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Conceito: Segundo José Afonso da Silva “configura-se como Direito Público fundamental por
referir-se diretamente à organização e funcionamento do Estado, à articulação dos elementos
primários do mesmo e ao estabelecimento das bases da estrutura política”. (Curso de Direito
Constitucional Positivo, p. 36).
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Conceito de Constituição: várias concepções, acepções ou sentidos:
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c) material e formal: (parecido com sentido político)
Material: trata das regras estruturais da sociedade, de seus alicerces fundamentais (formas de
Estado, governo, seus órgãos), podem estar no texto constitucional ou não, o que importa é a
matéria (Ex.: art. 5º, § 3º, CF/1988)
Formal: terá natureza constitucional, não importando o seu conteúdo, o que importa é a forma.
(Ex.: art. 242, § 2º, CF/88).
d) jurídico: Para Hans Kelsen, a Constituição é fruto da vontade racional do homem. É norma
positiva suprema (jurídico-positiva) e também norma hipotética fundamental (lógico-jurídico).
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Representação da SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO (BRAZ, 2016, p. 14):
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Classificação
das
Constituições
(BRAZ, 2016, p. 21):
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Quanto à extensão:
a) sintética ou concisa: com texto “enxuto”, prevendo apenas normas inerentes ao texto constitucional;
b) analítica ou prolixa: possui texto extenso, com inúmeras previsões constitucionais, com diversas
previsões além das normas materialmente constitucionais.
Quanto à forma:
a) escrita: texto único em que se compila a Constituição;
b) não escrita: baseada nos costumes (consuetudinária), jurisprudência, convenções e textos
constitucionais esparsos e tem como principal exemplo a Constituição Inglesa. 15
Quanto à alterabilidade ou mutabilidade:
Quanto ao conteúdo:
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TÍTULO I - DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como FUNDAMENTOS:
I - a soberania;
II - a cidadania;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituição.
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República: res pública (coisa pública).
Características:
regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
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Poder Constituinte: é o poder titularizado pelo povo (art. 12, CF), cuja força e
autoridade política autorizam a criação, garantia ou eliminação de uma Constituição
(lei fundamental), classificado da seguinte forma:
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Poder constituinte originário/inicial/inaugural/genuíno/de 1º grau: instaura nova ordem
jurídica, inaugura um novo Estado, rompendo com a estrutura então vigente Subdivide-se:
Características:
a) inicial: inaugura nova ordem jurídica, rompendo completamente com a anterior;
b) ilimitado: não precisa respeitar limites impostos pelo direito anterior.
c) autônomo: liberdade para instituir a nova Constituição.
d) incondicionado/soberano: elaboração não se submete processo predeterminado
e) permanente: não se esgota com exercício, podendo povo criar nova ordem jurídica
Obs.: há quem cite a obediência ao jusnaturalismo, eis que há direitos inerentes ao ser humano,
fruto de conquistas históricas. Outros alegam que não poderá ser arbitrário ou absoluto,
observando a moral, a razão, valores éticos, culturais, espirituais e sociais daquele povo,
naquele dado momento, sob pena de ser um rebelde criminoso.
Poder constituinte derivado/instituído/constituído/de 2º grau: criado pelo poder constituinte originário,
devendo observar seus preceitos, sendo limitado e condicionado aos parâmetros estabelecidos.
Subdivide-se:
a) revisão: competência de revisão, pois não seria poder por ser limitado. Conforme art. 3º, ADCT (norma
constitucional exaurida: única vez), seria realizado após 5 anos da CF/88. Serve para “atualizar”/adequar a CF nos
primeiros anos.
b) reformador: competência reformadora, pode ser utilizado a qualquer momento (menos estado de sítio, defesa,
intervenção federal: art. 60, § 1º, CF), desde que obedeça quórum de 3/5, com 2 votações em cada Casa (art. 60, §
2º, CF), gera Emenda Constitucional. Obs.: Vedação das cláusulas pétreas (art. 60, § 4º, CF)!
c) decorrente: conferido aos EM/DF (municípios, não!). Decorre de sua autonomia, auto-organização, autogoverno
e autoadministração. Pode ser PCDD inicial (complementa os preceitos trazidos pelo PCO) ou PCDD de revisão
estadual (modifica o texto original, efetuando as reformas). Os arts. 25 e 32, caput, CF tratam da auto-
organização, mas fixam a observância dos princípios da CF.
EFICÁCIA E APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
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Normas constitucionais de EFICÁCIA LIMITADA, aplicabilidade indireta, mediata, reduzida
ou diferida.
Não produz ainda todos os seus efeitos, pois precisa de lei integrativa infraconstitucional ou EC
(ex. art. 4º, EC 47/05). Mas já possui certa eficácia jurídica imediata/direta/vinculante:
a) legislador ordinário deve regulamentar o tema, sob pena inércia Mandado Injunção/ADI por
omissão;
b) condicionam a legislação futura, pois serão inconstitucionais as leis ou atos que contrariarem
sua norma;
c) inspiram ordenamento jurídico com seus valores;
d) auxiliam na interpretação, integração e aplicação das normas jurídicas (sentido teleológico);
e) condicionam a atividade discricionária da Administração e do Judiciário;
1) PRINCÍPIOS INSTITUTIVOS OU ORGANIZATIVOS (OU ORGÂNICOS): contêm esquemas
com os arts. 18, § 2º; 22, p. único; 25, § 3º; 33; 37, VII; 37, XI; 88; 90, § 2º; 91, § 2º; 102, § 1º; 107, §
1º; 109, VI; 109, § 3º; 113; 121; 125, § 3º; 128, § 5º; 131; 146; 161, I; 224, CF.
visando à realização de fins sociais (arts. 6º: direito à alimentação; 196: direito à saúde; 205:
direito à educação; 215: cultura; 218, caput: ciência, tecnologia e inovação (EC 85/15); 227:
proteção da criança).
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Estado unitário: centro de poder que se estende pelo território e pela população, controlando
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Federalismo centrípeto: aglutinação de Estados soberanos que abrem mão de parcela de
sua soberania para criar a Federação (de fora para dentro), denominado também de
Obs.: Estado brasileiro tem 3 ordens: União (central), Estados (regionais) e Municípios
(locais). Município deve observar CF e CEst. Há ainda o DF (nem EM, nem Município).
CARACTERÍSTICAS DA FEDERAÇÃO
descentralização política: CF concede autonomia para os entes federativos;
vedação direito de secessão: pacto federativo veda direito de separação, retirada. CF prevê
intervenção federal (art. 34, I) e cláusula pétrea (art. 60, § 4.º, I);
soberania Estado federal: EM com autonomia, sem soberania (própria de país);
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: (rol taxativo)
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: a) suspender o pagamento da dívida
fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; b) deixar de entregar aos
Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
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Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido,
ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário;
II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal,
do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral;
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República,
na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal.
§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que,
se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da
Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembleia Legislativa, far-se-á convocação
extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.
§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou
pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa
medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo
impedimento legal.
INTERVENÇÃO FEDERAL NOS ESTADOS OU DF – ART. 34, CF
Espécies:
b) provocada: b1) por solicitação: se houver coação ou impedimento ao livre exercício de qualquer
dos poderes (Legislativo ou Executivo) nas unidades da federação (art. 34, IV). O Presidente da
República dependerá da solicitação de um dos poderes coatos ou impedidos, mantendo, todavia, a
característica de ato discricionário, conforme art. 36, inc. I, CF/88.
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b2) por requisição: conforme art. 36, I, da CF/88, verifica-se no caso de a coação ou o
impedimento, que fira a garantia do livre exercício de qualquer dos poderes nas
unidades da federação, prevista no art. 34, IV, da CF/88, recair sobre o Poder Judiciário.
Já na hipótese de ordem ou decisão judicial ignorada, prevista no art. 34, VI, da CF/88,
o tribunal que tiver proferido a decisão, seja ele o STF, STJ) ou TSE (art. 36, II). Se
por ofício.
b3) por representação: precisa de representação do Procurador-Geral da República (art. 36, III, CF) e
provimento do STF em ação direta de inconstitucionalidade interventiva, no caso de ofensa aos
PRINCÍPIOS SENSÍVEIS (art. 34, VII).
Por fim, o Congresso Nacional realiza o controle político do decreto presidencial de intervenção, conforme
art. 36, §§ 1º e 2º, da CF/88, devendo fazê-lo no prazo de 24 horas e, no caso de recesso parlamentar, deverá
ser feita convocação extraordinária dentro do mesmo prazo.
Essa apreciação pelo Congresso será dispensada nos seguintes casos:
(i) quando o decreto interventivo se limitar a suspender a execução do ato impugnado, que ensejou a
intervenção, nos casos previstos no art. 34, VI e VI e no art. 35, IV, bastando essa medida para reaver a
normalidade, nos termos do art. 36, §3º, da CF/88;
(ii) quando objetivar o cumprimento de ordem ou decisão judicial (art. 34, IV,da CF/88); ou
(iii) em caso de violação de princípio sensível (art. 34, VII, da CF/88).
INTERVENÇÃO ESTADUAL NOS MUNICÍPIOS – ART. 35, CF
Serve para preservar integridade política, jurídica e física dos Estados. É medida drástica e
excepcional, somente usada nas hipóteses previstas no art. 35, CF/88.
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território
Federal, exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do
ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios
indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
A intervenção ESTADUAL também pode ser classificada em: a) espontânea, nos casos previstos
nos incisos I, II e III, do art. 35, CF/88, ou seja, dependendo da conveniência e oportunidade do
Governador para decretá-la; e b) provocada, nas hipóteses trazidas no inciso IV do art. 35, CF/88,
quando dependerá de provimento de representação pelo Tribunal de Justiça.
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