os valores incidem
nesse caso e decide pela prevalência de um dos direitos colidentes.

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DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
- outros resumos

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

- O princípio da Igualdade ou princípio da isonomia está previsto no caput


desse artigo, prescrevendo que toda pessoa tem o direito de tratamento
idêntico pela lei, em concordância com os critérios albergados pelo
ordenamento jurídico. Entretanto, deve-se buscar não somente a igualdade
formal, direcionada ao legislador, mas a igualdade real ou material ou
substancial, direcionada ao operador do direito, ao intérprete. Parte-se da
premissa de que a verdadeira igualdade está em tratar igualmente os iguais e
desigualmente os desiguais.

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- O referido princípio não veda o tratamento diferenciado estabelecido pela lei, proíbe as
diferenças arbitrárias, as discriminações absurdas, já que o tratamento desigual aos desiguais é uma
questão de justiça, sendo justificável pelo objetivo que se pretende atingir pela lei. (Ex: políticas de
ações afirmativas)
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição;
- Somente poderá existir tratamento diferenciado entre os dois sexos quando a finalidade
pretendida for atenuar os desníveis, constantes na constituição e nas leis infraconstitucionais.
Exemplos: art. 7º, XVIII e XIX, 40, III, 143, §§ 1º e 2º, 202, I e II.
II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de
lei;
- Consagração do princípio da legalidade. Tal princípio visa combater o poder arbitrário do
Estado, pois somente mediante espécies normativas elaboradas segundo as regras do processo
legislativo pátrio podem-se criar obrigações para os indivíduos. O princípio da legalidade se difere
do princípio da reserva legal nesse ponto, pois este consiste em dizer que a regulamentação de
determinada matéria há de fazer-se necessariamente pelo poder legislativo, aparecendo na
constituição sob a forma: “nos termos da lei” ou “na forma da lei” e aquele é a submissão e o
respeito à lei.
- Vale ressaltar que a Administração Pública é regida pela legalidade estrita, pois não pode
atuar contra a lei, nem na ausência da lei.
Dispositivos correspondentes – artigo 5º, XXIX e artigo 37, “caput”, todos da CF/88.

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Liberdade de Expressão

IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o


anonimato;
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além
da indenização por dano material, moral ou à imagem;
IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e
de comunicação, independentemente de censura ou licença;
XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o
sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;

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- A vedação do anonimato é ampla, inclui todos os meios de comunicação.
- O direito de resposta aplica-se em relação às ofensas, configurem ou não infrações
penais, tendo como requisito a proporcionalidade, devendo o desagravo ter o mesmo
destaque, a mesma duração e o mesmo tamanho que a notícia geradora da lesão. A
responsabilidade pela divulgação do direito de resposta é do órgão de comunicação. O
dano pode ser material (danos sofridos e lucros cessantes), moral (à intimidade da pessoa)
e à imagem (dano produzido contra a pessoa em suas relações externas).
Dispositivo correspondente – art. 220, “caput” e §2º, todos da CF/88.
Liberdade de Consciência e de Crença

VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre


exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais
de culto e as suas liturgias;
- O livre exercício dos cultos religiosos é assegurado enquanto não forem contrários à
ordem, tranquilidade e sossego públicos, bem como compatíveis aos bons costumes. E a
liberdade religiosa não é absoluta, uma vez que não será permitido a qualquer religião ou
culto atos atentatórios à lei, sob pena de responsabilidade civil e criminal.
- Artigos correspondentes: art. 210, §1º e art. 215, §2º, ambos da CF/88.

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VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa
nas entidades civis e militares de internação coletiva;
- Hospitais, asilos (públicos e privados), presídios e quartéis são locais de internação
coletiva.
VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou
de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa,
fixada em lei;
- A escusa de consciência e de crença aplica-se às obrigações legais de forma genérica e
não somente ao serviço militar obrigatório, embora esse seja o exemplo mais indicado
pelos doutrinadores quando enfocam o assunto.
Caso não seja cumprida a prestação alternativa, ocorrerá a privação dos direitos políticos,
nos termos do artigo 15, IV, da CF/88:
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:
(...)
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do
art. 5º, VIII;

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Inviolabilidades
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem
das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material
ou moral decorrente de sua violação;

- Os conceitos de intimidade e vida privada são interligados, mas podem ser


diferenciados. A intimidade da pessoa diz respeito às relações subjetivas e de
trato íntimo, relações familiares e de amizade e a vida privada refere-se a
todos os relacionamentos da pessoa, inclusive os objetivos, tais como os
comerciais, de trabalho, de estudo, etc.
Súmula 227 do STJ – A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.
XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
penetrar sem consentimento do Morador, salvo em caso de
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou durante o
dia, por determinação judicial;

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- A expressão casa tem um alcance muito amplo, não sendo limitada pelos
conceitos de direito privado, como já pacificou o STF, considerando casa todo
local delimitado e separado que alguém utiliza com exclusividade, mesmo
que para fins profissionais, não importando a relação jurídica de seus
habitantes com aquele prédio ou terreno. O Código Penal Brasileiro
conceitua “casa” em seu artigo 150.
- Para José Afonso da Silva dia é o período das 6:00h às 18:00h e para Celso
de Mello deve ser levado em conta o critério físico-astronômico, como o
intervalo de tempo situado entre a aurora e o crepúsculo.
- Jurisprudência: (...) A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial
só é lícita, mesmo em período noturno, quando amparada em fundadas
razões, devidamente justificadas a posteriori, que indiquem que dentro da
casa ocorre situação de flagrante delito, sob pena de responsabilidade
disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade, e de nulidade dos atos
praticados. (...) (STF RE 603616, Rel. Min. Gilmar Ferreira Mendes, J.
05.11.2015).

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XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas,
de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal;
- Vê-se que não houve previsão de quebra do sigilo das
correspondências e nem de dados (bancários, fiscais ou telefônicos)
mediante lei, haja vista que a exceção constitucional expressa refere-se
somente à interceptação telefônica, entretanto entende-se que
nenhuma liberdade individual é absoluta, sendo possível, respeitados
alguns parâmetros, a interceptação das correspondências e
comunicações telegráficas e de dados sempre que as liberdades
públicas estiverem sendo utilizadas como instrumento de salvaguarda
de práticas ilícitas.
- Dispositivos correspondentes: arts. 136, I, “b” e “c” e 139, III, da
CF/88.

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Liberdade de Profissão
XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
Compete à União legislar sobre o exercício das profissões, nos termos
do artigo 22, XVI, da CF/88.
Liberdade de Locomoção
XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz,
podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer
ou dele sair com seus bens;
- Dispositivo correspondente: art. 139, I, da CF/88.

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Liberdade de Reunião

XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao


público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido
prévio aviso à autoridade competente;
- O direito a reunião é uma manifestação coletiva da liberdade de
expressão, tendo como requisitos: pluralidade de participantes,
temporariedade, finalidade pacífica, ausência de armas, lugares
abertos ao público e comunicação prévia.
- Haverá restrição ao direito de reunião na hipótese de decretação do
estado de defesa e suspensão no caso de decretação do estado de sítio
(art. 136, §1º, I, “a” e art. 139, IV, ambos da CF). São limitações
circunstanciais.
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Liberdade de Associação

XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de


caráter paramilitar;
XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas
independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em
seu funcionamento;
XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou
ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no
primeiro caso, o trânsito em julgado;

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- As associações aqui referidas devem ser entendidas em sentido amplo, incluindo
os partidos políticos e as associações sindicais (art. 8º, I), as quais devem ser
criadas na forma da lei, sem necessidade de autorização do poder público, nem
possibilidade de interferência deste em seu funcionamento, considerando que a
interferência arbitrária do poder público no exercício desse direito pode acarretar
responsabilidade penal, político-administrativa e civil.
- Importante diferenciar os institutos, pois a associação não tem fins lucrativos, o
patrimônio é constituído pela contribuição dos membros para alcançar fins
educacionais, religiosos, culturais etc. Já a cooperativa, sociedade ou empresa
constituída por membro de determinado grupo econômico ou social, objetiva
desempenhar, em beneficio comum, determinada atividade econômica.
- Fica subentendido que qualquer ato normativo editado pelo poder Executivo ou
pelo poder Legislativo, no sentido de dissolução compulsória, será inconstitucional,
uma vez que a Lei Maior limita a atuação ao Poder Judiciário (cláusula de reserva
do Poder Judiciário), autorizando-o à dissolução somente quando a finalidade
buscada pela associação for ilícita, valendo ressaltar que no caso da medida mais
drástica, ou seja, no caso da dissolução, a decisão judicial exige o trânsito em
julgado.

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XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm
legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
- Aqui consta a grande diferença entre associações e sindicatos, pois a
estes cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos e individuais da
categoria (art. 8º, III), enquanto que aquelas possuem finalidades
sociológicas.
- O dispositivo diz respeito à representação processual, que por sua vez
difere da substituição processual (legitimidade ativa extraordinária).
Aquela ocorre numa situação onde o representante atua em nome do
representado, caso em que se faz necessário à autorização. A
substituição processual o legitimado atua em seu nome próprio para
defesa de direito alheio, não sendo necessária autorização.
- Vale dizer que no caso de impetração de mandado de segurança
coletivo (art. 5º, LXX), a associação prescinde de autorização, uma vez
que atua como substituto processual.
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Direito de Propriedade

XXII – é garantido o direito de propriedade;


XXIII – a propriedade atenderá a função social;
XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e
prévia indenização em dinheiro, ressalvada os casos previstos nesta
Constituição;
- O direito de propriedade é garantia individual e relativa, considerando que
deve respeitar o conceito de função social que consta nos artigos 182, §2º
(propriedade urbana) e 186 (propriedade rural), da CF/88.
XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente
poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário
indenização ulterior, se houver dano;

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- Trata-se de Requisição Administrativa, desapropriação por necessidade ou utilidade pública.
- A indenização é posterior porque deverá ser paga somente se houver dano, o qual será devido até
na hipótese do artigo 139, VII, da CF/88, ou seja, durante o Estado de Sítio.
XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família,
não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva,
dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
- Frise-se que o benefício da impenhorabilidade aqui concedida diz respeito exclusivamente aos
débitos decorrentes da própria propriedade produtiva, devendo dita pequena propriedade rural ser
trabalhada pela família, requisito este essencial para o reconhecimento do instituto.
XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz
humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que
participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e
associativas;
XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua
utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de
empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento
tecnológico e econômico do País;

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- Propriedade intelectual, que compreende os direitos autorais, também
conhecidos como direito de cópia (copyright) e os direitos à propriedade
industrial, marcas e patentes, descritos no inciso XXIX, do presente artigo.
- O texto contém três garantias: a das participações individuais em obras
coletivas, que são as produzidas em colaboração por diversos autores, a das
reproduções da imagem e voz humanas e a de fiscalização do
aproveitamento econômico das obras.
- São asseguradas também outras duas garantias: privilégio temporário de
utilização aos autores de inventos e a proteção às criações industriais, à
propriedade das marcas, nomes de empresas e outros signos distintivos.
- O autor de inventos é aquele que fez uma descoberta ou criou coisa nova,
industrializável, que produz resultado no mercado. A Lei 9.279/96 dispõe
sobre essa matéria e prevê o direito de obter a patente. Essa mesma lei
protege à marca registrada no Brasil, bem como a marca notoriamente
conhecida, independentemente de estar ou não registrada no Brasil,
conhecidas por marcas notórias.

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Direito de Sucessões

XXX – é garantido o direito de herança;


XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada
pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre
que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus;
- A regra só se aplica aos bens de estrangeiros situados no Brasil porque a lei
brasileira não tem eficácia extraterritorial.
- Segundo Celso de Mello, o legislador constituinte utilizou o critério do jus
domicilii, aplicando a lei brasileira, combinado com o critério do jus patriae,
quando a lei estrangeira, pessoal do de cujus, for mais favorável ao cônjuge
ou filhos brasileiros. E se o morto era domiciliado no exterior, aplicar-se-á a
lei brasileira se for mais benéfica ao cônjuge ou filhos brasileiros, no que diz
respeito aos bens situados no Brasil (critério forum rei sitae).

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Direito de Informação

XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
É garantia de natureza administrativa, que decorre do princípio da publicidade dos
atos da Administração Pública. Porém essa garantia não é absoluta, já que o Poder
Público pode recusar-se a fornecer a informação quando esta for imprescindível à
segurança do Estado e da sociedade.
- Importante dizer que quando houver negativa administrativa sobre informações
pessoais a ação constitucional cabível poderá ser o habeas data, mas quando o
direito denegado for informações de interesse coletivo ou geral, a ação
constitucional cabível a espécie será o mandado de segurança (art. 5º, LXIX e LXXII).
Dispositivo correspondente: art. 5º, XIV, da CF/88.
- Súmula vinculante 14 - É direito do defensor, no interesse do representado, ter
acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento
investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam
respeito ao exercício do direito de defesa.
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Direito de Petição e de Certidão

XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:


a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade
ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situação de interesse pessoal;
Garantia de índole administrativa que não se confunde com o direito de ação, por isso não
tem o peticionário de demonstrar lesão ou ameaça de lesão a interesse, pessoal ou
particular. Visa defender direito, noticiar ilegalidade ou abuso de autoridade, constituindo
uma prerrogativa democrática, de caráter essencialmente informal (apesar da forma
escrita), independentemente do pagamento de taxas e está desvinculado da comprovação
da existência de qualquer lesão a interesses próprios do solicitante.

O direito de certidão é consagrado como garantia constitucional de natureza individual,


exercido na seara administrativa. Tem como objetivo o esclarecimento de situações
pretéritas pessoais, onde o Estado se obriga a prestá-lo sob pena de responsabilidade
política, civil e criminal, ressalvados as hipóteses constitucionais de sigilo.
Negado o direito, caberá mandado de segurança (art. 5º, LXIX).

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Princípios e Regras Aplicáveis ao Direito e ao Processo

XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
- Princípio do livre acesso ao judiciário ou princípio da inafastabilidade de jurisdição, ou
ainda princípio da ubiquidade da justiça. É o direito de obter a tutela judicial, é o direito de
ação, desde que preenchidas às condições da ação e dos pressupostos processuais
legalmente estabelecidos (legitimidade, interesse de agir e pedido possível).
- Em razão do referido princípio não se admite no sistema constitucional pátrio a chamada
jurisdição condicionada ou instância administrativa de curso forçado. Assim, inexiste a
obrigatoriedade de esgotamento da instância administrativa para que a parte possa
acessar o Judiciário, tendo como exceção as lides desportivas, constante no art. 217,
parágrafo 1º (necessidade de provocar primeiro a justiça desportiva).
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
- Princípio da Segurança Jurídica ou irretroatividade da lei, que difere do princípio da
retroatividade da lei penal, constante no inciso XL deste artigo.
- O direito denomina-se adquirido quando consolidada sua integração ao patrimônio do
respectivo titular, conforme a lei vigente. O ato jurídico perfeito é aquele que reuniu todos
os seus elementos constitutivos exigidos pela lei. Coisa julgada é a decisão judicial
irrecorrível.

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- Ressalte-se o posicionamento adotado pelo STF sobre a impossibilidade de alegar
direito adquirido em face de norma constitucional originária, criação ou aumento
de tributos e mudança de regime jurídico do servidor público.
- É importante frisar que o STF chancela a teoria da Retroatividade Mínima
(temperada ou mitigada), onde as novas normas constitucionais se aplicam de
imediato, alcançando, sem limitações, os efeitos futuros de fatos passados, salvo
disposição expressa em contrário (retroatividade média ou máxima), valendo
salientar que a retroatividade mínima não se aplica as Constituições Estaduais nem
as normas infraconstitucionais, pois estas se submetem à regra da irretroatividade

XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção;


LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade
competente;
- Princípio do Juiz ou do Juízo Natural.
Significa que: 1) não haverá juízo ou tribunal ad hoc, isto é, tribunal de exceção; 2)
todos têm direito de submeter-se a julgamento (civil e penal) por juiz competente,
pré-constituído na forma da lei; 3) o juiz competente tem de ser imparcial.

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Dispositivo correspondente: art. 5°, LIII, da CF/88.

XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei,
assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
- Garantias do Tribunal do Júri.
- Comentando as garantias desse tribunal popular, vê-se que a plenitude da defesa,
embora já assegurada no inciso LV, foi reafirmada, que o sigilo das votações
significa que a liberdade de convicção e opinião dos jurados deverá ser sempre
resguardada, que os Veredictos, as decisões dos jurados não poderão ser
substituídas por outras, mas tal garantia não exclui a possibilidade de serem
revistas mediante recursos e que tem competência para os crimes dolosos contra a
vida.
- Súmula 603 do STF - A competência para o processo e julgamento de latrocínio é
do juiz singular e não do tribunal do júri.
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XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal;
- Princípio da Reserva Legal e da Anterioridade.
É indispensável uma descrição específica da conduta tida como lesiva ao bem
juridicamente protegido. Em sentido formal, a reserva legal cuida-se de que a
matéria deve resultar de lei aprovada pelo Congresso Nacional.
- Quanto ao princípio da anterioridade, diz-se: não há crime sem lei “anterior” que
o defina e não há pena sem “prévia” cominação legal (nullun crimem, nulla poena
sine praevia lege).

XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;


- Princípio da retroatividade da lei penal mais favorável ao réu (lex mitior). A regra é
a irretroatividade In Pejus, pois a lei nova desfavorável ao réu (lex gravior) não
retroage para atingir delitos praticados antes do início da sua vigência. Quando se
trata de lei mais benéfica para o réu, a retroatividade existe, inclusive com relação à
eficácia da coisa julgada, aplicando-se também durante o processo de execução da
pena.

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LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal;
- Princípio do Devido Processo Legal (due process of law), que decorre do
princípio da Presunção da Inocência e tem como corolários a ampla defesa e
o contraditório, quer dizer que deve ser dado ao indivíduo paridade de
condições em face do Estado, quando este restringir a liberdade ou o direito
aos bens constitucionais tutelados, além do conceito material de proteção
ao direito de liberdade do indivíduo.

LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados


em geral, são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios
e recursos a ela inerentes;
- Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa.
- Por contraditório se entende a garantia que é dada ao réu de conhecer o
direito alegado pela outra parte litigante, pois para todo ato produzido por
uma parte caberá igual direito a outra parte para contraditar. A ampla defesa
se divide em defesa técnica e autodefesa (direito de audiência e direito de
presença/participação).
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LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
Princípio da inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos. (ver a
teoria da árvores dos frutos envenenados).

LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de


sentença penal condenatória;
- O princípio da presunção da inocência ou da não-culpabilidade tutela o
direito do individuo de ser considerado inocente até o trânsito em julgado da
sentença, cabendo ao Estado o dever de provar o contrário. Desse princípio
advém o princípio do in dubio pro reo, segundo o qual, havendo dúvida na
interpretação da lei ou na indicação do fato, será adotada aquela que for
mais favorável ao réu.
- O Supremo Tribunal Federal, em julgamento recente e histórico, julgou o
HC 126.292 e mudou a jurisprudência da Corte, afirmando que é possível a
execução da pena depois de decisão condenatória confirmada em segunda
instância.
- Dispositivo correspondente – art. 5º, LXVI, da CF/88.

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LVIII – o civilmente identificado não será submetido à identificação
criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;
A identificação exigida como excludente de identificação criminal é a oficial e
regularmente emitida pelos órgãos estatais, ou, ainda, aquela cuja lei conceda
equiparação com a cédula de identificação – RG, tais como, a carteira profissional
válida, a carteira nacional de habilitação.

LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não
for intentada no prazo legal;
- Ação penal pública é privativa do Ministério Público, nos termos do art. 129, I, da
CF/88, no entanto havendo inércia do Ministério Público, seja pelo não
oferecimento da denúncia, ou pelo não requerimento de arquivamento do
inquérito policial, ou mesmo pela falta de requisição de novas diligências no prazo
legal, será admitida ação privada subsidiária da pública, que será intentada pelo
ofendido ou seu representante.
- Jurisprudência: A admissibilidade da ação penal privada subsidiária da pública
pressupõe, nos termos do art. art. 5º, LIX, da CF (...), a inércia do Ministério Público
em adotar, no prazo legal (CPP, art. 46), uma das seguintes providências: oferecer a
denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou requisitar novas
diligências. (STF HC 74.276, 3-9-96).
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LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a
defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
- Princípio da Publicidade.
Dispositivo correspondente: art. 93, IX, da CF/88.
LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a
razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação;
Princípio da razoável duração do processo e Princípio da Celeridade.

Crimes Inafiançáveis, Imprescritíveis e Insuscetíveis de Graça e Anistia

XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível,


sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
A lei 7.716/89 define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.

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XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a
prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e
os definidos como crimes hediondos, por ele respondendo os mandantes, os
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
Conceituado graça, indulto e anistia, tem-se que é ato de clemência do poder
executivo, extinguindo ou diminuindo a pena dada ao condenado (art. 84, XII).
Chama-se graça se o perdão for individual e indulto se for coletivo. Já a anistia
difere formalmente da graça e do indulto porque aquela é um perdão concedido
por lei, portanto deve submeter-se ao congresso nacional (art. 48, VIII).
A prática da tortura está definida na lei 9.459/97. As normas que tratam do crime
de tráfico ilícito de drogas constam na lei 11.343/2006 e sobre o terrorismo, aplica-
se a lei 13.260/2016.
A definição de crimes hediondos consta no artigo 1º da lei 8.072/90.

XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados,


civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

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Princípios Aplicáveis ás Penas

XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a


obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens
ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
Princípio da pessoalidade da pena ou intransmissibilidade da pena ou
personificação da pena ou responsabilidade pessoal. A pena não
passará da pessoa do condenado, considerando que a morte é uma
das hipóteses legais de extinção da punibilidade ou da execução da
pena. Entretanto, no que tange a obrigação de reparar o dano e o
perdimento de bens, as sanções de natureza patrimonial podem
alcançar o patrimônio dos sucessores, mas somente até o limite do
valor recebido pela herança do de cujus.

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XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as
seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda dos bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
Princípio da individualização da pena.
O rol das penas ora descritas é exemplificativo ou enumerativo (numerus
apertus), ou seja, o legislador infraconstitucional pode adotar outras penas
além das que estão previstas no presente inciso, desde que não sejam as
vedadas por esta constituição, as quais estão exaustivamente indicadas no
inciso seguinte.

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XLVII – não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
- Anote aí: no Brasil pode sim haver pena de morte. É admitida como exceção, em caso de
guerra declarada.
- Sobre o banimento ou desterro, vale dizer que é a retirada de um nacional de seu país,
em virtude da prática de determinado fato no território nacional, entendendo-se como
nacional o brasileiro nato e o naturalizado.

XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza


do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L – às presidiárias serão asseguradas às condições para que possam permanecer com
seus filhos durante o período de amamentação;

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O inciso XLIX é colorário da regra prevista no inciso III, do artigo 5º, que
diz: "ninguém será submetido à tortura ou tratamento desumano ou
degradante".
- Súmula vinculante nº 11 - Só é lícito o uso de algemas em casos de
resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade
física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar,
civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do
ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil
do Estado.

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Regras de Extradição

LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de


crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma
da lei;
- Extradição, segundo Hildebrando Accioly, “é o ato pelo o qual um Estado
entrega um indivíduo, acusado de um delito ou já condenado como
criminoso, à Justiça do outro, que o reclama, e que é competente para julgá-
lo e puni-lo”. Não há extradição de brasileiro nato, quanto ao naturalizado
admite-se em duas hipóteses (crime comum antes da naturalização, ou
tráfico de drogas mesmo depois de já naturalizado). A extradição não se
confunde com expulsão e deportação. A expulsão decorre de atentado à
segurança nacional, ordem política ou social, ou nocividade aos interesses
nacionais. A deportação tem relação com a legalidade, é a saída compulsória
do estrangeiro que entrou ou permanece irregularmente no país por não
cumprimento dos requisitos legais.

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- Só existe deportação ou expulsão de estrangeiro. Inclusive, com
referência a expulsão, quando o brasileiro, nato ou naturalizado atenta
contra à segurança nacional, ordem política ou social, ou nocividade
aos interesses nacionais será processado e julgado pela justiça
brasileira.
- Há extradição ativa e passiva, mas o STF somente tem competência
para julgar a extradição passiva (art. 102, I, "g"). A solicitação da
extradição para ser aceita pelo Brasil deverá também preencher alguns
requisitos infraconstitucionais, dentre eles, a existência de tratado
internacional ou promessa de reciprocidade entre os países e a dupla
tipicidade, ou seja, a conduta tem que ser crime no Brasil e no país
solicitante.

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LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político
ou de opinião;
O caráter político do crime deverá ser analisado pelo STF, pois inexiste
prévia definição constitucional ou legal sobre a matéria.
- Revela-se essencial, para a exata aferição do respeito ao postulado da
dupla incriminação, que os fatos atribuídos ao extraditando - não
obstante a incoincidência de sua designação formal - revistam-se de
tipicidade penal e sejam igualmente puníveis tanto pelo ordenamento
jurídico doméstico quanto pelo sistema de direito positivo do Estado
requerente. (...). (STF Ext 669/EUA, 29/03/1996).

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Princípios Aplicáveis Às Prisões
LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em
lei;
- Prisão em flagrante, nos termos do código de processo penal, poderá ser decretada por qualquer do povo e
deverá ser decretada pelas autoridades competentes. Já a prisão decorrente de ordem judicial é cláusula de
reserva do judiciário. Deve-se ainda distinguir a prisão processual (prisão temporária, preventiva, em flagrante
delito), a qual se dá antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória e, a prisão penal, onde o
condenado deverá cumprir a pena estabelecida na sentença.
- Existem exceções a presente regra, tais como: prisões militares, expressas no próprio texto do artigo, a prisão
durante o estado de defesa e o estado de sítio (arts. 136, § 1º e 139 da CF/88) e a prisão do Presidente da
República, dos deputados federais e estaduais e dos senadores (arts. 86, § 3º e 53, § 2º, todos da CF/88).
LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
- São obrigatórias as duas comunicações a partir da prisão. Uma, ao juiz competente, o qual vai justamente
avaliar a legalidade da prisão, considerando o que consta nos incisos LXI e LXV desse dispositivo. Outra, ou à
pessoa que o preso indicar ou a alguém da família, se for possível identificá-la.
- Também será necessária a comunicação à Defensoria Pública da prisão do indivíduo que não indique
advogado particular, em observância a parte final do inciso LXII, desse mesmo artigo, nos termos do código de
processo penal.
LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada
a assistência da família e de advogado;

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- Direito ao silêncio. O preso deverá ser obrigatoriamente informado sobre seu direito
constitucional de permanecer em silêncio e que o exercício desse direito não enseja confissão do
crime.
- O direito a não autoincriminação parte de umas das premissas do direito penal, de que ninguém é
obrigado a produzir provas contra si mesmo, será exercido tanto na fase de inquérito policial como
perante a justiça, inclusive diante das comissões parlamentares de inquérito.

LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por interrogatório
policial;
- As autoridades policiais ficam obrigadas a apresentar ao preso todas as alternativas necessárias à
identificação do policial ou da equipe que o prendeu ou interrogou.

LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;


- Prisão ilegal é aquela que não obedece aos requisitos da lei, como, por exemplo, a da pessoa que
foi presa, mas não foi em flagrante, nem por ordem judicial escrita e fundamentada, ou a prisão de
menor de 18 naos. Essa prisão, por mais que se tenha certeza de que o preso é o culpado, deverá
ser relaxada por ordem de autoridade judiciária por conta da não observância dos requisitos legais e
garantias constitucionais.

LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a lei admitir a liberdade provisória,
com ou sem fiança;

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A liberdade provisória é o direito de a pessoa responder ao processo em liberdade, que se
dá até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, tendo como fundamento o
princípio da presunção da inocência. Surge quando a lei permite que o réu fique solto
durante o processo, pois na fase da execução da pena, após o trânsito em julgado da
sentença que condena a privação da liberdade, a prisão não admite tal benefício.

LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável, de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
- O Supremo Tribunal Federal passou a determinar que a prisão civil por dívida seja
aplicável apenas ao responsável pelo não pagamento “voluntário e inescusável" de
obrigação alimentícia. O Tribunal entendeu que a segunda parte do dispositivo
constitucional, que versa sobre o assunto, ainda precisa de lei para a definição de rito
processual e prazos, uma vez que a Lei nº 8.866/94 foi derrogada pela Convenção
Americana de Direitos Humanos (norma Supralegal)
- Dispositivo correspondente: art. 5º, §3º, da CF/88.
- Súmula Vinculante 25 - É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a
modalidade do depósito.

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Tratados internacionais em matéria de Direitos Humanos

§3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos


que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão
equivalentes às emendas constitucionais.
- Os tratados internacionais são celebrados pelo Presidente da
República (art. 84, VIII) e referendados pelo Congresso Nacional (art.
49, I, da CF/88). Aprovado por decreto legislativo, o tratado segue para
o Presidente da República para que seja promulgado por decreto.

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- Depois da mudança trazida pela emenda constitucional nº 45, de
08/12/2004, tais tratados podem ser aprovados com quórum qualificado
(três quintos dos membros de ambas as casas do congresso nacional, em
dois turnos de discussão e votação), quando tratarem de direitos humanos,
sendo equivalentes às emendas constitucionais ou podem ser aprovados por
maioria dos votos, em um só turno de discussão e votação, em cada casa do
Congresso Nacional, quando não tratarem de direitos humanos, sendo
equivalentes a um lei ordinária.
- O STF no julgamento do RE 466.343/SP fez referência aos tratados
internacionais sobre direitos humanos subscritos pelo Brasil, portanto já
incorporados ao ordenamento jurídico antes de promulgação da emenda
constitucional nº 45, que são materialmente compatíveis, mas não
formalmente compatíveis com a mudança, chamando-os de normas
supralegais.
- Já aprovado pelo Congresso Nacional, nos moldes do presente parágrafo,
tem-se o Decreto Legislativo 186/09.07.2009, que referendou a Convenção
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo.

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GARANTIAS CONSTITUCIONAIS
Habeas Corpus

LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso
de poder;
- É uma ação constitucional de natureza mandamental (writ) e de procedimento especial,
isento de custas e que visa cessar violência (habeas corpus repressivo) ou ameaça na
liberdade de locomoção (habeas corpus preventivo), por ilegalidade ou abuso de poder.
- Qualquer do povo, nacional ou estrangeiro, independentemente de capacidade civil,
política, de idade, sexo, estado mental, pode fazer uso do habeas corpus em benefício
próprio ou alheio. Não há impedimento para que dele se utilize pessoa menor de idade,
insana mental, mesmo sem estarem representados ou assistidos por outrem.
- Diferentemente do mandado de segurança, qualquer pessoa pode ser sujeito passivo na
relação de habeas corpus, autoridade pública ou particular, sendo necessário que o
constrangimento exercido decorra de função por ele ocupada. Assim, o diretor de hospital
ou colégio que impeça a saída por débito.
- O Habeas corpus é gratuito nos termos do inciso LXXVII, que reza: “São gratuitas as ações
de Habeas Corpus e Habeas Data e, na forma da lei, os tatos necessários ao exercício da
cidadania”.

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Habeas Data

LXXII - conceder-se-á habeas data:


a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público;
b) para retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo;
- Ação constitucional de caráter civil, gratuita, de conteúdo e rito sumário. Ação
personalíssima, de forma a não admitir o pedido de terceiros. Possui como objeto a
proteção ao direito de informação pessoal, com tripla finalidade: conhecimento,
correção e justificação.
- O presente writ poderá ser impetrado em desfavor de entidade governamental ou
não governamental, mas de caráter público, que possuam informações referentes à
pessoa do impetrante.
- O Habeas data é gratuito nos termos do inciso LXXVII, que reza: “São gratuitas as
ações de Habeas Corpus e Habeas Data e, na forma da lei, os tatos necessários ao
exercício da cidadania”.

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Mandado De Segurança Individual

LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público;
- Ação constitucional de natureza civil, que protege o direito líquido e certo, qualquer que seja
a natureza (civil ou penal). Direito líquido e certo é fato incontestável, que necessita de
comprovação, é aquele capaz de ser provado por documentação inequívoca, onde a autoridade
judicial possa julgar de plano, sem necessitar de instrução probatória.
- O presente writ poderá ser impetrado quando houver lesão (mandado de segurança
repressivo) ou ameaça de lesão (mandado de segurança preventivo), por ato ou omissão de
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público,
salientando-se que os atos vinculados e os atos discricionários estão sujeitos à ação
mandamental.
- Possuem legitimidade para constar no polo ativo (legitimidade ordinária) as pessoas físicas e
jurídicas, órgãos públicos despersonalizados (mesa da câmara dos deputados, mesa do senado
federal) e as universalidades reconhecidas em lei (massa falida, condomínio). Quanto à
legitimidade passiva, além do texto constitucional que diz: "... quando o responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício
de atribuições do Poder Público.", deve-se observar a regra do artigo 1º, parágrafo 1º da
legislação específica.

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- A Constituição da República não prevê a gratuidade do “mandamus”, mas a
lei estabelece prazo decadencial para sua impetração, que tem prazo legal de
120 dias contados da ciência do ato impugnado, ressaltando que do mesmo
cabe desistência.
Destaque-se o caráter subsidiário do mandado de segurança, considerando o
próprio dispositivo constitucional quando diz “... para proteger direito líquido
e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data...”.
Súmula 101 do STF – O mandado de segurança não substitui ação popular.
Súmula 266 do STF – Não cabe Mandado de Segurança contra Lei em tese.
Súmula 267 do STF – Não cabe Mandado de Segurança contra ato passível de
correção e de recurso.
Súmula 268 do STF – Não cabe mandado de segurança contra decisão
judicial com trânsito em julgado.

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Mandado De Segurança Coletivo
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e
em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus
membros ou associados;
- Tem como objeto a proteção aos direitos coletivos lato sensu, compreendendo os
direitos coletivos, transindividuais e individuais homogêneos.
Direito Coletivos são aqueles indivisíveis de que seja titular grupo, categoria ou
classe de pessoas determinadas (não individualizadas). Tem como exemplo a
impetração de mandado de segurança pela Ordem dos Advogados do Brasil em
defesa de direitos da classe.
Direitos Difusos são aqueles indivisíveis de titularidade indeterminada, pessoas
ligadas por uma circunstância de fato, tais como direito ao meio ambiente saudável
ou direito à publicidade não enganosa. O que os difere dos direitos coletivos é a
indeterminabilidade e a relação existente do grupo, categoria ou classe anterior à
lesão.

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Interesses individuais homogêneos são aqueles de natureza divisível, cujos
titulares são pessoas determinadas. Por exemplo, os consumidores que
reinvidicam os direitos ao fabricante de veículos vendidos com peças
defeituosas, apesar de cada um deles, individualmente, poder pleitear
judicialmente a reparação dos danos.
- Outra distinção entre o presente mandamus e o mandado de segurança
individual diz respeito a legitimidade ativa, conhecida doutrinariamente por
legitimidade extraordinária, uma vez que os legitimados expressos no
dispositivo agem como substituto processual e não como representantes.
- Do partido político com representação no Congresso Nacional exige-se, no
mínimo, um parlamentar, em qualquer das Casas Legislativas, filiado a
determinado partido político.
- Da organização sindical, entidade de classe ou associação, são exigidos três
requisitos: legalmente constituídas, em funcionamento há pelo menos um
ano e pertinência temática. Entretanto vale dizer que a jurisprudência da
Corte Suprema dispensou aos sindicatos o requisito de funcionamento há
pelo menos um ano.

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Mandado de Injunção

LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta da norma


regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania
e à cidadania;

- A impossibilidade do exercício dos direitos e liberdades "constitucionais" e


as prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, por
falta da norma regulamentadora, é o que legitima a impetração do mandado
de injunção. Assim, tem como objeto uma norma de eficácia limitada,
norma constitucional que prescinde de lei infraconstitucional para possuir
plena aplicabilidade.
- Há a possibilidade de impetração de mandado de injunção contra omissão
absoluta do legislador, uma lacuna da lei, ou contra omissão parcial, quando
a lei existe, mas não foi capaz de regular a completude do direito
estabelecido.

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- O STF tem aplicado a teoria concretista individual, permitindo ao
Poder Judiciário, diante da lacuna deixada pelo Poder Legislativo, editar
norma para o caso específico, viabilizando o exercício do direito
somente ao impetrante, uma vez que a decisão tem efeitos inter partes
(MI795).
- Súmula Vinculante nº 33 - Aplicam-se ao servidor público, no que
couber, as regras do regime geral da previdência social sobre
aposentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4º, inciso III da
Constituição Federal, até a edição de lei complementar específica.

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Ação Popular

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé,
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
- A ação pode ser preventiva ou repressiva contra ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
- Quem tem legitimidade ativa para interpor uma ação popular é somente o cidadão, inclusive o
menor de dezoito anos, conforme expresso no texto do inciso, o que impede o estrangeiro de ser
impetrante. Entretanto, a de se levar em conta que o português equiparado terá os mesmos direitos
do brasileiro naturalizado em decorrência do princípio da reciprocidade, portanto, mesmo sendo
estrangeiro, poderá impetrar uma ação popular. Também não são legitimados as pessoas jurídicas e
os apátridas (os que não exercem seus direitos políticos sejam porque perderam ou porque não os
adquiriram).
- A presente ação é desconstitutiva condenatória, pois visa tanto à anulação do ato impugnado
quanto à condenação dos responsáveis e beneficiários em perdas e danos.
- Não se confunde com a Ação Civil Pública, prevista no artigo 129, II, da CF/88.
- Súmula 365 do STF - Pessoa Jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.(apenas o
cidadão possui legitimidade).

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Regras de Gratuidade e de Indenizações

LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que


comprovem insuficiência de recursos;
- Dispositivo correspondente: art. 134, da CF/88.

LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o


que ficar preso além do tempo fixado na sentença;

LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:


a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito.
- Embora a Constituição só reconheça a gratuidade aos reconhecidamente
pobres na forma da lei, a lei infraconstitucional nº 9.534/97 previu a
gratuidade dos serviços para todos.

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Regras de Aplicação das Normas Constitucionais

§1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm


aplicação imediata;

Segundo a dogmática doutrinária, todas as normas constitucionais têm


eficácia jurídica, que é imediata, direta e vinculante, haja vista que passa a
produzir efeitos desde a sua vigência. Entretanto, não se deve confundir
eficácia jurídica das normas com aplicabilidade das normas, considerando
que a norma poderá possuir aplicabilidade mediata e indireta, quando, por
exemplo, necessitam de uma norma infraconstitucional para produzir todos
os efeitos (norma de eficácia limitada). Ressalte-se que mesmo essas normas
possuem o mínimo de aplicabilidade quando revogam as normas que lhes
são contrárias, ou limitam o legislador e o aplicador do direito, impedindo-os
de negar o direito, além de conceder legitimidade às pessoas de exigir o
direito previsto, inclusive através do mandado de injunção.
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§2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou
de tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil
seja parte.

Esse dispositivo garante que os direitos e garantias estão espalhados


por toda a Constituição Federal, de forma expressa e implícita, através
de regras e princípios, inclusive em tratados internacionais em que o
Brasil seja parte. Os direitos fundamentais são uma categoria aberta,
uma vez que outros direitos e garantias podem ser estabelecidos na
constituição federal e nas leis infraconstitucionais, não se restringido
apenas ao rol do art. 5º da CF.
- Dispositivo correspondente: art. 60, §4º, IV, da CF/88.

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DIREITOS SOCIAIS

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho,


a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na
forma desta Constituição.
- Aqui se encontram os direitos sociais gerais.
- No Brasil, os fundamentos constitucionais dos direitos sociais tiveram início
com a pioneira Constituição mexicana de 1917, mas só na Constituição
Brasileira de 1934 fora reservado o Título IV à Ordem Econômica e Social,
sob a influência da Constituição Alemã de Weimar, de 1919.
- Os direitos sociais são as liberdades positivas, que exigem “um fazer” do
Estado Social de Direito, são direitos de segunda dimensão. Além disso,
tratam de direitos imprescritíveis, irrenunciáveis e de ordem pública.

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- No âmbito das funções institucionais do Poder Judiciário, em observância a
separação dos poderes, não se encontra a de formular e implantar políticas
públicas, cuja atribuição é dos Poderes Legislativo e Executivo, entretanto, a
Corte Suprema tem admitido a interferência do Poder Judiciário nesse
âmbito (sistema da judicialização das políticas públicas), para determinar a
elaboração e implementação dos direitos sociais, que têm caráter
programático e que possuem aplicabilidade diferida, apesar de se
caracterizam pela gradualidade de seu processo de efetivação. Não podendo
o Poder Público invocar irresponsavelmente a cláusula de “reserva do
possível”, princípio implícito que só se justifica pela impossibilidade
financeira do Estado concretizar os direitos constitucionais previstos, em
cada caso, devendo o Ente Estatal cumprir o mínimo existencial.
- Vale ainda mencionar sobre o princípio da melhoria da condição social ou
da proibição de retrocesso social que obriga o legislador a legislar sem
anular, ou revogar, ou aniquilar, o núcleo essencial dos direitos
constitucionais previstos pelo constituinte.
- Dispositivos correspondente: art. 198, §2º e 212, ambos da CF/88.

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Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
- Trata-se de direitos sociais individuais, pois diz respeito aos direitos da
pessoa trabalhadora.
- Não é pacífico o entendimento doutrinário de que tais direitos seriam
cláusulas pétreas e a questão ainda não foi diretamente analisada pelo
plenário do Supremo Tribunal Federal.
- Nem todos os direitos do trabalhador estão expressos neste art. 7º. A
Constituição admite expressamente outros, pela locução “além de outros
que visem à melhoria de sua condição social”, do caput.
Trabalhador, nos termos da CLT, tem a seguinte definição: “Considera-se
empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual
a empregador, sob a dependência deste e mediante salário”. Nesse conceito
também está inserido o trabalhador avulso, segundo o inciso XXXIV deste
mesmo artigo.

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- A Constituição Federal concedeu igualdade de direitos entre o trabalhador
com vínculo empregatício e o trabalhados avulso, conforme o inciso que
segue:

XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício


permanente e o trabalhador avulso.
- São trabalhadores avulsos os que oferecem a sua força de trabalho a
diversos tomadores de serviço, sem se fixar a nenhum deles, por curto
período de tempo e mediante a intermediação do OGMO (órgão de gestão
de mão-de-obra). São exemplos desses trabalhadores os estivadores,
trabalhadores em estiva de carvão e minério e trabalhadores em alvarenga,
conferentes de carga e descarga, consertadores de carga e descarga, vigias
portuários, trabalhadores avulsos de capatazia, trabalhadores no comércio
armazenador (arrumadores), ensacadores de café, cacau, sal e similares,
classificador de frutas, práticos de barra e portos, catadeiras e costureiras no
comércio de café, dentre outros.

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- Quanto aos domésticos, nem todos os direitos foram assegurados,
como atesta o parágrafo seguinte:
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores
domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV,
XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e,
atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a
simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e
acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades,
os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua
integração à previdência social. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 72, de 02 de abril de 2013).

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- O empregado doméstico não terá os direitos previstos nos incisos V,
XI, XIV, XX, XXIII, XXVII, XXIX e XXXII, a saber: piso salarial, participação
nos resultados e na gestão da empresa, jornada de seis horas para
trabalho de revezamento, proteção do mercado de trabalho da mulher,
adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou
perigosas, proteção em face da automação, direito de ação e prazo
prescricional e proibição de distinção entre o trabalho técnico, manual
e intelectual.
Note-se que os direitos previstos na segunda parte do presente
parágrafo são dependentes de legislação infraconstitucional, que diz
respeito a lei complementar nº 150/2015.
- Os servidores públicos estão sujeitos a regime jurídico próprio
(estatutário), não há contrato de trabalho, instituto previsto aos que
são regidos pela CLT, celetistas, mas o art. 39, parágrafo 3º, indica os
direitos sociais que se aplicam aqueles.

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Regras aplicáveis ao salário / remuneração.

IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de


atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família com
moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene,
transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer
fim;
Súmula vinculante 4 – Salvo nos casos previstos na constituição, o salário
mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem
de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão
judicial.
Súmula vinculante 6 – Não viola a Constituição o estabelecimento de
remuneração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de
serviço militar inicial.

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V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
O princípio da irredutibilidade do salário não é absoluto, pois admite a redução,
desde que assim decidido por convenção ou acordo coletivo. Essa redução deverá
obedecer a certos critérios, dentre as quais, não poderá levar o valor final para
menos do que o salário mínimo.
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem
remuneração variável;
No caso de empregado que receba remuneração variável, nunca lhe poderá ser
pago valor menor que o salário mínimo, mesmo que suas comissões, por exemplo,
não levem a tanto. Nesse caso, a quantia deverá ser completada pelo empregador.
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da
aposentadoria;
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,
excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;

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- A participação na gestão (na condução dos negócios da empresa, ao lado
do empresário) será excepcional e a participação nos lucros ou resultados é
uma faculdade do empregador.
- A garantia de participação nos lucros ou resultados é desvinculada da
remuneração, ou seja, o 13º salário não será calculado também sobre o
valor das parcelas de lucros eventualmente distribuídas, e nem as verbas
devidas pela demissão poderão considerá-las.
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa
renda nos termos da lei;
Regras Aplicáveis À Duração Do Trabalho
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e
quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a
redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos
ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

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XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do
normal;
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com pelo menos, um terço a mais do que o salário
normal;
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com duração de cento e vinte
dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
O período da licença paternidade está previsto no art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias.
Art. 10. (...)
§ 1º - Até que a lei venha a disciplinar o disposto no art. 7º, XIX, da Constituição, o prazo da licença-
paternidade a que se refere o inciso é de cinco dias.
A lei nº 13.257/2016, que alterou a redação do artigo 1º da Lei 11.770/2008 (programa empresa
cidadã), prevê a possibilidade de prorrogação por 60 (sessenta) dias a duração da licença-
maternidade e por 15 (quinze) dias a duração da licença-paternidade.
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos
da lei;
A lei nº 12.506/2011 regula a matéria.

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Outras Garantias:

I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa


causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização
compensatória, dentre outros direitos;
- Despedida arbitrária é aquela proveniente da vontade exclusiva do patrão,
sem nenhuma razão. Despedida sem justa causa também decorre da
vontade do empregador, mas com razões que justificam o ato.
- Até a presente data, não foi promulga a lei complementar referida,
aplicando-se a regra do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da
Constituição, em seu art. 10.
Essa demissibilidade arbitrária ou sem justa causa está excepcionada no caso
de empregado membro da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes -
CIPA, da mulher gestante (ADCT, art. 10, II, a e b) e do empregado eleito para
cargo sindical (art. 8º, VIII). os quais possuem estabilidade relativa.

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II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

III - fundo de garantia do tempo de serviço;

XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos


específicos, nos termos da lei;

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança;

XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou


perigosas, na forma da lei;
Atividade penosa é a que exige, para a sua realização, um esforço, sacrifício ou
incômodo muito grande. Atividade insalubre é a que compromete a saúde do
trabalhador. Atividade perigosa é a que ameaça a vida do trabalhador.

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XXIV - aposentadoria;

XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até cinco anos de
idade em creches e pré-escolas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de
2006)

XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;


Convenções coletivas de trabalho são instrumentos destinados a regular as relações de
trabalho de toda uma categoria profissional, é uma espécie de contrato coletivo. As
convenções coletivas têm como característica a presença exclusiva de sindicatos de
empregadores e de empregados.
Acordo coletivo são instrumentos que não obrigam toda uma categoria, mas se destinam a
ter vigência exclusivamente entre as empresas ou grupos de empresas que participaram da
negociação.
- O artigo 8º, VI, da CF/88, reza que:
Art.. 8º. É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
(...);
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;

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XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
Automação é a substituição da mão de obra por máquinas.

XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a


indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
O trabalhador tem direito a propor duas ações judiciais. Uma chamada de acidentária
quando o INSS se nega a pagar o seguro contra acidentes de trabalho, que não exclui a
outra, a de Reparação de Dano.

XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo
prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois
anos após a extinção do contrato de trabalho;
- O prazo para o direito de ação é de dois anos, o direito de reclamar na justiça as verbas
trabalhistas rescisórias não pagas pelo empregador. Já o prazo prescricional, que tem como
termo inicial a data da reclamação feita no judiciário, em regra, é retroativo de cinco anos,
ou seja, os direitos trabalhistas não adimplidos anteriores aos cinco anos não estão
agasalhados pela legislação pátria.

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Proibições:
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
Súmula 683 do STF: O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima
em face do art. 7º., XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das
atribuições do cargo a ser preenchido.

XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão


do trabalhador portador de deficiência;
Diferentemente do inciso anterior, a discriminação desse dispositivo diz respeito apenas a
diferença de salário e critérios de admissão e não no tocante a diferença de exercício de
funções.

XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os


profissionais respectivos;
O constituinte não equiparou todas as profissões, quer manuais, quer técnicas, quer
intelectuais, ele quis dizer que nenhuma dessas formas de trabalho poderá ser vista de
maneira diferente para fins de reconhecimento e aplicação de direitos trabalhistas.

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XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso, ou insalubre a menores de dezoito e de
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir
de quatorze anos;
O trabalho exercido por menor de quatorze anos é crime contra a organização do trabalho,
que deverá ser julgado pela justiça federal, conforme art. 109, VI, da CF/88.

Direitos Sociais Coletivos

Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:


Associação profissional e associação sindical não são sinônimas, sendo a primeira um
núcleo embrionário inicial da segunda. A associação profissional está regida, de um modo
geral, pelas mesmas regras de organização das demais associações. Apenas a criação do
sindicato, ou seja, a transformação da associação profissional em órgão de representação
oficial de uma classe de trabalhadores é que depende dos requisitos previstos na lei.
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado
o registro no órgão competente, vedadas ao poder público a interferência e a
intervenção na organização sindical;

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O inciso trata da única providência legal para a constituição de sindicato, que é o
registro em órgão competente. Esse “órgão competente”, já decidiu o Supremo
Tribunal Federal, é o Ministério do Trabalho, até que a lei crie outro.
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau,
representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial,
que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não
podendo ser inferior à área de um Município;
Este dispositivo consagra o princípio da unicidade Sindical.
Base territorial é a região, o limite territorial onde atua a entidade sindical.
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da
categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas.
O inciso XXI do art. 5º exige autorização expressa para que as entidades
associativas possam representar seus associados judicial e extrajudicialmente. Dos
sindicatos não se pode exigir essa autorização expressa, porque ela já se presume
pelas suas próprias finalidades, sendo o sindicato "substituto processual".
IV - a assembleia-geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria
profissional, será descontada em folha para custeio do sistema confederativo da
representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista
em lei;
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Trata-se aqui de duas contribuições. A primeira, a contribuição de custeio do
sistema confederativo, será criada por assembleia-geral da organização
sindical interessada, e paga por todos os trabalhadores sindicalizados. O
Supremo Tribunal Federal já decidiu que essa contribuição não pode ser
cobrada de trabalhador não vinculado à entidade sindical que a cria. A
segunda, a contribuição sindical, é criada por lei e paga por todos os
trabalhadores, sindicalizados ou não. O pagamento de uma não impede a
cobrança da outra, já que são independentes. A contribuição sindical é
devida pelo fato de se pertencer a uma determinada categoria econômica ou
profissional ou a uma profissão liberal.
- Súmula Vinculante nº 40 - A contribuição confederativa de que trata o art.
8º, IV, da constituição, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.
- reforma trabalhista e a contribuição definida em lei.

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V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;

VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;

VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais

VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura


a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano
após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.

Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais


e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.

Art. 9º. É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a
oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
Consta aqui o direito de greve dos trabalhadores privados, incluídos os de sociedades de
economia mista e de empresas públicas. O direito de greve do servidor público civil está
previsto no art. 37, VII, da CF/88.
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§1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
A lei que regula a matéria é a lei nº 7.783/89.

§2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.

Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos


colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou
previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
Exemplo desses órgãos é o Conselho Curador da Previdência Social.
O artigo assegura o objetivo democrático da Seguridade Social (art. 194, §único,
VII).

Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição


de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o
entendimento direto com os empregadores.

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DIREITOS DA NACIONALIDADE
Há diferenças conceituais entre naturalidade (indicativa do lugar de nascimento de
uma pessoa, em certa região ou localidade), cidadania (conjunto de prerrogativas
de direito político conferidas à pessoa natural, constitucionalmente asseguradas e
exercidas pelos nacionais, ou seja, por aqueles que têm a faculdade de intervir na
direção dos negócios públicos e de participar no exercício da soberania),
população, que diz respeito ao número de pessoas em determinado território, seja
nacional ou estrangeira, nação, que se refere a pessoas ligadas por laços culturais,
de raça, língua, fins sociais, e de nacionalidade e povo que, para Pontes de
Miranda, é o laço jurídico político de direito público interno, que faz da pessoa um
dos elementos componentes da dimensão pessoal do Estado.

Art. 12. São brasileiros:


- São dois os critérios determinadores da nacionalidade: o jus sanguinis e o jus soli.
O jus sanguinis informa a nacionalidade pela filiação, independentemente do lugar
de nascimento, a nacionalidade é determinada pela nacionalidade dos pais. O jus
soli atribui a nacionalidade pelo local de nascimento, ou, pelo critério territorial, e
desconsidera a nacionalidade dos pais.

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I - natos:
Tem-se aqui a nacionalidade primária ou de 1º. grau, originária, pelo fato do nascimento.
Todos os casos possíveis de reconhecimento de condição de brasileiro nato estão neste inciso da Constituição,
uma vez que só a Constituição pode prevê hipóteses de aquisição primária.
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam
a serviço de seu país;
Tratando de brasileiros natos, a regra geral é a do jus soli (alínea "a"), ou seja, de aquisição da nacionalidade
pelo solo de nascimento. Assim, são brasileiros os nascidos na República Federativa do Brasil, em qualquer
ponto de seu território.
- A Constituição exige que ambos os pais sejam estrangeiros, e que pelo menos um deles esteja a serviço
diplomático oficial de seu próprio país, e não de outro.
- Assim, a única exceção a essa regra é o nascido na República Federativa do Brasil, filho de pais estrangeiros,
desde que um deles esteja no Brasil em serviço oficial de seu país, como no caso dos diplomatas, dos que
estiverem em missão de serviço público a serviço de seus Estados de origem ou que aqui representem
organizações internacionais, como a ONU. Neste caso, guardam a nacionalidade do país de origem dos pais,
pelo critério do jus sanguinis (aquisição de nacionalidade pelo sangue dos pais), fazendo valer o princípio da
extraterritorialidade diplomática.

b) Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço
da República Federativa do Brasil;
Regra do jus sanguinis.

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São brasileiros natos os nascidos no exterior, quer de pai brasileiro, quer de
mãe brasileira (por isso não é acolhido no Brasil o jus sanguinis puro, que
exige que ambos os pais sejam natos), desde que qualquer dos dois esteja no
estrangeiro a serviço oficial do Brasil.
c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que
sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir
na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de
atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;
O constituinte usou o critério do jus sanguinis.
Há duas possibilidades. A primeira será dos nascidos no estrangeiro, filhos de
pai ou de mãe brasileira que poderão ser registrados em repartição
competente (como um consulado brasileiro) e, nesse momento, adquirirem
a condição de brasileiros natos. A segunda, será dos nascidos no estrangeiro,
filhos de pai ou mãe brasileira que poderão ainda vir a residir no Brasil, em
caráter definitivo, e aqui, a qualquer tempo, após os 18 anos, que é a
maioridade civil, optar pela condição de brasileiro nato. Tal opção deverá ser
necessariamente exercida pelo detentor de maioridade civil, perante um juiz
federal, nos termos do art. 109, X, da CF/88. Essa opção trata-se de um
direito subjetivo, por isso é chamada pela doutrina de nacionalidade
potestativa.
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II - naturalizados:
Cuida-se da nacionalidade secundária ou de 2º. Grau, derivada.
Em tese, a concessão da nacionalidade brasileira está submetida à
discricionariedade do chefe do Poder Executivo.
A aquisição da nacionalidade pode ser tácita (quando não depende de
requerimento do interessado) ou expressa (quando depende dessa
manifestação de vontade). No Brasil, atualmente, não é possível a
naturalização tácita ou automática.
A doutrina classifica a nacionalidade de 2º grau em espécies: ordinária
(quando esse requerimento é regido pela lei), especial (quando requerida
por originários de países de língua portuguesa) e extraordinária ou
quinzenária (quando a hipótese de aquisição é oferecida pela própria
Constituição).

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas


aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um
ano ininterrupto e idoneidade moral;
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Hipótese de naturalização expressa ordinária, já que submetida aos termos
da lei.
Para a aquisição da condição de brasileiro, o estrangeiro deverá proceder de
acordo com o Estatuto do Estrangeiro (Lei n. 6.815/80).
- Há, no entanto, um grupo especial de estrangeiros, formado pelos que são
de países de língua portuguesa (Portugal, Angola, Moçambique, Guiné
Bissau, Açores, Cabo Verde, Ilhas Príncipe, Goa, Gamão, Dio, Macau e Timor)
que tem a seu favor as condições de residência por um ano ininterrupto e
idoneidade moral, chamada doutrinariamente de aquisição especial.

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República


Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem
condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
- Hipótese de aquisição de nacionalidade brasileira expressa extraordinária.

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- O estrangeiro de qualquer nacionalidade poderá se beneficiar dessa forma
excepcional de aquisição de nacionalidade.
- Quanto aos requisitos dessa via de aquisição, verifica-se que não é
impedimento a exigência de condenação civil ou trabalhista e que a condição
de "prazo ininterrupto do prazo de residência" não é quebrada por breves
viagens ao exterior já que a Constituição exige residência contínua e não
permanência contínua.
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver
reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes
ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.
- Trata-se de equiparação de direitos e não hipótese de naturalização. O
português, que não pretende a naturalização, e sim permanecer como como
estrangeiro no Brasil, será equiparado em direitos ao brasileiro naturalizado
sem sê-lo, condicionado à existência e observância da reciprocidade.
- Segundo a jurisprudência de Supremo Tribunal Federal, a mera condição de
egresso de Portugal não é suficiente para os benefícios da equiparação,
devendo o português ter requerido o benefício na Justiça Brasileira e ter sido
deferido.

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§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e
naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
As distinções permitidas pelo texto constitucional, e só ela pode, são: casos
de extradição (art. 5º, LI), exercício de determinados cargos públicos (art. 12,
§ 3º), perda da condição de nacional (art. 12, §4º), exercício da função de
membro do Conselho da República (art. 89, VII) e administração e orientação
intelectual de veículo de mídia no Brasil (art. 222):
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
(...).
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de
crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da
lei; (...).
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Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam: I
- o Vice-Presidente da República; II - o Presidente da Câmara dos Deputados; III - o Presidente do Senado
Federal; IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados; V - os líderes da maioria e da
minoria no Senado Federal; VI - o Ministro da Justiça; VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e
cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e
dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.
Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de
brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis
brasileiras e que tenham sede no País.
§ 3º são privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas;
VII - de Ministro de estado da Defesa
- O rol dos cargos privativos de brasileiros natos é taxativo.
- A título de informação, são da carreira diplomática o 3º Secretário, o 2º Secretário, o 1º Secretário, o
Conselheiro, o Ministro de 2ª Classe e Ministro de 1ª Classe, que é o embaixador. Os oficiais das Forças
Armadas são os do Exército, da Marinha e da Aeronáutica (mas não os suboficiais destas Forças, nem os oficiais
da Polícia Militar).

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§ 4º. Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I - tiver
cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva
ao interesse nacional;
Essa hipótese de perda da nacionalidade é só para brasileiro naturalizado
que for considerado culpado por sentença judicial transitada em julgado de algum
crime no Brasil. O condenado poderá, na sentença, receber uma pena acessória de
cancelamento da naturalização, de acordo com a gravidade do crime. Nesse caso, a
partir dessa sentença, por ato do Presidente da República, será declarada a perda
de sua nacionalidade, para viabilizar a expulsão do Brasil.
O cancelamento da naturalização ensejará a perda dos direitos políticos, conforme
previsto no artigo 15, I, da CF/88.

II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:


a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro
residente em Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu
território ou para o exercício de direitos civis.

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A aquisição voluntária de outra nacionalidade por um brasileiro
conduz como regra, à perda da sua nacionalidade brasileira, seja ele nato ou
naturalizado, sendo aceitas as duas exceções expressas nas alíneas “a” (caso
de acumulação de nacionalidade, ou dupla nacionalidade) e “b”.
O processo de perda da nacionalidade, nesse caso, ocorrerá
administrativamente no Ministério da Justiça.

Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República


Federativa do Brasil.
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o
hino, as armas e o selo nacionais.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter
símbolos próprios.
- A língua portuguesa é oficial no Brasil, o que não proíbe que outras
aqui sejam faladas e reconhecidas, como no caso do art. 210, § 2º, da CF/88,
que reconhece aos índios no Brasil o direito de usarem suas linguagens e
dialetos no aprendizado.

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DIREITOS POLÍTICOS E DOS PARTIDOS

Princípio da soberania popular


Segundo Pimenta Bueno, os direitos políticos são um conjunto
de prerrogativas, atributos, faculdades, ou poder de intervenção dos
cidadãos ativos no governo de seu país, intervenção direta ou indireta,
mais ou menos ampla. Seria, assim, a inserção da vontade do cidadão
no universo da formação da vontade nacional.
- As formas dessa participação são, basicamente: o direito de
votar e de ser votado, o plebiscito, o referendo, a iniciativa popular de
leis, a ação popular, a fiscalização popular de contas públicas, o direito
de informação em órgãos públicos e a filiação a partidos políticos.

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Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo
voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei,
mediante:
Sufrágio configura um direito público subjetivo de eleger e ser eleito, e
também o direito de participar da organização e da atividade do poder estatal. O
sufrágio universal se apoia na coincidência entre a qualidade de eleitor e de
nacional de um país, sujeito, contudo, a condicionamentos, como idade.
O sufrágio restrito pode ser censitário (quando o votante precisa preencher
requisitos de natureza econômica, como renda e bens) ou capacitária (quando o
eleitor precisa apresentar algumas condições especiais de capacidade, como as de
natureza intelectual). O voto, por seu turno, é o ato político que materializa, na
prática, o direito subjetivo de sufrágio.
O voto apresenta as características de personalidade (só pode ser exercido
pessoalmente), obrigatoriedade formal de comparecimento (pela regra, o eleitor
precisa comparecer, embora não precise efetivamente votar), liberdade (o eleitor
escolhe livremente o nome de sua preferência), sigilosidade (o voto é secreto),
periodicidade (o eleitor é chamado a votar de tempos em tempos), igualdade (cada
voto tem o mesmo peso no processo político, embora a Constituição admita casos
em que isso é negado, como no art. 45).

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I - plebiscito;
Consulta prévia ao cidadão. (lembrar: consulta à plebe)

II - referendo;
Manifestação popular sobre questão concreta efetivada, geralmente
legislativa. (lembrar: referendar, confirmar)

III - iniciativa popular


- É o poder que o povo possui de apresentar um projeto de lei ao poder
legislativo.
Existe no âmbito federal (art. 61, § 2º), no estadual (27, § 4º) e no municipal
(art. 29, XIII), sujeito a diferentes requisitos.
- Os Direitos Políticos podem ser positivos e negativos. Os positivos são a
alistabilidade (capacidade eleitoral ativa) e a elegibilidade (capacidade
eleitoral passiva). Os negativos são a inalistabilidade (incapacidade eleitoral
ativa) e a inelegibilidade (incapacidade eleitoral passiva).
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§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

Alistabilidade é o alistamento eleitoral, ou seja, é a inscrição como eleitor. Só é feito


por iniciativa do interessado, uma vez que não é possível alistamento ex ofício.

§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o


período do serviço militar obrigatório, os conscritos.
A inalistabilidade é a incapacidade de se alistar como eleitor.
Conscritos são os recrutados para servir às Forças Armadas, dentre eles, aquele que
presta o serviço militar obrigatório, não podendo alistar-se como eleitor. Os demais
integrantes das Forças Armadas têm o poder-dever de alistamento.

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§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária;
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e
Juiz de Paz; d) dezoito anos para Vereador.
A elegibilidade refere-se à capacidade de ser eleito.

§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.


Inelegibilidade é impedimento à capacidade ao direito de ser votado. Não se confunde com a inalistabilidade,
que é a impossibilidade de se alistar eleitor, nem com a incompatibilidade, impedimento ao exercício do
mandato depois de eleito.
Este parágrafo enumera os casos de inelegibilidade absoluta, estabelecida para todos os cargos, os quais só
podem ser previstos pela Constituição Cidadã.

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Nos §§ 5º ao 8º estão casos de inelegibilidades relativas, porque dizem
respeito a determinados cargos e determinadas situações, que podem ser
estabelecidos inclusive por norma infraconstitucional.
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e
do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido ou
substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para
um único período subsequente.
Não é necessário que o Presidente da República, o Governador de Estado ou
do Distrito Federal e o Prefeito afastem-se desses cargos ou renunciem para
postular a reeleição.
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da
República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os
Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis
meses antes do pleito.
Para tentarem eleição para qualquer outro cargo, deverão renunciar. A
renúncia, nesse caso, é irreversível.

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§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes
consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da
República, de Governador de estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito
ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo
se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
Tem-se, aqui, a inelegibilidade reflexa. Para esses fins, o território de “jurisdição” (a
doutrina prefere “circunscrição”) do titular é a área física em que esse exerce poder. Assim,
o do Presidente da República é todo o País; o do Governador, o respectivo Estado; e o do
Prefeito, o Município. Assim, cônjuge e parentes do Prefeito não poderão disputar os
cargos e mandatos de Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador naquele Município; do
Governador, esses cargos citados, nos Municípios do Estado, mais os cargos de Governador
e Vice-Governador e de Deputado Estadual, Federal e Senador, estes dois últimos para
vagas do próprio Estado, do Presidente da República, por fim, são absolutamente
inelegíveis, salvo a única hipótese do final da redação do dispositivo. Cabe aqui, referência
à decisão do Tribunal Superior Eleitoral, onde foi decidido que em se tratando de eleição
para Deputado Federal ou Senador, cada Estado e o Distrito Federal constituem uma
circunscrição eleitoral, o que amplia a relação dos impedimentos.
- Súmula Vinculante 18 - A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no
curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da
Constituição Federal.

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§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço deverá afastar-se da
atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da
diplomação, para a inatividade.
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade
e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa,
a moralidade para o exercício do mandato, considerada a vida pregressa do
candidato, e a normalidade, legitimidade das eleições contra a influência
do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego
na administração direta ou indireta.
- A lei complementar 64/90 prevê tais casos de inelegibilidade, bem
como a Lei Complementar nº 135/2010 (lei da ficha limpa).

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Ação De Impugnação De Mandato Eletivo
§ 10 O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça
Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação
com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
A legitimação ativa para essa ação é do Ministério Público, dos
partidos políticos, das coligações e dos candidatos, eleitos ou não.
§ 11 A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de
justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta
má-fé.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou
suspensão só se dará nos casos de:
A cassação aqui mencionada e proibida é ato unilateral, do Poder
Executivo, configurando uma radical medida contra o regime democrático,
que suprime direitos e garantias individuais. Perda é a privação definitiva;
suspensão é uma perda temporária.

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I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em
julgado;
II - incapacidade civil absoluta;
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto
durarem seus efeitos;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação
alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
Princípio da Anterioridade Eleitoral
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor
na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até
um ano da data de sua vigência.
Aqui se estabelece o princípio da anterioridade da lei eleitoral
(princípio da anualidade eleitoral).
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PARTIDOS POLÍTICOS
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos,
resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os
direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:
I - caráter nacional;
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo
estrangeiro ou de subordinação a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura
interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de
suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária.
§ 2º. Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da
lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 3º. Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso
gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei.
§ 4º. É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.

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- Segundo José Afonso da Silva partido político é “uma forma de
agremiação de um grupo social que se propõe organizar, coordenar e
instrumentar a vontade popular com o fim de assumir o poder para realizar
seu programa de governo”.
- A natureza jurídica do partido político é de pessoa jurídica de direito
privado (art. 17 § 2º).
- A Emenda Constitucional nº 91 altera a Constituição Federal para
estabelecer a possibilidade, excepcional e em período determinado, de
desfiliação partidária, sem prejuízo do mandato. As Mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, nos termos do § 3º do art. 60 da
Constituição Federal, promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional:
“Art. 1º É facultado ao detentor de mandato eletivo desligar-se do partido
pelo qual foi eleito nos trinta dias seguintes à promulgação desta Emenda
Constitucional, sem prejuízo do mandato, não sendo essa desfiliação
considerada para fins de distribuição dos recursos do Fundo Partidário e de
acesso gratuito ao tempo de rádio e televisão.”

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(AULA 07) – Prof. Ricardo Beckman Cruz
6. ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

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(AULA 08) – Prof. Ricardo Beckman Cruz
6.5 DO PODER LEGISLATIVO
O Poder Legislativo desempenha duas grandes funções
Funções típicas
Correspondem à:
Função legislativa: edição de leis ordinárias, leis complementares,
Emendas Constitucionais, Decretos Legislativos e resoluções.
Função fiscalizatória: atuação dos Tribunais de Contas, atuação das
CPIs e convocação para prestar esclarecimentos de autoridades
subordinadas ao Presidente da República (art. 50, CF/88)

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Funções atípicas
Correspondem à:
Função jurisdicional: julgamento pelo Senado Federal de crime de responsabilidade
praticado pelas autoridades previstas no art. 52, I e II da CF/88:
- Presidente da República
- Vice-Presidente da República
- Ministros de Estado e Comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, desde que
tenham atuado em conexão com o Presidente e/ou o Vice-Presidente da República
- Ministro do STF
- Membros do CNJ
Membros do CNMP
- o AGU
- o PGR
Função administrativa: cada casa legislativa cuida do Regime Jurídico próprio de seus
servidores (ex: férias, licenças, gratificações).
Composição do Poder Legislativo da União
- arts. 44, 45 e 46 da CF/88

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Compete ao Congresso Nacional exercer o Poder Legislativo da União. O Congresso, por sua vez, é composto
por duas casas legislativas (bicameralismo):
1) Câmara dos Deputados
2) Senado Federal

Câmara dos Deputados

A função institucional da Câmara dos Deputados é representar o povo. (art. 45,CF/88)


O número de deputados federais será fixado com base nos seguintes critérios:
a) Por Estados e DF: o número de Deputados Federais deve variar entre 08 e 70 deputados, conforme
a população.
b) Por Territórios: cada Território terá um número fixo de 04 Deputados Federais,
independentemente da população.
- O sistema político partidário adotado pela Câmara dos Deputados é o sistema proporcional. O mandato dos
Deputados Federais é de 04 anos.
*Anote aí: no tocante ao Poder Legislativo, não se pode confundir dois termos:
Sessão Legislativa ≠ Legislatura
art. 57, caput, CF/88 art. 44, parágrafo único, CF/88
Corresponde ao “ano parlamentar” corresponde ao período de 04 anos

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Senado Federal

A função institucional do Senado Federal é representar dois tipos de entes federados: os Estados e o DF. (art.
46,CF/88)
- O número de senadores é fixo. Cada Estado e o DF terão 03 senadores.
O Sistema político partidário adotado no senado é o sistema majoritário. O mandato no senado é de 08 anos,
mas o art. 46, §2º prevê que haverá renovação parcial do senado a cada 04 anos, o que é feito de modo
alternado por 1/3 e 2/3 dos senadores.
*Anote aí: não existe legislatura de 08 anos no Senado. A legislatura sempre será de 04 anos. No senado, o que
dura 08 anos é o mandato, o qual equivale a duas legislaturas ou a 08 sessões legislativas.

Tribunal de Contas

→ Órgão auxiliar do Congresso Nacional no controle externo que lhe cabe exercer sobre a atividade financeira
e orçamentária da União
→ 9 ministros: 1/3 escolhido pelo Presidente da República (depois de aprovada a indicação pelo Senado) e 2/3
pelo Congresso.
Não existe hierarquia entre as cortes de contas e o Poder Legislativo.
Os tribunais de contas não praticam atos de natureza legislativa, mas tão somente atos de fiscalização e
controle, de natureza administrativa. Não obstante recebam a denominação de "tribunais", as cortes de contas
não exercem jurisdição, isto é, não dizem com definitividade o direito aplicável a um caso concreto litigioso;
suas decisões não fazem "coisa julgada" em sentido próprio.

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Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial da União e das entidades da administração direta e
indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação
das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso
Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle
interno de cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica,
pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou
administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza
pecuniária

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- se for verificada irregularidade em um ato administrativo, compete
ao Tribunal de Contas da União fixar um prazo para que o órgão ou
entidade que o praticou adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei. Se essa determinação do Tribunal de Contas da
União não for atendida, dispõe ele de competência para sustar
diretamente a execução do ato administrativo, comunicando
ulteriormente a sua decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado
Federal (CF, art. 71, X).
- se for verificada irregularidade em um contrato administrativo, o ato
de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que
solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis (CF, art.
71, § 1.º).

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Garantias de Independência do Poder Legislativo
→ Auto-organização das Câmaras
→ Autogoverno
→ Reunião independente de convocação
→ Proibição de sua dissolução
→ Prerrogativas parlamentares
Imunidades Parlamentares
→ Inviolabilidade penal: os parlamentares, no exercício do mandato, não
respondem por suas opiniões, palavras e votos
→ Inviolabilidade civil: da mesma forma, o parlamentar não responderá por dano
moral decorrente de suas opiniões, palavras e votos, bem como não estará
obrigado a indenizar aquele que eventualmente tenha sido atingido
→ Foro Privilegiado: Deputados e Senadores são processados e julgados
criminalmente pelo STF
→ Imunidade à prisão: Deputados e Senadores não poderão ser presos, salvo em
flagrante por crime inafiançável

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→ Possibilidade de sustação do processo criminal decorrente de delito
cometido após a diplomação, a pedido do partido
→ Não obrigatoriedade de testemunhar sobre informações obtidas em
razão do exercício da função, bem como revelar sua fonte
→ Imunidade à incorporação às Forças Armadas
→ Não há suspensão dessas imunidades durante a vigência do Estado
de Sítio, salvo por decisão de 2/3 dos membros da respectiva casa,
relativa apenas aos atos praticados fora do recinto do Congresso,
quando não compatíveis com aquele Estado.
Imunidade do Vereador: O vereador também não será penalizado por
opinião, palavra ou voto, desde que manifestado no exercício do
mandato e dentro dos limites do município pelo qual foi eleito
(imunidade material)
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Comissões Parlamentares de Inquérito

O art. 58, §3º, CF/88 prevê que a CPI não tem poderes para punir os
investigados. A CPI tem competência para realizar investigações, e, se for o
caso, encaminhar suas conclusões ao Ministério Público. O MP poderá
promover as ações judiciais cabíveis.
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e
temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no
respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação.
(...)
§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de
investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos
regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados
e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante
requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato
determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso,
encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade
civil ou criminal dos infratores.
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Ou seja:
a) Podem ser criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado
Federal, em conjunto (CPI mista) ou separadamente (CPI simples);
b) A criação de CPI exige requerimento por 1/3 dos
parlamentares da casa legislativa respectiva;
c) Deve existir prazo certo para o funcionamento da CPI;
d) Deve investigar sempre fatos determinados
O texto constitucional é expresso ao prever que a CPI terá poderes de
investigação próprios de autoridades judiciais. Coube ao STF, por meio
de sua jurisprudência, definir os poderes judiciais de investigação das
CPIs.

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A CPI pode : A CPI não pode:

- intimar investigados e testemunhas e determinar sua - condenar os investigados;


condução coercitiva; - bloquear bens e patrimônio;
- pode realizar acareações; - decretar prisão temporária e prisão provisória;
- realizar prisão em flagrante; - decretar busca e apreensão domiciliar (art. 5º, XI, CF,
- determinar a quebra dos sigilos bancário, fiscal e exige ordem judicial)
telefônico. - decretar a quebra do sigilo das comunicações
telefônicas, ou seja, não pode realizar grampo ou
interceptação de conversas telefônicas. (art. 5º, XII, CF,
exige ordem judicial)

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PROCESSO LEGISLATIVO

- O Processo Legislativo está previsto nos arts. 59 a 69 da CF/88.


Diz respeito às regras procedimentais previstas na CF para disciplinar a
elaboração de leis e demais atos normativos.
É por meio do estudo do processo legislativo que se torna possível identificar
as inconstitucionalidades formais.

- Regra dos “06 não tem”


A regra dos “06 não tem” é um macete usado para explicar as 06 diferenças
principais que existem no processo legislativo de Lei Ordinária e
Complementar em relação ao processo legislativo de Emenda Constitucional.
A lógico é bem simples, há 06 regras que se aplicam no processo legislativo
de Lei Ordinária e Complementar mas que não se aplicam no processo
legislativo de Emenda Constitucional.

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1) EC não tem iniciativa popular
A iniciativa popular está prevista no art. 61, §2º da CF/88. Diz respeito à
possibilidade de os cidadãos (eleitores) apresentarem projetos de lei de sua
autoria.
O art. 61, §2º da CF/88 exige que o projeto de lei de iniciativa popular observe os
seguintes requisitos: subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado
nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três
décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
*Anote aí: o art. 29, XIII, CF/88 prevê que a iniciativa popular de projeto de lei no
município exige 5% dos eleitores locais.
O art. 60, I, II e III da CF prevê os legitimados à propositura de Projeto de Emenda
Constitucional, dentre os quais não se inclui o cidadão. São legitimados:
a) Presidente da República;
b) 1/3 da Câmara ou 1/3 do Senado;
c) Mais da metade das Assembleias Legislativas, cada qual com maioria
relativa.

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2) A EC não tem iniciativa reservada (ou privativa) ao Presidente da
República
Ao interpretar o art. 61, §1º da CF/88, o STF entendeu que projetos de lei
que impliquem despesas públicas para os cofres do Poder Executivo da
União apenas podem ser propostos pelo chefe do Poder Executivo da União.
O art. 60 da CF/88 que estabelece as regras constitucionais para a edição de
Emendas à CF/88, não prevê em nenhum de seus dispositivos, iniciativa
reservada (ou privativa) ao Presidente da República. Em outras palavras, um
Projeto de Emenda Constitucional oneroso aos cofres do Poder Executivo
pode ser de iniciativa de qualquer dos legitimados do art. 60, I, II e III.

3) Não tem sanção e veto


O art.66, caput, §1º, CF ao prever sanção e veto faz referência expressa
apenas ao projeto de lei. O art. 60 da CF estabelece todas as regras que
regem o processo legislativo de Emenda Constitucional e não existe sanção e
veto para esta espécie normativa.

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- O veto em projeto de lei ordinária ou lei complementar é a discordância do chefe
do Executivo em relação ao seu conteúdo. Segundo o artigo 66, §1º, CF/88, existem
duas razões para o veto:
a) inconstitucionalidade (veto jurídico)
b) falta de interesse público (veto político)
- O veto presidencial em Projeto de Lei deve ocorrer em até 15 dias úteis, contados
do recebimento do projeto, sob pena de sanção tácita. Deve ser, portanto, sempre
expresso e motivado.
O veto pode ser total (toda a lei) ou parcial (apenas parte dela). Se for feito o veto
parcial, deverá abranger todo o artigo, parágrafo, inciso ou alínea. (art. 66, §2º, CF).
- O veto presidencial pode ser derrubado ou rejeitado pelo Congresso Nacional. O
art. 66, §4º, CF/88 estabelece que o veto será apreciado em sessão conjunta,
dentro de 30 dias a contar de seu recebimento, podendo ser rejeitado por maioria
absoluta dos deputados e senadores.
*Anote aí: até o advento da EC 76/2013 a sessão conjunta para rejeição de veto
presidencial era feita mediante votação secreta. Agora a votação é pública.

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4) EC não tem promulgação feita pelo Presidente da República.
O art. 60, §3º, da CF/88 determina que a EC será promulgada pelas mesas da Câmara e do Senado
Federal, com o respectivo número de ordem.
A partir da interpretação do art. 66, §5º e §7º, CF/88, conclui-se que a promulgação de projetos de
lei será feita, inicialmente, pelo Presidente da República. Caso este não o faça em 48 horas, a
promulgação do projeto de lei caberá ao Presidente do Senado e, se este não fizer em igual período,
deverá o vice-presidente do Senado promulgar o projeto de lei.

5) EC não tem casa iniciadora e casa revisora


A fixação de casa iniciadora e casa revisora é característica do Processo Legislativo de Lei Ordinária e
Lei Complementar.
- O art. 65 da CF permite concluir que, no Brasil, vigora o princípio da prevalência da vontade da
casa iniciadora, isto é, qualquer alteração no projeto de lei feito pela casa revisora apenas será
mantida se a casa iniciadora concordar.
*Regra geral: A Câmara dos Deputados é a casa iniciadora e o Senado Federal é a casa revisora (art.
61, §2º e art. 64, caput)
*Exceção: O Senado Federal será a casa iniciadora e a Câmara dos Deputados será a casa revisora se
o Projeto de Lei for proposto por Senador ou Comissão do Senado.
*Anote aí: No Projeto de EC não há iniciadora e casa revisora, o que significa que nenhuma das
casas irá prevalecer sobre a outra, logo, a deliberação exigirá consenso entre Câmara e Senado.

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*Legitimados para propositura de Lei Complementar e Lei Ordinária:
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou
Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao
Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição.
a) Deputado;
b) Senador;
c) Comissão da Câmara;
d) Comissão do Senado;
e) Comissão do Congresso Nacional;
f) Presidente da República;
g) STF;
h) Tribunais Superiores (STJ, TSE, TST, STM, TCU);
i) O PGR;
j) Cidadãos.

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6) EC não tem possibilidade de ser reapresentada na mesma
sessão legislativa
O art. 60, §5º, CF/88 prevê que a proposta de EC rejeitada ou
prejudicada, apenas poderá ser reapresentada na próxima sessão
legislativa.
- O art. 67 prevê outra disciplina para a Proposta de Lei Ordinária ou Lei
Complementar:
*Regra geral: projeto de lei rejeitado deve ser reapresentado na
próxima sessão legislativa.
*Exceção: se a maioria absoluta de qualquer das casas legislativas
reapresentar o Projeto de Lei rejeitado, o mesmo retorna na sessão
legislativa presente.

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QUESTÕES
1) Sobre as normas constitucionais de organização do Estado brasileiro, é CORRETO
afirmar:
(Ano: 2017, Banca: UFES Órgão: UFES Prova: Assistente em Administração)
a) Os Senadores são os representantes do povo e são eleitos por meio do sistema
proporcional de votos.
b) Os Senadores são os representantes do povo e são eleitos por meio do sistema
majoritário de votos.
c) Os Deputados Federais são os representantes do povo, eleitos, por meio do
sistema proporcional de votos, em cada Estado, em cada Território e no Distrito
Federal.
d) No Distrito Federal elegem-se Senadores, mas não se elegem Deputados
Federais.
e) Os Deputados Federais são eleitos por meio do sistema proporcional de votos
para representar cada Estado da Federação, bem como o Distrito Federal.

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2) NÃO é competência exclusiva do Congresso Nacional
(Ano: 2017, Banca: UFES Órgão: UFES Prova: Assistente em Administração)
a) autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a
permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele
permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei
complementar.
b) autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem
do País, quando a ausência exceder a quinze dias.
c) aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de
sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas.
d) autorizar referendo e convocar plebiscito.
e) autorizar, com a aprovação de, no mínimo, dois terços de seus membros, a
instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da
República e os Ministros de Estado.

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3) Em determinado estado, o governador enviou à assembleia legislativa um
projeto de lei sobre a criação de cargos na administração direta estadual, bem
como sobre a remuneração desses cargos. Os parlamentares apresentaram
emendas a esse projeto, e seu conteúdo foi posteriormente sancionado pelo
governador.
Nessa situação hipotética, a lei originada será considerada
(Ano: 2017, Banca:CESPE Órgão:PGE-SE Prova: Procurador do Estado)
a) formalmente constitucional, desde que as emendas não tenham gerado
aumento de despesa.
b) formalmente constitucional, desde que, caso tenha havido emendas
incrementadoras do dispêndio, elas tenham indicado as fontes de seus recursos.
c) inconstitucional, por vício de iniciativa.
d) formalmente inconstitucional, pois as referidas emendas parlamentares são
inadmissíveis.
e) formalmente constitucional, pois a sanção do governador acarretou a
convalidação das referidas emendas.

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4) Em relação às competências constitucionais do Congresso Nacional,
assinale a opção correta.
(Ano: 2017, Banca:CESPE Órgão:TRT-CE Prova: Conhecimentos Básicos -
Cargos 3 a 6)
a) Não formam um rol específico, uma vez que a CF atribuiu competências
específicas somente ao Senado Federal e à Câmara dos Deputados.
b) Não incluem a competência para a fiscalização contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial da União, a qual é exclusiva do
Tribunal de Contas da União.
c) O Congresso Nacional possui um rol de competências exclusivas; dessa
forma, não se confundem com as competências do Senado Federal e as da
Câmara dos Deputados.
d) São idênticas às do Poder Legislativo, englobando as competências do
Senado Federal e as da Câmara dos Deputados.

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(AULA 09) – Prof. Ricardo Beckman Cruz
DO PODER EXECUTIVO
O Poder Executivo tem 02 grandes funções:
1) Função típica: trata-se da função administrativa (ex: prestação de
serviços públicos)
2) Funções atípicas: correspondem à:
a) Função legislativa: edição de Medidas Provisórias, Leis
Delegadas e Decretos Autônomos.
b) Função jurisdicional: julgamento de processos e recursos
administrativos interpostos pelos administrados.

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Esferas:
→ Federal:
Presidente da República + vice-presidente (brasileiros natos)
Mandato: 4 anos (possível reeleição por + 4 anos)
Sistema majoritário absoluto
→ Estadual:
Governador do Estado + vice-governador
Mandato: 4 anos (possível reeleição por + 4 anos)
Sistema majoritário absoluto
→ Distrital:
Governador Distrital + vice-governador
Mandato: 4 anos (possível reeleição por + 4 anos)
Sistema majoritário absoluto
→ Municipal:
Prefeito Municipal + vice-prefeito
Mandato: 4 anos (possível reeleição por + 4 anos)
Sistema majoritário absoluto: município com + de 200.000 eleitores
Sistema majoritário simples: município com até 200.000 eleitores

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- A organização do Poder Executivo da União é pautada pelo sistema presidencialista de governo.
Por esse sistema, o Presidente da República congrega duas atribuições:
1) Chefe de Estado: atua externamente como chefe do Estado soberano brasileiro, isto é, chefe da
República Federativa do Brasil. Ex:
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
(...)
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso
Nacional;
(...)
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou
referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas
condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;
(...)
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo
território nacional ou nele permaneçam temporariamente;

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2) Chefe de Governo: atua internamente como chefe do Governo Federal, isto é, chefe da União. Ex:
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal;
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para
sua fiel execução;
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa
nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
X - decretar e executar a intervenção federal;
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão
legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias;
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;

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XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são
privativos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos
Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente
e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei;
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União;
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União;
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias
e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da
sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.

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*Anote aí: o princípio da simetria, que orienta a organização dos
Estados, DF e municípios de forma simétrica à organização da União,
permite atribuir aos Governadores de Estado e DF e aos Prefeitos
apenas as competências de Chefe de Governo previstas no art. 84 da
CF/88 para o Presidente da República.
Desse modo, as competências de Chefe de Estado não podem ser
transportadas aos governadores e aos Prefeitos nas respectivas
Constituições Estaduais e Leis Orgânicas dos Municípios e do DF.

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Atribuições do Presidente da República

- Edição de Medidas Provisórias: são atos normativos criados pelo Chefe do Poder Executivo no exercício de
função atípica (legislativa atípica).
Em situação de relevância e urgência.
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I – relativa a:
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;
b) direito penal, processual penal e processual civil; c) organização do Poder Judiciário e do
Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares,
ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;
II – que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo
financeiro;
III – reservada a lei complementar;
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou
veto do Presidente da República.

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*Anote aí: o STF já decidiu que se houver previsão expressa na Constituição
Estadual, o Governador de Estado também tem legitimidade para editar
medidas provisórias.

- Edição de Decreto Regulamentar ou Decreto Regulamentador: tem função


de assegurar a fiel execução de lei. Não pode inovar na ordem jurídica, é ato
normativo secundário (deriva da lei, e apenas explica seu conteúdo,
garantindo aplicabilidade/executoriedade).
*Anote aí: para o STF, os decretos regulamentares não sofrem controle de
constitucionalidade, mas sim controle de legalidade no Poder Judiciário. A lei
que fundamente o decreto regulamentador, essa sim pode sofre controle de
constitucionalidade.
- Ademais, pelo sistema de freios e contrapesos, existe a previsão do
controle político repressivo, que permite ao Congresso Nacional sustar a
execução de decreto regulamentar que extrapole os limites da função
regulamentadora (art. 49, V, CF/88)
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- Edição de Decreto Autônomo ou “Decreto” ou Regulamento Autônomo: pode ser empregado
apenas em 02 hipóteses:
a) Extinção de cargo ou função pública vago
*Anote aí: se o cargo ou função pública não estiver vago, a extinção requer lei.
b) Organização da Administração Pública, desde que não haja aumento de despesa pública, nem
criação ou extinção de órgão público. (deve ser feito por meio de Lei. Ademais, quando houver
incremento de despesa, a lei será de iniciativa do Presidente da República, conforme art. 61, §1º, II).
- Competências Privativas do Presidente da República Delegáveis: o art. 84, parágrafo único da CF
prevê 03 competências privativas do Presidente da República delegáveis para 03 autoridades
públicas.
As 03 autoridades são:
Advogado - Geral da União
Procurador - Geral da República
Ministros de Estado
As 03 competências presidenciais privativas delegáveis são:
Art. 84, VI: expedir Decreto Autônomo
Art. 84, XII: realizar a comutação de penas e a concessão de indulto
Art. 84, XXV, primeira parte: competência para prover cargos públicos federais na forma da lei. (A
competência para extinguir cargos públicos na forma da lei - art. 84, XXV, segunda parte – é
indelegável).
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*Pegadinha: o art. 84, VIII, que prevê a celebração de tratados, é
competência privativa do Presidente da República. Essa competência é
indelegável. Todavia, a CVDT de 1969 prevê a figura dos
Plenipotenciários, que atuariam como Representantes do Estado
brasileiro, e não delegatários do Presidente da República.

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Responsabilidades do Presidente da República

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição
Federal e, especialmente, contra:
I - a existência da União;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes
constitucionais das unidades da Federação;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a segurança interna do País;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e
julgamento.
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será
ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o
Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.

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§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-
crime pelo Supremo Tribunal Federal;
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo
pelo Senado Federal.
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não
estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo
do regular prosseguimento do processo.
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações
comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão.
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode
ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.

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→ Juízo de Admissibilidade:
Legitimidade: qualquer brasileiro perante a Câmara de Deputados
1ª Fase:
Não conhece a denúncia: caso arquivado
Conhece a denúncia: vai para a segunda fase
2ª Fase:
Julga improcedente a acusação: caso arquivado
Julga procedente mediante decisão de 2/3 dos membros: autoriza a instauração do processo
→ Processo e Julgamento:
Crime Comum: STF
Crime de responsabilidade: Senado
Imunidades e Prerrogativas
→ Imunidade Formal: só pode ser processado ou preso após juízo de admissibilidade pela Câmara dos Deputados
→ Julgamento:
Crime Comum: STF
Crime de responsabilidade: Senado
Impeachment: deve ser entendido como o processo pelo qual o Poder Legislativo pune a conduta da autoridade pública,
destituindo-a do cargo e impondo-lhe uma pena de caráter político em virtude de ter cometido crime de responsabilidade
(art. 85 da CF/88).

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Fases:
1) A Câmara dos Deputados, após admitida a acusação feita por qualquer cidadão, limita-se pela
maioria de 2/3 de seus membros a receber ou não a denúncia (juízo de admissibilidade). A Câmara
considera haver indícios e razoáveis provas do ato imputado ao acusado. Se não se constata tal
situação, pode-se arquivar.
2) A acusação e encaminhada ao Senado Federal, que instaura o processo, suspendendo o
Presidente de suas funções. Se decorrido o prazo de 180 dias, o julgamento não estiver concluído,
cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.
O papel do Senado, ao apreciar a imputação ao acusado de atos atentatórios a Constituição e a lei,
previstos de forma genérica no art. 85 da CF/88 e especificados em lei ordinária especial (Lei
1.079/50), deverá limitar-se a verificação da adequação deles às hipóteses legais.
3) O julgamento, presidido pelo Presidente do STF, poderá resultar em absolvição, com o
arquivamento do processo, ou em condenação por 2/3 dos votos do Senado Federal, limitando-se a
decisão a perda do cargo com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem
prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.
Além do Presidente da República, de acordo com a CF/88, podem ser passíveis de responsabilização
política os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, nos
crimes conexos com aqueles praticados pelo Presidente, os Ministros do STF, os membros do CNJ do
CNMP, o PGR e o AGU.

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Impedimento e vacância no Poder Executivo da União
- Arts. 79,80 e 81 da CF/88
O impedimento é um obstáculo temporário ao exercício do mandato
(ex: férias, licenças, viagens ao exterior)
A autoridade impedida será substituída.
Já a vacância é um obstáculo definitivo ao exercício do mandato. (ex:
morte, renúncia, impeachment)
No caso de vacância, haverá a sucessão no cargo.
O art. 79 da CF/88 trata do impedimento e da vacância apenas do
Presidente da República: haverá a substituição ou a sucessão pelo Vice-
Presidente da República.

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Os arts. 80 e 81 tratam da situação de duplo impedimento e de dupla
vacância (Presidente + Vice-Presidente da República):
a) Duplo impedimento: convoca-se as seguintes autoridades, nesta
ordem
- Presidente da Câmara dos Deputados;
- Presidente do Senado Federal;
- Presidente do STF
b) Dupla vacância: deve-se convocar novas eleições para a escolha
de novos Presidente e Vice-Presidente que terminarão o tempo
restante do mandato. Essas eleições podem ser:
i) Diretas em 90 dias: se a dupla vacância ocorreu nos 02 primeiros
anos do mandato.
ii) Indiretas em 30 dias: o Congresso Nacional vota se a dupla
vacância ocorreu nos 02 últimos anos do mandato

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QUESTÕES
1) Ao presidente da República cabe:
I- a chefia de Estado e a de governo.
II- manter relações com Estados estrangeiros, bem como acreditar seus
representantes diplomáticos.
III- permitir que forças estrangeiras transitem em território nacional ou nele
permaneçam.
Assinale a opção correta.
(Ano: 2017, Banca: CESPE Órgão: TRT-CE Prova: Técnico Judiciário)
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas o item III está certo.
d) Todos os itens estão certos.

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2) Assinale a opção correta no que se refere às responsabilidades do presidente da
República estabelecidas na CF.
(Ano: 2016, Banca: CESPE Órgão: PC-PE Prova: Agente de Polícia)
a) Acusado da prática de crime comum estranho ao exercício de suas funções, cometido
na vigência do mandato, o presidente da República será julgado pelo Supremo Tribunal
Federal (STF) após deixar a função.
b) O afastamento do presidente da República cessará se, decorrido o prazo de cento e
oitenta dias, o Senado Federal não tiver concluído o julgamento do processo pela prática
de crime de responsabilidade aberto contra ele; nesse caso, o processo será arquivado.
c) A única possibilidade de responsabilização do presidente da República investido em
suas funções se refere ao cometimento de infração político-administrativa, não
respondendo o chefe do Poder Executivo por infração penal comum na vigência do
mandato.
d) O presidente da República dispõe de imunidade material, sendo inviolável por suas
palavras e opiniões no estrito exercício das funções presidenciais.
e) A decisão do Senado Federal que absolve ou condena o presidente da República em
processo pela prática de crime de responsabilidade não pode ser reformada pelo Poder
Judiciário.

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3) No regime presidencialista brasileiro, o presidente da República é o chefe
de Estado e de governo da República Federativa do Brasil. As competências
constitucionais do presidente da República incluem:
(Ano: 2016, Banca: CESPE Órgão: PC-PE Prova: Escrivão de Polícia)
a) editar decretos autônomos, nas hipóteses previstas na CF, atribuição que
pode ser delegada ao advogado-geral da União.
b) nomear, após aprovação pelo Senado Federal, o advogado-geral da União.
c) celebrar tratados, convenções e atos internacionais, independentemente
de aprovação do Congresso Nacional.
d) dar, de forma privativa, início ao processo legislativo de leis que
disponham sobre criação de todo cargo, emprego e função dos Poderes da
República.
e) expedir decretos orçamentários que inovem a ordem jurídica.

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(AULA 10) – Prof. Ricardo Beckman Cruz
6.7 DO PODER JUDICIÁRIO
Funções
→ Típica: função jurisdicional (ex: julgamento de casos concretos)
→ Atípicas:
a) Função Administrativa: cada tribunal cria e aplica um regime jurídico próprio para os
seus servidores
b) Função legislativa: cada tribunal elabora seu regimento interno, que tem força de lei.
*Anote aí: as Súmulas vinculantes criadas apenas pelo STF, com base no art. 103-A da CF,
não são atos normativos. Logo, o STF ao criar súmulas vinculantes, após reiteradas
decisões sobre matéria constitucional, não está legislando.
Em razão de não terem caráter normativo o STF não admite o ajuizamento de nenhuma
ação do controle de constitucionalidade (ADI, ADC, ADPF, IF) contra súmula vinculante.
O próprio art. 103-A da CF estabelece que súmulas vinculantes podem ser revistas ou
canceladas, de ofício ou mediante provocação, por decisão de 2/3 do STF.

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Garantias
→ Institucionais (art. 99, CF/88)
Autonomia Financeira
Autonomia Administrativa
→ Funcionais (Garantias dos Magistrados, art. 95, I, II e III, CF/88)
Têm o objetivo de assegurar independência funcional aos magistrados:
1) Vitaliciedade: é a garantia de o juiz apenas perder o cargo em virtude de decisão judicial
transitada em julgado.
Existem dois modos de adquirir a vitaliciedade:
a) Juiz de 1º grau aprovado em concurso: adquire a vitaliciedade após dois anos de efetivo exercício
das funções de magistrado. *Anote aí: no período de aquisição da vitaliciedade, o juiz ocupará o
cargo de juiz substituto. Nesse período, apenas perderá o cargo por deliberação do próprio tribunal
ao qual se encontra vinculado.
Neste caso, O ingresso na carreira é feito por meio de concurso público de provas e títulos,
cujo cargo inicial será o de juiz substituto, com a participação da OAB em todas as suas fases,
exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se a
ordem de classificação nas nomeações (art. 93, I, da CF/88).
b) Juiz de tribunal nomeado pelo chefe do Poder Executivo: a aquisição de vitaliciedade é
automática com a posse (ex: Desembargadores, Ministros do STF)

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2) Irredutibilidade de Subsídios: esta garantia proíbe reduzir a remuneração dos magistrados. Todos os juízes
gozam de irredutibilidade de subsídios desde a posse.
3) Inamovibilidade: esta garantia também é assegurada para todos os juízes desde a posse. Para se entender
essa garantia, deve-se observar os seguintes pontos, anote aí:
*Regra geral: o juiz será removido apenas se concordar com o ato de remoção (geralmente por promoção)
*Exceção: o art. 93, VIII, CF/88 prevê a chamada remoção de ofício, que não depende da concordância do
magistrado. A remoção de ofício exige a verificação de 02 requisitos cumulativos:
a) Interesse Público;
b) Decisão por maioria do Tribunal ou do CNJ

Impedimentos: (art. 95, CF)


A CF/88 traz 05 proibições aos juízes com o objetivo de manter a sua imparcialidade:
1) Proibição de acumular o cargo de juiz com outro cargo ou função pública, mesmo em disponibilidade.
(exceção: o juiz poderá exercer o cargo de magistério)
2) Proibição de receber custas e participações em processos
3) Proibição de exercer atividade político-partidária
4) Proibição de receber, a qualquer título, valores de pessoas naturais e pessoas jurídicas (exceção: o juiz
poderá receber os valores previstos em lei, como, por exemplo, diárias de viagens)
5) Proibição de exercer a advocacia pelo prazo de 03 anos contados da aposentadoria ou da exoneração,
perante o tribunal ou juízo em que atuava como magistrado. Essa proibição é chamada de "quarentena”.

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Órgãos da Função Jurisdicional

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Número de Ministros
STM = somos todos moças = 15 ministros
TST = trinta sem 3 = 27 ministros
TSE = SETE sem E = 7 ministros
STF = somos um time de futebol = 11 ministros
STJ = somos todos com Jesus = 33 ministros
STF: Organização e Competência
→ Regras
• Natureza: órgão de Cúpula
• Função: Defesa do sistema Constitucional
• Composição: 11 Ministros
→ Investidura dos Ministros
• Nomeação pelo Presidente
• Prévia apreciação pelo Senado

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→ Requisitos
• Maiores de 35 e menores de 65 anos
• Brasileiros natos
• Notável saber jurídico
→ Competência
• Originária: ADI, ADC e ADPF
• Habeas Corpus
• Recursos Ordinário e Extraordinário

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Conselho Nacional de Justiça (CNJ) – art. 103, B, CF/88
O CNJ é um órgão do Poder Judiciário criado pela EC n° 45/2004 (a reforma
do judiciário).
- Não exerce função jurisdicional. É, portanto, desprovido de jurisdição.
O art. 103-B, §4º, CF/88 prevê que o CNJ tem competência para exercer o
controle administrativo e financeiro do Poder Judiciário e o controle dos
deveres funcionais dos juízes.
*Anote aí: As competências do CNJ não alcançam um tribunal e 11 juízes.
Trata-se do STF e seus 11 ministros. Ao interpretar o art. 103-B da CF, o STF
entendeu que as competências do CNJ não alcançavam o STF em virtude de
dois fundamentos:
a) O STF é o órgão de cúpula do Poder Judiciário em âmbito jurisdicional e
administrativo
b) O art. 102, I, “r”, da CF/88, prevê que compete ao STF julgar as ações
judiciais que envolvam o CNJ
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QUESTÕES
1) A Constituição Federal de 1988 dispõe que a vitaliciedade e a
inamovibilidade são garantias
a) de todos os servidores públicos.
b) apenas dos servidores do Poder Judiciário.
c) dos policiais civis e militares.
d) dos juízes e promotores.

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2) São órgãos do poder judiciário, EXCETO:
a) O Conselho Nacional de Justiça.
b) Os tribunais e juízes militares.
c) Os tribunais de contas.
d) O Superior Tribunal de Justiça.

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3) Assinale a opção correta acerca do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) de acordo com o texto constitucional. (CESPE/2017)
a) Como um órgão autônomo vinculado ao Poder Legislativo, compete
ao CNJ o controle do cumprimento dos deveres dos juízes.
b) O CNJ é um órgão autônomo responsável por proceder à revisão do
conteúdo de ato jurisdicional.
c) Entre as competências do CNJ, órgão do Poder Judiciário, inclui-se o
controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário.
d) O CNJ, que é um órgão do Poder Judiciário, responde pela
uniformização das decisões judiciais dos tribunais nacionais.

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4) As competências do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) incluem:
(cespe/2017)
a) revisar, mediante provocação ou de ofício, decisão judicial de
conteúdo manifestamente teratológico.
b) rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares
de juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano.
c) exercer o controle administrativo financeiro e disciplinar do Poder
Judiciário, inclusive do STF.
d) receber e conhecer reclamações de membros do Poder Judiciário,
excetuados os órgãos prestadores de serviços notariais e de registro.

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(AULA 11) – Prof. Ricardo Beckman Cruz
6.8 e 6.9 DA SEGURANÇA PÚBLICA E DA ORDEM SOCIAL

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