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DIREITO CONSTITUCIONAL

Teoria da Constituição

Graduação em Direito – 2023.2


01 I O QUE É A CONSTITUIÇÃO?

02 I DEFINIÇÃO

03 I CLASSIFICAÇÕES
O QUE É
A CONSTITUIÇÃO?
CONSTITUIÇÃO
DEFINIÇÃO

A constituição pode ser definida em sentido jurídico, político


e sociológico.

Sentido jurídico
Para Hans Kelsen, a constituição deveria ser entendida
como conjunto de normas fundamentais que exterioriza os
elementos essenciais do Estado. Com base no sentido
lógico-jurídico, a constituição é norma hipotética
fundamental. Com base no sentido jurídico-positivo, a
constituição é norma positiva suprema.
DEFINIÇÃO

Sentido político
Segundo Carl Schmitt é a decisão política fundamental, não se
confundindo com leis constitucionais. Porém, a constituição deveria
cuidar apenas da estrutura do Estado e seus direitos fundamentais.
Sentido sociológico
De acordo com Ferdinand Lassale a constituição é a soma dos
fatores reais de poder presente em um determinado Estado.
Nos tempos atuais, os Estados democráticos possuem constituições
democráticas, assim consideradas as promulgadas pelo poder
constituinte, que se origina por meio do povo.
DIREITO CONSTITUCIONAL
CLASSIFICAÇÕES Quanto à ORIGEM:

Constituição outorgada: são impostas; nascem sem a participação


popular; resultam de ato unilateral da vontade política de uma pessoa
ou um grupo detentor do poder político. São também chamadas de
“Cartas Constitucionais”. No Brasil, tivemos as seguintes constituições
outorgadas: 1824, 1937, 1967 e 1969* (*EC).
Constituição democrática: são produzidas com a
participação popular, em regime de democracia direta ou de
democracia representativa. São também chamadas de
“populares, votadas ou promulgadas”. No Brasil, foram
democráticas as constituições de 1891, 1934, 1946 e 1988.
CLASSIFICAÇÕES Quanto à ORIGEM:
Constituição cesarista: são unilateralmente elaboradas pelo detentor do
poder, mas dependem de ratificação popular por meio de referendo.
Embora haja a participação popular, cabe ao povo apenas referendar a
vontade do detentor do poder, por isso não são nem outorgadas, nem
democráticas.

Constituição pactuada: é fruto do pacto entre duas forças políticas


rivais (exemplo: realeza absoluta debilitada, de uma parte, e a
nobreza e a burguesia, em ascensão, de outra parte. São também
chamadas de dualistas. Essa classificação é trazida pelo professor
Paulo Bonavides.
CLASSIFICAÇÕES Quanto à FORMA:

Constituição escrita: é aquela formada por um conjunto de regras


sistematizadas e formalizadas por um órgão constituinte, em
documentos escritos solenes, que estabelecem as normas
fundamentais de um Estado.

Codificada: se estiver contida e Legal: quando se apresenta esparsa


sistematizada em um único texto, ou fragmentada; integrada por
formando um único documento. diversos documentos.
CLASSIFICAÇÕES Quanto à FORMA:

Constituição não escrita: as normas constitucionais não são


solenemente elaboradas por um órgão especialmente
encarregado dessa tarefa. Não estão codificadas em
documentos formais. As normas constitucionais se
sedimentam a partir dos usos e costumes, das leis esparsas
comuns, das convenções e da jurisprudência. É também
chamada de constituição costumeira ou consuetudinária.
CLASSIFICAÇÕES Quanto ao MODO DE ELABORAÇÃO:

Constituição dogmática: sempre escritas, são elaboradas em um


dado momento, por um órgão constituinte, segundo os dogmas ou
ideias fundamentais da teoria política e do Direito imperantes no
momento de sua elaboração. Com o passar do tempo, surge a
necessidade de atualização do seu texto.
Constituição histórica: não escritas, resultam da lenta
formação histórica, do lento evoluir das tradições, dos fatos
sociopolíticos, representando uma síntese histórica dos
valores da sociedade.
CLASSIFICAÇÕES Quanto ao CONTEÚDO:
Constituição material: contém apenas normas que cuidam de
assuntos essenciais à organização e ao funcionamento do Estado
(distribuição de competências, exercício da autoridade, forma de
governo) e estabelecem direitos fundamentais. Também chamada de
“substancial”.
Constituição formal: integram outros tipos de normas e
não apenas as que cuidam de assuntos essenciais à
organização e ao funcionamento do Estado e dos direitos
fundamentais. O que importa, é o processo de elaboração
das normas constitucionais e não o seu conteúdo.
CLASSIFICAÇÕES Quanto à ESTABILIDADE:

Constituição imutável: é aquela que não admite modificação em seu


texto. Também chamada de constituição permanente, granítica ou
intocável.
Constituição rígida: exige um processo legislativo especial para a
modificação de seu texto. Esse processo legislativo é mais dificultoso
do que o processo de elaboração das demais normas do
ordenamento jurídico.

Supremacia formal da constituição


CLASSIFICAÇÕES Quanto à ESTABILIDADE:

Constituição flexível: é aquela que permite modificação em seu


texto pelo mesmo processo legislativo de elaboração e alteração
das demais leis do ordenamento jurídico.
Constituição semirrígida: exige um processo legislativo mais
dificultoso para alteração de parte de seus dispositivos e
permite a mudança de outros dispositivos por um
procedimento simples, semelhante àquele de elaboração
das demais leis do ordenamento.
Quanto à correspondência com
a realidade: critério ontológico
CLASSIFICAÇÕES
Karl Loewestein (alemão)

Constituição normativa: é aquela que consegue, por estar em


plena consonância com a realidade social, regular a vida
política do Estado.
Constituição nominativa (nominalista ou nominal): é aquela
que, embora tenha sido elaborada com o intuito de regular a
vida política do Estado, não consegue efetivamente cumprir
esse papel, por estar em descompasso com a realidade social.
Quanto à correspondência com
a realidade: critério ontológico
CLASSIFICAÇÕES
Karl Loewestein (alemão)

Constituição semântica: é aquela que, desde


sua elaboração, não tem o fim de regular a vida
política do Estado, de orientar e limitar o
exercício do poder. Objetiva, tão somente,
formalizar e manter o poder político vigente,
conferir legitimidade formal ao grupo detentor
do poder.
CLASSIFICAÇÕES Quanto à EXTENSÃO:

Constituição analítica: é aquela de conteúdo extenso, que


versa sobre matérias que não a organização básica do Estado,
ou seja, matéria alheia ao Direito Constitucional
propriamente dito.
Constituição sintética: possui conteúdo abreviado e
versa, tão somente, sobre princípios gerais ou
enuncia regras básicas de organização e
funcionamento do Estado.
CLASSIFICAÇÕES Quanto à FINALIDADE:

Constituição-garantia: de texto reduzido (sintética), tem como


principal preocupação a limitação dos poderes estatais, ou seja,
impõe limites à ingerência do Estado na esfera individual. São
típicas dos Estados Liberais.
Constituição-dirigente: de texto extenso, é aquela que
define fins, programas, planos e diretrizes para a atuação
futura dos órgãos estatais. Ela dirige a atuação futura
dos órgãos governamentais. Possuem, em seu texto,
normas programáticas, geralmente de cunho social.
CLASSIFICAÇÕES Quanto à FINALIDADE:

Constituição-balanço: é aquela destinada a registrar


um dado estágio das relações de poder no Estado.
Sua preocupação é, portanto, disciplinar a realidade
do Estado num determinado momento.

Exemplo: Constituições da antiga União


Soviética: 1924, 1936 e 1971.

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