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Direito Constitucional

1. Objeto e conteúdo do Direito Constitucional


I. Elementos do Estado
O Estado é uma organização de um povo sobre um território, dotado de soberania.
Mas não basta isso. O Estado deve ter também uma finalidade, pois a organização
estatal deve ser dirigida a um fim específico.

Portanto, são elementos do Estado:


• Povo (elemento humano)
• Território (elemento físico)
• Soberania (elemento político)
• Finalidade (elemento finalístico)

Todo o Estado tem uma Constituição em sentido material, pois sempre há uma forma
de organização, ainda que informal.

O constitucionalismo é um movimento que busca limitar o poder do Estado por meio de


um documento escrito.

2. Constituição: noções iniciais, objeto e evolução


I. Origem do constitucionalismo
A doutrina estabelece que as constituições da França e dos EUA, ambas provenientes
dos ideais iluministas e liberalistas, e caracterizadas pela ausência de interferência do
Estado nas relações privadas, foram a origem do constitucionalismo.

Essas constituições escritas traziam, basicamente:


Organização do Estado;
Transmissão de poder;
Limitação do poder estatal pela divisão de poderes;
Direitos e garantias fundamentais.

Há um traço marcante em todas as Constituições: limitação da ingerência do Estado.

II. Direito Constitucional?


Direito constitucional é o ramo de direito público, fundamental ao funcionamento do
Estado.

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III. Constituição
Constituição é a “lei” suprema de um Estado, regendo a configuração jurídico- político
dele.
As normas de uma constituição devem tratar de organização do Estado, órgãos que o
integram, competências, formas de exercício do Poder, etc. Além disso, limitará o Estado
por meio da separação dos Poderes, bem como pelos direitos e garantias fundamentais.
Objeto de estudo do Direito Constitucional, a Constituição é a lei fundamental e
suprema de um Estado, criada pela vontade soberana do povo. É ela que determina a
organização político-jurídica do Estado, dispondo sobre a sua forma, os órgãos que o
integram e as competências destes e, finalmente, a aquisição e o exercício do poder.

IV. Sentidos da Constituição


a) Sentido SOCIOLÓGICO (Lassalle):
Aqui, a Constituição é conhecida como um fato social. É fruto da realidade social do país,
de forma que as forças que imperam definem o conteúdo da Constituição.

Assim, cabe à Constituição apenas documentar os valores que reinam naquela


sociedade. Ferdinand Lassalle diz que “a Constituição seria a soma dos fatores reais de
poder que atuam naquele país”. Esta seria Constituição. No entanto, também haveria
uma Constituição escrita, denominada de “folha de papel”.

A força condicionante da realidade e a normatividade da Constituição são


independentes. Nesse sentido, surgem duas constituições: a Constituição real e a
Constituição jurídica devem apresentar-se de forma autônoma.

b) Sentido POLÍTICO (Schmitt):


“A Constituição é uma decisão política fundamental”, tomada pelo titular do Poder
Constituinte.

Carl Schmitt dizia que se a Constituição refletir a decisão do titular, ela será válida, ainda
que suas normas sejam injustas. Essa decisão é um ato político.

Por conta disso, Carl Schmitt diferencia Constituição e leis constitucionais:


• Constituição: são normas que tratam de organização do Estado, limitação do Poder,
direitos e garantias fundamentais, etc.
• Leis constitucionais: é o resto das normas que tratam de assuntos não essencialmente
constitucionais.

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c) Sentido JURÍDICO (Kelsen):
“Constituição é norma pura”, dizia Hans Kelsen.
Constituição é a norma fundamental do Estado, pois dá validade a todo o ordenamento
jurídico. Kelsen, pela obra “Teoria Pura do Direito”, dizia que a Constituição é puro dever
ser.
Por isso, a Constituição não deveria levar em consideração o caráter político,
sociológico, filosófico, etc. Isto não teria a ver com o Direito.

A partir da desvinculação da ciência jurídica de valores morais, sociológicos e políticos,


Kelsen desenvolve dois sentidos para a Constituição:
Sentido lógico-jurídico: Constituição é a norma fundamental hipotética. Ela serve como
fundamento transcendental de validade da Constituição jurídico- positivo. Só há uma
norma trazida pela norma fundamental: “obedeçam a Constituição”.
Sentido jurídico-positivo: são as normas previstas no texto constitucional e que devem
ser obedecidas por conta da Constituição lógico-jurídico.

Consoante Hans Kelsen, a concepção jurídica de Constituição é concebida como a norma


por meio da qual regula a produção das normas jurídicas gerais, podendo ser produzida,
inclusive, pelo direito consuetudinário.

Como se sabe, a Constituição pode ser produzida por via consuetudinária ou através de
um ato de um ou vários indivíduos a tal fim dirigido, isto é, através de um ato legislativo.
Como, neste segundo caso, ela é sempre condensada num documento, fala-se de uma
Constituição “escrita”, para a distinguir de uma Constituição não escrita, criada por via
consuetudinária.

A Constituição material pode consistir, em parte, de normas escritas, noutra parte, de


normas não escritas, de Direito criado consuetudinariamente. As normas não escritas
da Constituição, criadas consuetudinariamente, podem ser codificadas, situação na qual
poderão ser codificadas por um órgão legislativo e, portanto, com caráter vinculante,
transformando-a em Constituição escrita.

A Constituição pode – como Constituição escrita – aparecer na específica forma


constitucional, isto é, em normas que não podem ser revogadas ou alteradas como as
leis normais mas somente sob condições mais rigorosas. Mas não tem de ser
necessariamente assim, e não é assim quando nem sequer exista Constituição escrita,
quando a Constituição surgiu por via consuetudinária, quer dizer: através da conduta
costumeira dos indivíduos submetidos à ordem jurídica estadual, e não foi codificada.

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Nesse caso, também as normas que têm o caráter de Constituição material podem ser
revogadas ou alteradas por leis simples ou pelo Direito consuetudinário.

SENTIDO SOCIOLÓGICO SENTIDO POLÍTICO SENTIDO JURÍDICO


(FERDINAND LASSALE) (CARL SHMITT) (HANS KELSEN)
A Constituição de um país A Constituição é a decisão A Constituição é a pura
é a soma dos fatores reais política fundamental de norma jurídica, sem
de poder que atuam no um povo, a validade de qualquer consideração de
país. A Constituição escrita uma Constituição não se cunho sociológico, político
só terá eficácia se for apoia na justiça de suas ou filosófico. É a norma
constituída em normas, mas na decisão fundamental do Estado e
conformidade com os política que lhe dá paradigma de validade de
fatores reais. Do contrário, existência todo o ordenamento
será mera folha de papel jurídico
NORMA CONSTITUCIONAL
#
LEI CONSTITUCIONAL

V. Sentidos material e formal


a) Sentido MATERIAL:
Constituição em sentido material é o conjunto de normas propriamente constitucionais
(organização do Estado, forma de Estado, organização de Poder e direitos
fundamentais). A depender do conteúdo que tratar, haverá o caráter constitucional,
pouco importado como esta norma foi inserida no ordenamento (não leva em
consideração o status da norma).

b) Sentido FORMAL:
Constituição é um documento escrito por um órgão soberano e que contém, dentre
outras normas, aquelas que tratam de assuntos essencialmente constitucionais. Este
documento escrito só pode ser alterado por um procedimento legislativo mais complexo
do que os das demais leis. Portanto, o que define se a norma é constitucional ou não é
a forma de seu ingresso no ordenamento jurídico.

3. Classificação das Constituições


I. Quanto à ORIGEM
a) Outorgada: é a Constituição imposta, sem participação popular. É uma usurpação do
titular do poder constituinte.
promulgada
b) Democrática: é a Constituição popular, pois há participação popular direta (referendo
ou plebiscito) ou indireta (representatividade popular). No Brasil, já houve constituições
promulgadas (1891, 1934, 1946 e 1988) e outorgadas (1824, 1937, 1967 e 1969).

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c) Cesarista (Bonapartista): há a elaboração unilateral da Constituição, mas ela é
submetida a uma ratificação popular, por meio de referendo. O povo não participa da
elaboração da Constituição, motivo pelo qual ela não trata dos anseios populares.
Obs.: A Constituição de 1937 previa a submissão ao plebiscito, mas isto jamais ocorreu.
d) Pactuada (dualista): há um pacto, originando-se de duas forças políticas rivais. É o
que ocorreu com a burguesia ascendente e a realeza descendente. Há basicamente dois
titulares do Poder Constituinte.

II. Quanto à FORMA


a) Escrita: regras sistematizadas em documento escrito. Apresentam-se de duas formas:
a) Codificadas: num único texto.
- Legais: esparsas em diversos documentos.
A Constituição Federal de 1988 é codificada, mas a EC 45 trouxe uma mitigação a esta
classificação, tendo em conta os tratados internacionais de direitos humanos aprovados
com quórum de emenda constitucional.
b) Não escrita (costumeira): normas constitucionais não são solenemente elaboradas.
Ela surge pelos costumes, usos, jurisprudência e leis. Tanto em Constituições escritas
como não escritas existem leis que tratam de normas constitucionais, mas nas
costumeiras não há procedimento solene de inclusão.

III. Quanto ao MODO DE ELABORAÇÃO


a) Dogmáticas: são sempre escritas, elaborada pelo órgão constituinte. Traz dogmas.
Poderá ser:
• Ortodoxas: uma só ideologia;
• Eclética: soma de diferente ideologia.

b) Históricas: são as não escritas, pois resultam de um lento processo histórico de


formação.

IV. Quanto ao CONTEÚDO


a) Material: traz assuntos essenciais do Estado.
b) Formal: é composta por todas as normas que a integram..
Para se falar em constituições materiais ou formais, é forçoso que a Constituição seja
rígida, pois, do contrário, não haveria como falar em constituição.

V. Quanto à ESTABILIDADE
a) Imutáveis: é aquela que o texto não pode ser alterado. Não existe.
b) Rígida: existe um processo especial mais difícil de alteração do que para as demais
normas. Garante maior estabilidade ao texto constitucional.

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c) Flexível: possibilidade de alteração pelo mesmo processo das demais leis. Ex.:
Inglaterra.
d) Semirrígida (semi-flexível): parte da constituição é mais rígida do que outras partes
mais flexíveis. Ex.: Constituição de 1824.
Não quer dizer que quanto mais rígida seja a Constituição mais estável ela será. Isso
porque, se não puder haver a atualização do texto constitucional, poderá ocorrer o
rompimento da Constituição.
A partir da rigidez, há o princípio da supremacia formal da Constituição, que garante a
ela uma superioridade frente as demais leis.
Por conta da supremacia formal, haverá o controle de constitucionalidade, o qual é
dependente da rigidez constitucional.

- Cláusulas pétreas
As cláusulas pétreas são cláusulas que trazem matérias que não podem ser abolidas por
meio de emendas constitucionais. Estão previstas no art. 60, §4o, da CF.
Há um núcleo não suprimível na Constituição, que são essas cláusulas pétreas. A
existência de cláusulas pétreas é o que justifica a posição de Alexandre de Moraes, o
qual classifica a CF/88 como uma constituição superrígida.
- Constituições transitoriamente flexíveis
Uadi Lammego Bulos diz ser transitoriamente flexíveis as constituições suscetíveis de
reforma pelo mesmo rito das demais leis por um determinado período. Após este
período, passam a ser rígidas.

VI. Critério Ontológico


O critério ontológico, segundo Karl Loewenstein, classifica as constituições segundo a
realidade política do respectivo Estado.
a) Normativas: são aquelas que conseguem regular a vida política de um Estado, pois
estão em consonância com a realidade social.
b) Nominativas: são aquelas que ainda não conseguem efetivar o papel de regular a vida
política do Estado. São prospectivas, voltadas para o futuro.
c) Semântica: é aquela que não tem a finalidade de regular a vida política do Estado.
Apenas busca beneficiar o detentor do poder.

VII. Quanto à EXTENSÃO


a) Analíticas: é extensa e versa sobre matérias além da organização básica do
Estado.
b) Sintética: é concisa, versando somente sobre princípios e regras gerais básicas de
realização e funcionamento do Estado. Ex.: Constituição dos EUA.

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VIII. Quanto à FINALIDADE
a) Garantia: é sintética, pois só quer garantir a limitação do poder estatal. É típica de
estados liberais. Aparentemente, não fazem opções de política social ou econômica.
b) Balanço: faz um balanço quanto ao momento que passa o Estado. Destinada a
disciplinar a realidade do Estado. Ex.: antiga União Soviética.
c) Dirigente: é analítica, pois define planos para o Estado. O constituinte dá as regras de
como ele vai querer a sociedade futuramente. Caracteriza-se por normas programáticas,
principalmente as sociais (Welfare State).

IX. Constituição Nominalista


Segundo Alexandre de Moraes, é a Constituição que traz normas passíveis de resolver
problemas concretos. Ela diz o problema a ser resolvido diretamente com a aplicação
da norma constitucional.
O autor diz que neste tipo de Constituição só se admite interpretação gramatical e
literal.

X. Constituições reduzidas e variadas


Segundo Pinto Ferreira, as constituições podem ser:
a) Reduzidas: a constituição traz normas em um só código. São unitárias, conforme diz
Uadi Lammego Bulos.
b) Variadas: as normas constitucionais estão previstas em textos esparsos. São pluri
textuais.

XI. Constituições liberais e sociais


Segundo André Ramos Tavares, as constituições podem ser:
a) Liberais: a constituição traz ideais do liberalismo, de não intervenção do estado. A
constituição é negativa.
b) Sociais: a constituição exige atuação estatal, assegurando igualdade material. A
constituição é positiva.

XII. Constituição Expansiva


De acordo com Raul Machado Horta, a constituição expansiva aborda novos 11 temas
não presentes nas constituições anteriores. Além disso, os demais temas passam a ter
tratamento mais amplo.

XIII. Heteroconstituições
São constituições decretadas fora do Estado, por um ou por outro Estado, ou ainda por
um organismo internacional. Ex.: Canadá, Nova Zelândia e jamais tiveram suas primeiras
constituições decretadas pelo parlamento britânico.

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XIV. Constituição Principiológica e Preceitual
Segundo Diogo Figueiredo, as constituições podem ser:
a) Principiológica: predominância de princípios.
b) Preceitual: predominância de regras.

XV. Constituição Plástica


A constituição plástica é definida de diferentes formas por Pinto Ferreira e Raul
Machado Horta:
a) Conceito de Pinto Ferreira: é sinônimo de constituição flexível.
b) Conceito de Raul Machado Horta: há uma grande análise de um conteúdo aberto.
Estas normas de conteúdo aberto dão maior elasticidade ao legislador que passa a ter
ampla margem de atuação.

XVI. Constituição Simbólica


Segundo Marcelo Neves, a Constituição simbólica (também chamada de legislação
simbólica) se define como aquela cujo objetivo é eminentemente político.
Trata-se, portanto, de um instrumento do legislador para provocar determinados
efeitos sociais. Desta feita, a Constituição simbólica pode servir para:
- Fortalecer a confiança do cidadão no legislador, fazendo -lhe crer no compromisso do
legislador com os interesses sociais – é o que se chama de Constituição Álibi (ex.: criação
de leis penais que geram o chamado direito penal simbólico).
- Confirmar determinados valores sociais;
- Solucionar um impasse político por meio daquilo o que doutrinariamente se denomina
de compromisso dilatório, isto é, a postergação de uma efetiva resolução do conflito por
meio de expedientes normativos – é o que ocorre com algumas normas constitucionais
de eficácia limitada, cuja complementação depende de uma lei posterior.

4. Constituições do Brasil
direitos civis e políticos - estão
I. Constituição de 1824: ligados a liberdade.
• outorgada por Dom Pedro I;
• forte influência pelo liberalismo clássico (direitos individuais de 1a geração);
• adotou a separação de poderes, mas foi além, por conta do Poder Moderador;
• classificada como semirrígida;
• Estado Unitário, dividido em províncias;
• forma de governo era a monarquia hereditária;
• eleições indiretas e voto censitário (pela condição financeira);

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• eleições dos deputados, mas os senadores eram vitalícios, nomeados pelo
Imperador;
• foi a Constituição mais longa, acabando apenas em 1889;
• classificada também como nominativa, pois não regulou a vida política do
Estado;

II. Constituição de 1891:


• Constituição republicana;
• províncias passaram a ser Estados, integrantes de uma federação, vindo a ser
denominado de Estados Unidos do Brasil;
• foi realizada uma assembleia constituinte para promulgar a Constituição;
• seu principal mentor foi Ruy Barbosa, fortemente influenciado pelos norte-
americanos;
• forma federativa de Estado e forma republicana de governo;
• regime era representativo, com eleições diretas e prazos certos de mandato;
• sistema de governo era o presidencialista;
• poder moderador foi abolido;
acréscimo de garantias, mas a principal foi o habeas corpus;
• rígida e nominativa, pois suas disposições não encontraram a realidade social;

III. Constituição de 1934


• era democrática, fruto da revolução de 1930;
• passou a enumerar direitos fundamentais sociais – grande marca de Getúlio
Vargas;
• influenciada pela Constituição de Weimar de 1919;
• estruturalmente, em relação à Constituição de 1891, não houve grandes
mudanças, pois continuou sendo república, federação, divisão de poderes,
presidencialismo e regime representativo;

IV. Constituição de 1937


• foi outorgada, sendo denominada de Constituição Polaca;
• instauração do Estado Novo;
• a carta outorgada por Getúlio era de inspiração fascista e autoritário;
• a sua inspiração seria a Constituição Polonesa de 1935;
• havia pena de morte para crimes políticos;
• censura prévia da imprensa;
• formalmente existia legislativo e judiciário, mas materialmente não;
• presidente legislava por decretos-leis;

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• previa a necessidade de ser submetida à apreciação popular denominado de
plebiscito, o qual jamais aconteceu;

V. Constituição de 1946
• fim da 2a guerra mundial (em 1945);
• fim do estado novo;
• redemocratização;
• foi promulgada a República Federativa dos Estados Unidos do Brasil;
• forma de estado era a federação, com autonomia dos Estados;
• eleições diretas;
• instituição do princípio da inafastabilidade da jurisdição, proibição da pena
de morte, banimento e confisco;
• direitos dos trabalhadores passaram a ser constitucionalizados, com acréscimo
do direito de greve;
• partidos políticos passaram a ser trazidos pela constituição, com o princípio da
liberdade da criação e organização partidária;
• em 1961, uma emenda instaurou o parlamentarismo como sistema de governo
com objetivo de reduzir os poderes de João Goulart, que tinha intenções
comunistas;
• o parlamentarismo foi rejeitado pelo plebiscito, fixando o presidencialismo, o
que ocasionou o golpe militar, encerrando a democracia;

VI. Constituição de 1967


• produto dos militares que outorgaram a constituição;
• houve uma preocupação com aquilo que se convencionou a chamar de
segurança nacional;
• tendência de centralização político-administrativa na União e de ampliação dos
poderes do Presidente da República;
• a Constituição limitou os direitos de propriedade, passando a prever a
desapropriação para fins de reforma agrária com indenização por meio de títulos
públicos.

VII. Constituição de 1969


• instituída por meio da Emenda n. 1, mas era uma nova constituição;
• foi uma constituição outorgada;
• passou a ser a Constituição da República Federativa do Brasil;
• trouxe hipóteses de suspensões de direitos individuais;
• era marcadamente autoritária;

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VIII. Constituição de 1988
• Em 1985, a EC 86 modificou a história do país, pois convocou a Assembleia
Nacional Constituinte, cujo trabalho resultou a Constituição de 1988. A
instauração dessa assembleia ocorreu em fevereiro de 1987, finalizando os seus
trabalhos em 5 de outubro de 1988, com a promulgação da Constituição.
• Trata-se de uma social-democracia. A CF/88 se caracteriza pela imensa carga de
obrigações do Estado, passíveis de serem exigidas pela população (direitos
subjetivos). Ficou conhecida como Carta Cidadã, pois continha direitos de 1a, 2a
e 3a gerações.
• A CF/88 fortaleceu instituições democráticas com destaque ao Ministério
Público. Tornou mais abrangente o controle de constitucionalidade,
aumentando a importância do controle abstrato, o que fez surgir as ações de
ADPF e ADO. Houve ainda o alargamento da legitimidade ativa da propositura
das ações, sendo o fim do monopólio da legitimidade exclusiva do PGR.
• Houve a extinção dos territórios, além de prever uma maior autonomia dos
municípios. A administração pública passou a ter um rígido regramento.
• Também houve o fortalecimento do Poder Judiciário e do Poder Legislativo.

5. Classificação e estrutura da CF de 1988


A CF/88 é classificada como sendo:
• Escrita
• Codificada
• Democrática
• Dogmática-eclética
• Rígida
• Formal
• Analítica
• Dirigente
• Normativa (ou nominativa, a depender do autor)
• Principiológica
• Social
• Expansiva

A CF/88 é composta pelo:


• Preâmbulo;
• Parte dogmática e;
• Atos das disposições transitórias (ADCT).

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I. Preâmbulo:
A Constituição brasileira traz a seguinte redação: “Nós, representantes do povo
brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado
Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a
liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como
valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na
harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução
pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL”.

O preâmbulo é a parte que antecede o texto constitucional propriamente dito. O


preâmbulo serve para definir as intenções do legislador constituinte, proclamando os
princípios da nova constituição e rompendo com a ordem jurídica anterior. Sua função
é servir de elemento de integração dos artigos que lhe seguem, bem como orientar a
sua interpretação. Serve para sintetizar a ideologia do poder constituinte originário,
expondo os valores por ele adotados e os objetivos por ele perseguidos.

Segundo o Supremo Tribunal Federal, ele não é norma constitucional. Portanto, não
serve de parâmetro para a declaração de inconstitucionalidade e não estabelece limites
para o Poder Constituinte Derivado, seja ele Reformador ou Decorrente. Por isso, o STF
entende que suas disposições não são de reprodução obrigatória pelas Constituições
Estaduais. Segundo o STF, o Preâmbulo não dispõe de força normativa, não tendo
caráter vinculante. Apesar disso, a doutrina não o considera juridicamente irrelevante,
uma vez que deve ser uma das linhas mestras interpretativas do texto constitucional.

Preâmbulo da Constituição: não constitui norma central. Invocação da proteção de


Deus: não se trata de norma de reprodução obrigatória na Constituição estadual, não
tendo força normativa. [ADI 2.076, rel. min. Carlos Velloso, j. 15-8-2002, P, DJ de 8-8-
2003.]

Discussão sobre a relevância jurídica do preâmbulo:

Teoria da irrelevância jurídica: o preâmbulo não se situa no mundo do direito, mas


somente no mundo da política.

Teoria da plena eficácia jurídica: o preâmbulo teria a mesma eficácia das demais normas
constitucionais.

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Teoria da relevância indireta: o preâmbulo desempenha um papel orientador na
identificação das características da Constituição, sendo uma espécie de vetor
interpretativo, mas não se confunde com as normas constitucionais.
STF: o preâmbulo não se situa no âmbito do direito, fazendo apenas parte da política,
sem possuir valor normativo. O Supremo adotou a teoria da irrelevância jurídica do
preâmbulo.

Doutrina majoritária: o preâmbulo tem função interpretativa, auxiliando na


interpretação de valores primordiais que orientaram o constituinte na sua elaboração.
A doutrina adotou a teoria da relevância indireta do preâmbulo.

II. Parte Dogmática:


A parte dogmática constitui o corpo principal e permanente da Constituição.
A parte dogmática da Constituição é o texto constitucional propriamente dito, que prevê
os direitos e deveres criados pelo poder constituinte. Trata-se do corpo permanente da
Carta Magna, que, na CF/88, vai do art. 1o ao 250. Destaca-se que falamos em “corpo
permanente” porque, a princípio, essas normas não têm caráter transitório, embora
possam ser modificadas pelo poder constituinte derivado, mediante emenda
constitucional.

III. Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT):


O ADCT reúne dois grupos distintos de preceitos:

Regras necessárias para assegurar um regime de transição entre as normas do direito


anterior e o regime constitucional vigente (ex.: art. 16 do ADCT – Presidente da
República nomearia governador e vice-governador do Distrito Federal até que houvesse
as eleições diretas);

Estabelece regras não relacionadas a esta transição, mas com eficácia temporária, capaz
de tornar a norma exaurida após a sua regulação (ex.: art. 3o do ADCT – que dizia ser
possível, após 5 anos da promulgação da Constituição, que houvesse a revisão
constitucional).

Em ambos os casos, a característica própria de uma norma do ADCT é a sua eficácia


jurídica até que o momento disposto para nela regular ocorra.
Os dispositivos do ADCT são formalmente constitucionais, tendo o mesmo status
jurídico das demais normas da CF. O ADCT tem sofrido reiteradas modificações e
acréscimos por meio de emendas. Além disso, também pode servir como paradigma
para o controle de constitucionalidade das leis.

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IV. Elementos da Constituição
José Afonso da Silva divide os elementos da Constituição em:
Elementos orgânicos: compostos por normas que regulam a estrutura do Estado (ex.:
Título III (Da Organização do Estado) e IV (Da Organização dos Poderes e do Sistema de
Governo));

Elementos limitativos: consagram direitos e garantias fundamentais, limitando a


atuação do poder estatal. Os direitos sociais, que são aqueles que exigem prestações
positivas do Estado em favor dos indivíduos, não se enquadram como elementos
limitativos. (ex.: Título II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais), exceto Capítulo II (Dos
Direitos Sociais));

Elementos sócio-ideológicos: revelam o compromisso da Constituição com o povo. São


as normas que traduzem o compromisso das Constituições modernas com o bem estar
social. Tais normas refletem a existência do Estado social, intervencionista,
prestacionista. (ex.: Capítulo II do Título II (Dos Direitos Sociais), Títulos VII (Da Ordem
Econômica e Financeira) e VIII (Da Ordem Social));

Elementos de estabilização constitucional: são normas que objetivam solucionar


conflitos constitucionais, defendendo a Constituição e as instituições democráticas nela
consagradas. São instrumentos de defesa do Estado, com vistas a promover a paz social.
(ex.: art. 102, I, “a” (ação de inconstitucionalidade) e arts. 34 a 36 (intervenção));

Elementos formais de aplicabilidade: são normas que estabelecem regras de aplicação


das normas constitucionais. Dispositivos consagram cláusulas que regulam como uma
norma vai entrar em vigor (ex.: preâmbulo, disposições constitucionais transitórias e o
art. 5o, § 1o, que estabelece que as normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais têm aplicação imediata).

V. Vacatio Constitutionis
Normalmente, a Constituição não traz uma cláusula que estabelece quando ela entra
em vigor. Portanto, em regra, a Constituição promulgada entra em vigor
imediatamente.
Como o poder constituinte originário é ilimitado, poderá trazer o momento em que a
Constituição entrará em vigor. Neste caso, o período entre a publicação e o início da
vigência da Constituição é denominado vacatio constitutionis.
A CF/88 não adotou a vacatio constitutionis, motivo pelo qual entrou em vigor
imediatamente.

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EFICÁCIA E APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
Doutrina Clássica X Normas Programáticas:
A doutrina clássica, de Rui Barbosa, baseada na doutrina norte- americana, dividia as
normas em auto-aplicáveis (auto-executáveis) e não auto-aplicáveis (não auto-
executáveis), estas, diferentemente das primeiras exigiam complementação do
legislador para produzirem efeitos.
Essa classificação, atualmente, não costuma ser aceita no Brasil.
Em que pese tal fato, algumas bancas, costumam cobrar o conceito de não-auto
aplicáveis em associação às normas programáticas. As normas programáticas são
aquelas que definem planos de ação para o Estado, como combater a pobreza, a
marginalização e os direitos sociais do art. 6o. As normas programáticas possuem o que
se chama de eficácia diferida, ou seja, sua aplicação se dará ao longo do tempo, na
medida em que forem sendo concretizadas.

Classificação de José Afonso da Silva: normas de eficácia plena, contida, limitada


a) Normas de eficácia plena: são aquelas que desde a entrada em vigor da CF,
produzem, ou têm possibilidade de produzir todos os efeitos essenciais, relativamente
aos interesses, comportamentos e situações, que o legislador constituinte, direta ou
normativamente quis regular.
Ex.: Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou permanecer associado (CF, art. 5o,
XX).

b) Normas de eficácia contida: são aquelas que o legislador constituinte regulou


suficientemente os interesses relativos a determinada matéria, mas deixou margem à
atuação restritiva por parte da competência discricionária do Poder Público, nos termos
que a lei estabelecer ou nos termos de conceitos gerais nela elucidados.
Ex.: É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendida às qualificações
profissionais que a lei estabelecer (CF, art. 5o, XIII). Ou seja, As pessoas podem exercer
de forma plena qualquer trabalho, ofício ou profissão, salvo se vier uma norma
estabelecendo certos requisitos para conter essa plena liberdade.

c) Normas constitucionais de eficácia limitada: são aquelas que apresentam


aplicabilidade indireta, mediata, reduzida, porque somente incidem totalmente sobre
esses interesses, após uma normatividade ulterior que lhe desenvolva aplicabilidade.

Obs. É errado dizer que elas não possuem eficácia jurídica, ou que e são incapazes de
gerar efeitos concretos, pois desde logo manifestam a intenção dos legisladores
constituinte, fornecendo conteúdo para ser usado na interpretação constitucional e são
capazes de tornar inconstitucionais normas infraconstitucionais que sejam com ela
incompatíveis (daí se falar em eficácia negativa ou paralisante das normas de eficácia
limitada). Desta forma, sua aplicação é mediata, mas sua eficácia jurídica (ou seja, seu
caráter vinculante) é imediata. Ex.: O estado promoverá, na forma da lei, a defesa do
consumidor (art. 5o, XXXII). Se a lei não estabelecesse o Código de Defesa do
Consumidor, não se poderia aplicar essa norma por si só, ou, acaso as normas criadas

Acompanhamento TJDFT – Semana 1 - Dir. Constitucional 15


pelo CDC não fossem favoráveis aos consumidores, seriam inconstitucionais por
contrariar as normas de eficácia limitada que trata da matéria.

Observação: O prof. José Afonso da Silva, ainda divide as normas de eficácia limitada em
dois grupos:
a) Normas de princípio programático: são as que direcionam a atuação do Estado
instituindo programas de governo. Terão eficácia diferida e necessitam de atos
normativos e administrativos para concretizarem os objetivos para quais foram criadas.
b) Normas de princípio institutivo: são as normas que trazem apenas um
direcionamento geral, e ordenam o legislador a organizar ou instituir órgãos, instituições
ou regulamentos, observando os direcionamentos trazidos.

Classificação Maria Helena Diniz - Normas com eficácia absoluta, plena, relativa
restringível e relativa complementável ou dependente de complementação
a) Normas de eficácia absoluta: as intangíveis; contra elas nem mesmo há poder de
emendar. Daí conterem uma força paralisante total de toda a legislação que, explícita
ou implicitamente, vier a contrariá-las. Distinguem, portanto, das normas
constitucionais de eficácia plena, que, apesar de incidirem imediatamente sem
necessidade de legislação complementar posterior, são emendáveis.
b) Eficácia plena = Eficácia plena de J.A. Silva
c) Eficácia relativa restringível = Eficácia contida de J.A. Silva
d) Eficácia relativa complementável = Eficácia limitada de J.A. Silva.

Normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais


Art. 5o § 1o - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação
imediata.

Normas de eficácia exaurida


É o comum o uso do termo "normas de eficácia exaurida" para denominar aquelas
normas presentes nos ADCT (atos transitórios) que já perderam o seu poder de produzir
novos efeitos jurídicos. Por exemplo:
ADCT, Art. 2o. No dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado definirá, através de plebiscito,
a forma (república ou monarquia constitucional) e o sistema de governo
(parlamentarismo ou presidencialismo) que devem vigorar no País.
ADCT, Art. 3o. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da
promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso
Nacional, em sessão unicameral.
Tais normas já produziram seus efeitos e, embora permaneçam no corpo da
Constituição, não têm papel prático na atualidade ou no futuro. Diz-se que possuem
"aplicabilidade esgotada".

Acompanhamento TJDFT – Semana 1 - Dir. Constitucional 16


34
QUESTÕES Acertos de 37

1. (Ano: 2018 Banca: CONSULPLAN Órgão: TJ-MG Prova: CONSULPLAN - 2018 - TJ-MG -
Titular de Serviços de Notas e de Registros – Remoção) A atual Constituição da República
Federativa do Brasil pode ser classificada como:
A) Escrita, outorgada e liberal.
B) Escrita, semântica e sintética.
C) Normativa, sintética e cesarista.
D) Promulgada, dogmática e analítica.

2. (Ano: 2018 Banca: CONSULPLAN Órgão: TJ-MG Prova: CONSULPLAN - 2018 - TJ-MG -
Titular de Serviços de Notas e de Registros – Remoção) Em relação ao Poder
Constituinte, assinale a alternativa INCORRETA.
A) O Poder Constituinte decorrente é inicial, autônomo e incondicionado juridicamente.
B) A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de
estado de defesa ou estado de sítio.
C) O Poder Constituinte derivado é subordinado porque se encontra limitado pelas
normas expressas e implícitas do texto constitucional.
D) O Poder Constituinte originário estabelece a Constituição de um novo Estado,
organizando-o e criando os poderes destinados a reger os interesses de uma
comunidade.

3. (Ano: 2018 Banca: CONSULPLAN Órgão: TJ-MG Prova: CONSULPLAN - 2018 - TJ-MG -
Titular de Serviços de Notas e de Registros – Provimento) A atual Constituição da
República Federativa do Brasil pode ser classificada como:
A) Escrita, eclética e analítica.
B) Escrita, sintética e ortodoxa.
C) Escrita, imutável e preceitual.
D) Consuetudinária, sintética e rígida.

4. (Ano: 2018 Banca: IADES Órgão: APEX Brasil Prova: IADES - 2018 - APEX Brasil - Analista
– Jurídico) Se o Brasil celebrar novo tratado sobre telecomunicações, estipulando regras
para uso do espectro para exploração do serviço de banda larga móvel, após
incorporação ao ordenamento jurídico, tal norma terá status de
A) emenda constitucional.
B) lei complementar.
C) lei ordinária.
D) formalmente lei complementar, mas materialmente lei ordinária.
E) decreto presidencial.

5. (Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: MPE-PI Prova: CESPE - 2018 - MPE-PI - Analista
Ministerial - Área Processual) Julgue o item seguinte, acerca da supremacia da
Constituição e da aplicabilidade das normas constitucionais.

Acompanhamento TJDFT – Semana 1 - Dir. Constitucional 17


(.E ) Decorre da noção de supremacia da Constituição o pressuposto da superioridade
hierárquica constitucional sobre as demais leis do país, ressalvados os tratados
internacionais de direitos humanos.

6. (Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: MPE-PI Prova: CESPE - 2018 - MPE-PI - Analista
Ministerial - Área Processual) Julgue o item seguinte, acerca da supremacia da
Constituição e da aplicabilidade das normas constitucionais.
(. C ) A eficácia de uma norma constitucional pode ser considerada não só do ponto de
vista jurídico, mas também do social, ocorrendo essa eficácia social a partir do respeito
à legislação pela população.

7. (Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: MPE-PI Provas: CESPE - 2018 - MPE-PI -
Conhecimentos Básicos - Cargos de Nível Superior ) Acerca do direito de propriedade,
julgue o item a seguir à luz das disposições da CF.
(. C ) Eventual proposta de emenda constitucional tendente a abolir o direito de
propriedade não poderá ser objeto de deliberação pelo Congresso Nacional.

8. (Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: Câmara Legislativa do Distrito Federal Prova: FCC -
2018 - Câmara Legislativa do Distrito Federal - Consultor Legislativo - Constituição e
Justiça) Considere a hipótese de a República Federativa do Brasil vir a celebrar tratado
internacional do qual conste a possibilidade de imposição de pena de prisão perpétua
pela prática de ato de discriminação atentatória dos direitos e garantias fundamentais.
Uma vez submetido à apreciação do Congresso Nacional, referido tratado

A) estará sujeito aos limites materiais impostos ao poder de reforma constitucional, a


impedirem que seja objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir os
direitos e garantias individuais, dentre os quais figura a proibição de instituição de penas
de caráter perpétuo.
B) será equivalente a emenda constitucional, se aprovado em dois turnos, em cada casa
do Congresso Nacional, pelo voto de dois quintos dos respectivos membros, caso em
que o ordenamento constitucional brasileiro passará a prever uma hipótese de pena de
caráter perpétuo, ainda que excepcional.
C) estará sujeito ao processo ordinário de apreciação das normas dessa espécie,
estando, sob o aspecto material, em conformidade com o princípio de regência das
relações internacionais de promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
D) será equivalente a emenda constitucional, independentemente de ser aprovado pelo
procedimento previsto para as emendas constitucionais e sem se sujeitar aos limites
materiais impostos ao poder de reforma, uma vez que se cuida de tratado internacional
em matéria de direitos humanos.
E) será equivalente a emenda constitucional, independentemente de ser aprovado pelo
procedimento previsto para as emendas constitucionais e sem se sujeitar aos limites
materiais impostos ao poder de reforma, uma vez que os direitos e garantias expressos
na Constituição não excluem outros previstos em tratados internacionais em que o
Brasil seja parte.

Acompanhamento TJDFT – Semana 1 - Dir. Constitucional 18


9. (CESPE – 2018 – STM - Cargos de Nível Superior - Conhecimentos Básicos) Julgue o
item seguinte, relativo à classificação das Constituições e à organização político-
administrativa.
(. C ) O fato de o texto constitucional ter sido alterado quase cem vezes em razão de
emendas constitucionais não é suficiente para classificar a vigente Constituição Federal
brasileira como flexível.

10. (CESPE – 2018 – STM - Analista Judiciário - Área Judiciária) Com relação à organização
dos poderes e às funções essenciais à justiça, julgue o item a seguir.
(. E ) A rigidez constitucional é marca de todas as Constituições brasileiras desde, e
inclusive, a de 1824.

11. (CESPE – 2018 - PC-MA - Delegado de Polícia Civil) De acordo com a doutrina
majoritária, quanto à origem, as Constituições podem ser classificadas como
a) promulgadas, que são ditas democráticas por se originarem da participação popular
por meio do voto e da elaboração de normas constitucionais.
b) outorgadas, que surgem da tradição, dos usos e costumes, da religião ou das relações
políticas e econômicas.
c) cesaristas, que são as derivadas de uma concessão do governante, ou seja, daquele
que tem a titularidade do poder constituinte originário.
d) pactuadas, que são formadas por dois mecanismos distintos de participação popular,
o plebiscito e o referendo, ambos com o objetivo de legitimar a presença do detentor
do poder.
e) históricas, que surgem do pacto entre o soberano e a organização nacional e
englobam muitas das Constituições monárquicas.

12. (CESPE – 2017 - TRT - 7ª Região (CE) De acordo com a teoria constitucional
majoritária, a constituição é classificada como
a) consuetudinária, se fundamentada em documentos formais, rejeitando a
possibilidade de as regras serem embasadas nos costumes constitucionais.
b) rígida, se for passível de alterações por meio de um processo legislativo mais restrito
do que o previsto para a edição de leis ordinárias.
c) cesarista, se promulgada sem nenhuma submissão à ratificação popular.
d) material, se for escrita e representada por meio de um único documento solene.

13. (CESPE – 2017 - TRT - 7ª Região (CE) - Analista Judiciário - Área Judiciária) A respeito
das concepções e classificações das constituições, assinale a opção correta.
a) Conforme o critério ontológico, as constituições podem ser normativas (ou
dogmáticas), nominalistas ou semânticas.
b) Na classificação tradicional, que considera o conteúdo, uma constituição pode ser
material (ou estável) ou formal (ou analítica).
c) Segundo o critério político, a validade de uma constituição não se apoia na justiça de
suas normas, mas na decisão política que lhe dá existência.

Acompanhamento TJDFT – Semana 1 - Dir. Constitucional 19


d) Na concepção sociológica, constituição consiste no somatório dos fatores reais de
poder em uma sociedade, sendo consideradas sinônimas a constituição real e efetiva e
a constituição jurídica.

14. (CESPE – 2017 - TRT - 7ª Região (CE) - Técnico Judiciário - Área Administrativa)
Classifica-se a Constituição Federal de 1988 (CF) como
a) histórica, pelo critério do modo de elaboração.
b) cesarista e outorgada, pelo critério de origem.
c) eclética e ortodoxa, pelo critério da dogmática.
d) prolixa, pelo critério da extensão das matérias contempladas no texto constitucional.

15. (CESPE – 2017 - Instituto Rio Branco - Diplomata - Prova 1) Com relação à
classificação da Constituição Federal de 1988, ao controle de constitucionalidade e à
atividade administrativa do Estado brasileiro, julgue (C ou E) o item que se segue.
( E ) A Constituição Federal de 1988 é classificada, quanto à extensão, como sintética,
pois suas matérias foram dispostas em um instrumento único e exaustivo de seu
conteúdo.

16. (FMP CONCURSOS – 2017 - MPE-RO - Promotor de Justiça Substituto) A doutrina


constitucional brasileira, de regra, atribui à Constituição Federal brasileira de 1988 o
caráter dirigente. Em vista disso, pode-se dizer que
a) a CRFB/88 possui regras de competências próprias de cada uma das funções estatais,
que podem ser exclusivas ou não, a depender do momento de seu exercício.
b) a CRFB/88 contempla um catálogo de direitos fundamentais que incluem as ditas
liberdades negativas.
c) a CRFB/88 é dotada de um sistema de controle de constitucionalidade, alicerçado no
modelo norte-americano.
d) a CRFB/88 é um projeto de ação aberto no tempo, organizando um plano normativo-
material global do Estado e da Sociedade, que vincula os poderes públicos à busca por
sua concretude.
e) a CRFB/88 não pode ser caracterizada como uma Constituição dirigente, pois se trata
de uma Constituição promulgada, produzida por uma Assembleia Constituinte não
exclusiva.

17. (MPT – 2017 - Procurador do Trabalho) Considerados os critérios da finalidade, do


conteúdo e da alterabilidade, classifica-se a Constituição da República de 1988 como:
a) Constituição-dirigente, formal e rígida.
b) Constituição-garantia, formal e flexível.
c) Constituição-dirigente, material e flexível.
d) Constituição-garantia, material e rígida.
e) Não respondida.

18. (CESPE – 2017 - MPE-RR - Promotor de Justiça Substituto) Nos últimos séculos, em
muitos países, várias concepções de Constituição foram elaboradas por diversos

Acompanhamento TJDFT – Semana 1 - Dir. Constitucional 20


teóricos, muitas delas contraditórias entre si, o que torna o próprio conceito de
Constituição essencialmente contestável.
Com relação às teorias da Constituição, assinale a opção correta.
a) De acordo com a teoria substantiva de Ronald Dworkin, os princípios constitucionais
são mandados de otimização que devem ser ponderados no caso concreto.
b) Para Carl Schmitt, Constituição não se confunde com leis constitucionais: o texto
constitucional pode eventualmente colidir com a decisão política fundamental, que
seria a Constituição propriamente dita.
c) Para Konrad Hesse, a Constituição, para ser efetiva, deve corresponder à soma dos
fatores reais de poder.
d) Segundo a teoria pura de Kelsen, a interpretação de uma Constituição deve
fundamentar-se essencialmente na intenção daqueles que escreveram originalmente o
texto.

19. (VUNESP – 2017 - Câmara de Cotia – SP - Procurador Legislativo) Considerando as


diversas classificações doutrinárias das constituições, é correto afirmar que a
Constituição Federal Brasileira, de 1988, pode ser classificada como uma constituição
a) pactuada, prolixa, dogmática, reduzida e semântica.
b) principiológica, heterônoma, dirigente, expansiva e plástica.
c) cesarista, extensa, histórica, rígida e normativa.
d) heterônoma, expansiva, eclética, principiológica e dirigente.
e) principiológica, autônoma, analítica, eclética e dogmática.

20. (CESPE – 2017 - Prefeitura de Belo Horizonte – MG - Procurador Municipal) Acerca


das Constituições, assinale a opção correta.
a) De acordo com a doutrina, derrotabilidade das regras refere-se ao ato de se retirar
determinada norma do ordenamento jurídico, declarando-a inconstitucional, em razão
das peculiaridades do caso concreto.
b) O neoconstitucionalismo, que buscou, no pós-guerra, a segurança jurídica por meio
de cartas constitucionais mais rígidas a fim de evitar os abusos dos três poderes
constituídos, entrou em crise com a intensificação do ativismo judicial.
c) A concepção de Constituição aberta está relacionada à participação da sociedade
quando da proposição de alterações politicamente relevantes no texto da Constituição
do país.
d) Devido às características do poder constituinte originário, as normas de uma nova
Constituição prevalecem sobre o direito adquirido.

21. (CONSULPLAN – 2017 - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros –


Remoção) A Constituição elaborada por um Estado ou organização internacional para
ter vigência em outro Estado é denominada
a) pactuada.
b) popular.
c) heterônoma.
d) dualista.

Acompanhamento TJDFT – Semana 1 - Dir. Constitucional 21


22. (CONSULPLAN – 2017 - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros –
Provimento) Em relação ao critério teleológico ou funcional, as Constituições podem
ser
a) garantistas, balanço ou dirigentes.
b) sintéticas ou expansivas.
c) normativas, nominais ou semânticas.
d) democráticas, autoritárias ou híbridas.

23. (FCC – 2017 - DPE-PR - Defensor Público) Quanto às classificações das constituições,
é correto afirmar que
a) as constituições-garantia se caracterizam por conterem em seu corpo um conjunto
de normas que visam garantir aos cidadãos direitos econômicos, sociais e culturais,
estabelecendo metas de ações para o Estado.
b) a Constituição Brasileira de 1988 é democrática, rígida (ou super rígida), prolixa e
ortodoxa.
c) as constituições cesaristas, normalmente autoritárias, partem de teorias
preconcebidas, de planos e sistemas prévios e de ideologias bem declaradas.
d) as constituições escritas são caracterizadas por um conjunto de normas de direito
positivo.
e) as constituições históricas são concebidas a partir de evento determinado no tempo,
esvaziando a influência dos demais períodos e costumes de determinado povo.

24. (CESPE – 2017 - Prefeitura de Fortaleza – CE - Procurador do Município) Com


fundamento na disciplina que regula o direito financeiro e nas normas sobre orçamento
constantes na CF, julgue o item a seguir.
( E ) No que diz respeito ao direito financeiro, a CF pode ser classificada como semirrígida,
uma vez que restringe a regulação de certos temas de finanças públicas a lei
complementar e deixa outros à disciplina de lei ordinária.

25. (TRF - 2ª Região – 2017 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Assinale a opção
que, corretamente, classifica a Constituição Federal em vigor:
a) Dogmática, promulgada, rígida e analítica.
b) Rígida, popular, não dogmática e originalista.
c) Flexível, popular, histórica e formal.
d) Democrática, formal, semi-flexível e originalista
e) Semi-flexível, promulgada, dirigente e nominalista.

26. (CESPE – 2017 - TRE-PE - Técnico Judiciário – Área Administrativa) Além de ser uma
Constituição escrita, a CF é classificada como
a) promulgada, flexível, dirigente e histórica.
b) outorgada, rígida, garantia e dogmática.
c) promulgada, flexível, dirigente e histórica
d) promulgada, rígida, dirigente e dogmática.
e) outorgada, rígida, dirigente e histórica.

Acompanhamento TJDFT – Semana 1 - Dir. Constitucional 22


27. (CESPE – 2016 – FUB - Conhecimentos Básicos - Cargo 20) Com referência à
Constituição Federal de 1988 e às disposições nela inscritas relativamente a direitos
sociais e políticos, administração pública e servidores públicos, julgue o item
subsequente.
( C ) A Constituição Federal de 1988 é considerada, quanto à origem, uma Constituição
promulgada, pois surgiu do trabalho de representantes do povo eleitos com a finalidade
específica de sua elaboração: a assembleia nacional constituinte.

28. (CESPE – 2017 - PGE-SE - Procurador do Estado)


Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I – direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico,
espacial e do trabalho;

Art. 37. (...)


I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham
os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;

Art. 216. (...)


§ 3.º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores
culturais.
Constituição da República Federativa do Brasil.

Quanto ao grau de eficácia, as regras constitucionais anteriormente apresentadas


classificam-se, respectivamente, como regras de eficácia
a) plena, limitada e contida.
b) limitada, contida e programática.
c) contida, plena e limitada.
d) plena, contida e limitada.
e) plena, programática e contida.

29. (FCC – 2017 – TST - Juiz do Trabalho Substituto) Em relação a sua eficácia jurídica, as
normas de eficácia contida
a) produzem efeitos plenos na ausência de lei que contenha sua eficácia.
b) são ineficazes na ausência de lei regulamentadora.
c) não são autoaplicáveis.
d) não podem ser restringidas por lei.
e) são ineficazes na ausência de política pública.

30. (FCC – 2017 - DPE-RS - Analista – Administração) É considerada de eficácia limitada,


na medida em que dependente de regulamentação para a produção de efeitos, a norma
constitucional segundo a qual
a) a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
b) a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
c) é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer.

Acompanhamento TJDFT – Semana 1 - Dir. Constitucional 23


d) são brasileiros naturalizados os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe
brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham
a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de
atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
e) são direitos dos trabalhadores a participação nos lucros, ou resultados, desvinculada
da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme
definido em lei.

31. (FGV – 2017 - Ano: 2017 - TRT - 12ª Região (SC) - Técnico Judiciário - Área
Administrativa) Álvaro, Deputado Federal, solicitou à sua assessoria jurídica um parecer
a respeito da aplicabilidade do disposto no art. 5º, XIII, da Constituição Federal de 1988,
que assegura, aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País, o livre “exercício de
qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei
estabelecer”.

De acordo com sua assessoria, esse tipo de comando, que dispõe sobre a possibilidade
de o seu alcance ser restringido pela legislação infraconstitucional, é considerado uma
norma:
a) de eficácia plena;
b) programática;
c) de eficácia limitada, de princípio institucional;
d) de eficácia variável;
e) de eficácia contida.

32. (CESPE – 2017 Ano: 2017 - SERES-PE - Agente de Segurança Penitenciária) Quanto à
aplicabilidade, as normas programáticas
a) contêm todos os elementos imprescindíveis para permitir a produção imediata dos
efeitos previstos.
b) produzem, ou têm possibilidade de produzir, desde a entrada em vigor da
Constituição, todos os efeitos essenciais que o constituinte tenha desejado regular.
c) definem objetivos cuja materialização depende de providências situadas além do
texto constitucional, não possuindo, portanto, aplicabilidade imediata.
d) regulam suficientemente os interesses relativos a determinada matéria, mas
permitem a atuação restritiva do poder público nos termos que a lei estabelecer.
e) apresentam aplicabilidade indireta, mediata e reduzida, porque somente incidem
totalmente após uma normatividade posterior que lhes confira a aplicabilidade.

33. (CESPE – 2017 – SEDF - Analista de Gestão Educacional - Direito e Legislação) A


respeito dessa situação hipotética e de aspectos constitucionais a ela relacionados,
julgue o item a seguir.
(E ) O direito à educação, previsto pela Constituição Federal de 1988, é norma de direito
fundamental de eficácia plena e de execução imediata, pois não necessita da atuação
do legislador para produzir todos os seus efeitos.

Acompanhamento TJDFT – Semana 1 - Dir. Constitucional 24


34. (CESPE – 2018 - SEFAZ-RS - Auditor do Estado - Bloco II) No título referente à Ordem
Social, o constituinte dispôs o seguinte: “o Estado promoverá e incentivará o
desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a
inovação”. Considerando-se a classificação das normas constitucionais quanto a sua
eficácia, é correto afirmar que tal dispositivo é uma norma
a) de eficácia plena.
b) de eficácia contida.
c) exaurida.
d) autoexecutável.
e) programática.

35. (FGV – 2018 - Câmara de Salvador – BA - Analista Legislativo Municipal - Licitação,


Contratos e Convênios) De acordo com o Art. 144, § 8º, da Constituição da República de
1988, “os municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de
seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei”.

Considerando a classificação das normas constitucionais quanto à aplicabilidade, a partir


do referido preceito se obtém uma norma constitucional de eficácia:
a) plena e aplicabilidade imediata;
b) limitada e aplicabilidade mediata;
c) contida e aplicabilidade imediata;
d) delegada e aplicabilidade mediata;
e) mandamental e aplicabilidade imediata.

36. (CESPE – 2018 - PC-MA - Escrivão de Polícia) O art. 5.° , inciso XIII, da Constituição
Federal de 1988 (CF) assegura ser livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer. Com base nisso,
o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil estabelece que, para exercer a advocacia,
é necessária a aprovação no exame de ordem. A norma constitucional mencionada,
portanto, é de eficácia
a) contida.
b) programática.
c) plena.
d) limitada.
e) diferida.

37. (CESPE – 2017 - TRE-TO - Analista Judiciário - Área Judiciária) A respeito das normas
constitucionais, julgue os itens a seguir.

I As normas de eficácia absoluta, assim como as cláusulas pétreas, são normas


constitucionais intangíveis.
II As normas de eficácia plena têm aplicabilidade mediata, porque seus efeitos podem
ser postergados.
III As normas de eficácia relativa restringível ou de eficácia contida têm aplicabilidade
imediata, embora sua eficácia possa ser reduzida conforme estabelecer a lei.

Acompanhamento TJDFT – Semana 1 - Dir. Constitucional 25


IV As normas de eficácia relativa complementável têm produção mediata de efeitos, ou
seja, enquanto não for promulgada a legislação regulamentadora, não produzirão
efeitos positivos, além de terem eficácia paralisante de efeitos nas normas anteriores
incompatíveis.

Estão certos apenas os itens


a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, III e IV
e) II, III e IV.

Acompanhamento TJDFT – Semana 1 - Dir. Constitucional 26


GABARITO

1. LETRA D
Dica: FORNO DI PEDRA

Formal
Normativa
Dirigente
Promulgada
Eclética
Dogmática
Rígida
Analítica

2. LETRA A
1.ORIGINÁRIO:
- É inicial: não existe nenhum outro poder antes ou acima dele, já que ele próprio cria
o ordenamento constitucional.
-É autônomo: cabe apenas a ele definir a ideia de direito que irá prevalecer dentro do
Estado (se será um Estado Federativo, Republicano, quais serão os direitos
fundamentais).
-É incondicionado: por não estar submetido à observância de qualquer FORMA ou
CONTEÚDO preexistente.
- É ilimitado, soberano, independente;

2. DECORRENTE: é responsável por elaborar e modificar as CONSTITUIÇÕES DOS


ESTADOS- MEMBROS.
Obs: ele só existe em ESTADOS FEDERATIVOS e é criado pela CF.
Características do P.C.D.:
- Secundário: limitado JURIDICAMENTE pela Constituição que o criou;
Obs: PRINCÍPIO DA SIMETRIA
O modelo adotado pela CF deve ser observado pelas Constituições Estaduais (a CF
funciona como paradigma), bem como pelas Leis Orgânicas Municipais (art. 29 da CF).
Desse princípio decorrem as NORMAS DE OBSERVÂNCIA OBRIGATÓRIA (ex: art. 59 e
ss- processo legislativo; art. 58, § 3º- CPI).

3. DERIVADO:
De 02 espécies:
a) Revisor: previsão no art. 3º da ADCT. A revisão é uma via EXTRAORDINÁRIA de
alteração da Constituição. Foi prevista para 05 ANOS após a promulgação da CF (já foi
realizada em 1993 e não pode ser feita outra).
Obs: o requisito formal é MAIORIA ABSOLUTA em sessão UNICAMERAL (mais simples
do que a reforma)

Acompanhamento TJDFT – Semana 1 - Dir. Constitucional 27


Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da
promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do
Congresso Nacional, em sessão unicameral.
b) Reformador: previsão no art. 60, da CF. É a via ORDINÁRIA de alteração da
Constituição.

3. LETRA A
- Quanto à origem:
Promulgada-> é aquela cujo texto foi construído com efetiva participação popular.
- Quanto à estabilidade
Rígida-> é aquela que para ser alterada exige a observância de um processo legislativo
mais solene e complexo.
- Quanto ao conteúdo
Formal-> são todas as normas inseridas no texto da constituição, independentemente
de versarem ou não sobre temas tidos por constitucionais.
- Quanto à forma
Escrita-> é aquela em que todos os dispositivos são escritos e estão inseridos de modo
sistêmico em um único documento.
- Quanto ao modo de elaboração
Dogmática-> é aquela que é elaborada em ocasião certa, historicamente datada por
órgão com competência.
- Quanto à extensão
Analítica-> é aquela cuja confecção se dá de maneira detalhada.
- Quanto à finalidade
Dirigente-> é aquela que arquiteta programas(objetivos) a serem perseguidos pelos
poderes públicos e pela sociedade.
- Quanto à interpretação
Semântica-> é aquela que exige a aplicação de uma diversidade de métodos
interpretativos para ser realmente entendido.
- Quanto à correspondência com a realidade
Nominativa-> é aquela que apesar de ainda não reproduzir com plena congruência a
realidade política e social do Estado, ao menos anseia alcançar este estágio.
- Quanto à ideologia
Eclética-> é aquela que convivem com várias ideologias
- Quanto à unidade
Orgânica-> é aquela onde estar organizada em uma estrutura documental única.
- Quanto ao sistema
Principiológica-> é aquela onde os princípios são normas que preponderam.
- Outras classificações:
Autoconstituição
Plástica
Suave
Expansiva
Social

Acompanhamento TJDFT – Semana 1 - Dir. Constitucional 28


4. LETRA C
Tratados sobre direitos humanos aprovados pelo rito do art. 5º, § 3º, da CF/88: status
de emenda constitucional

Tratados sobre direitos humanos que não forem aprovados pelo do art. 5º, § 3º, da
CF/88: : norma supralegal

Demais tratados não que não sejam sobre direitos humanos: status de lei ordinária

5. ERRADO
A Constituição Federal em seu artigo 5° § 3º diz:
Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

Ou seja, não são todos os tratados de direitos humanos que terão status de emenda,
apenas aquelas que forem aprovados com o quórum de específico do artigo 5° § 3º.

6. CERTO
Eficácia social se verifica na hipótese de a norma vigente, isto é, com potencialidade
para regular determinadas relações, ser efetivamente aplicada a casos
concretos. Eficácia jurídica, por sua vez, significa que a norma está apta a produzir
efeitos na ocorrência de relações concretas; mas já produz efeitos jurídicos na medida
em que a sua simples edição resulta na revogação de todas as normas anteriores que
com ela conflitam.”

7. CERTO
§4º, art. 60 CF/87: Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a
abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXII - é garantido o direito de propriedade;

8. LETRA A
Prescreve o artigo 60, § 4°, inciso IV, da CF: "Não será objeto de deliberação a
proposta de emenda tendente a abolir os direitos e garantias individuais".

Acompanhamento TJDFT – Semana 1 - Dir. Constitucional 29


O artigo 5°, inciso XLVII, "b", constante do título II (Dos Direitos e Garantias
Fundamentais) capítulo I (DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E
COLETIVOS), DETERMINA QUE: "Não haverá penas de caráter perpétuo".

Portanto, ainda que o Tratado viesse a ser aprovado em cada Casa do Congresso
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, sendo
equivalente a emenda, estaria sujeito aos limites materiais impostos ao poder de
reforma, sendo considerado inconstitucional no ponto em que prescreveu a prisão
perpétua.

9. CERTO
Para classificar uma constituição no tocante a sua estabilidade não interessa o
número de vezes em que essa constituição foi alterada mas sim se o processo de
alteração é mais rígido ou não do que o processo de modificação de uma lei comum.

A Constituição brasileira de 1988 é classificada como sendo uma constituição rígida


(alguns inclusive a classificam como sendo super rígida devido a existência de
cláusulas pétreas).

10. ERRADO
A rigidez constitucional é marcada pelas limitações procedimentais ou formais. Todas
as Constituições brasileiras aderem a essa característica da rigidez constitucional, com
exceção da 1ª Constituição, a Constituição Imperial de 1824, sendo esta semi-rígida,
que continha uma parte rígida e outra flexível.

11. LETRA A
Quanto à origem as constituições podem ser promulgadas, outorgadas, pactuadas ou
cesaristas.

Promulgadas: São constituições democráticas, populares. São elaboradas por uma


assembleia nacional constituinte composta por representantes do povo. Exemplo: As
constituições brasileiras de 1891, 1934, 1946 e a atual de 1988.
Outorgadas: São impostas, autoritárias e autocráticas. Apenas o líder fixa as diretrizes
sem qualquer participação do grupo. Exemplo: As constituições brasileiras de 1824,
1937, 1967.
Pactuadas: Estabelecidas por um pacto entre o governante e o povo. Exemplo: Magna
Carta Libertatum (Pacto entre João sem Terra e os Barões da Inglaterra medieval)
Cesaristas: Na sua origem é outorgada. Porém precisa de ratificação por meio de
plebiscito ou referendo para se tornar válida. Exemplo: Plebiscito de Pinochet, no
Chile.

Acompanhamento TJDFT – Semana 1 - Dir. Constitucional 30


12. LETRA B
a) incorreta. A constituição consuetudinária é encontra em leis esparsas; é também
fruto de costumes, doutrina e jurisprudência.

b) CORRETA. A atual Constituição Federal é rígida, posto que determina uma forma
solene de alteração, que será através de Emenda Constitucional aprovada em dois
turnos, por 3/5 dos membros das duas casas do Congresso Nacional
(Art. 60, 2º, Constituição Federal), ao contrário das Leis Ordinárias que são
modificadas em único turno, por maioria simples e da Lei Complementar - por
maioria absoluta, além das hipóteses que a Constituição prevê a iniciativa restrita.
(LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado)

c) incorreta. Cesarista: é a que é submetida à consulta popular

d) incorreta. É material quando só contém assuntos indispensáveis para a existência


do Estado. É Escrita quando está organizada em um documento solene.

13. LETRA C
a) incorreta. Quanto à correspondência com a realidade política e social (classificação
ontológica), as constituições se dividem em: Normativas, Nominativas e Semânticas.
* Dogmáticas e Normativas não são sinônimos. A classificação dogmática está
relacionada ao modo de elaboração da Constituição, e não à sua classificação
ontológica. Portanto, a assertiva "a" está incorreta.

b) incorreta. Quanto ao conteúdo, as constituições se dividem em: Material e Formal.


* Estável e Material não são sinônimos. Ademais, Formal e Analítica também não são
sinônimos. A classificação analítica está relacionada à extensão da Constituição, e não
à sua classificação quanto ao conteúdo. Portanto, a assertiva "b" está incorreta.

c) CORRETA. Sentido Político: a constituição é a decisão política fundamental de uma


nação. Carl Schimit faz a diferenciação entre constituição e lei constitucional: a
constituição é aquilo que realmente tem essência de constituição (sentido material).
Porém, algumas matérias presentes na constituição não deveriam estar e, mesmo
estando, não têm conteúdo de constituição (sentido formal).

d) incorreta. Sentido Sociológico: Uma constituição só é legítima se representar o


efetivo poder social, refletindo as forças sociais que constituem o poder. Caso isso não
ocorra, ela é ilegítima caracterizando-se como uma simples folha de papel.

* Portanto, não são consideradas sinônimas a constituição real e efetiva e a


constituição jurídica.

Acompanhamento TJDFT – Semana 1 - Dir. Constitucional 31


14. LETRA D
a) incorreta. Quanto ao modo de elaboração a CF/88 é dogmática (sistemática).
b) incorreta. Quanto à origem, a CF/88 é promulgada.
c) incorreta. Quanto à dogmática a CF/88 é eclética apenas.
d) CORRETA. Quanto à extensão a CF/88 é classificada como analítica, ampla, extensa,
prolixa, longa.

15. Errada.
Quanto à extensão a CF/88 é classificada como analítica, ampla, extensa, prolixa, longa.
É sintética quando for concisa, breve, sucinta.

16. Letra D
A doutrina constitucional brasileira, de regra, atribui à Constituição Federal Brasileira de
1988 o caráter dirigente. E a constituição dirigente estabelece um plano para dirigir uma
evolução política; tem a finalidade de traçar os rumos do Estado, sob variados aspectos.
Portanto, a letra D traz a síntese dessa Constituição.

17. Letra A
A CF/88 pode ser classificada:
- quanto à finalidade: dirigente
- quanto ao conteúdo: formal
- quanto à alterabilidade: rígida

18. Letra B
A) incorreta. Ronald Dworkin realmente tem papel fundamental no estudo dos
princípios, entranto a afirmação de que "princípios constitucionais são mandados de
otimização que devem ser ponderados no caso concreto" é de Robert Alexy. A teoria
elaborada pelo autor alemão possui forte influência das proposições de Dworkin sendo
inclusive que “a teoria dos princípios de Dworkin é o ponto principal que aproxima o
pensamente de Alexy ao dele.” Com isso Alexy toma a diferenciação entre regras e
princípios estabelecido por Dworkin como ponto de partida a partir do qual busca a
racionalização de uma teoria para os direitos fundamentais.

B) CORRETA. Para Carl Schmitt, constituição seria uma decisão política fundamental, a
qual não se apoia na justiça de suas normas, mas sim no que nela foi politicamente
incluído. Para ele, existe a Constituição em si e normas ou leis constitucionais, as quais,
apesar de integrarem o texto escrito, não seriam materialmente constitucionais. Para
ele, faria parte da Constituição, efetivamente, a disciplina da forma de Estado, do
sistema de governo, do regime de governo, da organização e divisão dos poderes e o
rol de direitos individuais. As leis constitucionais são todas aquelas normas inscritas na
Constituição que poderiam vir tratadas em legislação ordinária.

C) incorreta. A afirmação segundo o qual "Constituição, para ser efetiva, deve


corresponder à soma dos fatores reais de poder" é Ferdinand Lassalle que enxerga as

Acompanhamento TJDFT – Semana 1 - Dir. Constitucional 32


constituições como um fato social, como a soma dos fatores reais de poder de um país,
resultado concreto do relacionamento entre as forças sociais. Para ele, existe uma
Constituição real e uma escrita; Konrad Hesse, trata-se de uma resposta a Lassalle. A
Constituição escrita não necessariamente será resultado da vontade da parte mais forte
no embate, pode ser que a Constituição escrita seja capaz de redesenhar a soma dos
fatores reais de poder. Logo, ela não seria somente um resultado sociológico da
sociedade, mas também, e principalmente, teria o poder de modificar o conjunto de
forças, moldar a sociedade como ela é. Para Konrad Hesse, a interpretação tem
significado decisivo para a consolidação e preservação da força normativa da
Constituição. Assim, para ele, a Constituição teria o poder de moldar a realidade. Por isso
que se diz que a concepção da força normativa é uma resposta à concepção sociológica:
pois nesta, a concepção apenas reflete a soma dos fatores reais de poder, enquanto
naquela, a Constituição efetivamente tem o condão de moldar a realidade.

D) incorreta. Para Kelsen a Constituição é o paradigma de validade de todo o


ordenamento jurídico de um Estado e instituidor de sua estrutura. Sua concepção é
estritamente formal. Daqui resultou a teoria da construção escalonada do ordenamento
jurídico.

19. Letra E
Sobre as classificações apresentadas:
Quanto ao Sistema:
Princípiológica - predominam os princípios identificados como normas constitucionais
providas de alto grau de abstração
Preceitual - prevalecem as regras, dotadas de pouco grau de abstração

Quanto à origem de sua decretação:


Autônomas - elaboradas e decretadas dentro do próprio Estado em que irão reger
Heterônomas - decretadas de fora do Estado por outro ou outros Estados, ou por
organizações internacionais

Quanto à extensão:
Analíticas - abordam todos os assuntos que os representantes do povo entenderem
fundamentais. Descem a minúcias.
Sintéticas - enxutas, veiculadoras apenas dos princípios fundamentais e estruturais do
Estado.

**Quanto à ideologia:
Eclética - formada por ideologias conciliatórias
Ortodoxa - formada por uma só ideologia

Quanto ao modo de elaboração:


Dogmáticas- sempre escritas, ideologias bem declaradas, elaboradas de um só jato
Históricas - constituem-se através de um lento e contínuo processo de formação ao longo
do tempo

Acompanhamento TJDFT – Semana 1 - Dir. Constitucional 33


20. Letra D
a) incorreto. A derrotabilidade surge com a manifestação teórica da possibilidade de se
romper com o "tudo ou nada" proposto por Ronald Dworkin. Ou seja, defende-se a ideia
de que poderia-se AFASTAR REGRAS (desde preenchidos alguns requisitos de cunho
material e procedimental), ao invés de sempre invalidá-las, assim como ocorre com a
ponderação de princípios.

b) incorreto. O neoconstitucionalismo não buscou a segurança jurídica por meio de


cartas constitucionais mais rígidas, mas procurou estabelecer padrões mínimos de moral
no direito e a valorização de princípios constitucionais e postulados normativos para que
estes regrassem e servissem como norte para aplicação de todo o direito. Construiu-se,
com isso, uma nova teoria da constituição, nova teoria do direito e uma nova teoria
política.

c) incorreto. A concepção de Constituição aberta está relacionada com a participação


pluralista da interpretação constitucional. Assim, por esta teoria, desenvolve-se o
entendimento de que a Constituição deve ser interpretada, além dos exegetas
tradicionais, pelos verdadeiros destinatários de suas normas, ou seja, aqueles que vão
ser os sujeitos passivos dos regramentos constitucionais (verdadeiros afetados pelas
normas constitucionais). E que também são os verdadeiros detentores do poder. Nesse
contexto, surgem figuras importantes, como o amicus curiae e as audiências públicas.

d) CORRETO - o poder constituinte originário é ilimitado e incondicionado (em regra).


Portanto, prevalece ainda que sobre o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
julgada.

21. Letra C.
Classificação quanto ao local da decretação: Quanto ao local da decretação, as
constituições podem ser classificadas em:
a) Heteroconstituições: são constituições elaboradas fora do Estado no qual elas
produzirão seus efeitos.
b) Autoconstituições: são constituições elaboradas no interior do próprio Estado que por
elas será regido. A Constituição Federal de 1988 é uma autoconstituição

22. Letra A
As Constituições podem ser classificadas, quanto à TELEOLÓGICO OU FUNCIONAL, em
garantia, dirigente ou balanço.
- Constituição-garantia: seu principal objetivo é proteger as liberdades públicas contra a
arbitrariedade do Estado. Corresponde ao primeiro período de surgimento dos direitos
humanos (direitos de primeira geração, ou seja, direitos civis e políticos), a partir do final
do século XVIII. As Constituições-garantia são também chamadas de negativas, uma vez
que buscam limitar a ação estatal; elas impõem a omissão ou negativa de atuação do
Estado, protegendo os indivíduos contra a ingerência abusiva dos Poderes Públicos.
- Constituição-dirigente: é aquela que traça diretrizes que devem nortear a ação estatal,
prevendo, para isso, as chamadas normas programáticas. Segundo Canotilho, as

Acompanhamento TJDFT – Semana 1 - Dir. Constitucional 34


Constituições dirigentes voltam-se à garantia do existente, aliada à instituição de um
programa ou linha de direção para o futuro, sendo estas as suas duas principais
finalidades. Assim, as Constituições-dirigentes, além de assegurarem as liberdades
negativas (já alcançadas), passam a exigir uma atuação positiva do Estado em favor dos
indivíduos. A Constituição Federal de 1988 é classificada como uma Constituição-
dirigente
- Constituição-balanço: é aquela que visa reger o ordenamento jurídico do Estado
durante um certo tempo, nela estabelecido. Transcorrido esse prazo, é elaborada uma
nova Constituição ou seu texto é adaptado. É uma constituição típica de regimes
socialistas, podendo ser exemplificada pelas Constituições de 1924, 1936 e 1977, da
União Soviética. Também chamadas de Constituições-registro, essas constituições
descrevem e registram o estágio da sociedade em um dado momento.

23. Letra D
a) incorreta. Constituição Garantia = Liberal, isto é, prevê garantia a liberdade individual,
propriedade privada, direito de ir e vir

b) incorreta. CF/88 é: Democrática, pois foi promulgada por uma assembleia eleita;
Rígida, precisa de quórum qualificado para aprovação de Emenda Constitucional. A
Classificação Superrigida, trazida por Alexandre de Moraes, considera que as cláusulas
pétreas são imutáveis, portando a CF teria partes passiveis de mudança qualificada e
outras partes imutáveis. Prolixa, pois delibera sobre diversos assuntos. Eclética - A CF
tem em seu corpo matérias liberais e matérias progressistas, não se caracterizando por
apenas uma única ideologia, o que definiria uma Constituição ortodoxa.

c) incorreta. As constituições cesaristas, bonapartaristas, são constituições editadas


pelos governantes e colocadas para o povo referendar, sem qualquer debate. Não
necessariamente tem uma ideologia preconcebida ou bem detalhada; é o que está na
cabeça do governante.

d) Correta: A constituição escrita é a que tem um, ou um conjunto de texto escritos.


diferente da constituição costumeira em que é pautada nos costumes de uma
determinada comunidade.

e) incorreta. Constituições históricas são elaboradas ao longo do tempo, sem um evento


único.

24. Errado. A classificação da constituição em rígida e semirrígida diz respeito ao


processo legislativo para sua modificação, podendo ser mais dificultoso que o ordinário
ou não. A CF/88 é rígida. O fato de a CF/88 determinar que algumas matérias devem ser
regulamentadas por lei ordinária e outras por lei complementar em nada tem relação
com a rigidez da constituição.

25. Letra A
As constituições podem ser classificadas como:

Acompanhamento TJDFT – Semana 1 - Dir. Constitucional 35


Material ou Formal.
Material: é aquela que possui apenas matérias constitucionais.
Formal: além de possuir matérias constitucionais, também possui outros assuntos, tais
como o artigo 242.
Apesar de nossa Constituição ser formal, tudo nela contida é norma constitucional.
Escrita ou Não-escrita.
Escrita: é um documento solene (Curiosidade - Todas as constituições brasileiras foram
escritas).
Não escrita: também chamada de constituição costumeira, é fruto dos costumes da
sociedade, tal como a constituição da Inglaterra.
Dogmática ou Histórica
Dogmática: é aquela que é fruto de um trabalho legislativo específico. Tem esse nome
por refletir os dogmas de um momento da história (Curiosidade - Todas as constituições
brasileiras foram dogmáticas).
Histórica: ela é fruto de uma lenta evolução histórica, tal como ocorre na Inglaterra.
Promulgada, Outorgada ou Cesarista.
Promulgada: é a constituição democrática, ou seja, feita pelos representantes do povo.
Por isso, a Constituição de 1988 também é conhecida como Constituição Cidadã. No
Brasil, tivemos as seguintes Constituições promulgadas: de 1891 (de Ruy Barbosa), de
1934, de 1946 e a de 1988. E ainda, as seguintes Constituições outorgadas: de 1824, de
1937 (Getúlio Vargas) e a de 1967 (Ditadura Militar).
Outorgada: é a constituição imposta ao povo pelo governante.
Cesarista: é a feita pelo governante, mas submetida à apreciação do povo mediante
referendo.
Sintética ou Analítica.
Sintética: é aquela constituição reduzida, concisa, tal como a constituição Americana de
1787.
Analítica: é uma constituição extensa, prolixa, assim como a brasileira.
Garantia ou Dirigente.
Garantia: limita-se a fixar os direitos e garantias. É uma carta declaratória.
Dirigente: além de fixar direitos e garantias, fixa metas estatais, fixa uma direção para o
Estado, por exemplo, artigo 3º.
Imutável, Rígida, Flexível ou Semi-rígida.
Imutável: a que não pode ser alterada.
Rígida: é aquela que possui um procedimento de alteração mais rigoroso (é
a constituição difícil de ser alterada).
Flexível: possui o mesmo procedimento de alteração das demais leis (é
a constituição fácil de ser alterada).
Semi-rígida: parte dela é rígida e parte é flexível, onde uma parte é difícil e a outra é fácil
de mudar.
Dessa forma, podemos concluir que nossa Constituição é Formal, Escrita, Dogmática,
Promulgada, Analítica, Dirigente e Rígida.

26. Letra D
Ver comentários da questão 18

Acompanhamento TJDFT – Semana 1 - Dir. Constitucional 36


27. Certo.
Promulgada: é a constituição democrática, ou seja, feita pelos representantes do povo.
Por isso, a Constituição de 1988 também é conhecida como Constituição Cidadã.

28. LETRA D
Art. 22, inc. I - É norma de eficácia plena.
Art. 37, inc. I - Na primeira parte do artigo, quando fala que os cargos/empregos/funções
públicas serão acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em
lei, trata-se de norma de eficácia contida, pois a lei poderá estabelecer requisitos para o
acesso pelos brasileiros.
Na segunda parte, quando cuida do acesso dos cargos/empregos/funções pelos
estrangeiros, tem-se uma norma de eficácia limitada, pois o acesso pelos estrangeiros
depende de lei para a sua regulamentação.
Art. 216, §3º - Norma de eficácia limitada.

29. LETRA A
As normas constitucionais de eficácia contida são dotadas de aplicabilidade direta,
imediata, mas não integral (o legislador pode restringir a sua eficácia). Já as normas
constitucionais de eficácia limitada têm a sua aplicabilidade indireta, mediata e diferida
(postergada, pois somente a partir de uma norma posterior poderão produzir eficácia).
As normas constitucionais de eficácia plena são aquelas normas que desde a entrada em
vigor da Constituição já estão aptas a produzir eficácia. Por isso, são definidas como de
aplicabilidade direta, imediata e integral.

30. LETRA E
Normas de eficácia plena são normas constitucionais autoaplicáveis, i.e., aptas, por si
mesmas, a produzir todos os efeitos nelas previstos, independentemente de lei.
Normas de eficácia contida são também autoexecutáveis, mas podem ser restringidas,
na sua abrangência, por deliberação do legislador infraconstitucional.
Normas de eficácia limitada (ou reduzida) somente produzem os seus efeitos essenciais
após um desenvolvimento normativo, a cargo dos poderes constituídos. Ex: art. 37, IX,
da CF;“a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender
a necessidade temporária de excepcional interesse público”.

a) a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. EFICÁCIA
PLENA

b) a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. PLENA

c) é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações


profissionais que a lei estabelecer. CONTIDA

d) são brasileiros naturalizados os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe


brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham

Acompanhamento TJDFT – Semana 1 - Dir. Constitucional 37


a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de
atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. PLENA

e) são direitos dos trabalhadores a participação nos lucros, ou resultados, desvinculada


da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme
definido em lei. LIMITADA

31. LETRA E
Eficácia das Normas Constitucionais:
- Normas de Eficácia Plena > Aplicabilidade: Direta - Imediata - Integral > Ex: Cf Art.5
(incisos II, III, XI)
- Normas de Eficácia Contida > Aplicabilidade: Direta - Imediata - Não Integral > Ex: Cf
Art.5 (incisos VII, XIII, XV)
- Normas de Eficácia Limitada > Aplicabilidade: Indireta - Mediata - Reduzida > Subdivide-
se em:
a - Princípio Institutivo > Ex: Cf Arts. 33/88/113
b - Princípio Programático > Ex: Cf Arts 3/203/215

32. LETRA C
Normas de princípio programático:
Fixam diretrizes indicativas de fins e objetivos a serem perseguidos pelos poderes
públicos.

33. ERRADO
O direito à educação é uma das manifestações dos direitos humanos de segunda
geração, que impõe uma prestação ao Estado. Tais normas constitucionais são
classificadas como "normas programáticas", as quais costumam ser normas de eficácia
limitada, uma vez que dependem de regulação infraconstitucional que lhes confira
exequibilidade.

34. LETRA E
As normas constitucionais de eficácia limitada subdividem-se em:
a) Normas constitucionais de eficácia limitada definidoras de princípios institutivos (ou
organizatórios, ou organizativos): são aquelas que dependem de lei posterior para dar
corpo a institutos jurídicos e aos órgãos ou entidades do Estado previstos na
Constituição. Como exemplos, os artigos 88 e 102, § 1º. Essas normas podem assumir a
natureza impositiva ou facultativa. As impositivas estabelecem um dever de legislar (arts.
33 e 88). Por seu turno, as facultativas trazem uma mera faculdade para o legislador (art.
22, parágrafo único).

b) Normas constitucionais de eficácia limitada definidoras de princípios programáticos


(ou apenas normas programáticas): são as que estabelecem programas, metas, objetivos
a serem desenvolvidos pelo Estado, típicas das Constituições dirigentes. Impõe um
objetivo de resultado ao Estado – não diz como o Estado deverá agir, mas o fim a ser
atingido. Como exemplos, os artigos 3º e 7º, IV.

Acompanhamento TJDFT – Semana 1 - Dir. Constitucional 38


35. LETRA B
Eficácia limitada = normas que necessitam de regulamentação para produzirem todos
os seus efeitos, tem aplicabilidade indireta, mediata e reduzida
Art. 37 VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
específica

Eficácia Plena = Normas aptas a produzir, desde sua entrada em vigor, todos os efeitos,
tem Aplicabilidade direta, imediata e integral
Art. 5 LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos

Eficácia Contida = normas que podem sofrer restrição, mas caso não houver limitação,
terá eficácia plena, possuem aplicabilidade direta e imediata, mas não integral.
Art. 5 XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer

36. LETRA A
Eficácia Contida = normas que podem sofrer restrição, mas caso não houver limitação,
terá eficácia plena, possuem aplicabilidade direta e imediata, mas não integral.
Art. 5 XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer

37. LETRA D
I-CORRETO
A questão utilizou uma classificação feita por Alexandre de Moraes no que se refere a
tangibilidade.
Normas constitucionais de eficácia absoluta - São intangíveis. Contra ela não há nem
mesmo emenda constitucional. Nenhuma lei pode contrariá-la, explicita ou
implicitamente, pois se o fizerem tornam-se ineficazes e inaplicáveis.
II- INCORRETA
Normas de eficácia plena tem aplicabilidade direta e imediata
III-CORRETA
Normas constitucionais de eficácia relativa restringível - Equivalem-se às normas
constitucionais de eficácia contida. Aplicabilidade imediata ou plena, embora sua eficácia
possa ser reduzida ou restringida nos casos e na forma que a lei estabelecer.
IV-CORRETA
Normas constitucionais de eficácia relativa complementável ou dependente de
complementação - São equivalentes às normas de eficácia limitada da classificação
tradicional.
Enquanto não for promulgada a lei ulterior, essa norma constitucional não produzirá
efeitos positivos, mas terá efeito paralisante quanto às normas precedentes
incompatíveis e impeditiva de qualquer conduta contrária as leis que as procederem
quanto ao que ela estabelece.

Acompanhamento TJDFT – Semana 1 - Dir. Constitucional 39

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